Game of Thrones: A Telltale Game Series (Sony Playstation 4)

Já há muito tempo que não jogava nada na minha Playstation 4. Tenho andado a dar uns tiros no Destiny, mas ainda estou longe de lhe chegar ao fim visto que tenho as expansões quase todas ainda por finalizar. Aproveitei então para mudar de ares e pegar em mais um título da Telltale que tinha em fila de espera já há muito. Na verdade tinha-o para o steam já há algum tempo, mas visto que no mês passado arranjei um selado para a PS4 por 7€, acabei por pegar antes nessa versão.

Jogo com caixa. Este infelizmente nem um folhetozinho trouxe.

Depois do sucesso de Walking Dead, a Telltale repetiu aquelas mecânicas de jogo noutras obras como Wolf Among Us, Tales of the Borderlands, ou este Game of Thrones. A história deste jogo começa com os eventos do Red Wedding, onde encarnamos no jovem Gared Tuttle, escudeiro de Lord Gregor Forrester, uma importante família do Norte de Westeros e aliada dos Starks. Quem for fã da série/livros sabe perfeitamente o que aconteceu nesse casamento, pelo que muita gente morre e a família Forrester fica em muito maus lençóis. Ao longo dos 6 capítulos que compõe este jogo, iremos encarnar em Gared e vários outros membros da família Forrester, de forma a tentar a assegurar a sobrevivência e independência daquela Casa.

Mais uma vez a Telltale aposta num sistema de lançamento por episódios. No disco temos os primeiros 5, com o último a ser necessário fazer o download.

As nossas personagens vão estar espalhadas em vários pontos daquele mundo. Tanto mantemo-nos a norte nos conflitos com os Bolton e Whitehill, ou mesmo a norte do muro, onde outros perigos espreitam. Temos a jovem Mira Forrester em King’s Landing, como auxiliar de Margaery antes desta ser coroada rainha, ou o Asher Forrester nas terras mais solarengas de Essos, mesmo antes de Daenerys conquistar Mereen. Vamos, portanto, interagir com algumas das principais personagens da série como Cersei, Tyrion, Jon Snow e as já referidas Daenerys e Margaery.

Tal como já referido, este jogo herda algumas das mecânicas introduzidas em Walking Dead. É na sua essência uma aventura gráfica, onde os diálogos têm especial relevo, pois temos um tempo limite para responder com uma resposta previamente definida e atribuida a cada um dos botões faciais da PS4. Cada resposta que damos tem, ou pode ter, consequências e implicações diferentes na história e pode influenciar as relações entre personagens, ao favorecer uns perante outros. Pode também ditar a vida ou morte de alguns dos nossos companheiros ou de certa forma a maneira que a história prossegue. Não escolhendo nenhuma resposta é também uma resposta e mais uma vez pode ter consequências.

Muitas das escolhas que fazemos alteram um pouco o rumo da história ou a maneira como nos relacionamos com outras personagens.

Fora isso, vamos tendo ocasionalmente a possibilidade de explorar os cenários onde estamos, seja em busca de pistas ou começando outros diálogos com outras personagens. Também tal como o Walking Dead vamos tendo os momentos de acção que são practicamente quick time events onde teremos de pressionar uma série de botões à medida em que vão surgindo no ecrã indicações para tal.

Mas vamos ao que interessa. A sua narrativa está muito bem conseguida, temos aqui (quase) tudo o que um fã de Game of Thrones pode querer. Temos as escolhas por vezes difíceis, os interrogatórios de grande tensão onde sentimos sempre que a cada passo podemos ficar sem cabeça, a intriga política com as suas reviravoltas do costume e claro, a violência. Só falta mesmo é outra coisa que faria com que este jogo tivesse um rating parental mais restrito…

Temos também alguns momentos de acção, caracterizados por QTEs até relativamente simples.

De resto a nível técnico o jogo possui um voice acting extremamente competente, até porque para aquelas personagens mais conhecidas, parece-me que conseguiram recrutar os actores que as representam na série televisiva. As músicas são também épicas ou mais contidas naqueles momentos de maior tensão e a nível gráfico… bom, o jogo usa aquele cell shading característico que também é usado nos Walking Dead, se bem que aqui está um nadinha mais realista. Em certas alturas acho que resulta muito bem, já noutras nem por isso. No entanto as expressões faciais estão mais uma vez bem conseguidas.

Portanto se gostarem de Game of Thrones e dos Walking Dead da Telltale, com os seus diálogos tensos e com decisões por vezes difíceis para tomar, então experimentem este jogo! Infelizmente a história ficou ali num cliffhanger jeitoso e a sequela acabou por ser cancelada, o que é uma pena até porque a Telltale também fechou portas. A ver se alguém dará continuidade a isto no futuro.

