36 Great Holes (Sega 32X)

Voltando agora às rapidinhas e para um jogo desportivo, vamos ficar com um título de Golf, esse desporto que a mim me diz muito pouco, mas surgiu a hipótese de comprar um jogo 32X completo a um preço muito convidativo pelo que não a deixei escapar. Este meu exemplar veio de uma loja da Áustria, mais precisamente em Viena. Um amigo meu também coleccionador foi lá passar uns dias, descobriu a loja e acabou por me comprar umas coisas também. Este meu exemplar ficou por 9€.

Jogo com caixa e manual

Ora 36 Great Holes parece o título de um filme de origem questionável, pelo que o seu nome completo é Golf Magazine: 36 Great Holes Starring Fred Couples. Portanto o jogo parece ter o patrocínio não só de uma revista de golf, mas também de um jogador que sinceramente nunca tinha ouvido falar. E também como o título do jogo refere, aqui vamos poder jogar em 36 buracos de diferentes circuitos Norte Americanos. Ou seja, não há um circuito completo para jogar, mas sim um conjunto de partes de diferentes circuitos.

O ecrã título mostra-nos um curto, porém bastante fluído e nítido vídeo de Fred Couples a dar-nos as boavindas

Inicialmente vemos que temos diferentes modos de jogo para experimentar, desde um modo de treino que convém visitar quanto mais não seja para nos familiarizarmos com os controlos, bem como outros modos de jogo como é o caso de torneios, Stroke play. Scramble (este é um modo de jogo em equipa, onde só as melhores tacadas de equipa são aproveitadas), Shoot Out, etc. Dentro de muitos destes modos de jogo podemos escolher jogar um circuito completo de 36 buracos, ou algumas selecções pré-determinadas de circuitos de 18. Antes de começarmos o quer que seja podemos optar por jogar com o tal Fred Holes ou criar o nosso próprio jogador, num menu que mais faz lembrar RPGs, pois podemos escolher o tipo de corpo e cara, a cor das calças, t-shirt, entre outros.

Não convém mandar a bola para a água, são tacadas completamente desperdiçadas

Uma vez em jogo, sendo este um simulador, teremos várias opções a todos os tempos, desde ajustar a posição dos pés em relação ao tee, mudar de tacos e uma estimativa da distância máxima que a bola pode alcançar com cada taco diferente, activar grelhas de nível para melhor ter uma ideia da superfície de jogo, entre muitos outras coisas. Uma vez assumindo que queremos dar uma tacada, começamos por ver uma barra de energia a mover-se. Esta é a potência da tacada, e para cada jogada o CPU indica qual é a zona perfeita da barra de energia que deveremos atingir. Uma vez seleccionada a potência, outra barra de energia começa a mover-se, esta define a precisão da nossa jogada e uma vez mais o objectivo é alinhar a barra de energia com o limite sugerido pelo CPU.

Sempre que metemos uma bola no buraco temos a possibilidade de ver e/ou gravar o replay da jogada

No que diz respeito aos audiovisuais, assim que surge o ecrã título vemos uma pequena janela de vídeo onde o atleta Fred Palmer nos dá as boas vindas ao jogo. É uma sequência de vídeo curta, mas muito bem definida. No jogo em si, tudo está num 2D muito bem representado, com cores vivas e gráficos bem definidos. Já na Mega Drive  tínhamos alguns títulos de golf com visuais com alguns gráficos poligonais primitivos, e a 32X, tendo sido um aparelho a pensar precisamente em oferecer algumas características mais fortes de representação poligonal em 3D, seria de esperar que houvesse alguns gráficos poligonais neste jogo, mas não é o caso. E sinceramente ainda bem, pois acabou por se tornar num dos jogos de golf 2D mais bonitos da sua época. No que diz respeito ao som, tudo parece também ser competente. As músicas vão surgindo apenas nos menus, sendo que nas partidas de golf apenas ouvimos a natureza, as nossas tacadas e alguns comentários ocasionais de Fred Palmer. É verdade que estes poderiam ser um pouco mais variados, mas a qualidade dos samples de voz estão muito bons.

Portanto este 36 Great Holes acabou por me surpreender pela positiva, pois não só parece ser um jogo de golf bastante sólido como simulador, como visualmente muito apelativo. A aposta em gráficos 2D de alta qualidade a meu ver acabou por ser a melhor, pois fez com que o jogo tenha envelhecido melhor.

