Chameleon Twist (Nintendo 64)

Continuando pelas rapidinhas, mas visitando agora a Nintendo 64, o jogo que cá trago hoje é um daqueles que nunca tinha ouvido sequer falar, mas após ter encontrado vários jogos Nintendo 64 (e não só) como new old stock de uma loja do Porto, algures em 2015, acabei por o comprar. Afinal tinha-me custado apenas 5€ e tinha o selo da Sunsoft na caixa, então o que poderia correr mal?

Jogo com caixa, manual e papelada

Bom, em primeiro lugar a história é practicamente inexistente. Vemos um coelho com uma cartola todo atarantado a correr na floresta, passando por um camaleão aborrecido com a vida. Ali entra num portal e o camaleão, como não devia ter muito que fazer, decide ser curioso e entra no portal, obrigando-nos a completar uma série de níveis e defrontar bosses no final, para poder regressar ao seu mundo.

Pensem numa espécie de bionic commando de plataformas em 3D, mas com uma língua em vez de braço extensível

E este Chameleon Twist até que tem um conceito interessante, na medida em que controlamos um camaleão que pode fazer muita coisa com a língua. Ladies, beware. Antes de começarmos a aventura propriamente dita temos no entanto a possibilidade de correr um tutorial que vai tendo pequenas salas que nos introduzem às mecânicas de jogo. Basicamente o analógico serve para movimentar o camaleão (que quando atravessou o portal mudou de forma, já agora), o botão A para saltar e o B para usar a língua. Bom, tal como o Yoshi, podemos devorar inimigos que estejam à distância e cuspi-los, sendo esta a única forma de ataque que dispomos. A diferença é que quando atiramos a língua para fora, o camaleão fica estático e podemos usar o analógico para controlar por onde se vai esticando a sua língua. Dessa forma podemos apanhar mais que um inimigo de cada vez. E sendo este um jogo de plataformas, podemos também agarrar postes distantes com a língua, servindo de gancho para levar o camaleão para plataformas que não conseguiria alcançar. A língua do bicho serve também de vara para saltar mais alto e estas são todas técnicas que devemos practicar no modo tutorial, pois teremos de as usar para ultrapassar todos os desafios que o jogo nos oferece.

A câmara não ajuda e nem sempre conseguimos perceber qual a altura a que estão os inimigos

De resto, para além de corações que nos restabelecem parte da nossa barra de vida, também podemos encontrar outros itens para apanhar, nomeadamente coroas douradas. Existem mais de 20 em cada nível, sendo que teremos de apanhar um certo número para desbloquear algum conteúdo de bónus, como uma sala secreta no último nível onde temos uma pequena partida de bilhar para jogar. Com a língua do camaleão a servir de taco, claro. Estou a ficar cansado de falar de línguas.

A nível audiovisual é um jogo mediano. Por um lado os níveis até vão sendo bem diferenciados entre si, desde florestas, cavernas, um deserto repleto de ruínas e armadilhas, ou mesmo uma casa assombrada. Mas a nível de texturas acaba por deixar um pouco a desejar. As músicas apesar de não serem desagradáveis e adequarem-se ao nível em questão, por exemplo no deserto ouvimos alguns temas de influências árabes, no fim de contas acabam por não ser propriamente memoráveis.

À medida que vamos avançando, os puzzles também vão sendo mais desafiantes

Portanto este até é um jogo com boas ideias, mas sinceramente não acho que seja um platformer muito cativante. Por um lado os níveis não são assim tão interessantes, apesar de serem bastante distintos entre si. Por outro, o controlo de câmara atrapalha bastante e o camaleão parece-me demasiado lento para algum do platforming de precisão que temos de fazer por vezes. Para além do Boss Rush mode que podemos desbloquear, resta apenas referir que existe também uma componente multiplayer competitiva mas nunca cheguei a experimentar. Mas ainda assim deve ter tido algum sucesso, pois a Nintendo 64 acabou por receber uma sequela em 1999.

