Voltando às rapidinhas, desta vez para a Game Gear, hoje vamos ver como a Novotrade se safou ao converter mais um clássico da Mega Drive, o Ecco: The Tides of Time. Tal como no primeiro jogo que recebeu também versões 8bit, esta acaba por ser uma conversão mais modesta, no entanto não acho que esteja nada mal, visto que corre num sistema muito mais limitado. O meu exemplar foi comprado algures em Dezembro de 2015, por alturas em que eu vivia em Lisboa e era um frequentador assíduo da feira da Ladra, local de onde este exemplar veio, por cerca de 5€ se bem me recordo.
O primeiro jogo já era estranho quanto baste, pois para além de controlarmos um golfinho, também envolvia invasões alienígenas e viagens no tempo. Aqui a receita repete-se, mas com as coisas a ficarem ainda mais estranhas ao alternarmos entre linhas temporais diferentes, visitando os dois futuros que o primeiro jogo deixou: o mundo desolado, onde a rainha dos Vortex não tinha sido derrotada, bem como o futuro bom, onde a vida terrestre evoluiu de forma brilhante e os golfinhos são seres ainda mais majestosos.
A jogabilidade mantém-se muito similar ao seu predecessor, com ecco a poder nadar livremente em várias direcções, e poder atacar ou com o seu bico ao lançar-se contra os inimigos, ou com o seu sonar, que possui também outros propósitos, desde a comunicação com outros cetáceos ou cristais mágicos, bem como o seu eco a servir para construir um mapa do oceano à nossa volta. Teremos também vários puzzles para resolver em diversos níveis. Alguns obrigam-nos a arrastar rochas de forma a abrir caminhos, outros obrigam-nos a transportar peixes e outros objectos/criaturas de um ponto para o outro. Ocasionalmente poderemo-nos transformar noutras criaturas voadoras e no caso do futuro, vamos tendo alguns níveis onde atravessamos “tubos” de água espalhados pelos céus.
A nível audiovisual é um jogo que uma vez mais fica muito abaixo do original da Mega Drive e Mega CD, mas mesmo assim é bonito para uma Game Gear, com os seus oceanos bem detalhados e cheios de vida. Aquelas partes no futuro, onde atravessamos os tais corredores de água não ficaram tão bonitas, bem como os níveis onde atravessamos os oceanos num pseudo 3D, com a câmara do jogo a posicionar-se atrás do Ecco. Nos sistemas 16 bit estes são níveis com oceanos e paisagens repletos de detalhe, aqui temos água e céus genéricos, infelizmente. Mas também não estou a ver a Game Gear com capacidade para fazer muito melhor neste aspecto. As músicas por outro lado continuam a ser extremamente relaxantes e tal como o primeiro jogo, este é dos que melhor tira partido das capacidades de som limitadas do chip de som da Game Gear e Master System.
Portanto este Ecco The Tides of Time para a Game Gear é um jogo muito mais modesto que o original de 16bit, mas não deixa de ser uma conversão impressionante tendo em conta as limitações de hardware onde corre. Foi já um lançamento tardio no ciclo de vida da Game Gear, tendo sido lançado em 1995, pelo que desta vez uma versão Master System não iria ser lançada oficialmente, se não fosse a Tec Toy a tomar a iniciativa de converter o jogo exclusivamente em solo brasileiro.