F-Zero (Super Nintendo)

F-ZeroApesar de já na altura existirem jogos de corrida futuristas, e alguns bem mais arrojados no design dos circuitos e mais impressionantes do ponto de vista técnico (como Stun Runner da Atari), creio que é escusado referir que a nível de popularidade o F-Zero levou a melhor, até porque era um dos títulos da primeiríssima geração da Super Nintendo, a tão esperada sucessora da NES. Infelizmente como já aqui analisei o F-Zero Maximum Velocity para a GBA, que é um sucessor espiritual deste jogo a todos os níveis, este artigo vai acabar por ser uma rapidinha. E este meu exemplar foi comprado juntamente com um bundle de 5 cartuchos de SNES, tendo-me ficado por 12€ cada. Edit: recentemente arranjei um em caixa por 20€, faltando-lhe o manual.

F-Zero - Super Nintendo
Jogo com caixa

A primeira coisa que salta logo à vista deste F-Zero é precisamente os seus gráficos em mode 7. Na altura achava-se que esse era um efeito gráfico extraordinário, mas sinceramente eu nunca achei grande piada assim. Pelo menos utilizado desta forma. Basicamente neste modo gráfico podemos pegar num plano gigante e rodá-lo, esticá-lo ou torcê-lo e em caso de jogos de corrida como este F-Zero era utilizado para desenhar todo circuito, com o plano a rodar consoante a direcção em que virássemos. Apesar de disso permitir jogos em alta velocidade como é este F-Zero, o facto de os circuitos serem basicamente um plano, também não deixava as coisas lá muito bonitas na minha opinião. Felizmente existem outros jogos que tiram usos bem melhores do mode 7, na minha opinião, como o fantástico Axelay que um dia espero encontrar para poder falar melhor dele aqui.

Apesar de haverem várias naves na pista em cada corrida, apenas podemos escolher uma de quatro disponíveis para jogar. Muitas das que aparecem nos circuitos são genéricas
Apesar de haverem várias naves na pista em cada corrida, apenas podemos escolher uma de quatro disponíveis para jogar. Muitas das que aparecem nos circuitos são genéricas

E sendo este o primeiro F-Zero, é também aquele mais simples e com menos coisas a oferecer. Em primeiro lugar, não há qualquer multiplayer, talvez a Nintendo ainda não dominasse as técnicas do mode 7  para poder fazer como no Super Mario Kart. O modo principal de jogo é então o modo campeonato, onde teremos três ligas de 5 circuitos cada para competir, com a possibilidade de as jogar em diferentes graus de dificuldade também. No início apenas a primeira liga está desbloqueada, com as restantes a serem desbloqueadas apenas quando apenas conseguirmos vencer a liga anterior num determinado nível de dificuldade. Para além disso possuímos apenas 4 naves à escolha e nada mais, incluindo a de personagens importantes para a franchise, como Captain Falcon e Samurai Goroh.

Por alguns segundos, ganhamos alguma velocidade extra ao passar nestas "setas"
Por alguns segundos, ganhamos alguma velocidade extra ao passar nestas “setas”

F-Zero é um jogo rápido como se esperaria de um racer futurista. E bastante exigente também, por vários motivos. O primeiro é que nos obriga sempre a ter uma alta performance, caso contrário somos desqualificados da corrida. No final da primeira volta temos de a terminar acima do 15º lugar e nas voltas seguintes esse limite vai sendo cada vez mais apertado, até chegarmos à última volta onde somos obrigados a terminar pelo menos em terceiro lugar. Depois, temos também de ter cuidado para não destruir a nossa nave. Apesar de não existirem armas, se não tivermos cuidado é perfeitamente possível esbarrarmo-nos contra as “paredes” e danificar a nave, seja porque utilizamos um turbo na altura errada (no final de cada volta somos sempre recompensados com um turbo temporário a utilizar quando nos der na gana), ou porque algum dos nossos oponentes nos deu um “toquezinho saudável” que nos fez esbarrar em todo o lado. Saber fazer curvas apertadas é também um prérequisito para se ter sucesso neste jogo. De resto podemos recuperar alguma energia ao passar por cima de umas faixas coloridas que servem para esse efeito. Para além disso temos também pequenas nuances que hoje em dia são bastante comuns em videojogos deste tipo, como aqueles boosts temporários de velocidade na forma de setas desenhadas no chão, a mesmo a possibilidade de saltar nos circuitos através de rampas ou mesmo descobrir alguns atalhos que nos façam poupar preciosos segundos em dificuldades mais elevadas.