Night Trap (Sega Mega CD)

Vamos voltar à Mega CD, agora com mais um dos muitos jogos full motion video prestentes no sistema, embora este tenha um legado especial, muito pelas polémicas que esteve envolvido, bem como as suas origens. O meu exemplar foi comprado a um particular no Reino Unido há uns meses atrás, tendo-me custado algo em torno das 20 libras.

Jogo com caixa, manual e 2 discos

Ora então qual é o conceito deste Night Trap? Basicamente uma série de raparigas adolescentes desapareceram misteriosamente depois de terem ido dormir a casa de uma amiga. A polícia tentou investigar o caso mas a família dona da casa, os Martins, mostrou resistência à polícia para investigarem o interior da casa, pelo que o caso passou para uma polícia de elite, os SCAT (Sega Control Attack Team), que se infiltraram na casa e descobriram um complexo sistema de câmaras de vigilância e armadilhas montadas na maioria das divisões. Suspeitando então do envolvimento dos Martins no desaparecimento das adolescentes, eles instalaram um cabo no sistema de controlo das cãmaras e armadilhas, transferindo o seu controlo para o jogador.

Apresento-vos os Auger, os vampiros mais fatelas que já viram

Ou seja, em real-time teremos acesso a todas as câmaras da casa, onde não só poderemos ir vendo as conversas entre as personagens intervenientes (as adolescentes e a família Martin), bem como o que vai acontecendo nas outras divisões, onde desde muito cedo começamos a ver a casa a ser invadida por homens vestidos todos de preto, com um andar muito peculiar (parecem todos mancos) e munidos de umas máquinas estranhas. Mais lá para a frente descobrimos que estas criaturas são na verdade Augers, uma espécie de vampiros muito fraca (daí mexerem-se de forma estranha), que precisam de beber muito sangue humano para se tornarem mais fortes e eventualmente vampiros a sério, algo que os Martins aparentemente já o são.

Se acham que isto tem uma vibe muito anos 80, não é por acaso, as filmagens foram feitas em 1987

Ora a ideia é ir circulando pelas divisões e activar as suas armadilhas, sempre que algum auger passe junto de uma, algo que vemos quando uma barra de energia na parte de baixo do ecrã se aproxima do vermelho. Ao longo de todo o jogo teremos 95 Augers para apanhar, sendo que para alcançar um bom final temos de pelo menos conseguir capturar metade. Isto faz com que não consigamos estar sempre a seguir a história do ponto de vista das outras personagens, que no início apenas fazem coisas parvas de adolescente e nao perdemos grande coisa a não ser alguns momentos cringe, mas a certa altura os Augers começam mesmo a atacá-las, pelo que teremos de levar a câmara à divisão certa e activar a armadilha local no momento certo, ou seja quando um Auger passa pelo local da armadilha, não a adolescente que queremos salvar. Naturalmente que isto nos obrigará a jogar muitas vezes para memorizar onde os Augers aparecem e quando se dão os ataques às vítimas. Também temos de espiar os Martins, pois eles podem mudar o código de controlo do sistema de vigilância, algo que nós também teremos de mudar do nosso lado, caso contrário deixamos de conseguir activar as armadilhas. Ou seja, não capturar Augers suficientes e deixar morrer algumas vítimas chave dão-nos direito a uma de várias sequências diferentes de game over, sendo que para alcançar o final perfeito temos de capturar os 95 augers, os membros da família Martin, salvar todas as vítimas e não capturar acidentalmente alguns dos bons da fita. Isto é algo muito difícil de obter sem seguir um guia à risca.

Por muito que tentemos repelir os Augers, as raparigas irão ser todas atacadas e temos de activar as armadilhas no momento certo

Mas para além de maus actores e sequências algo cómicas, há muito mais para falar sobre este Night Trap. Apesar de ter saído originalmente em 1992 para a Mega CD, na verdade o mesmo foi todo filmado e produzido em 1987, tal como o Sewer Shark que também trarei cá em breve. Ambos os jogos eram supostos serem os títulos de lançamento de uma consola que a Hasbro quase lançou para o mercado, precisamente com foco em videojogos baseados em full motion video, e com leitores de VHS embutidos. Felizmente a coisa não chegou a ir em frente mas tanto o Night Trap como o Sewer Shark já estavam practicamente prontos, pelo que os criadores do jogo fundaram a Digital Pictures e formaram um acordo com a Sony, que nesta altura estaria a preparar a Playstation, juntamente com a Nintendo como um add-on para a consola de 16bit. Esse projecto acabou também por ser descartado, pelo que ambos os jogos acabaram por ser lançados posteriormente na concorrência.

