Uncharted: The Lost Legacy (Sony Playstation 4)

Voltando às rapidinhas, mas agora na Playstation 4, vamos ficar com um breve artigo sobre o último (até agora) Uncharted lançado na PS4. Originalmente planeado como um DLC para o Uncharted 4, acabou por evoluir para um lançamento standalone em formato físico, contendo, no entanto, toda a componente multiplayer do próprio Uncharted 4. O meu exemplar foi comprado algures no ano passado numa das minhas visitas à feira da Vandoma no Porto, tendo-me custado 10€.

Jogo com caixa e papelada

Nesta nova aventura, que decorre algum tempo após os acontecimentos narrados no Uncharted 4, possui como principais protagonistas a Chloe Frazer, que já nos tinha ajudado principalmente no Uncharted 2, e nada mais nada menos que a mercenária Nadine Ross, uma das principais antagonistas do jogo anterior. O jogo decorre em pleno coração da Índia, onde Chloe ambiciona continuar a pesquisa do seu pai no encalço da presa de Ganesh, um artefacto valiosíssimo e há muito perdido. Mas como é habitual na série, não vamos estar sozinhos nessa demanda, pois teremos forças rebeldes que também procuram o mesmo.

Apesar de menos variados, os gráficos continuam lindíssimos

Tal como na restante série, este jogo mantém a mesma identidade, pelo seu balanço entre exploração, puzzle solving, tiroteios com mecânicas cover based e algumas sequências de acção bastante intensas, mas num pacote menor. Teremos apenas 9 capítulos para percorrer, todos na Índia, se bem que continuamos com um grande número de segredos e coleccionáveis para descobrir, principalmente no quarto capítulo, que é uma grande área aberta onde podemos conduzir um jipe. Teremos algumas armas novas para experimentar, incluindo explosivos C4 que, ao contrário das granadas, poderemos preparar para montar emboscadas aos inimigos. De resto, tal como referi acima, este Lost Legacy inclui os mesmos modos multiplayer introduzidos no Uncharted 4, se bem que com mais mapas relativos às novas áreas de jogo.

Em vez de um scrapbook, Chloe usa o telemóvel para tirar fotos e talvez partilhá-las na sua conta do instagram assim que tiver sinal

A nível audiovisual, este é um jogo que partilha o mesmo motor gráfico do anterior, pelo que não contem com grandes novidades nesse aspecto. É menos variado a nível de cenários que os restantes jogos, pois decorre todo na Índia, tanto numa zona mais urbana, como nas habituais selvas e templos em ruínas. A narrativa, bem como as estonteantes sequências de acção ficaram uns furos abaixo dos jogos principais, mas ainda assim o seu nível de qualidade é bastante satisfatório. É bom ver a Naughty Dog dedicar um videojogo, se bem que mais pequeno, a personagens que sempre foram algo secundárias em jogos anteriores, ficando a conhecê-las melhor e ao seu passado. A dinâmica entre Chloe e Nadine também vai sendo muito bem explorada, tanto nos seus diálogos, como nos tiroteios, onde Nadine se revela bastante útil quando as coisas começam a apertar.

O quarto capítulo apresenta um mundo aberto que podemos explorar livremente e de forma algo não linear

Portanto, devo dizer que apesar de  ser um jogo mais curto e de certa forma mais contido, tanto na sua apresentação, como na narrativa ou sequências de acção, este Lost Legacy acaba por me satisfazer bastante. Prefiro de longe lançamentos como este (que já sairam originalmente para venda a um valor bem mais em conta), do que qualquer DLC manhoso como muitos que se vê por aí.

Call of Duty Modern Warfare 3 (PC)

Voltando às rapidinhas no PC, ficamos agora com mais um Call of Duty, desta vez para o terceiro capítulo da sub-série Modern Warfare, lançada originalmente em no final de 2011 pelos veteranos da Infinity Ward. Já o meu exemplar, lembro-me de o ter comprado no Jumbo de Alfragide, algures em Abril de 2013, por 15€. Ah, bons tempos onde ainda se encontravam os jogos AAA em formato físico para PC em qualquer esquina. É que eram sempre os primeiros a cair de preço!