Mario vs Donkey Kong: Minis March Again (Nintendo DS)

Continuando pelas rapidinhas, o jogo que cá trago agora é um lançamento até agora exlusivo no digital, tendo sido lançado originalmente no serviço DSiware, introduzido aquando do lançamento da Nintendo DSi. É uma sequela directa do Mario vs Donkey Kong 2 que tinha saído para a Nintendo DS poucos anos antes. O meu exemplar foi comprado algures em 2010, na verdade este foi um dos primeiros jogos que joguei na minha Nintendo DS, pois “comprei-o” resgatando os pontos que tinha no clube Nintendo.

Na sua essência, este jogo herda muitas das mecânicas do seu predecessor, misturando de forma brilhante puzzles e plataformas do universo Mario e Donkey Kong. Mais uma vez controlamos apenas os Mini-Marios, onde teremos de os guiar em segurança através de uma multitude de inimigos e obstáculos, até à saída do nível. No entanto temos aqui algumas diferenças fundamentais: desta vez não conseguimos controlar os mini-marios como no jogo anterior, apenas os “acordamos” e depois nunca mais os conseguimos parar. Conseguimos é manipular alguns blocos para construir escadas e plataformas, ou carregar nalguns botões para alterar o sentido de correias automáticas, por exemplo. A outra grande diferença é que temos de garantir que os Mini-Marios chegam à saída todos mais ou menos ao mesmo tempo. Se por um lado tínhamos alguns pontos adicionais se conseguíssemos fazer isso no jogo anterior, aqui é mesmo um factor obrigatório.

Estes blocos cor-de-rosa podem ser recolocados livremente ao longo do quadriculado rosa, seja para servirem de plataformas ou obstáculos aos Minimarios e inimigos

De resto os obstáculos são idênticos ao último jogo, com os botões que abrem ou fecham portas, paredes e outros blocos magnéticos, molas que nos fazem saltar alto, tubos e escadas que subimos ou descemos sempre que passemos por um. Portanto teremos de pensar muito bem antes de começar o tempo, pois tal como no jogo anterior, se apanharmos todos os itens nos níveis e chegar à sua saída em bom tempo, somos recompensados com medalhas de ouro, que mais uma vez nos vão desbloquear novos níveis, mas já lá vamos.

À medida que vamos avançando, novos obstáculos e mecânicas de jogo vão sendo introduzidas.

Inicialmente temos apenas um conjunto de 4 mundos, cada um deles respectivo a um andar com vários níveis. Estes mundos seguem as temáticas dos seus predecessores, com níveis temáticos como a fábrica de brinquedos, o castelo da Peach ou as selvas de Donkey Kong. Em cada um destes níveis temos letras para coleccionar que soletram MINIMARIO. Se as apanharmos todas, desbloqueamos um nível bónus nesse mundo. Para além disso temos o habitual boss que mais uma vez seguem as mecânicas do seu predecessor, onde temos um canhão e temos de disparar mini-marios de forma a causar dano ao Donkey Kong. Chegando ao fim destes 4 mundos temos apenas cerca de 40% de jogo completo. Somos convidados a rejogar esses 4 mundos através dos níveis “Plus”, que como devem calcular possuem um grau de dificuldade maior, até porque nesses níveis todos os mini-marios do ecrã começam a mexer-se em simultâneo, enquanto que nos outros podemos “acordá-los” quando bem quisermos. Depois temos o mundo “Rooftop” cujos níveis vão sendo desbloqueados à medida que vamos completando os níveis anteriores, bem como o “Basement”, estes sim, onde teremos de completar cada um dos níveis anteriores com uma estrela dourada.

Para além disso temos também um editor de níveis, onde vamos ganhando mais peças para juntar à medida em que vamos progredindo no jogo principal. Tal como o seu predecessor, também poderíamos partilhar as nossas criações na internet, mas sinceramente foi algo que nem cheguei a experimentar.

Eventualmente desbloqueamos os mini Toads, Peach e DK. Era bom que tivessem diferentes habilidades entre si, mas não é o caso.

No que diz respeito ao audiovisuais, não há muito a relatar, pois o jogo usa o mesmo motor gráfico da sua prequela, os visuais são muito similares e o mesmo pode ser dito das músicas que são os habituais (e agradáveis) remixes de músicas familiares do universo Nintendo.

Portanto este é mais um excelente jogo de puzzle e plataformas, para quem for fã da série já deve saber bem com o que contar aqui. O serviço DSiWare já há muito que foi descontinuado na Nintendo DS, mas creio que o jogo ainda está disponível na eShop para a Nintendo 3DS. Se estão interessados, fica a dica!