Ora em 1993 dá-se também o lançamento das versões domésticas do Mortal Kombat, um jogo de luta extremamente violento para a altura. Tanto o Mortal Kombat, como este Night Trap, que na verdade nem tem qualquer gore ou violência explícita no seu ecrã, foram alvos de duras críticas por parte de um congressista norte americano. A polémica resultou no estabelicimento do sistema de rating de videojogos ERSB e uma das cenas, a parte em que uma jovem estava em camisa de dormir na casa de banho sendo posteriormente atacada pelos Augers, acabou por ser censurada. Mas injustamente, pois não há violência explícita, sangue e nem sequer nudez.

A infame cena da casa de banho que acabou por ser censurada na versão norte-americana

No que diz respeito aos audiovisuais, obviamente que a qualidade dos actores não é a melhor, os diálogos são muitas vezes cringe, os Augers parecem idiotas a andar, as suas armas são ridículas, as armadilhas espalhadas pela casa ainda mais. Mas tudo isso faz parte do charme! Mas sendo mais objectivo, a qualidade do vídeo é um bocado má, algo que já estamos habituados na Mega CD, infelizmente. Nos anos seguintes o jogo foi convertido e relançado noutras plataformas como o PC/Mac e a consola 3DO, esta última supostamente com a melhor qualidade de vídeo e sem qualquer censura que a versão Mega CD mais tarde recebeu, pelo menos em solo americano. Mas ainda nas consolas da Sega, em 1994 o jogo recebeu um novo update, tendo sido relançado como um dos poucos títulos “Mega CD 32X”, ou seja jogos em formato de CD mas que também requeriam o addon extra da 32X para apresentar melhores visuais. Aqui os vídeos possuem uma qualidade melhor, mas não superior à versão 3DO.

Portanto este Night Trap apesar de ser um jogo que envelheceu mal tal como a maioria dos jogos baseados em full motion video seus contemporâneos, na verdade até tinha algumas ideias originais nas suas mecãnicas de jogo. Acho que se não houvessem tantos Augers para capturar e nos dessem mais tempo para apreciar as histórias à volta dos personagens principais até seria mais interessante! De resto, se o quiserem mesmo experimentar, aparentemente a Digital Pictures (ou o que resta deles) voltaram a relançar o jogo em 2017, ano que celebravam os 25 anos do lançamento original. Por acaso não cheguei a experimentar, nem sei se traz algumas novas funcionalidades, mas fica a dica. Outros jogos do seu reportório como o Corpse Killer ou o Double Switch foram também relançados.

After Burner II (Sega Mega Drive)

Fica difícil escrever sobre este After Burner II depois de já ter escrto sobre o mesmo na sua versão After Burner Complete para a Sega 32X, tendo esta sido uma versão mais fiel ao original arcade, pelo menos até ter chegado a compilação Sega Ages para a Saturn. Portanto já adivinharam, este vai ser mais uma super-rapidinha! O meu exemplar veio do Reino Unido, por menos de 5 libras.

Jogo com caixa e manual

Tal como alguns outros jogos arcade da mesma época, por exemplo o Galaxy Force II, este After  Burner II não é uma verdadeira sequela, mas sim um update ao original, possuindo apenas mais níveis e alguns melhoramentos ligeiros na sua jogabilidade, como a possibilidade de alterar a velocidade a que o avião viaja. A versão Mega Drive traz tudo isso e naturalmente que era uma versão bem mais impressionante do que a conversão do original para a Master System. É um jogo lançado relativamente cedo no ciclo de vida da Mega Drive, tendo saído algures durante 1990, sendo uma conversão muito benvinda.

Vamos ouvir Fire! muitas vezes

Graficamente é um dos títulos arcade que usavam a tecnologia Super Scaler, uma técnica que permitia a ampliação de sprites de uma forma bastante fluída. A versão Mega Drive ainda não é tão boa quanto a arcade, mas não deixa de ser uma conversão interessante. O jogo continua frenético, as músicas são agradáveis e os gráficos não perderam assim tanta qualidade quanto isso. É verdade que a versão 32X acaba por ser ainda mais fiel ao original arcade, mas foi lançada já em 1995, numa altura em que o original arcade já tinha 8 anos, pelo que essa adaptação já não teve o mesmo impacto.

