FIFA 96 (Sega 32X)

FIFA 96Hoje é dia para uma ou duas rapidinhas. A primeira será mesmo muito breve, e refere-se à versão 32X do FIFA 96, que já tinha sido trazido cá ao blogue anteriormente. Esta versão 32X é essencialmente o mesmo jogo, mas que tira algum partido das capacidades 3D rudimentares do add-on da Sega. O meu exemplar veio da feira da Ladra em Lisboa, custando-me 2.5€, o que para um jogo completo de 32X parece-me bem bom.

FIFA 96 - Sega 32X
Jogo completo com caixa e manuais

Como referi acima, é uma versão muito parecida à da Mega Drive, oferecendo os mesmos modos de jogo com campeonatos, torneios, partidas amigáveis e por aí fora. A grande diferença a meu ver está mesmo nos gráficos. Enquanto a versão Mega Drive mantém o campo na perspectiva isométrica que bem caracterizou a série desde o primeiro FIFA até ao 98 nesta consola, aqui na 32X as coisas ficam um pouco mais dinâmicas. Apesar de os jogadores continuarem a ser sprites em 2D, o campo já tem alguns elementos 3D algo rudimentares como as balizas ou as bancadas que se notam perfeitamente serem poligonais. A câmara é também mais dinâmica e para além de se nos dar a oportunidade de escolher vários ângulos de jogo, incluindo o isométrico, acaba sempre por seguir a bola, o que em alguns ângulos até acaba por desorientar um pouco.

Nesta versão podemos jogar com diferentes ângulos de cãmara
Nesta versão podemos jogar com diferentes ângulos de cãmara

A nível de jogabilidade parece-me muito semelhante, mas eu sou suspeito para falar pois jogos este tipo de jogos de forma muito casual. Sendo esta versão 32X uma versão desenvolvida por equipas diferentes da versões 16 e 32bits é normal que a jogabilidade seja um pouco diferente.

Ainda não consegui perceber bem se os jogadores são sprites 2D ou modelos poligonais muito rudimentares. Mas aposto no 2D
Ainda não consegui perceber bem se os jogadores são sprites 2D ou modelos poligonais muito rudimentares. Mas aposto no 2D

Não vou dizer que é o melhor jogo de futebol de sempre, até porque a nostalgia leva-me sempre para o FIFA 97 da Mega Drive ou o Worldwide Soccer 97 da Saturn, mas esta versão 32X parece-me um compromisso interessante entre dois mundos: a jogabilidade 2D de uma era, e o excitante mundo do 3D poligonal que a geração seguinte nos trouxe em força.

Várias actualizações

Hoje aproveitei para actualizar uma série de artigos, onde acabei por arranjar versões mais completas de jogos que já tinha analisado. Segue então uma lista:

Assassin’s Creed (Sony Playstation 3) – Hoje mesmo comprei o jogo na sua edição normal black label, na Cex de Lisboa. Substitui a versão platinum que por sua parte tinha sido dos primeiros jogos que comprei para a PS3.

Castlevania Dracula X Chronicles (Sony Playstation Portable) – No mês passado encontrei o jogo em versão black label na cash converters de Benfica. Prontamente desfiz-me do Essentials feio que tinha.

Mega Games I (Sega Mega Drive) – Encontrei há uns meses atrás na feira da Ladra em Lisboa a compilação completa, como nova, por 2.5€. Substitui a que já tinha já que não tinha os manuais.

Pokémon Blue (Nintendo Gameboy) – Ao cartucho solitário foi acrescentado a caixa, inserts e manuais, a um preço muito irrisório, após ter sido comprado numa loja no Porto.

Sonic the Hedgehog 2 (Sega Game Gear) – Substituí o cartucho após ter encontrado o jogo completo na feira da Ladra em Lisboa.

Super Mario 64 (Nintendo 64) – Antes só tinha o cartucho, depois lá acabei por o encontrar completo.

Virtua Racing (Sega Mega Drive) – Apesar de já o ter “completo”, troquei-o quando encontrei uma versão com o manual português e ainda em melhor estado.

Zero Tolerance (Sega Mega Drive) – Mais um jogo para a Mega Drive agora com os manuais que me faltavam. Só fica mesmo a faltar o link cable!