007 Racing (Sony Playstation)

Com o sucesso do 007 GoldenEye para a Nintendo 64, a Electronic Arts rapidamente comprou os direitos da franquia e assistimos a uma série de anos onde os videojogos do James Bond tinham sucesso comercial considerável. E se por um lado a maioria destes videojogos eram first person shooters, pelo meio também surgiu este 007 Racing, que por sua vez possui um nome algo enganador, pois este não é um jogo de corridas convencional, mas já lá vamos. O meu exemplar foi comprado algures no mês de Outubro numa das minhas idas à feira da Vandoma. Creio que me custou apenas 1.5€.

Jogo com caixa e manual, versão Platinum

007 Racing, ao contrário do que eu estava à espera não é um mero jogo de corridas como o seu título assim o deixa antever. Pelo contrário, é um jogo similar ao Driver, onde em cada “nível” vamos tendo diferentes missões como destruir os alvos X, Y e Z, resgatar pessoa A, ou sobreviver a uma perseguição a alta velocidade pelo meio da selva mexicana. Tudo isto ao volante de alguns carros que fizeram sucesso nalguns filmes do agente secreto, como o anfíbio Lotus Esprit, o Aston Martin DB5 ou os BMW Z3 e Z8, entre outros, mas confesso que estava à espera de algo diferente. Para nos ajudar nas missões vamos tendo vários itens que podemos ter já equipados no carro, ou apanhar outros nos níveis propriamente dito. Metralhadoras, diferentes tipos de mísseis, minas e outras bombas são algumas das armas que poderemos usar, bem como aquelas armadilhas mais tradicionais como cortinas de fumo ou regar a estrada de óleo. Outros objectos como medkits ou turbos (que dispensam apresentações) fazem também parte deste elenco.

Felizmente vamos tendo um arsenal de armas variado para combater os inimigos.

No que diz respeito aos controlos, os botões faciais da playstation servem para acelerar, travar, mudar o ângulo da câmara e usar o travão de mão. Por outro lado os botões de cabeceira servem para seleccionar e usar as diferentes armas/itens do nosso inventário. Até aqui tudo bem, mas infelizmente quando começamos o jogo vemos que é medíocre em todos os aspectos: os carros não são muito fáceis de manobrar, os gráficos no geral não são grande coisa, exceptuando as cutscenes em CGI que vão surgindo entre cada nível.

Ah sim, temos também uma vertente multiplayer que sinceramente nunca cheguei a experimentar.

No entanto é na parte do som que este jogo tem mais potencial. Por um lado porque usa um elenco de alguns bons actores para o voice acting (confesso que não me lembrava de ver o John Cleese como Q em alguns filmes) e gosto de ouvi-lo a barafustar nas comunicações rádio, principalmente quando temos os seus queridos carros em situações perigosas. As músicas, que me parecem as mesmas usadas uma série de filmes, são agradáveis, mas infelizmente estão constantemente a serem interrompidas pelas comunicações rádio das outras personagens. Pode ser algo realista, mas irritou-me um pouco.

Portanto este é um jogo que infelizmente me pareceu bastante medíocre. Felizmente que os jogos de acção desta franchise, desta época, são bem mais agradáveis tendo em conta os meus gostos. A ver em breve vos possa falar de outros 007 que a Electronic Arts lançou nesta época.

A Boy and His Blob (Nintendo Entertainment System)

Do mesmo autor de Pitfall, um dos seminais jogos de plataforma e exploração lançado no início da décade de 80, David Crane lança originalmente em 1989 para a NES este “A Boy and His Blob” que herda alguns dos conceitos de exploração introduzidos por Pitfall. O meu exemplar foi-me oferecido por um particular algures em Setembro/Outubro deste ano.

Apenas cartucho

Neste jogo controlamos um jovem rapaz que tenciona ajudar Blobert, uma bola de gosma de um outro planeta, cujo está a ser governado por um tirano. Para o combater, teremos de comprar um grande volume de vitaminas para usar como arma e para isso, teremos de primeiro amealhar uma quantia considerável de dinheiro. Onde poderemos arranjar tanto dinheiro? Ao explorar os túneis e cavernas da nossa cidade, usando as habilidades únicas de Blob para nos ajudar.

Em baixo temos sempre visível quais os rebuçados que temos seleccionados e o número restante dos mesmos

Este é um jogo de exploração dividido em vários ecrãs sequenciais, onde teremos de improvisar maneiras de chegar a locais que seriam à partida inacessíveis. Para isso temos o nosso Blob e um conjunto de rebuçados com os mais variados sabores que fazem com que Blob mude de forma para um objecto que nos possa ajudar. Não conseguimos chegar a uma plataforma? Damos-lhe um rebuçado de licor para que se transforme numa escada. Ou um de morango para se transformar numa ponte! Queremos descer um enorme desfiladeiro em segurança, ou precisamos de protecção para objectos a cair do tecto? Nada que um rebuçado de baunilha não resolva, transformando a gosma num guarda-chuva que pode também servir de pára-quedas. Ou se quisermos explorar um túnel que esteja directamente debaixo de nós? Há por aí um rebuçado que faz Blob se transformar num buraco.

