Firestorm: Thunderhawk 2 (Sega Saturn)

A Core Design, tal como muitos outros estúdios britânicos dos anos 80/inícios de 90, tiveram as suas origens como desenvolvedores de videojogos para os microcomputadores que eram populares no reino unido, no caso da Core, foram o Commodore Amiga e Atari ST as suas plataformas de eleição. Mas com o crescente sucesso da Sega nesse mercado, a Core rapidamente procurou também suportar essas plataformas, sendo por isso que muitos dos seus jogos acabaram também por sair para sistemas como a Mega Drive ou Master System. Foram um dos maiores entusiastas da Mega CD na Europa, tendo lançado muitos jogos interessantes para esta plataforma, alguns até exclusivos. O Thunderhawk foi um deles e, tendo sido um dos jogos de maior sucesso para a Mega CD naquele mercado, naturalmente que quando a próxima geração de consolas chegou, eles acabaram por lançar uma sequela. O meu exemplar veio de um grande bundle de jogos e consolas que comprei a meias com um amigo meu, algures em Julho deste ano.

Jogo com caixa e manual

Tal como o seu predecessor, teremos várias campanhas para jogar, espalhadas ao longo de vários continentes como as Américas do Sul e Central, Europa de Leste, o Médio Oriente e o Extremo Oriente asiático. Em cada campanha também teremos diferentes missões para completar, cada uma com um briefing inicial, narrado, que nos mostram as posições dos nossos objectivos primários. Estes consistem habitualmente em destruir alvos chave dos inimigos, como baterias antiaérias, radares, silos de petróleo, navios ou mesmo bases militares por inteiro. Tal como no seu predecessor também teremos diferentes armas ao nosso dispor, como uma metralhadora com munição infinita e vários tipos diferentes de rockets, mísseis ou bombas, sendo que antes de cada missão poderemos customizar o armamento do helicóptero e optar pelas armas que queremos levar.

Vamos ter várias campanhas militares para cumprir, espalhadas por vários continentes

A nível de controlos as coisas parecem-me mais ou menos parecidas com as do jogo anterior, onde podemos controlar o helicóptero de várias maneiras, incluindo strafings para os lados, controlar a altitude, etc. A diferença é que o comando da Saturn tem mais botões, pelo que algumas acções podem estar repetidas em diferentes botões ou combinações. Ainda assim sente-se a falta de uma dupla de analógicos, pois simplificariam bastante os controlos de movimento, algo que em 1995 era ainda uma miragem nas consolas domésticas.

Antes de cada missão podemos customizar que armas explosivas queremos equipar no helicóptero

Algumas mecânicas de jogo repetem-se também desde o Thunderhawk original, pois para além dos objectivos primários, teremos imensos outros alvos para destruir se assim o desejarmos, desde tanques, outros helicópteros ou aviões, camiões militares, etc. Para voltar à base basta ultrapassar as extremidades do mapa de cada missão, onde por cada objectivo secundário que seja destruído vamos amealhado mais pontos e eventualmente medalhas de mérito. Pelo contrário, se abandonarmos a área do jogo sem cumprir todos os objectivos primários, recebemos deméritos.

Temos de ter algum cuidado pois o radar aponta para alvos amigáveis também

A nível audiovisual, é uma evolução do original, não propriamente da versão Mega CD pois esta usava um plano em Mode 7 bastante detalhado, mas sim da versão para PC que possuía gráficos poligonais algo primitivos. Aqui os gráficos são inteiramente em 3D, representando tanto zonas mais verdejantes como as da América do Sul e Europa, desertos rochosos do Médio Oriente, ou outras áreas rodeadas de água como é o caso do canal do Panamá. Não é o jogo mais bonito da sua geração, até porque o mesmo possui bastante pop-in de polígonos, e os veículos inimigos poderiam estar um pouco mais detalhados, mas para um título de 1995 e na Sega Saturn, não está nada mau mesmo. Já no que diz respeito à parte sonora, bom, os briefings são todos narrados, mas poderiam ter dado um maior foco na sua apresentação. Já nas missões em si, nada a apontar aos efeitos sonoros que são bastante competentes e as músicas uma vez mais assentam numa toada mais rock, embora algo soft, que vai passando despercebido nas missões.