Entretanto aproveito também para divulgar o meu último vídeo (longa metragens) de aquisições que ainda não tinha partilhado por cá:

http://www.youtube.com/watch?v=bLHuwEOJQwQ

Deathtrap Dungeon (PC/Sony Playstation)

Deathtrap DungeonSó de olhar para a capa do jogo e ver a sua arte e o título, Deathtrap Dungeon soava-me a um RPG da primeira pessoa, algo à semelhança de jogos como Dungeon Master, Ultima Underworld ou Eye of the Beholder, onde a exploração de cavernas labirínticas e cheias de perigos e armadilhas eram o prato do dia. Mas não. Deathtrap Dungeon é na verdade uma espécie de Tomb Raider dos clássicos, passado num mundo fantasioso, e com muitas doses de sadismo à mistura. O meu exemplar da Playstation foi comprado algures há quase 2 anos na feira da Ladra em Lisboa, por cerca de 5€. A versão digital do steam veio nalguma promoção de natal por uma ninharia.

Deathtrap Dungeon - Sony Playstation
Jogo completo com caixa, manuais, papelada e um interessante bestiário

Este Deathtrap Dungeon, ou Ian Livingstone’s Deathtrap Dungeon é na verdade uma adaptação para videojogo de um dos livros da série Fighting Fantasy, que eram na verdade gamebooks, pequenos RPGs de tabuleiro na forma de livro. Mas ao contrário do The Forest of Doom que realmente pegou nesse conceito e traduziu-o para um videojogo, aqui foi adaptado a um jogo de acção/aventura. A história aqui é muito simples: encarnamos num bárbaro (chaindog) ou numa guerreira amazonas que mais parece saída de uma sessão de bondage (Red Lotus), com o objectivo de exploramos estes calabouços, enfrentando os seus perigos e encontrar preciosos tesouros no final.

O sistema de inventário permite-nos alternar de itens/power ups livremente
O sistema de inventário permite-nos alternar de itens/power ups livremente

Quando traço estes paralelismos à série Tomb Raider é porque o Deathtrap Dungeon é também um jogo de acção e exploração na terceira pessoa, foi também publicado pela Eidos e possui os mesmos tank controls do Tomb Raider clássico. A grande diferença é o maior foco nos combates e nas armadilhas, muitas vezes resolvidas em puzzles por vezes mais discretos. Alçapões, cenas que disparam setas ou fogo em todas as direcções, blocos de pedra que nos esmagam, inimigos que surgem teleportados vindos do nada, são algumas das coisas que teremos de nos preocupar. Algo que até se pode adivinhar só ao ver a cutscene de apresentação. Até coisas como “o que faz  esta alavanca? só há uma maneira de saber… e morri” fazem parte da experiência que é ultrapassar estes perigos. Por vezes temos pistas do que poderá acontecer ao ver esqueletos humanos próximos de algum local suspeito, outras vezes vemos esqueletos em sítios completamente inofensivos só para nos chatear. Basicamente este é um jogo em que morremos muito. Muito mesmo. E com saves apenas em certos locais irá certamente frustrar os mais impacientes. Não só pelas armadilhas, mas pelos combates também. Felizmente poderemos encontrar um grande arsenal de armas desde armas brancas a coisas como lança rockets e granadas “medievais”, ou magias como as fiéis bolas de fogo.

Armadilhas são coisas que não faltam...
Armadilhas são coisas que não faltam…

Infelizmente Deathtrap Dungeon não envelheceu bem. A nível técnico a maior prova disso seria a forma muito rudimentar como o jogo é corrido em sistemas operativos mais recentes, mas vamo-nos focar mais na versão Playstation pois foi a que joguei mais. Os controlos de tanque muito popularizados por jogos como Tomb Raider ou Resident Evil nunca foram propriamente boas coisas, a câmara também nem sempre a melhor e apesar de o jogo nos permitir alternar temporariamente para uma visão em primeira pessoa, por vezes o tempo que perdemos em ver o que queremos em primeira pessoa pode ser demasiado e lá se vai mais uma morte.

Screenshot
Alguns itens, como a Strength potion devem ser usados nas alturas certas, especialmente contra bosses.

De resto, a nível mais técnico, este Deathtrap Dungeon também é um jogo algo simples, mesmo para os padrões da Playstation 1. O facto de ser todo jogado em calabouços e cavernas, nunca chega a haver realmente lá muita variedade de cenários, já que nem tão pouco dá para vislumbrar a luz do dia. Os inimigos possuem poucos polígonos, os cenários texturas simples, embora por vezes ainda se vejam algumas gravuras interessantes. No PC as coisas não melhoram muito, apesar de poder ser jogado naturalmente a resoluções mais altas que a versão PS1. As músicas e efeitos sonoros sinceramente passaram-me um pouco ao lado.

No fundo, este Deathtrap Dungeon não deixa de ser um jogo interessante e com potencial, agora que há um certo interesse em jogos difíceis como a série Souls ou Bloodborne. Se fosse  mais polido, com melhores controlos e jogabilidade, acho que acabaria por ser um jogo mais bem sucedido do que o que se tornou.