Turn and Burn: No-Fly Zone (Super Nintendo)

Continuando pelas rapidinhas, mas agora pela Super Nintendo, vamos ficar com um simulador de F-14, aparentemente uma sequela de um outro simulador de F-14 lançado para a Nintendo Gameboy! Na SNES as coisas são definitivamente mais bonitinhas e o número de botões disponíveis no comando também nos abre mais possibilidades na dificuldade. O meu exemplar foi comprado no passado mês de Setembro na Cash Converters por 8€.

Apenas cartucho

Aqui representamos um piloto do caça norte-americano F-14 Tomcat onde iremos participar numa série de missões num oceano qualquer. As missões seguem todas esta lógica: teremos sempre de partir da pista de um porta-aviões e uma vez no ar podemos abrir o mapa e procurar caças MIG inimigos para abater. Depois de todos os caças inimigos terem sido abatidos (o seu número vai aumentando à medida que avançamos nas missões, passando uma dezena nas missões mais avançadas). Depois dos caças inimigos terem sido todos eliminados, se tivermos mais algum objectivo para cumprir, como a destruição de uma base ou navio inimigo, estes já surgem no ecrã com o mapa/radar, pelo que teremos de nos encaminhar até eles. Uma vez nesses objectivos, se for uma base ou navio teremos de fazer um voo picado e, com a metralhadora, destruir todas as suas defesas. Caso o objectivo seja um outro avião ou bombardeiro, geralmente teremos de subir a uma altitude maior e uma vez mais atacá-lo em pontos-chave (geralmente iluminados). No fim de tudo, ainda temos de regressar ao nosso porta-aviões e aterrar em segurança.

Uma coisa que não é nada realista é que as bordas do radar estão ligadas entre si, ou seja se nos desviarmos sempre para a direita, eventualmente voltamos a surgir à esquerda

Ora aqui mete um pouco de medo no início, pois tal quando temos de atacar algum alvo à superfície, vamos mesmo fazendo um voo picado sobre o porta aviões, que surge no ecrã como uma sprite em mode 7 que vai ampliando à medida que nos vamos aproximar. Mas nos controlos do avião podemos alterar a vista do HUD para uma vista que nos indica se estamos num ângulo de aproximação correcto e a velocidade em que viajamos, se é demasiado elevada ou não para a aterragem.

Mesmo depois de cumprir todos os objectivos temos de aterrar em segurança

Ora sendo este um simulador e não um jogo arcade como After Burner, não temos um reservatório quase ilimitado de mísseis, bem pelo contrário, o seu número é bastante limitado, embora vamos tendo diferentes tipos de misseis para usar. Apenas em missões mais avançadas é que teremos a possibilidade de regressar à base uma ou duas vezes para reabastecer combustível e rearmar (isso é indicado no briefing inicial de cada missão). Para além disso também teremos de ter em conta o combustível que estamos a usar, sendo que aqui, temos sempre direito a um reabastecimento aéreo em cada missão, surgindo um avião no mapa para o efeito, sempre que os nossos níveis de combustível estejam baixos. Portanto, entre reabastecimento de combustível no ar e uma eventual paregem na base, temos de ter sempre em conta o combustível e poupar nos mísseis sempre que possível. Ou seja, muitos dos aviões que vamos abater têm de ser combatidos em verdadeiros dog fights, com recurso à metralhadora. Ah, e a partir de certas alturas convém evitar voar perto de submarinos inimigos (também marcados no radar), pois muitas vezes disparam mísseis contra nós, obrigando-nos a tomar manobras evasivas e activar os flares.

Graficamente é um jogo competente, embora como sobrevoamos os oceanos não há muito que variar

No que diz respeito aos audiovisuais, bom graficamente até é um jogo bonitinho. O cockpit está bem detalhado e lá fora tudo parece realista dentro dos possíveis. Jogamos sempre num oceano, pelo que o que vemos no ecrã ou é céu ou mar, mas jogamos em diferentes alturas do dia e por vezes com céu mais nublado, o que dá também alguns efeitos gráficos interessantes quando atravessamos nuvens. No que diz respeito aos efeitos sonoros, nada a apontar. Já as músicas são muito discretas, mas este é suposto ser um simulador portanto nem estava à espera de músicas por si só.

