Destiny: The Collection (Sony Playstation 4)

Quando comprei a minha Playstation 4 algures em 2015/2016, o Destiny foi dos primeiros que comprei e joguei. O facto de ser um FPS com elementos de RPG e com uma vertente online muito forte, comprei-o mesmo numa de ir jogando em sessões esporádicas, enquanto ia jogando outros jogos de forma mais focada. Inicialmente tinha comprado uma compilação que já trazia todas as expansões até ao The Taken King (tinha sido um bom negócio numa CeX, onde me tinham garantido que o jogo tinha sido vendido selado pelo que os códigos para activar os DLCs ainda estariam válidos), mas algures no ano passado encontrei na Worten esta “The Collection” que trouxe ainda a última expansão “The Rise of Iron”. Custou-me algo em torno dos 13€.

Jogo completo com caixa e panfletos diversos

Confesso que nunca fui um grande fã de Halo, embora só tenha jogado os primeiros 2 e no PC. Mas admito que, para a época em que sairam, a sua vertente multiplayer tenha sido um grande sucesso na Xbox, mas eu sempre fui mais fã da campanha single-player. E o que este Destiny oferece é na verdade um misto dos dois mundos, mas já lá vamos. Em Destiny o jogo decorre algures no futuro, onde após séculos de prosperidade para a raça humana, que nos permitiu inclusivamente colonizar outros planetas do nosso sistema solar, como Vénus ou Marte, dá-se um colapso que deixou a humanidade na beira da extinção. Pelo meio, enquanto os sobreviventes humanos se regrupam na última cidade livre do planeta terra, várias outras raças alienígenas tomam de assalto as colónias terrestres abandonadas noutros planetas, bem como começam a invadir a Terra também.

Com a introdução da expansão The Taken King, novas subclasses podem ser desbloquadas. Para os Titans, temos os Sunbearers.

Como em muitos jogos online, começamos a aventura por construir a nossa personagem. Dispomos de três classes básicas – os Titans, especialistas em força bruta, os Hunters que são uma espécie de ninjas futuristas, sendo bastante ágeis e com uma jogabilidade que recompensa a precisão dos nossos ataques. Por fim temos os Warlocks, que conforme o nome indica são uma espécie de feiticeiros. Cada uma destas classes possui diferentes subclasses que podemos evoluir e que nos dão diferentes habilidades. Eu pessoalmente escolhi o Titan e a subclasse Striker, que me permitia dar socos poderosíssimos, bem como alguns outros poderes, à media que ia ganhando pontos de experiência.

Ao longo do jogo vamos desbloqueando vários hubs sociais onde podemos interagir com uma série de NPCs, seja para receber quests, seja para comprar/vender alguns itens

Depois vamos tendo várias quests e diferentes tipos de missões pela frente. Temos missões que progridem a história e que, podem ser jogadas cooperativamente com mais uns 2 ou 3 amigos, temos patrulhas que podemos percorrer em cada planeta, onde poderemos fazer algumas pequenas missões ou, tal como em muitos MMOs, participar nalguns eventos públicos que geralmente consistem em derrotar algum boss gigantesco com a ajuda de qualquer outro jogador que esteja nas redondezas. Ainda na campanha, vamos tendo também Strikes e Raids. Estas são missões pensadas exclusivamente para o cooperativo. Os Strikes são para ser jogados com 3 pessoas, já os Raids, maiores e com alguns puzzles, é suposto serem jogados por 6 pessoas. Agora o problema é que muito pouca gente joga o primeiro Destiny e muitas vezes começamos um Strike ou Raid sozinho. Enquanto os Strikes, se tivermos paciência e a nossa personagem estiver suficientemente evoluída, até os conseguimos passar sozinhos (muitas vezes outros jogadores acabam por se juntar à nossa partida mais à frente), já os Raids não há hipótese nenhuma de se completar sozinho. E eu infelizmente não cheguei a fazer nenhum raid pois já não consegui arranjar quórum suficiente.