A série Thunderhawk não se ficou por aqui, pois a Core voltou à carga com a mesma na geração seguinte com o Operation Phoenix para a PS2. Ainda não calhou comprar esse mas devo fazê-lo assim que encontrar uma pechincha.

Tiny Toon Adventures: ACME All-Stars (Sega Mega Drive)

Continuando pela Mega Drive, vamos ficar com mais um jogo relativo aos desenhos animados da Warner Bros, muito populares no início dos anos 90, os Tiny Toon Adventures da Warner Bros. Estes eram uma espécie de uma recreação dos Looney Tunes, onde personagens como Bugs Bunny, Daffy Duck, Taz, eram representados por uma versão infantil dos mesmos. Pelo menos até ao final da era das 16bit, era a Konami que detinha a licença para produzir videojogos sobre essa série, tendo no caso da Mega Drive, produzido anteriormente o Tiny Toon Adventures Buster’s Hidden Treasure. O meu exemplar foi comprado no verão deste ano, em Julho, através de um grande bundle de jogos e consolas comprado a meias com um amigo.

Jogo com caixa e manual

Se jogarmos sozinhos, então o modo história é provavelmente o mais desafiante. Aqui encarnamos no grupo de amigos dos coelhos Buster e Babs Bunny, o pato Plucky e o porquinho Hamton, que formam uma equipa para participar num torneio desportivo organizado por Montana Max, onde todos os Tiny Toon irão participar. As principais modalidades são futebol (4×4) e basquetebol (3×3), mas também iremos participar pelo menos uma vez em eventos como um whac-a-mole adaptado, uma corrida de obstáculos, e uma partida de bowling. Podemos também jogar partidas a solo destes desportos, seja sozinhos contra o CPU, ou em multiplayer, que suporta um máximo de 4 jogadores com recurso a um multitap, algo que nunca cheguei a testar.

Numa partida de futebol, não controlamos os guarda-redes

A jogabilidade é interessante e relativamente simples. No futebol temos o botão A para rematar a bola, o B para passar e o C para usar habilidades especiais. Cada personagem possui uma série de habilidades especiais, cujas podem ser algo variadas ao usar algumas combinações de botões depois de as iniciar com o botão C. Por exemplo, o Buster Bunny pode sair disparado a correr para a baliza e rematar muito forte, resultando num golo quase certo. Já o pato Plucky pode voar com a bola, mas tem de ter cuidado com as bigornas que começam a chover. Para além disso, as habilidades especiais podem também ser usadas defensivamente. Cada personagem possui então diferentes habilidades especiais que tornam cada partida muito caótica como se estivéssemos num cartoon da série. Convém mesmo practicá-las pois nos últimos níveis a IA já nos irá colocar muita mais dificuldade. Mas também não podemos andar a spammar estas habilidades pois cada vez que as usamos o indicador de energia da respectiva personagem vai-se esvaziando e no caso de estar completamente vazia, teremos de esperar algum tempo até se recarregar. No basquetebol a jogabilidade segue a mesma abordagem, onde o botão A serve para saltar e atirar ao certo, enquanto o B serve para passar a bola para um colega. Novamente o C serve para desencadear as habilidades especiais de cada um!

Os mini-jogos também possuem uma jogabilidade bastante intuitiva, onde no caso do bowling podemos reposicionar a nossa personagem, escolher o ãngulo de lançamento e a sua força. Naturalmente que também teremos habilidades especiais, algo que acontece em certas condições.

Alguns campos de jogo apresentam obstáculos adicionais que teremos também de ter em atenção

A nível audiovisual é um jogo uma vez mais competente, que vai herdando as sprites e animações do Buster’s Hidden Treasure. As arenas são bastante vívidas, muitas vezes até com outros obstáculos que apimentam ainda mais a jogabilidade e as habilidades especiais dão mesmo outra cor e vida ao jogo. As músicas são também bastante agradáveis, com a música título dos Tiny Toon a ecoar-nos nos ouvidos vezes sem conta.