Os saltos têm de ser bem direccionados, pois se cairmos fora da pista lá se vai uma vida
Os saltos têm de ser bem direccionados, pois se cairmos fora da pista lá se vai uma vida

Lá em cima já passei um parágrafo só a falar do mode 7, pelo que não me vou alongar muito mais nos gráficos. Devo só reforçar a ideia de que o mode 7 aplicado desta forma permite uma jogabilidade rápida e fluída, mas os circuitos são literalmente planos. E o que poderiam parecer arranha céus em circuitos como os de Mute City, tornam-se num aglomerado de pixeis algo imperceptíveis. Mas já que falo sobre a Mute City, essa é também o nome de uma das músicas mais notáveis dos videojogos! Regra geral, a banda sonora dos F-Zero costuma ser sempre boa, e aqui não é excepção.

The Incredible Hulk (Sega Mega Drive)

HulkVamos para uma rapidinha, desta vez sobre um jogo para a Mega Drive. Confesso que não sou o maior fã de videojogos de super heróis, talvez por nunca ter gostado muito dos filmes modernos que se têm vindo a fazer (excepção notável para os Batman com o Christopher Nolan). Mas se forem videojogos de super heróis das eras 8 e 16bit, então já sou bem mais tolerante, até porque muitos deles fizeram parte da minha infância. O que não é propriamente o caso deste Hulk que só tinha vindo a conhecer mais tarde em emulação. O meu exemplar foi comprado há uns bons meses atrás na feira da Ladra em Lisboa, custando-me 7€.

Jogo com caixa e manual europeu. Sempre gostei da capa!
Jogo com caixa e manual europeu. Sempre gostei da capa!

Nunca fui o leitor mais assíduo das comics do Hulk, pelo que não reconheço muito dos vilões, a não ser o Rhino (que apareceu pela primeira vez nas comics do Spider Man) e o The Leader, o vilão “chefe” que iremos enfrentar no final. Este The Hulk é um jogo de plataformas onde iremos explorar vários diferentes mundos, onde os níveis começam a ficar cada vez mais labirínticos, quanto mais avançados forem. A jogabilidade é também um pouco confusa. Como Hulk, temos vários níveis da nossa barra de saúde, que vão diminuindo com a pancada que levamos e restabelecidos ao encontrar power ups para o efeito. A parte estranha é que poderemos desencadear mais ou menos golpes diferentes consoante o nível de “saúde” que tenhamos. No ponto mais alto, que nos obriga precisamente a encontrar alguns power ups para isso, podemos desempenhar alguns golpes poderosos que de outra forma seriam impossíveis de executar, como o Sonic Clap (o único ataque de médio alcance que dispomos), ou mesmo o Shoulder Charge, capaz de destruir um inimigo normal com um encontrão apenas. Para desencadear estes golpes temos de pressionar diferentes combinações de botões, quase como se um jogo de luta se tratasse, o que confunde ainda mais pelo facto de existirem vários níveis de saúde que nos podem inibir ou habilitar a execução de alguns desses mesmos golpes.

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A nossa barra de saúde vai tendo várias cores. Mediante a cor em que estamos, podemos desencadear mais ou menos golpes diferentes

Para além disso, ao sofrer dano suficiente transformamo-nos novamente em Bruce Banner, a forma humana de Hulk que é bastante mais frágil. Podemos atacar se encontrarmos algumas armas de fogo, mas temos também de ter bastante cuidado. Essas armas possuem apenas 2 disparos e convém usá-los para destruir os caixotes que possuem os power-ups que nos restabeleçam a vida. Como Bruce podemos também esgueirar-nos por espaços apertados que Hulk não conseguiria. É possível também transformar de Hulk para Bruce em qualquer momento, mediante a utilização de comprimidos tranquilizantes que podem ser encontrados ao longo do jogo. De resto, tal como já referi, vamos ter níveis cada vez mais labirínticos, onde para além de defrontarmos um mar de robots ou guerreiros estátua, teremos também de procurar alavancas e elevadores que nos permitam progredir nos níveis.

No final de cada nível há sempre um boss para defrontar, seguido de uma pequena cutscene ao estilo comic
No final de cada nível há sempre um boss para defrontar, seguido de uma pequena cutscene ao estilo comic

Graficamente falando, é um jogo bastante colorido, com níveis algo variados e bem detalhados. Tanto percorremos zonas mais urbanas ou industriais, como outras mais “épicas” como as ruínas romanas onde defrontamos Tyrannus ou mesmo mundos alienígenas. As músicas são também agradáveis, embora sou sincero, não houve propriamente nenhuma que me tenha ficado no ouvido.