 

Dead Space Extraction (Nintendo Wii)

Dead Space ExtractionSaindo agora do reino das portáteis, o jogo que cá trago hoje é um exemplo de coisas interessantes também se faziam na época da Wii. Deixando as grandes produções “hollywoodescas” com gráficos fora de série para os sistemas que foram desenhados para isso mesmo, para a Wii, aproveitavam o nome da franchise e traziam jogos secundários. Tal como o Castlevania Judgement ou SoulCalibur Legends, fizeram o mesmo com o Dead Space. E aqui decidiram tornar o jogo num light gun shooter nada arcade, com níveis longos e um foco maior na narrativa. Este meu exemplar foi comprado algures durante o ano passado na Cash Converters de Alfragide, tendo-me custado 7€.

Dead Space Extraction - Nintendo Wii
Jogo completo com caixa, manual e papelada

Em Dead Space Extraction, a acção decorre um pouco antes dos acontecimentos do primeiro jogo, quando a colónia mineira de Aegis VII descobre o “Marker”, o que faz com que toda a sua população enlouqueça e se transforme gradualmente nos monstrinhos disformes que vimos logo no primeiro jogo, os necromorphs. Vamos vivendo várias personagens que procuram fugir de lá e procurar a sua salvação na nave de Ishimura, onde as coisas não estão também muito famosas, cruzando-nos inclusivamente com Nicole, namorada de Isaac, o herói da série principal.

Lexine é uma das personagens centrais do jogo, afinal até serviu de capa!
Lexine é uma das personagens centrais do jogo, afinal até serviu de capa!

E apesar de ser um light gun shooter muito linear e on rails, conseguiram de certa forma capturar a essência da jogabilidade tradicional dos Dead Space. Herdamos as mesmas armas, desde o pequeno espeta pregos até ao lança chamas devastador e os pontos fracos dos inimigos continuam a ser os membros, não o torso ou a cabeça. O uso de stasis para os abrandar continua a ser essencial, e os outros conceitos como a telecinese, os segmentos em gravidade zero e até mesmo aquela parte em que equipamos canhões para destruir asteróides estão mais uma vez aqui presentes, assim como os logs que podemos encontrar, que dão sempre mais alguma história de background. Mas esses logs, itens comuns como medpacks e munições e outros extras como novas armas ou upgrades das mesmas, têm de ser capturados rapidamente quando se vêm no ecrã, pois o jogo sendo on-rails poucas oportunidades nos dá para fazer. Eventualmente lá temos alguns segundos onde ficamos parados no local e podemos mover o wii mote para onde pretendermos, rodando o ecrã e podendo explorar mais livremente o que nos rodeia. Ocasionalmente também temos a hipótese de escolher alguns caminhos alternativos, mostrando assim alguma não-linearidade que não vai muito mais além disso, pois o desfecho acaba por ser sempre o mesmo.

Espero que tenham gostado do minijogo de disparar sobre asteróides do primeiro jogo... é que aqui temos de repetir a dose.
Espero que tenham gostado do minijogo de disparar sobre asteróides do primeiro jogo… é que aqui temos de repetir a dose.

Temos também uma série de puzzles para resolver que tiram partido dos wiimote e nunchuck. Desde fazer hacking a terminais de computadores onde teremos de interligar alguns circuitos eléctricos, até pregar tábuas de madeira para barrar a entrada de swarms de criaturas famintas, este último ainda me deu algumas dores de cabeça. Isto porque necessita do modo secundário de disparo (onde temos de inclinar o wiimote, disparando uma arma à gangster) e muitas vezes ao fazê-lo o wiimote perdia o sincronismo por alguns segundos, o que poderia ser tempo demais. Os comandos por movimento eram também utilizados noutras coisas, como os golpes melee pelo nunchuck, ou nos segmentos em que andávamos às escuras teríamos de abanar o wiimote para carregar uma lanterna. O mesmo também era feito em alguns quick time events, quando alguns monstros nos agarravam.

Os pontos fracos dos necromophs mantêm-se: os membros
Os pontos fracos dos necromophs mantêm-se: os membros

Para além do modo de história que se alonga em 10 capítulos tínhamos também o challenge mode, onde as coisas já ficam um pouco mais arcade. Nesse modo de jogo revisitamos vários locais do modo de história, com a missão de derrotar o maior número possível de necromophs, com o único objectivo de ter uma pontuação alta. Apesar de ser interessante, não nos oferece mais nenhuma recompensa. A outra recompensa que vamos desbloqueando a cada nível que completemos são capítulos de uma banda desenhada intereactiva, com direito a voice acting e tudo. De resto, convém também referir que o modo história pode também ser jogado de forma cooperativa com um amigo, o que não é nada má ideia.