Shadow of the Beast (Sega Master System)

Voltando às rapidinhas na Master System, vamos ficar agora com um jogo onde já cá trouxe duas das suas conversões, nomeadamente a versão ZX Spectrum e da Mega Drive, que já é mais próxima do original Amiga. Para a Master System, cuja conversão ficou a cargo da TecMagik, estes decidiram mudar algumas coisas nas mecânicas de jogo base. Algumas foram boas ideias, outras nem por isso. O meu exemplar foi comprado no início de Dezembro na Feira da Vandoma no Porto por 15€.

Jogo com caixa e manuais

Ora o que temos então de novo? A principal novidade está num sistema de inventário, que nos permite ir coleccionando os itens e usá-los mais tarde, como chaves para abrir portas, poções mágicas de efeitos diversos, ou mesmo outros itens especiais como uma tocha, uma arma e uma espécie de jetpack que necessitaremos de usar nalguns níveis em específico. A ideia até que é boa, mas poderia estar melhor implementada, pois o inventário é muito limitado e a gestão poderia ser melhor. Isto porque para apanhar um item basta tocar-lhe, e se por um lado algumas poções podem ter efeitos benéficos como regenerar parte da barra de energia ou dar invencibilidade temporária, muitas outras possuem efeitos adversos como trocar os controlos ou perder parte da barra de vida. Portanto não só podemos apanhar itens que não queremos, como depois não temos forma de os tirar do inventário a não ser usá-los. Também temos de ter cuidado para não gastar itens chave antes do tempo!

Graficamente é uma versão bem competente para a Master System, com sprites grandes, detalhadas e alguns efeitos de parallax scrolling

Os controlos também poderiam ser melhores. Tal como nas outras versões, este é um jogo difícil, pois os inimigos surgem rapidamente das margens do ecrã, com pouca margem para reagir e na maior parte do jogo a única arma que temos são os punhos, pelo que teremos de ter um timing muito perfeito para conseguir atacar os inimigos correctamente. Por vezes é mesmo impossível não sofrer dano. Ora este é um daqueles jogos em que o D-Pad para cima serve de botão de salto, o que sinceramente não é uma boa ideia num jogo tão exigente quanto este. Os botões faciais servem para atacar e lançar o menu com o inventário. Sinceramente eu colocaria o inventário no menu de pausa, libertando esse botão para os saltos. É que quando lançamos o inventário o jogo acaba por ficar pausado de qualquer das formas…

Nem todas as poções que encontramos têm efeitos positivos

Mas adiante, a nível gráfico é uma conversão também notável. As sprites são grandes e bem detalhadas, especialmente os bosses, que possuem um design muito interessante, se bem que practicamente não têm animações nenhumas. Os níveis “ao ar livre” possuem um interessante efeito de paralaxe, sendo que de resto acabam por ser algo aborrecidos, pois apenas temos de andar de um lado para o outro, defendendo-nos de ataques inimigos e esquivando de obstáculos. As músicas são bastante agradáveis, a TecMagik conseguiu fazer um excelente trabalho com o chip limitado da Master System e só nos faz pensar no quão bom seria se a Sega tivesse lançado a Master System com suporte ao som FM, tal como o fez no Japão.

De resto esta acaba então por ser uma interessante adaptação do clássico da Psygnosis. A Master System, como um modesto sistema 8bit, acaba por ser algo impressionante do ponto de vista técnico. A inclusão de um sistema de inventário é benvinda, mas a sua execução, assim como os controlos, poderiam ser muito melhores.

JoJo’s Bizarre Adventure (Sega Dreamcast)

Nos memes actuais, são muito comuns as referências ao anime JoJo. É uma série que tem vindo a ganhar cada vez mais popularidade no ocidente, apesar de já existir na forma de manga desde a década de 80. Os seus videojogos, pelo menos fora do Japão, têm sido algo escassos, sendo que no final da década de 90 a Capcom aproveitou a franchise para lançar mais um dos seus inúmeros jogos de luta em 2D nas arcades, tendo sido convertido posteriormente para sistemas como a Playstation e Dreamcast. O meu exemplar foi comprado algures em 2016, tendo vindo como new old stock numa loja no Porto. Custou-me 5€.