Portanto este ACME All-Stars é um jogo divertido, embora seja mais agradável jogá-lo no multiplayer contra amigos. Curiosamente não foi o único Tiny Toon desportivo que a Konami lançou em 1994, pois as consolas da Nintendo  (SNES e Game Boy) acabaram por receber o Tiny Toon Adventures: Wild & Wacky Sports, embora o jogo na Europa já cá tenha chegado mais tarde (1996 no caso da versão SNES!), pelo que me passou completamente despercebido.

Newman Haas Indycar feat Nigel Mansell (Sega Mega Drive)

Continuando pelas rapidinhas, ficamos agora com mais um jogo de corridas para a Mega Drive. Produzido pela britânica Gremlin, Newman Haas Indycar featuring Nigel Mansellé na verdade o segundo jogo com a licença do piloto britânico produzido pela Gremlin, tendo o primeiro sido o Nigel Mansell’s World Championship Racing que eventualmente também irei arranjar até porque não é assim tão incomum. O meu exemplar veio de uma feira de velharias no Porto, algures em Agosto, tendo-me custado 2€.

Newman Haas Indycar feat Nigel Mansell - Sega Mega Drive
Jogo com caixa e manual

Bom, em primeiro lugar, tal como o título do jogo indica, este é um jogo de formula Indy, ou seja vamos pilotar carros parecidos aos de fórmula 1, mas apenas em circuitos norte-americanos e de acordo com as suas regras. Ainda assim, a nível de modos de jogo, as coisas não mudam muito. Podemos jogar sozinhos ou com um amigo em split screen, simples corridas ou uma temporada inteira. Aqui, antes de cada corrida, podemos sempre practicar o circuito e optar, ou não, por umas voltas de qualificação antes da corrida em si. Depois se optarmos por uma jogabilidade mais arcade ou de simulação, teremos pit stops automáticos ou obrigatórios, regras da bandeira amarela, ou a possibilidade de customizar alguns aspectos do carro. Nada de muito mais a apontar no que diz respeito às mecânicas de jogo.

Os circuitos são todos poligonais, apesar de serem primitivos, não deixam de impressionar um pouco

Já a nível gráfico este jogo fez-me lembrar o F1 da Domark, na medida em que mistura sprites 2D dos carros com circuitos em 3D poligonal, embora sejam muito primitivos. Ainda assim o jogo é fluído quanto baste. A versão Super Nintendo desta vez é mais fluída, mas por outro lado é também completamente em 2D. Take that Super FX once again! No que diz respeito ao som, bom, durante as corridas podemos optar entre ouvir os efeitos sonoros ou a música. Nunca os dois em simultâneo, o que é um pouco bizarro. As músicas até que são agradáveis e cativantes, mas ouvimos a mesma música em todas as corridas, pelo que se calhar prefiro ir ouvindo os efeitos sonoros apenas.

California Games (Sega Master System)

Continuando pelas rapidinhas na Master System, vamos agora ficar com a sua conversão do clássico da Epyx, California Games. Enquanto a versão Mega Drive, bem mais bonita a nível audiovisual, foi desenvolvida pela Novotrade, que mais tarde vieram a desenvolver o clássico Ecco the Dolphin, esta versão 8bit acaba por ser muito mais próxima do original de Commodore 64. O meu exemplar foi comprado algures em Setembro deste ano, tendo vindo de um bundle que comprei a um particular através do Facebook, tendo-me custado 6€.

Jogo com caixa e manual

Sendo esta uma versão mais fiel ao original, teremos então à disposição todos os eventos, ou seja, skate, footbag, patins, surf, bmx e lançamento do disco voador. Em cada desporto temos um tempo limitado para fazer o máximo de truques possível e aumentar a nossa pontuação, algo que exige alguma disciplina nos controlos, pois temos timings precisos para fazer esses mesmos truques. Felizmente que pelo menos nesta versão para a Master System tenho o manual que posso usar como referência para ver quais as combinações de teclas a usar. Depois é uma questão de práctica, muita práctica.