Jogo com caixa e manual

A história continua os eventos retratados nos dois Modern Warfare lançados anteriormente, onde os E.U.A. e a Rússia tinham entrado em guerra, cujo conflito foi orquestrado por uma rede terrorista liderada por Vladimir Makarov. Então a narrativa vai-se focar em duas frentes principais: o confronto contra as forças Russas em solo norte-americano e Europeu, bem como uma série de operações mais furtivas no encalço de Makarov, lideradas pelos membros sobreviventes da Task Force 141, Soap, Yuri e o badass Captain Price.

A campanha traz de volta algumas caras conhecidas dos MW anteriores

Portanto, no que diz respeito à campanha single player, que devo dizer que é bem curtinha, vamos tendo diversas missões com objectivos distintos, desde reconquistar posições estratégicas, sabotar/destruir estruturas inimigas, ou operações mais furtivas onde é imperativo passarmos despercebidos. Tal como nos Call of Duty anteriores, apenas podemos equipar 2 armas de cada vez e a vida é regenerativa. Ocasionalmente poderemos utilizar outro tipo de equipamento, como comandar drones de suporte, ou indicar posições inimigas para serem alvo de artilharia. Quando temos de ir desbravando terrendo sob fogo inimigo, a fórmula é sempre a mesma: ir limpando as ruas de soldados inimigos e avançar lentamente. À medida que o vamos fazendo, as nossas forças também nos vão acompanhando e conquistam essas posições aos poucos, precavendo que os inimigos as ocupem novamente.

O conflito é levado até vários países Europeus,incluido a França e sua capital

De resto, para além da campanha single player (já disse que esta é bastante curta?) temos o modo multiplayer que, no caso dos Call of Duty, é sempre aquele que acaba por agarrar mais os seu público alvo. Mas não foi o meu caso, pelo que não me posso alongar. Temos modos cooperativos e competitivos, onde nos primeiros temos o regresso dos Special Ops, pequenas missões cooperativas e o modo Survival, onde teremos de defender a nossa posição face a ondas inimigas cada vez mais numerosas. Depois lá temos o multiplayer competitivo, que é certamente o que os fãs de Call of Duty gastam mais tempo. Não é o meu caso pois tenho muito mais para jogar, pelo que não vale a pena estar a escrever de algo que nem sequer experimentei.

Como seria de esperar, o jogo possui uma fortíssima componente multiplayer, que eu acabei por não explorar

A nível audiovisual, nada de especial a apontar. É um jogo que apresenta cenários variados, desde paisagens urbanas em Nova Iorque, Paris ou Berlim, bem como aldeias remotas em África ou outros locais mais invulgares, como uma missão a bordo do avião presidencial Russo. Graficamente não esperem por grandes melhorias face aos jogos anteriores pois o motor gráfico é practicamente o mesmo. Há alguns pequenos melhoramentos visuais, como alguma geometria adicional nos cenários. Os personagens e suas expressões faciais pareceram-me mais bem conseguidas também. De resto, no que diz respeito ao voice acting e som no geral, nesse campo a série sempre foi excelente e aqui não tenho nada a apontar.

Portanto para este Call of Duty Modern Warfare 3, tenho de o analisar apenas pela sua campanha single player, que já na altura não era de todo o factor mais importante para a maioria dos seus fãs. E a sua campanha, apesar de competente e variada, é extremamente curta. Demorei cerca de 5h a passar a campanha num nível de dificuldade médio, e ainda tive algumas pausas pelo meio para alguns telefonemas mais longos. Mas a jogabilidade é sólida e claro, para quem gosta de jogos multiplayer, certamente que encontrou aqui muitas horas de divertimento. No meu caso não justificaria o full price.