Em suma, este The Hulk é um jogo bonitinho, mas possui algumas mecânicas de jogo que a meu ver são desnecessariamente complicadas. As primeiras vezes que o jogarem, se não souberem à priori destas nuances na jogabilidade, então este The Hulk vai ser um videojogo algo frustrante.

Master of Darkness (Sega Master System)

MasterOfDarkness-SMS-EU-mediumQuando uma franchise é bastante boa, é normal que venham a surgir os clones e imitadores. E por muita criatividade que a Sega tenha tido desde a sua génese, não deixou de produzir algumas imitações “descaradas” de séries de reconhecido sucesso para as suas consolas. Exemplos como Golden Axe Warrior ou Eternal Champions são notáveis. Assim como é este Master of Darkness que é nada mais nada menos que um clone de Castlevania para a Master System. Mas quando os clones são bons, não tenho nada contra! Este meu exemplar foi comprado há cerca de 2 meses a um particular, por 15€, estando completo e em estado como novo.

Master of Darkness - Sega Master System
Jogo com caixa e manuais

A narrativa leva-nos para uma Londres em época Victoriana, onde um psicólogo chamado Dr. Ferdinand Social (não, não inventei este nome) pretende erradicar as criaturas das trevas que assolam a cidade. E se por um lado começamos por enfrentar cães vadios, morcegos e bandidos (inclusivamente o infame Jack o Estripador), nos níveis seguintes já vamos combater criaturas sobrenaturais, culminando num combate face a face com o vampiro mais famoso de todos os tempos, Dracula. Sinceramente prefiro as aventuras dos Belmonts, mas esta aqui também tem o seu charme.

Encontrar o Jack the Ripper? Porque não?
Encontrar o Jack the Ripper? Porque não?

Sim, há aqui várias coisas chapadas de Castlevania, outras nem por isso. Aqui podemos também usar armas principais e secundárias, mas ao contrário dos Belmonts, não estamos restringidos a um chicote apenas. Aliás, nem há chicote nenhum, a nossa arma inicial é uma pobre faca, que poderá ser substituída por outras armas como uma espada, martelo ou machado, cada uma com diferentes poderes de ataque e alcance. As armas secundárias possuem também umas munições próprias, mas as mesmas não são restabelecidas com coraçõezinhos que caem após destruirmos velas, candelabros ou outros equipamentos com chamas. Tanto umas armas como outras, podem ser encontradas ao destruir máscaras que se encontram espalhadas nos níveis, que também podem esconder itens que nos aumentam a pontuação ou poções  vermelhas que nos fazem recuperar vida. Essas poções podem também ser encontradas ao destruir paredes nos cantos do ecrã, tal como nos Castlevania clássicos. Mas voltando às armas secundárias, também as temos de diversos feitios, com diferentes características e poder. Coisas como revólveres, bumerangues, bombas que são atiradas em arco ou, mais à frente no jogo, estacas que são atiradas em linha recta e atravessam o todo o ecrã, podendo atingir mais que um inimigo. São bastante úteis no último boss!

Veteranos dos Castlevania clássicos irão reconhecer salas como esta.
Veteranos dos Castlevania clássicos irão reconhecer salas como esta.

O jogo está estruturado em 5 diferentes zonas onde, à excepção da última, estão divididas em 3 níveis normais de puro platforming como um Castlevania, mesmo com aquelas escadinhas que nos deixam um pouco vulneráveis sempre que as atravessamos. Para além desses 3 níveis temos um outro que serve unicamente para enfrentar o boss. Os controlos são simples, com o D-Pad para movimentar o Dr. Social, um botão para saltar e um outro para atacar. Pressionando apenas o botão de ataque faz com que usemos a arma principal, já pressionando esse botão em conjunto com a seta para cima faz com que usemos as armas secundárias. Faz-vos lembrar de algo? Pois é.

No que diz respeito aos audiovisuais, este é um jogo bem competente para uma Master System. É verdade que por um lado prefiro os visuais bem mais fantasiosos de um Castlevania, mas também temos alguma variedade aqui, desde as ruas escuras de Londres e o seu rio Tamisa, passando pelos habituais cemitérios, cavernas, florestas, castelos e afins. Pelo meio vamos tendo também algumas pequenas cutscenes que nos vão contando a história e o porquê das transições de áreas entre os níveis. As músicas são também bastante agradáveis, embora não tenha nenhum tema tão orelhudo como muitos dos que podem ser ouvidos nos Castlevania clássicos.