Portanto, para quem gostar de jogos de aviões numa vertente mais de simulação que arcade, até poderão achar piada a este Turn and Burn. Mas dá muito jeito terem um manual, o que não é o meu caso para já, mas felizmente acabei por encontrar uma transcrição online do mesmo, pelo que já ajudou bastante.

Armorines: Project S.W.A.R.M. (Nintendo Gameboy Color)

Voltando às rapidinhas e à Gameboy Color, o jogo que cá trago hoje é a adaptação para a pequena portátil da Nintendo do Armorines: Project S.W.A.R.M., originalmente um FPS da Acclaim para a Nintendo 64 e Playstation e que, pelo menos no caso da N64, usa o mesmo motor gráfico do Turok 2. Claro que a Gameboy Color não conseguiria correr um FPS inteiramente em 3D pelo que esta adaptação é um jogo inteiramente diferente. O meu exemplar foi comprado durante o mês de Julho deste ano, num bundle grandinho de jogos e consolas a um particular.

Jogo com caixa

A história segue o cliché de uma invasão alienígena e nós acabamos por ser a última esperança da humanidade em combater esta ameaça. Enquanto na Nintendo 64 e PS1 este é um first person shooter, aqui é um jogo de acção numa perspectiva aérea, que me faz lembrar outros jogos como Alien Syndrome. Mas enquanto no Alien Syndrome o objectivo era o de resgatar humanos numa nave espacial invadida por outros aliens, aqui vamos explorar diversos ambientes diferentes, desde refinarias de petróleo, escritórios, submarinos, instalações e laboratórios militares, bem como a nave-mãe e o planeta dos aliens nas missões finais. Para além disso, cada nível vai tendo missões algo diferentes.

A história vai sendo contada ao longo de pequenas caixas de texto que vão surgindo aqui e ali.

A nível de jogabilidade, bom, as coisas são simples até porque a Gameboy Color tem um número limitado de botões. Ao longo do jogo vamos apanhando diferentes armas e upgrades para as mesmas, desde uma que dispara raios eléctricos, outra com projécteis em spread shot, lança-chamas, raios laser, etc. Para as disparar podemos usar tanto os botões A ou B, com a diferença que um deles nos mover livremente enquanto disparamos, com os projécteis a serem disparados na direcção que estejamos virados. O outro botão tranca o nosso movimento, permitindo-nos fazer apenas strafing para os lados e disparar sempre na mesma direcção. Visto que os inimigos possuem padrões de movimento bastante erráticos e são até bastante rápidos, vamos mesmo ter de nos manter em movimento constante e dominar ambas as técnicas de disparo para sobreviver. Claro que teremos também outros power ups para apanhar, como itens que nos  regeneram a barra de vida (ou mesmo a extendem permanentemente), outros que nos dão invencibilidade temporária, bem como podemos encontrar e armazenar algumas mini-nukes, bombas bastante poderosas capaz de limpar todos os inimigos presentes no ecrã, ou mesmo para destruir alguns objectivos em certas missões.

Os inimigos não metem medo, mas mexem-se rápido e de forma errática. Temos de estar em constante movimento!

A nível audiovisual acho que até é um jogo relativamente bem conseguido. A nível gráfico não dá para fazer muito mais numa plataforma 8bit, pois tal como referi acima, os níveis até que vão sendo bastante diversificados entre si. Só os inimigos é que achei que poderiam ter mais detalhe. Os efeitos sonoros sinceramente não os achei nada de especial, no entanto as músicas até que gostei, são agradáveis e têm uma sonoridade chiptune bastante empolgante.

Portanto este Armorines para a Gameboy Color nem me pareceu um mau jogo de todo, embora não seja uma obra-prima. Ainda assim deu-me curiosidade para ir espreitar a versão Nintendo 64 ao youtube e sinceramente até gostei do que vi, pelo que quando o encontrar baratinho será uma nova aquisição certamente.