Uncharted: Golden Abyss (Sony Playstation Vita)

E o primeiro jogo que joguei do início ao fim na minha Playstation Vita lá acabou por ser este Uncharted: Golden Abyss, já que ando numa onda de terminar esta franchise. Mas este título em particular não foi desenvolvido pela Naughty Dog, mas sim pelos Bend Studio, os mesmos por detrás da também saudosa franchise Syphon Filter. O meu exemplar foi comprado algures numa CeX no Norte do país em Fevereiro do ano passado, tendo-me custado 13€.

Jogo com caixa

Este Golden Abyss é uma prequela do primeiro jogo, protagonizando um Nathan Drake um pouco mais jovem e uma vez mais no encalço de um valioso tesouro, desta vez deixado para trás por uma extinta civilização algures no Panamá. Naturalmente, tal como nos outros jogos da série, teremos alguns antagonistas para enfrentar, nomeadamente um general de um exército revolucionário local e não só.

Nos primeiros níveis vamos tendo tutoriais que nos indicam os controlos e mecânicas de jogo

Numa primeira abordagem temos de considerar que este é um jogo feito a pensar numa consola portátil. E por muito tecnicamente impressionante que a PS Vita seja, comparando com a tecnologia da altura, não deixa de ser uma consola portátil. E à primeira vista, este Uncharted Golden Abyss parece portar-se muito bem, ao conseguir condensar a fórmula dos Uncharted numa portátil. Isto quer dizer que teremos na mesma as mecânicas de cover based shooting, a vertente de exploração ao resolver puzzles, procurar tesouros e outros coleccionáveis, bem como o platforming que já nos tinha sido habituado. Os controlos básicos são muito semelhantes aos Uncharted clássicos, com o botão círculo a colar-nos a paredes ou muros para servir de abrigo nos tiroteios, o botão L para apontar e o R para disparar. Confrontos corpo-a-corpo usam novamente o quadrado, mas naturalmente que teremos algumas mecânicas de jogo novas para tirar partido das características próprias do hardware da Playstation Vita, nomeadamente o seu uso do touchscreen frontal e traseiro. Com o touch screen podemos pressionar alguns ícones que poderão surgir no ecrã, bem como definir o arco que queremos atirar as granadas ou mesmo para alguns QTEs que vão surgindo ocasionalmente. Os sensores de movimento também vão sendo usados ocasionalmente, como na máquina fotográfica ou quando Nathan se desiquilibra ao atravessar alguma passagem estreita.

Os QTEs que o jogo nos apresenta obrigam-nos a usar o touch screen

O problema a meu ver é que a narrativa não é tão empolgante quanto nos Uncharted da série principal. São muito poucos aqueles momentos altamente cinematográficos e repletos de acção over the top, e por vezes o jogo força-nos demasiado a utilização dos gimmicks da Vita, como o touch screen e sensor de movimento. Eu gosto de pegar nas portáteis antes de ir dormir, e quanto menos tiver de me mexer na cama enquanto jogo melhor, o que não consegui fazer aqui. De resto, não temos nenhum modo multiplayer, mas o jogo tinha mesmo imensos coleccionáveis para apanhar, incluindo loot que os inimigos iam deixando cair e que poderia ser posteriormente trocado com outros jogadores através da aplicação Near da Vita. Mas esse serviço já está em baixo pelo que acabei por não o usar. Outros dos coleccionáveis são umas cartas que podem ser usadas no Uncharted Fight For Fortune, um trading card game dos mesmos produtores que saiu apenas em formato digital na PS Vita e que não planeio jogar.

Ocasionalmente teremos também de usar os sensores de movimento da portátil

No que diz respeito aos audiovisuais, estes estão muito bons tendo em conta as circunstâncias. O voice acting, tanto do Nathan Drake como do Sully é protagonizado pelos mesmos actores dos restantes jogos da série, pelo que podem contar com a mesma qualidade e o mesmo pode ser dito das restantes interpretações. Graficamente o jogo é muito bonito tendo em conta que está a correr numa consola portátil. É verdade que é um jogo de lançamento da PS Vita, mas serve precisamente para demonstrar as suas capacidades, ao apresentar paisagens e personagens muito bem detalhadas, bem como bonitos efeitos de luz. O problema é que não há grande variedade de cenários, estamos sempre a vaguear em selvas e templos antigos, com ocasionalmente algumas cavernas. E mesmo assim, os cenários são bem mais contidos, com corredores e poucas áreas abertas. A Vita é uma portátil muito impressionante para a sua época, mas não é uma Playstation 3.