No final de cada missão temos um sumário dos pontos de experiência que ganhamos, tanto para a personagem, como para cada peça de equipamento que tenhamos equipada, podendo desbloquear novas skills ou habilidades.

Com a adição das expansões The Taken King e The Rise of Iron (gostei bastante da campanha do Taken King!) para além das missões principais da campanha de cada expansão, vamos também desbloqueando outras quests mais à MMO, consistindo em visitar áreas já conhecidas e coleccionar uma série de itens, ou derrotar alguns bosses super poderosos. O problema é que para além de algumas dessas quests serem algo repetitivas, muitos desses bosses são fortes demais para um jogador apenas o conseguir derrotar, até porque temos um tempo limite para o fazer. Portanto, com a falta de jogadores activos no Destiny 1, houve muitas destas quests das duas últimas expansões que desisti de fazer, o que é pena, pois muitas delas desbloqueiam depois algumas missões adicionais que não conseguimos jogar de outra forma. Sobre o multiplayer PVP, temos vários modos de jogo competitivo, sejam variantes de deathmatch, ou baseadas em objectivos onde teremos de controlar uma série de zonas num mapa. Infelizmente também não cheguei a testar nenhum destes modos de jogo devido à falta de pessoas. Inicialmente não quis jogar PVP pois a minha personagem estava ainda muito debilitada, mas só neste ano é que realmente investi umas horas valentes no Destiny e quando estava pronto para testar o PVP não consegui jogar uma única partida devido à falta de gente. É triste.

A qualquer momento podemos activar o nosso Ghost, que nos vai relembrando dos objectivos actuais e a sua localização no mapa, para além de permitir chamar um veículo para nos deslocarmos mais rápido, ou teletransportar de novo para a nave.

A nível gráfico é um jogo excelente para a época em que saiu e temos de ter em conta que o mesmo foi desenvolvido com a X360 e PS3 como plataformas base. Gosto bastante dos diferentes ambientes que exploramos, sejam as ruínas do Cosmodrome na Rússia, colónias humanas e cavernas tenebrosas dos the Hive na Lua, as ruínas de uma colónia avançada em Vénus, tomadas de assalto pela poderosa ameaça robótica dos The Vex, entre tantas outras! O jogo está repleto de pequenos momentos que me agradaram bastante, como é o caso dos ecrãs de loading, que são essencialmente pequenas cutscenes da nossa nave a sobrevoar a superfície de planetas ou a viajar a altas velocidades entre os diferentes planetas do nosso sistema solar. As músicas também variam desde o mais épico, pomposo e orquestral – perfeito quando combatemos em situações críticas, tenebrosas e tensas nalgumas alturas, ou, quando viajamos naqueles ecrãs de loading, conseguem ser tão pacíficas e relaxantes que só quero é que o loading demore um pouco mais.

Como muitos MMOs, por vezes surgem eventos públicos como bosses gigantes que qualquer jogador que se encontre lá perto pode enfrentar. Pena que já não hajam tantos assim como neste screenshot.

Portanto, este Destiny é um jogo que confesso que me divertiu, mesmo não sendo eu um grande fã de MMOs e afins. Mesmo com pouca gente a jogar hoje em dia, ainda deu para fazer todas as missões principais do modo história, a maioria dos Strikes e algumas quests adicionais. Tudo o resto já se torna muito difícil de obter (ou aborrecido) devido ao jogo já não ter tantos jogadores activos quanto isso. Mas ainda assim consigo ver porque foi um jogo de sucesso na altura que saiu. Todo o loot que podemos obter e customizar para a nossa personagem é impressionante, para além de toda uma série de itens cosméticos que podem comprar se isso for a vossa cena. Talvez compre o Destiny 2 no futuro pois gostei da história em geral deste Destiny e estou curioso em ver como a evoluiram, Fico no entanto a aguardar por uma compilação que já traga todas as expansões (não me enganam mais como o The Taken King Legendary Edition!).