Ocasionalmente lá vamos tendo pequenas cutscenes que nos vão contando o desenrolar da história
Ocasionalmente lá vamos tendo pequenas cutscenes que nos vão contando o desenrolar da história

No fim de contas volto ao que referi inicialmente, quando um clone de um jogo ou franchise boa é igualmente um jogo bom, não tenho propriamente muito que me queixar, logo que não se abuse muito. E se a Konami não queria fazer um Castlevania para a Master System, nada como a Sega para (mandar) fazer um!

Metal Slug 4 (Sony Playstation 2)

Metal Slug 4Hoje é dia para mais uma rapidinha, pois infelizmente não tem havido tempo para jogar algo mais “robusto”. E o jogo que cá trago hoje é a conversão para a PS2 de mais uma entrada na famosa série Metal Slug da SNK. Na verdade, este Metal Slug 4 já foi desenvolvido numa fase mais negra da empresa Japonesa, após a mesma ter fechado as portas e as suas IPs vendidas à Playmore. O meu exemplar foi comprado há cerca de 2 meses atrás a um particular, custou-me 7.5€.

Metal Slug 4 - Sony Playstation 2
Jogo com caixa e manual

A história repete-se e uma vez mais há um conflito de larga escala para resolver. Desta vez pela organização terrorista Amadeus, que se prepara para desenvolver um virus informático capaz de invadir qualquer sistema de segurança, incluindo os militares, e com grande potencial para propiciar desastres. Mais uma vez recai nos mesmos mercenários a tarefa de lutar contra a ameaça, embora apenas Marco e Fio se mantenham dos jogos anteriores. A substituir Tarma e Eri estão os novatos Trevor e Nadia, mas novamente cada personagem não possui habilidades distintas entre si, pelo que quem escolhemos para jogar acaba por ser algo indiferente.

Uma cara conhecida... mas nem tudo o que parece... é.
Uma cara conhecida… mas nem tudo o que parece… é.

A jogabilidade mantém-se igual a si mesma, com a acção non-stop repleta de soldados, tanques e outros veículos inimigos para destruir. Isto tudo sempre com as excelentes animações e também algum humor à mistura como a série bem nos habituou. A nível de novas funcionalidades, para além de novos veículos a conduzir (incluindo uma empilhadora) e uma nova arma, uma dupla metralhadora, temos também uma nova transformação. Para além de podermos ficar bastante obesos ao comer itens de comida, ou transformarmo-nos em zombies, algo que nos limita sempre os movimentos, agora podemos também nos transformar em macacos, também com restrições de movimento, mas com o benefício de poder saltar bem mais alto e agarrar aos tectos, disparando por aí. A outra novidade está no sistema de Metal Rush. Ao longo do jogo podemos apanhar alguns emblemas e mediante a cor do emblema que apanhamos temos uma barra de tempo que dimui mais ou menos rapidamente. Durante esse tempo estamos invencíveis e o objectivo é procurar obter a maior pontuação possível.

Os confrontos com os bosses são sempre épicos
Os confrontos com os bosses são sempre épicos

No que diz respeito aos audiovisuais, tenho sentimentos mistos. Por um lado, o jogo utiliza o mesmo motor gráfico, e os gráficos continuam num 2D bem detalhado e com óptimas animações, mesmo com a Neo Geo a mostrar a sua idade, continua a ser um jogo belíssimo de se ver. Por outro lado não o achei tão épico como os anteriores, onde até se chegou a combater no espaço. Desta vez não há extraterrestres para ninguém! Ainda assim o jogo vai tendo variedade quanto baste, com as habituais paisagens semi-urbanas, naturais, uma cidade assombrada, o interior de um navio ou de uma base militar. As músicas são bem competentes, como sempre.

Como é habitual, há sempre algum humor à mistura.
Como é habitual, há sempre algum humor à mistura.

De resto, para além do modo arcade tradicional que pode ser jogado por 2 jogadores, a versão PS2 possui ainda um outro modo onde podemos jogar apenas no nível que escolhermos. Os níveis disponíveis neste modo são apenas os que já conseguimos finalizar no modo arcade, mais o seguinte.

Tornar-se zombie pode ter algumas vantagens...
Tornar-se zombie pode ter algumas vantagens…

Posto isto, apesar de não ter achado este Metal Slug 4 tão empolgante como os seus dois antecessores, não deixa de ser um óptimo jogo. Afinal em fórmula vencedora não se mexe, ou mexe-se pouco, e mesmo não tendo uma campanha tão épica, a jogabilidade simples e frenética, aliada aos óptimos gráficos e animações em 2D fazem com que seja sempre um enorme prazer jogar qualquer jogo desta série.