Este é um puzzle interessante que nos obriga a direccionar a consola para uma fonte de luz

Portanto este Uncharted Golden Abyss apesar de não ser tão emocionante quanto os jogos da série principal, não deixa de ser um jogo bem sólido e não destoa assim tanto dos restantes. Se ao menos a narrativa estivesse nos mesmos padrões dos restantes e o jogo não forçasse tantas mecânicas de jogo diferentes, certamente seria um jogo bem melhor.

Uncharted 4: A Thief’s End (Sony Playstation 4)

Depois de ter terminado a trilogia original do Uncharted, comecei a jogar, embora de forma algo alternada, o Uncharted Golden Abyss da PS Vita e este Uncharted 4 para a Playstation 4. Enquanto o jogo da Vita é um capítulo secundário nas aventuras de Nathan Drake, este já é uma sequela a sério. E mesmo tendo jogado a trilogia original nas suas versões remastered para a PS4, o salto qualitativo deste Uncharted 4, mesmo comparando com os remasters dos anteriores, é de facto bastante notável. O meu exemplar foi comprado algures no ano passado a um vendedor particular. É a edição limitada que traz um steelbook, um livro com artwork e foi comprado novo, por apenas 7€.

Edição limitada com caixa de cartão exterior, steelbook, artwork, papelada e autocolantes

A história leva-nos uma vez mais a explorar a vida de Nathan Drake em mais uma busca a um tesouro, desta vez o do pirata Avery, que aparentemente teria escondido uma fortuna de valor incalculável. É também um jogo onde iremos descobrir mais coisas do passado de Nathan Drake, nomeadamente a sua relação com o seu irmão Samuel Drake, que acaba por ter um grande foco na história do início ao fim. Até porque é o próprio Sam que convence Nathan a abandonar a sua então vida pacata para retomar a busca ao tesouro que começaram muitos anos antes. E claro, uma vez mais não estarão sozinhos nessa busca, pois teremos um exército de mercenários para enfrentar também.

Os combates corpo a corpo são mais brutais, e desta vez sem indicações no ecrã dos botões a pressionar no caso de contra ataque

No que diz respeito à jogabilidade, o básico é o mesmo que a série já nos tem habituado desde a trilogia original, mas acreditem ou não, o resultado é ainda melhor. Temos uma vez mais um excelente balanço entre sequências de acção over the top, a exploração e platforming, tudo associado a uma narrativa ainda mais bem escrita, que nos faz criar uma maior empatia entre todas as personagens principais. Os tiroteios, que continuam a assentar nas mesmas mecânicas cover based, possuem agora um maior foco na furtividade, ao dar-nos mais esconderijos, a possibilidade de “marcar” os inimigos, bem como sermos avisados se estivermos prestes a ser descobertos. Claro que podemos ignorar uma abordagem furtiva e entrar à Rambo, mas isso tem consequências, pois os inimigos são ainda mais agressivos e todos nos vão começar a flanquear e atacar de forma mais voraz que antes. Alguns deles, principalmente os soldados altamente armadurados, são autênticas esponjas de balas, mas felizmente já só perto da recta final é que os começamos a enfrentar. Os combates corpo-a-corpo foram também revistos e, apesar de os controlos serem practicamente idênticos ao que eram antes, agora não temos no ecrã a informação visual que nos avisa quando devemos contra-atacar um golpe inimigo. Teremos mesmo de observar os seus movimentos e agir correctamente quando necessário, algo que será absolutamente vital num certo encontro lá mais para a frente.