Jogo com caixa e manuais

Nunca li nem vi os mangas/anime JoJo, mas aparentemente seguem a linhagem da família Joestar no seu confronto contra Dio, um vampiro. Mas ao contrário da família Belmont que está munida de chicotes, aqui todas as personagens possuem poderes psíquicos, onde invocam um espírito que luta a seu lado e lhes pode conferir poderes especiais, como manipulação de elementos como água e vento, ou mesmo parar o tempo, no caso de Dio. Este Bizarre Adventure da Dreamcast possui na verdade não um mas sim dois jogos diferentes. A primeira versão arcade produzida pela Capcom era conhecida como JoJo’s Venture sendo que lançaram posteriormente uma actualização, com mais personagens jogáveis, mais arenas, mais golpes e possivelmente alguns balanceamentos na jogabilidade. Aqui podemos jogar ambos os jogos, onde para além do modo versus para 2 jogadores e o modo história/arcade, teremos também a possibilidade de jogar o modo Survival onde teremos de enfrentar oponentes em seguida até ao máximo que conseguirmos aguentar.

Alguns dos poderes especiais são mesmo muito extravagantes

A nível de jogabilidade, os botões faciais do comando da Dreamcast servem para desferir golpes ligeiros, médios e pesados. O botão que sobra serve para activar ou desactivar o stand, ou seja o nosso espírito/familiar que nos acompanha. Dependendo da personagem, o stand pode acompanhar-nos nos combates, lutando lado a lado, substituindo completamente a personagem principal, ou assumindo a forma de armas. Para além da barra de vida de cada lutador, abaixo vemos a barra de vida dos stands, cuja vai regenerando sempre que os desactivemos. O ritmo de jogo pode ser frenético principalmente quando activamos os stands, pois nessa forma já conseguimos despoletar uma série de combos e golpes especiais. Não tendo os stands disponíveis, as personagens também são um pouco mais vulneráveis, pelo que teremos de optar por uma jogabilidade mais contida. Antes de começarmos cada partida podemos optar por jogar no modo normal ou easy. Este último é bom para practicar, pois simplifica alguns golpes e combos, mas por outro lado não podemos desencadear alguns dos golpes mais poderosos. Para practicar a sério existe um modo de jogo para esse efeito.

Como a Capcom nos tem vindo a habituar desde os Darkstalkers e a série Versus, a acção pode ficar mesmo muito intensa

No que diz respeito aos audiovisuais, este é um jogo desenvolvido originalmente no sistema CPS3 da Capcom, o mesmo usado nos Street Fighter III que acabaram mais tarde por serem convertidos para a Dreamcast. Portanto possui sprites em 2D muito bem detalhadas e animadas, já as arenas são algo estáticas, mas não deixam de ser bonitas. Se jogarmos o modo história/arcade, entre cada combate vamos vendo cutscenes que contam a história do ponto de vista da personagem escolhida. Nunca vi o anime, pelo que não sei o quão fidedignas estas histórias são, mas se escolhermos um dos bons da fita, a maneira como a história se desenrola acaba por ser muito semelhante no final. Já se escolhermos um dos vilões, as coisas acabam por não correr muito bem para os heróis. Mas as cutscenes até que são consideráveis para um jogo de luta, pelo que foi uma agradável surpresa. Aparentemente a conversão da Playstation inclui ainda um Super Story Mode, que parece ser ainda melhor, é pena que não chegou a este port. No que diz respeito ao som, bom ouvimos muitas frases em japonês como não poderia deixar de ser. As músicas confesso que estava à espera que fossem um pouco mais memoráveis, mas não são más de todo.

Portanto este JoJo’s Bizarre Adventure acaba por ser mais um bom jogo de luta da Capcom e confesso que até me deixou com vontade de ver o anime um dia destes. É uma pena que o jogo não tenha tido tanto sucesso assim, pois depois deste fighter foram feitos uns jogos para a PS2 que até me pareceram bastante interessantes, mas ficaram-se pelo Japão apenas. Na PS3 e PS4 porém surgiu mais uma dupla de fighters, e estes já sairam no Ocidente, embora a Capcom já nada tenha a ver com os mesmos. A ver se lhes dou uma oportunidade um dia que os encontre no preço certo.