Point Blank 2 (Sony Playstation)

Voltando às rapidinhas, mas agora para a Playstation, o jogo que cá vos trago hoje é o follow up do Point Blank, um interessante e  muito divertido light gun shooter com as suas origens nas arcades. E com o sucesso do primeiro jogo (que por sua vez já tinha sido uma conversão tardia), não tardou muito para surgir também na Playstation a sua sequela, com muitos mais minijogos divertidos e bizarros quanto baste. O meu exemplar foi comprado numa das minhas idas à feira da Vandoma no Porto algures em Junho de 2017. Se bem me lembro custou-me 1€ e estava debaixo de uma pilha de CDs de música.

Jogo completo com manual

Tal como no jogo anterior da Playstation, temos aqui vários modos de jogo, incluindo uma adaptação do arcade. Aqui, mediante a dificuldade seleccionada teremos vários níveis/mini-jogos para completar. Estes são galerias de tiro podem ser coisas simples como alvejar uma série de alvos, incluindo níveis à lá “Lethal Enforcers” onde aparecem bandidos de cartão. Mas também podem ser bastante bizarros, como tosquiar uma série de ovelhas à lei da bala, ou despir a armadura de um cavaleiro até o deixar de boxers. Cada desafio possui um tempo limite e nalguns casos, também um número limite de balas. Para além do arcade temos um versus para 2 jogadores e um modo de Endurance, que consiste, num número limitado de vidas, tentarmos ultrapassar o máximo número de desafios que conseguirmos.

Atirar em ninjas? Porque não?

Depois temos o Party Mode, que como o nome indica, é adequado para multiplayer para várias pessoas. Temos vários modos multiplayer como torneios e afins, mas no fim de contas resumem-se a jogarmos várias partidas dos desafios normais do Point Blank, ganhando quem fizer mais pontos. Para além disso temos o Theme Park mode que é o modo história deste Point Blank 2. Ao contrário do primeiro jogo que tínhamos aqui um RPG simples, porém interessante, aqui temos um modo história diferente, que decorre algures num parque de diversões e que no fundo se vai resumir a jogarmos também uma série de desafios.

A nível gráfico, esperem pelo mesmo estilo cartoonesco do primeiro jogo, o que pessoalmente sempre me agradou. As músicas são bastante variadas entre si, desde temas mais rock, outros mais épicos ou orquestrais, ou outros mais funky, uma vez mais, tal como no primeiro jogo temos direito a uma banda sonora diversificada.

Uma das referências que aqui vemos a outros jogos da Namco são os níveis inspirados no Galaga

Portanto este Point Blank 2 acaba por ser mais um jogo interessante e bem humorado, com imensos novos desafios pela frente, uns mais bizarros que os outros. Peca no entanto pela falta de um modo single player mais sólido, se bem que o arcade com os seus diferentes níveis de dificuldade já servem bastante para nos divertir.

Animaniacs (Sega Mega Drive)

Uma das minhas séries de animação preferidas dos anos 90 foi sem dúvida os Animaniacs, da Warner Bros. Introduzindo 3 personagens tresloucadas (Yakko, Wakko e Dot), esta era uma série de animação cheia de humor absurdo, como muitos outros clássicos de animação da mesma década. E claro, introduziu-nos também a dupla de ratos Pinky e Brain, que ainda hoje deve estar a magicar um plano qualquer para dominar o mundo. A certa altura nos anos 90, a Konami detinha a licença para adaptações desta série em videojogos acabando por produzir 2 videojogos diferentes para a Mega Drive e Super Nintendo. O meu exemplar da Mega Drive foi comprado algures no mês de Janeiro num bundle grandinho de vários jogos, tendo-me ficado a menos de 5€ cada.