Ocasionalmente poderemos conduzir alguns veículos, como as belíssimas paisagens de Madagascar

De resto, tal como os anteriores, teremos à nossa disposição um grande arsenal de armas que poderemos descobrir e utilizar, embora apenas possamos carregar com uma arma leve, uma pesada e algumas granadas. Para além disso contem com alguns puzzles ocasionais, estes sinceramente achei-os um pouco mais desafiantes que os anteriores (e ainda bem!) bem como imensos coleccionáveis, muitos deles muito bem escondidos. Para além do modo história, que é sem dúvida mais longo que os anteriores Uncharted, teremos também um modo multiplayer competitivo que sinceramente não cheguei a perder tempo. Temos também um DLC com um modo co-op de sobrevivência, onde teremos de enfrentar diversas ondas de inimigos, mas também não perdi tempo com ele. A expansão The Lost Legacy acabou por ser lançada como um título standalone, pelo que o irei abordar separadamente, assim que o terminar.

O HDR é muito bem utilizado nos efeitos de luz

A nível audiovisual, tal como eu referi acima, já tinha achado os remasters da trilogia original com óptimo detalhe gráfico, mas quando peguei neste Thief’s End apercebi-me que de facto este Uncharted 4 é um jogo de uma geração acima. O nível de detalhe, tanto nas paisagens (que tal como nos anteriores até que são bastante detalhadas), como nas próprias personagens, os efeitos de luz, fogo, água e por aí fora são de facto de uma qualidade que deixam os Uncharteds da Playstation 3 uns bons furos abaixo. Quando comecei este jogo é que me apercebi que a maior parte dos títulos da PS4 que joguei até agora foram títulos que não foram necessariamente desenvolvidos a pensar nesta plataforma, pelo que me voltei a surpreender com o que esta máquina da Sony é capaz e que ainda tenho muito que jogar! De resto, o voice acting é excelente como antes e, tal como referi acima, os produtores conseguiram construir óptimos diálogos, que não só resultam bem nas cutscenes, como naquelas pequenas conversas que os protagonistas vão tendo ao longo do jogo. São diálogos que parecem completamente naturais e assentam muito bem à personalidade dos protagonistas.

O arsenal à nossa disposição é bastante vasto e teremos de o usar de forma inteligente nos diferentes combates que iremos defrontar

Portanto, este Uncharted 4 é um excelente jogo de acção, na minha opinião o melhor da série até ao momento, pois para além de ser uma produção excelente no campo audiovisual, narrativa e a fluidez com que a história se desenrola, possui também uma jogabilidade ainda mais refinada. Pena que tenham trocado alguns controlos, nomeadamente os botões de recarga e lançar granadas, que me levaram a desperdiçar alguns explosivos de forma bastante estúpida até me habituar.

Leisure Suit Larry: Box Office Bust (PC)

Depois do decepcionante, porém com algum potencial, LSL Magna Cum Laude, a Vivendi ainda possuia planos para desenvolver mais um jogo da série, com Larry Lovage, sobrinho de Larry Laffer, como protagonista. Desenvolvido pelos britânicos da Team 17, os mesmos por detrás da famosa franchise dos Worms, este Box Office Bust acabou por sofrer vários atrasos na sua produção e, com a  própria Vivendi em maus lençóis, o que sobrou do seu desenvolvimento acabou por ser adquirido pela também britânica Codemasters. O jogo acabou mesmo por sair em 2009 para o PC, PS3 e X360, cujo meu exemplar acabou por ser comprado algures em 2012 na Game do Maiashopping, creio que por menos de 3€.

Jogo com caixa e manual

Tal como referido acima, este Box Office Bust coloca-nos novamente com Larry Lovage, sobrinho de Larry Laffer como protagonista. E desta vez é o próprio Laffer que nos incumbe de uma importante missão: trabalhar à paisana nos seus estúdios cinematográficos de forma a apanhar uma toupeira, que planeia sabotar o estúdio para dar vantagem à sua concorrência do outro lado da rua, os estúdios Big Anus. Sim, tal como todos os outros Larry este também possui imenso innuendo e referências sexuais. Mas enquanto os clássicos faziam-no de forma algo inocente, o Magna Cum Laude já era demasiado grosseiro, mas ainda com piada, este Box Office Bust é apenas grosseiro. Os diálogos continuam tão parvos como no Magna Cum Laude, mas aqui acho que se esforçam demasiado para a pouca piada que acabam por ter.