The Lost Vikings 2 (Sega Saturn)

O The Lost Vikings original é um dos videojogos que mais memórias me trazem, pelo menos da versão MS-DOS pois foi uma das que joguei vezes sem conta no meu primeiro PC. Entretanto a Silicon and Synapse, que eventualmente já havia mudado o seu nome para Blizzard, acabou por desenvolver uma sequela desse clássico para a Super Nintendo apenas. Aparentemente essa versão já estava pronta há algum tempo, mas acabou por ser lançada apenas em 1997, escassos meses antes das versões 32bit, que a Interplay pediu à Beam Software para desenvolver. Estas versões 3bit mantêm o mesmo jogo de base, mas com audiovisuais muito diferentes. O meu exemplar foi comprado a um amigo em Março deste ano por 10€ se bem me recordo.

Jogo com caixa e manual

Uma vez mais os 3 Vikings acabam por ser raptados pelo imperador alienígena Tomator, e uma vez mais acidentes acontecem, causando-os a ficarem perdidos no tempo, mas desta vez herdam novas habilidades. Erik, o viking ruivo, é o mais ágil dos 3, conseguindo saltar (e agora ainda mais alto), nadar, correr e albarroar paredes ou tectos destrutíveis com o seu capacete. Baleog é uma vez mais o guerreiro dos 3, se bem que infelizmente perdeu o seu arco e flecha, mas mantém a espada. A substituir o arco e flecha, Baleog tem agora um braço biónico que pode ser extendido, permitindo-o dar socos à distância (embora a uma distância muito menor que as flechas do primeiro jogo). No entanto, o seu braço serve também de gancho como no Bionic Commando, permitindo-lhe balancear-se entre certas plataformas. Por fim temos o Olaf, o mais trapalhão. No primeiro jogo Olaf tinha um escudo gigante que tanto servia para absorver os ataques inimigos, como servindo de plataforma para os seus colegas ou mesmo de planador, quando Olaf se mandava de uma ravina abaixo. Aqui mantemos todas essas habilidades, mas Olaf pode agora também encolher bastante de tamanho e esgueirar-se por passagens estreitas, bem como soltar umas flatulências, servindo de impulsão para dar pequenos saltos.

Baleog possui agora um braço biónico, permitindo-lhe, entre outras coisas, balancear-se entre certas plataformas.

Mas não é tudo, pois ao longo do jogo os Vikings vão fazer 2 novos amigos, nomeadamente o lobisomem Fang, que pode atacar inimigos à curta distância, bem como saltar e escalar paredes, saltando constantemente contra a parede em si. A outra nova personagem é o dragão Scorch, que pode voar temporariamente e cuspir bolas de fogo, que possuem um longo alcance. No entanto, tal como antes, apenas jogamos cada nível com 3 personagens em simultâneo, pelo que se vão ter de habituar a não ter sempre os 3 vikings juntos, sendo um deles habitualmente substituído por uma destas novas personagens.

Os puzzles vão naturalmente ficando cada vez mais complexos

Tal como no primeiro jogo o objectivo é o de usar as habilidades de cada personagem para ir resolvendo os puzzles que os níveis nos oferecem, derrotando os inimigos que nos aparecem e ultrapassando os obstáculos até conseguirmos levar todos em segurança à saída do nível. Desta vez no entanto, teremos também de procurar 3 itens específicos para desbloquear o acesso ao nível seguinte. Para além desses itens iremos encontrar muitos outros espalhados nos níveis, desde comida que nos regenera a vida, chaves para desbloquear passagens, bombas que podem destruir superfícies e inimigos, ou outros itens ofensivos como uma bomba capaz de limpar todos os inimigos presentes no ecrã ou escudos que nos protegem temporariamente. De resto, tal como antes, cada personagem possui um pequeno inventário com 4 slots para itens e podemos transferir itens de uma personagem para outra, logo que as mesmas estejam próximas entre si.