Não pressionar os botões nos tempos certos geralmente resulta em trambolhões

O único desporto que eu não conhecia, pois sempre joguei a versão Mega Drive, é o tal lançamento do disco. Aqui vemos um cursor a oscilar em 2 categorias, sendo uma para escolher o ângulo de lançamento, a outra a velocidade. Uma vez lançado o disco, teremos de controlar a pessoa que o vai receber. Na parte superior do ecrã vemos uma caixa que mostra a posição de quem lança o disco, o movimento do disco, e o seu receptor, onde temos de usar o d-pad para o ir movendo para a zona onde achamos que o disco vai cair. Depois lá temos de usar os tais truques para apanhar o disco de uma forma estilosa e acima de tudo não o deixar cair. Sinceramente gosto mais dos outros desportos como os patins ou BMX.

No final de alguns eventos temos direito a estatísticas dos truques que conseguimos desempenhar

A nível audiovisual, bom esta até que é uma versão bem competente, com gráficos bem coloridos e detalhados para um sistema 8bit. Está também repleta de pequenos momentos de bom humor, o que é um toque muito interessante. No que diz respeito às músicas, bom, este California Games é um daqueles jogos ocidentais que suporta o FM Sound, algo disponível apenas no Japão, o que é um pouco estranho pois este jogo acabou por nem sair no Japão, embora talvez inicialmente até fosse suposto sair lá, daí ter esta banda sonora à parte. No entanto tive a oportunidade de ouvir esta banda sonora em FM e sinceramente não a achei nada de especial, prefiro o som normal.

Teddy Boy (Sega Master System)

Continuando pelas rapidinhas, visitamos agora a Master System para mais uma conversão de um jogo arcade da Sega. Chamado originalmente de Teddy Boy Blues, que por sua vez era o nome de uma música de uma artista pop japonesa, Yoko Ishino, cujas referências à sua música e à própria cantora são uma constante no jogo. A versão Master System já não tem nada disto. O meu exemplar foi comprado a um particular no facebook no passado mês de Setembro, tendo-me custado 4€.

Jogo com caixa e manual

Agora as mecânicas de jogo são muito simples. Cada nível é um pequeno labirinto que se repete infinitamente, com uma série de dados gigantes espalhados pelos mesmos. Estes dados por sua vez são um spawn point de vários inimigos que temos de combater. Teddy tem ao seu dispor uma arma capaz de encolher, sendo que temos de os apanhar depois. Se demorarmos muito tempo até apanhá-los, estes transformam-se e corrrem para comer parte da nossa barra do tempo. Sim, isso mesmo. Basicamente perdemos uma vida se formos atingidos por algum inimigo, ou se deixarmos o tempo esgotar-se em cada nível. Ocasionalmente também lá visitamos alguns níveis de bónus que podemos aproveitar para ganhar uns pontos extra.

Depois de encolhermos os inimigos, temos de os apanhar o quanto antes.

E basicamente é isto, Teddy Boy é um jogo simples, tanto que até foi lançado originalmente como cartão, não um cartucho normal. Esses jogos em cartão eram por norma títulos budget, que ocupam pouco espaço. Na verdade temos cerca de 50 níveis distintos entre si, sendo que depois voltamos ao início. Sim, este é mais um daqueles jogos sem fim.

A nível audiovisual é um jogo super simples, afinal com 50 níveis distintos num cartãozinho, não poderia mesmo ser de outra forma. Os gráficos são bastante simples e não muito apelativos, já as músicas… bom estamos sempre a ouvir a mesma música e na versão ocidental certamente não pode ser a tal adaptação da diva pop, pois a música até que é bastante irritante.

Estes blocos azuis claro podem ser destruídos com a nossa arma

Portanto no fim de contas este Teddy Boy é um joguinho muito simples e ainda algo primitivo. Sinceramente quando era mais novo nunca senti o apelo do jogo, devido à sua jogabilidade e audiovisuais muito repetitivos. Anos mais tarde o sentimento parece que se mantém.