À esquerda, Larry Laffer, nada a ver com o original

Mas se a história não é nada de especial, ao menos que a jogabilidade fosse melhor, o que infelizmente não é o caso. O Magna Cum Laude já se tinha desviado bastante da fórmula dos LSL clássicos, mas o seu foco em mini-jogos (muitos deles maus) não o favoreceu. Aqui quiseram representar o jogo como uma espécie de open world, onde poderemos navegar pelo estúdio e ir completando algumas missões à medida que os seus ícones fossem surgindo no mapa do jogo. Infelizmente os controlos e as físicas são terríveis. Muitas missões são relativamente simples, ao incumbir-nos de tarefas típicas de um moço de recados ao transportar ou coleccionar objectos espalhados pelos cenários. Mas muitas destas missões obrigam-nos também a passar alguns desafios de platforming e apesar de Larry poder saltar, duplo salto, e saltar entre paredes à lá Ninja Gaiden, a implementação dos controlos deixa muito a desejar. Eventualmente teremos também de combater alguns inimigos e aqui o sistema de combate uma vez mais é completamente atroz. Mais lá para a frente teremos também alguns segmentos de shooting, e estes apesar de maus, já são um nadinha mais agradáveis.

A ideia de um jogo de acção/aventura open world nem me parece tão descabida, mas a jogabilidade acabou por ficar horrível

Ocasionalmente teremos alguns mini-jogos para participar, muitos deles envolvem QTEs mas, no caso da versão PC, todos os botões que surgem no ecrã são B1, B2, B3 e por aí fora, o que nos obriga a memorizar qual foi o mapeamento de botões que tenhamos configurado. Creio que o mini jogo mais interessante é o de realizar a parte final de alguns filmes, onde teremos de estar especialmente atentos ao diálogo e seleccionar uma de três câmaras disponíveis que melhor representem a acção. Muitas vezes apanhamos coisas estranhas a acontecer em background e, por muito tentador que seja mantê-las no filme, temos mesmo de o evitar fazer.

Ocasionalmente teremos de realizar alguns trechos de filmes, um mini jogo até que divertido

No que diz respeito aos audiovisuais, graficamente é um jogo que possui cenários simples, com texturas limpas, algo cartoony até, mas bem eficazes. É possivelmente o melhor que posso tirar daqui, pois os estúdios de Laffer são bastante diversos, com edifícios com diferentes propósitos e iremos inclusivamente sonhar com alguns filmes, sendo transportados para um Western, um filme de terror e um Titanic, o que acaba por dar uma maior variedade nos cenários a explorar. Por outro lado, quando olhamos para as personagens, quer para as mulheres que teoricamente deveriam ser bem sexy, quer para os homens, todos possuem caras e proporções horríveis, mesmo com o aspecto cartoon que o jogo tenta incutir. Até o próprio Larry Laffer não tem rigorosamente nada a ver com o seu visual clássico. O voice acting até que é bem competente, embora tal como já referi acima a narrativa deixa muito a desejar. O ponto mais positivo disto é mesmo a personagem do actor Damone Le Coque ser protagonizada pelo mesmo actor que dá a voz a Joe Swanson, o polícia paraplégico de Family Guy.

Neste Box Office Bust não há nudez. E sinceramente ainda bem pois todas as personagens são horríveis.

Portanto este LSL Box Office Lust é de facto um mau jogo que merece todas as más críticas que recebeu. Percebo o porquê da Codemasters o querer lançar pois o nome de Leisure Suit Larry ainda era algo popular, mas também percebo porque é que o jogo baixou tanto de preço e tão rapidamente. A ideia de ser um jogo de acção/aventura com mecânicas de open world nem é assim tão descabida quanto isso (seria bem preferível aos mini jogos chatos de Magna Cum Laude), mas a sua implementação foi simplesmente péssima. Certamente que foi mais um jogo inacabado a sair para o mercado.