O bom humor continua a ser algo bem presente. E com excelente voice acting!

A nível audiovisual confesso que este jogo me deixou com sentimentos mistos. Os níveis é verdade que continuam bastante variados, onde vamos explorar diferentes períodos temporiais como a Transsilvânia no tempo dos vampiros, um outro mundo gelado, uma selva tropical, a época dos piratas e por fim, o futuro, onde foram sem dúvida buscar influências a filmes como Alien e Terminator. Os gráficos em si são pré-renderizados como se fez anteriormente em jogos como Donkey Kong Country e se por um lado até acho que ficaram bonitos e tal, eu pessoalmente em jogos 2D acabo por preferir de longe o pixel art. E em consolas com excelentes capacidades para jogos 2D como a Saturn, preferia que se tivessem esmerado antes com um estilo gráfico mais tradicional, mas muito bem trabalhado. O design das personagens também ficou demasiado deformado nesta versão (nada a ver com o que vemos na capa), prefiro de longe o design original. Por outro lado as versões 32bit possuem um excelente voice acting e repleto de um bom sentido de humor e isso aprecio bastante. As músicas também são agradáveis e no formato CD-Audio, tendo gostado especialmente dos temas mais metal e industrial do mundo futurista em ruínas.

Ocasionalmente lá teremos algumas cutscenes em CGI

Portanto este Lost Vikings 2 acaba por ser um bom jogo de plataformas e puzzle, tal como o seu antecessor. Aliás, quem gostou do primeiro jogo irá certamente gostar deste também. No entanto, tal como referi acima, tirando a parte do voice acting e talvez da banda sonora, gosto mais do grafismo da velha guarda, pelo que um dia gostaria de encontrar a versão SNES a um preço em conta. Infelizmente, com o jogo a sair em 1997, já não houve nenhuma versão planeada para a Mega Drive.

Strikers Edge (Sony Playstation 4)

Vamos voltar à Playstation 4, onde ficamos agora com mais um videojogo português, um que até teve honras em sair em formato físico, aparentemente de forma exclusiva em Portugal, pelo menos até à Limited Run Games ter também lançado um batch limitado do mesmo jogo algures durante este ano. A glória de Strikers Edge começou logo em 2016, onde uma versão preliminar do jogo venceu a primeira edição dos Prémios Playstation em Portugal. Após ter recebido financiamento da Sony eis que no início de 2018 o jogo estava finalmente pronto e nas principais superfícies comerciais do nosso país. O meu exemplar foi comprado algures em Maio deste ano, na FNAC do Mar Shopping, tendo-me custado 8€.

Jogo com caixa

Lembram-se do jogo do mata? Aquele em que a desculpa era atirar com uma bola a alta velocidade para os nossos adversários? Bom, este é uma espécie de jogo do mata mais elaborado e fantasioso, onde todas as personagens são ora cavaleiros, arqueiros, feiticeiros ou até ninjas, cada qual com diferentes projécteis e habilidades, sejam armas brancas como flechas, shurikens ou outras facas/espadas, ou mesmo projécteis mágicos.

Temos um pequeno modo campanha que para além de ser uma boa maneira de practicar as mecânicas de jogo sozinho, também vemos o background de cada personagem