Joco completo com caixa e manual

A certo dia os 3 irmãos acordam e decidem montar uma loja deles com memorabilia do cinema, e já que vivem dentro das próprias instalações da Warner Bros, porque não coleccionar uma série de artefactos dos seus estúdios? E vai ser mesmo isso que vamos fazer, ao explorar cinco diferentes estúdios que estão a rodar filmes com diferentes temáticas. O senão é que aqui controlamos os 3 irmãos em simultâneo, podendo alternar entre os 3 de forma livre, sendo que cada um possui diferentes habilidades. Yakko, o mais alto, possui uma raquete com a qual podemos atacar os inimigos e atordoá-los durante alguns segundos e também é o único que consegue arrastar caixas ou outros objectos pesados. Wakko, o que tem o boné, tem um martelo gigante que pode destruir alguns blocos, activar interruptores ou alavancas e, por mais estúpido que seja, acender rastilhos de bombas. Por fim temos a Dot cuja única habilidade é a de poder atirar beijos para o ar, que podem seduzir algumas personagens, alterando temporariamente o seu comportamento para a nossa vantagem.

Os primeiros 4 níveis podem ser jogados em qualquer ordem

E ao longo dos vários níveis teremos mesmo de usar todas estas habilidades, se bem que por vezes não é muito claro o que temos de fazer. E tendo em conta que os níveis são temporizados (ainda assim o tempo limite é generoso), também não podemos perder tanto tempo assim para tentar perceber o que fazer. Em alguns confrontos contra bosses ou mini bosses teremos inclusivamente de alternar entre personagens on the fly e usar as suas habilidades de forma rápida, o que exige algum esforço na coordenação. De resto os animaniacs têm uma barra de energia que é representada pelas suas caras. Começam com caras alegres, mas à medida que vão sofrendo dano as caras vão se tornando mais tristes, assustadas ou no limite, ficam a piscar, que sinaliza que estamos na iminência de perder uma vida. No entanto podemos restaurar alguma energia ao apanhar itens com comida. Para além disso podemos apanhar vidas extra, um relógio que nos extende o tempo limite para acabar o nível que estamos ou estrelas, que são os coleccionáveis e que, ao coleccionarmos 100 de cada vez também ganhamos uma vida extra. Quando exploramos os níveis podemos também encontrar algumas passagens secretas que nos dão acesso a um minijogo de bónus que é uma espécie de roleta. Podemos “apostar” algumas das nossas estrelas em algumas caras conhecidas, rodamos a roleta e se sair a cara em que apostamos, ganhamos algumas estrelas extra.

Cada um dos animaniacs possui diferentes habilidades. Aqui ilustrado temos o Yakko a arrastar um caixote que nos permite subir para a plataforma acima

De resto, a nível audiovisual, devo dizer que para mim é o ponto mais forte do jogo. Por um lado porque temos cutscenes entre cada nível que vão avançando na história e mantêm o sentido de humor absurdo que a série Animaniacs sempre nos habituou. Por outro lado, os níveis em si são bastante coloridos e muito bem detalhados, assim como as sprites estão bem animadas. Os níveis em si são bastante variados, onde temos temáticas inspiradas em filmes como Indiana Jones, Star Wars, westerns, ou horror onde temos de apanhar uma máscara semelhante à do Jason Voorhees de Sexta-Feira 13, mas o nível em si tem uma temática do Drácula. As músicas também são bastante agradáveis e os efeitos sonoros também.

Portanto este Animaniacs é um jogo interessante que mistura conceitos de platforming e puzzle. No entanto a sua implementação não é a melhor pois nem sempre é fácil entender o que temos de fazer para avançar nos níveis, algo que me aconteceu mais nos primeiros 2 níveis. Seria interessante se tivessem colocado mais algumas pistas visuais aqui e ali. A mecânica de alternar entre Animaniacs é também interessante, mas nos confrontos contra bosses onde temos de alternar entre habilidades pode dificultar-nos um pouco a vida, mas lá está, aí acaba mesmo por ser uma questão de práctica e destreza que se ganha com a experiência. De resto, para além da versão SNES que foi desenvolvida paralelamente a esta e é um jogo completamente diferente, convém também mencionar que existe também uma versão Gameboy, esta já semelhante à versão Mega Drive, embora com menos conteúdo.