Por vezes temos alguns segundos para olhar livremente para o que nos rodeia, permintindo-nos reabastecer os nossos stocks de munições e medkits
Por vezes temos alguns segundos para olhar livremente para o que nos rodeia, permintindo-nos reabastecer os nossos stocks de munições e medkits

Graficamente é um jogo muito mais simples que o original, assim o hardware da Wii o exige. Mas não deixam de ser bons gráficos, com as personagens bem detalhadas. E mantêm a essência do Dead Space, com os seus corredores escuros, os fatos e armas high-tech, a tecnologia holográfica dos menus e afins, a demência causada pela exposição ao Marker e claro, os necromorphs e todo o gore habitual. E apesar de ter na mesma músicas mais tensas, acaba por ser um jogo muito menos assustador que o primeiro, até porque é todo “on rails“, não há aquele medo medo de avançar sabendo que pode não ser boa ideia, aqui o jogo avança sempre e o que tiver de acontecer, acontece. Ainda a nível técnico, o voice acting não é mau de todo.

Um dos puzzles que temos de resolver. Soldar circuitos enquanto temos necromorphs à nossa volta
Um dos puzzles que temos de resolver. Soldar circuitos enquanto temos necromorphs à nossa volta

Se não gostarem da Wii poderão também encontrar este jogo na PSN para a PS3. Por acaso até tinha sido o meu primeiro contacto com o Dead Space Extraction, na altura em que comprei a PS3 diverti-me a fazer o download de várias demos para experimentar e este jogo era uma delas. Também vinha incluído gratuitamente para quem comprasse uma edição especial do Dead Space 2 para a PS3. Tenho a ideia que essa versão para a PS3 tinha gráficos um pouco melhores, mas podem ser as memórias a pregarem-me partidas. De qualquer das formas não deixa de ser um jogo interessante para quem gosta de light gun shooters, embora de arcade tenha muito pouco.

Yoshi’s Cookie (Nintendo Gameboy)

Yoshi's CookieE vamos continuar no reino das portáteis com mais uma rapidinha, agora a mais um puzzle game da Nintendo e do universo de Mario, como se Dr. Mario e Mario & Yoshi já não fossem suficientes. Este Yoshi’s Cookie é mais um daqueles jogos em que temos de agrupar objectos iguais de forma a fazê-los desaparecer, mas tem algumas mecânicas de jogo mais interessantes. Este meu exemplar veio da cash converters de Alfragide algures durante o mês passado, tendo-me custado cerca de 2€.

Yoshi's Cookie - Nintendo Gameboy
Apenas cartucho, só tenho pena que alguém tenha rabiscado o seu nome nele

E isto na verdade é quase um Tetris de complexidade acrescida. Isto porque para pontuar, temos de fazer linhas ou colunas de blocos semelhantes, com conjuntos de novos blocos a “cairem” de cima para baixo ou da direita para a esquerda. Isto quer então dizer que o número de blocos que temos de fazer linha ou coluna acaba por ser variável. E como os agrupamos? Bom, seleccionamos o bloco em questão e com o d-pad indicamos qual a direcção que o queremos mudar, o que faz com que a linha ou coluna rode. Se jogarmos sozinhos, é com isto que temos de nos preocupar, ao longo de 10 rounds com 10 stages cada um, com a dificuldade a ir aumentando gradualmente ao introduzir novos blocos e acelerar a velocidade do jogo. Existe também uma componente multiplayer para 2 jogadores através do link cable, onde temos uma grelha fixa de 5×5 e vamos competindo dessa forma ao fazer as combinações de blocos, mas não cheguei a experimentar.

A ideia é fazer linhas ou colunas de blocos iguais... mas temos de ter em conta que novos blocos vão caindo em 2 direcções, potencialmente tornando as linhas e colunas mais longas
A ideia é fazer linhas ou colunas de blocos iguais… mas temos de ter em conta que novos blocos vão caindo em 2 direcções, potencialmente tornando as linhas e colunas mais longas

As músicas do jogo acabam por ser bastante repetitivas e nem sempre são muito do meu agrado, o que não é algo muito habitual num jogo baseado na franchise do Mario. Graficamente é um jogo simples, se bem que vamos vendo algumas pequenas cutscenes entre cada round, mostrando uma certa rivalidade entre Mario e Yoshi, a ver quem é que fica com os bolos.

No multiplayer já temos um desafio diferente, ao manter a área de jogo constante
No multiplayer já temos um desafio diferente, ao manter a área de jogo constante

No fim de contas, apesar de até achar que este é um jogo com um conceito algo original, prefiro de longe a simplicidade de um Dr. Mario. Talvez por esta ter sido uma ideia da Bullet Proof Software e não originalmente da Nintendo, pois sinto que lhe falta algum carisma também.