A jogabilidade é muito simples de se entender, porém exige muita práctica para se dominar: O analógico da esquerda serve para movimentar a nossa personagem, enquanto o da direita serve para apontar os nossos golpes, com uma seta a surgir no ecrã, para indicar a direcção para a qual os nossos ataques serão projectados. Depois todas as outras acções ficam nos botões de cabeceira, com os do lado esquerdo para manobras defensivas, enquanto os do lado direito são dedicados para os ataques. O botão L2 serve para nos desviarmos na direcção pretendida com o analógico esquerdo, enquanto o L1 serve para bloquear um ataque inimigo, embora em cada partida apenas possamos bloquear 3 golpes, se bem que vão havendo outros obstáculos nas arenas como rochas ou barris, sobre os quais nos podemos esconder, mas não por muito tempo pois esses objectos podem ser destruídos com projécteis inimigos, e o mesmo podemos fazer aos nossos adversários! O botão R2 serve para disparar e caso o deixemos pressionado durante alguns segundos, vamos carregando a nossa personagem para despoletar um ataque mais poderoso que, caso seja bem sucedido, causa mais dano nos oponentes. É nesta altura, imediatamente após despoletar um ataque forte, que podemos também pressionar o botão R1, que activa a habilidade especial da nossa personagem, o que nos permite encadear uma série de ataques poderosos caso sejamos bem sucedidos. Cada personagem possui diferentes habilidades, algumas até têm ataques que cobrem áreas maiores, o que nos permite usar estratégias diferentes.

Dependendo das habilidades de cada um, podemos causar várias mudanças de estado nos adversários, como atordoá-los ou a arder, por exemplo

Ora como referi acima, isto é fácil de perceber, já pondo em práctica obriga a algum treino, pois temos de estar em constante movimento para evitar sermos atingidos pelo adversário, bem como usar o analógico direito para manter a mira sempre na direcção dos adversários. E sempre que disparamos, os nossos projécteis demoram breves segundos a atravessar o ecrã, pelo que muitas vezes temos de tentar adivinhar onde o adversário estará antes de disparar. Para além disso, atacar ou evadir usa a nossa stamina, que uma vez gasta nos deixa algo lentos e sem poder atacar ou evadir durante alguns segundos até recuperar. Os golpes fortes têm de ser carregados, e nos segundos em que estamos a carregar a nossa personagem, a nossa movimentação é também bastante lenta, o que nos deixa igualmente vulneráveis a ataques inimigos. É também possível deflectir ataques inimigos, caso os nossos projécteis se cruzem, algo que vai acontecer vezes sem conta no meio do caos.

Cada personagem especial possui algumas habilidades especiais que, se forem bem executadas causam dano extra

Agora como devem calcular, este é um jogo que transpira multiplayer por todos os poros. Temos a possibilidade de jogar partidas de 1 contra 1, ou 2 contra 2 (não tenho a certeza se podemos jogar 2 contra 1), tanto online como em multiplayer local. E acredito que seja um jogo bastante divertido em festas lá em casa com os amigos, mas não o cheguei a experimentar. Tentei várias vezes o modo online, mas infelizmente não consegui encontrar ninguém com quem jogar umas partidas. É o grande problema deste Strikers Edge infelizmente, é um jogo indie perdido no meio de muitos outros, e pelo menos no caso da PS4, pelo que quem quiser jogá-lo online vai ter uma tarefa difícil. Felizmente que temos também um pequeno modo campanha onde podemos jogar sozinhos e ver o background histórico de cada personagem, para além de servir de bom treino para o multiplayer.

No que diz respeito aos audiovisuais, este Strikers Edge até que cumpre bem o seu papel. Os gráficos são um 2D com bastante pixel art, personagens variadas e bem animadas. Mesmo durante os combates vamos tendo alguns momentos como zooms e slowdowns quando alguém está a soro e prestes a levar com um projéctil na cara, com um público virtual a reagir com aplausos ou gritos de espanto mediante o resultado desses momentos. Isto contribui bastante para a atmosfera do jogo, foi um bom detalhe. As músicas são também excelentes, misturando temas épicos com o chiptune de outros tempos.

Em cada arena temos também alguns obstáculos que podem servir de abrigo, isto é, até serem destruídos

Portanto este Strikers Edge é um interessante jogo com um foco no multiplayer e uns audiovisuais retro e charmososos. A jogabilidade é simples e viciante, mas o seu problema é que infelizmente ninguém o joga online hoje em dia. Ainda assim possui o multiplayer local que acredito que seja divertido em noites de festa lá por casa. Recomendo vivamente a sua compra, até porque hoje em dia é frequente encontrá-lo novo a preços reduzidos. Um marco na produção nacional de videojogos!