O jogo obriga-nos a explorar o mapa e usar as habilidades de Blob de forma criativa

Teremos portanto imensas possibilidades de diferentes transformações que Blob pode tomar e somos largados num mundo relativamente grande com toda a liberdade para as explorar. Assim que tivermos encontrado tesouros suficientes, podemos comprar as vitaminas, transformar Blob num foguetão e viajar até ao seu planeta. As vitaminas servem de munição para o Vitablaster (uma metralhadora que Blob se pode transformar ao comer um rebuçado de laranja), algo que será útil nos últimos segmentos do jogo. Os controlos em si são relativamente simples, com um botão a servir para chamar Blob ao pé de nós, outro para lhe atirar com o rebuçado escolhido. Escolha essa que pode ser feita com o botão select. O único problema que vejo com os controlos é que por vezes é complicado conseguir deixar o Blob no local exacto onde queremos que fique para usar uma das suas transformações.

A nível audiovisual, não tenho nada de especial a apontar. É verdade que a música não varia muito ao longo do jogo, mas ao menos a mesma é bastante agradável. Por outro lado os gráficos são também simples, porém funcionais e o jogo possui variedade nos cenários quanto baste.

O rapaz é fraquinho e não pode sofrer qualquer tipo de dano ou cair elevadas distâncias, caso contrário perde uma vida.

Portanto este A Boy and His Blob é um jogo interessante, embora longe de ser perfeito. Ainda assim acho que é um jogo com potencial para muito mais. Podíamos estar aqui a falar de um Metroidvania bastante competente! Se bem que recentemente foi lançado um remake para a Nintendo Wii que até me deixou algo curioso. A ver como se safaram!

Silpheed: The Lost Planet (Sony Playstation 2)

Continuando pelas rapidinhas, deixo-vos com a sequela de um dos meus videojogos preferidos da Mega CD, o Silpheed. Produzido originalmente pela Game Arts, era um interessante shmup espacial que possuia um grafismo original, misturando gráficos poligonais, com backgrounds em full motion video. Muitos anos passaram até finalmente termos direito a uma sequela, produzida pela Treasure, nome que deveria dispensar apresentações a todos os fãs de jogos de acção. O meu exemplar foi comprado algures no mês de Setembro numa das CeX do norte do país, tendo-me custado 6€.

Jogo com caixa e manual

A história segue o cliché do costume, com a humanidade a ser atacada em força com uma civilização alienígena e cabe-nos a nós salvar o planeta e enfrentar um exército inteiro sozinhos, a bordo de uma poderosa nave espacial. No que diz respeito à jogabilidade, o jogo herda alguns dos conceitos base da sua prequela. Inicialmente dispomos apenas de 2 canhões simples como arma, mas à medida que vamos progredindo no jogo e pontuando, poderemos ir desbloqueando várias novas armas. Tal como no seu predecessor, estas armas podem ser equipadas (e disparadas!) de forma independente no lado esquerdo ou direito da nave. Geralmente até as podemos trocar a meio do nível, visto que temos sempre uma nave de reabastecimento que nos visita, regenerando os nossos escudos e permitindo-nos trocar de arma também. E se por um lado isto deixa-nos com várias combinações distintas de armas que podemos equipar, por outro lado sinto também a falta das bombas especiais que limpam todos os inimigos do ecrã em simultâneo.

Tal como no seu predecessor poderemos desbloquear novas armas e equipá-las de forma independente no lado esquerdo e direito da nave

A nível audiovisual este jogo é um festim. É verdade que o jogo foi produzido ainda no início de vida da Playstation 2, mas mesmo assim contem com bons gráficos poligonais, onde visitaremos diferentes ambientes, desde o espaço e gigantescas batalhas espaciais, até às ruínas do nosso planeta, bem como o estranho mundo alienígena e a sua biotecnologia. Também vamos sendo presenteados com belas cutscenes em CG entre cada nível, o que mostram que os seus níveis de produção vão além de um mero jogo arcade. As músicas vão alternando entre o rock, a electrónica e até um pouco de música orquestral para aqueles momentos mais épicos. Também vamos tendo algumas narrações e conversas de rádio que vamos ouvindo ao longo dos níveis, mas estas já não são nada de especial, embora sirvam para dar um pouco mais de vida ao jogo.

Os inimigos são um híbrido de matéria orgânica e tecnologia

Portanto, este Silpheed é um interessante shmup para quem gostou do original e para quem for fã do género. Não é no entanto um dos jogos mais originais ou mesmo exigentes, visto que perdeu algumas das mecânicas de jogo da sua prequela, mas ainda assim não deixa de ser um jogo bem competente.