Activision Anthology (Sony Playstation 2)

Activision Anthology - Sony Playstation 2A rapidinha de hoje será sobre uma colectânea que sinceramente nunca pensei que me fosse divertir tanto. Esta Activision Anthology tal como o nome indica pega numa grande parte do catálogo da Activision (e não só) para a Atari 2600 e junta-o num só disco repleto de extras. Este meu exemplar foi comprado na Cash converters de Alfragide por 2.50€ algures durante o ano de 2015.

Activision Anthology - Sony Playstation 2
Jogo completo com caixa, manual e papelada

Aqui podemos encontrar desde jogos bastante simples como Boxing e Checkers (jogo das Damas), a outros clássicos que ainda hoje se jogam bastante bem como Pitfall, H.E.R.O. ou o excelente shooter River Raid. Para além disso, ainda temos alguns jogos (em menor número) de outras empresas como a Imagic ou a Absolute Entertainment. O porquê desses jogos lá terem ido parar não sei, pelo menos esta últimafoi fundada por ex funcionários da Activision, já a Absolute foi fundada por ex-funcionários da Atari, tal como a Activision o foi.

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Nesta compilação temos um quarto para interagir e os jogos são escolhidos de uma rack como esta

E se o facto de termos aqui alguns clássicos que resistiram muito bem ao teste do tempo já seria uma boa desculpa para arranjar esta compilação, a quantidade de pequenos extras que lhe colocaram foram mimos ainda maiores! A primeira coisa que impressiona é que somos transportados para um quarto de um adolescente em plenos anos 80, com a sua TV, rádio com leitor de cassetes e uma “rack” onde estão guardados os cartuchos dos jogos que podemos escolher para jogar. E nessa altura além de o escolhermos como uma réplica do cartucho real, podemos também ver um modelo em 3D da sua caixa e uma adaptação do manual de instruções original, agora com os botões do comando da PS2 a substituirem as switches da consola e o joystick da Atari 2600.

Podemos ver o cartucho e caixa do jogo escolhido como um modelo 3D fiel ao original, para além de ler uma adaptação do manual de instruções
Podemos ver o cartucho e caixa do jogo escolhido como um modelo 3D fiel ao original, para além de ler uma adaptação do manual de instruções

Para além disso, em vários jogos temos alguns desafios para cumprir de forma a obter algum conteúdo extra, uma espécie de achievements se assim os quiserem chamar, como por exemplo fazer um certo número de pontos no Pitfall, ou levar 30 galinhas para o outro lado da estrada numa partida do Freeway. Esses desafios desbloqueiam uma série de coisas tais comos vídeos de anúncios da TV de alguns destes jogos, réplicas de patches reais que a Activision oferecia aos fãs que lhes submetessem fotos com o seu highscore, ou até outros modos de jogo que alteram o ecrã dos mesmos.

O Pitfall é sem dúvida um grande clássico desta era
O Pitfall é sem dúvida um grande clássico desta era

Mas os mimos não se ficam por aqui! Como sabem, os videojogos naquela altura não era habitual que tivessem música, então o que decidiram fazer aqui foi colocar uma banda sonora de vários artistas pop/rock da década de 80 que nos vão acompanhar (ou não, caso decidamos dessa forma) ao longo de todas as nossas partidas. Ouvir a We’re Not Gonna Take It dos Twisted Sister enquanto disparamos uns tiros pelo River Raid até que sabe bem! Outros temas sonantes são a Tainted Love dos Soft Cell, ou a Mexican Radio dos Wall of Vodoo – se bem que esta apenas conhecia pela cover dos Celtic Frost, mas adiante… Se bem me lembro apenas o Pitfall 2 e o River Raid 2 tinham músicas próprias.

Alguns jogos são um feito tecnológico impressionante, o que não é o caso deste Title Match Pro Wrestling
Alguns jogos são um feito tecnológico impressionante, o que não é o caso deste Title Match Pro Wrestling

Por estas razões achei que esta Activision Anthology tenha sido uma excelente surpresa, e ainda deu para conhecer uns quantos títulos que me surpreenderam bastante como o MOON QUALQUER COISA que é um shooter bastante fluído e que simula um 3D muito interessante. E falando em fluidez, o Decathlon também foi outro dos jogos que me impressionou tecnicamente, aquele conjunto de pixeis que formam o atleta também ficaram com óptimas animações. E é também interessante ver um bocadinho do que foi aquele crash de 83 no mercado Americano, pois também se notou que nesse período houve um grande número de jogos da Activision e a sua qualidade era bastante díspar, tendo obras primas e outros jogos sem grande cabimento a sairem em simultâneo.

Ax Battler (Sega Game Gear)

Ax BattlerO artigo de hoje será mais uma rapidinha a um jogo da portátil de 8bit da Sega. A série Golden Axe teve as suas origens nas arcades como um beat ‘em up passado numa idade média fantasiosa e enquanto a Sega decidiu apostar mais ou menos na mesma fórmula nas sequelas que a Mega Drive e Arcade receberam, para os sistemas 8bit decidiram fazer algo de diferente, com os jogos Golden Axe Warrior para a Master System e este Ax Battler que cá trago hoje. O meu exemplar foi comprado na Cash da Amadora algures em Novembro passado, tendo-me custado 5€. Edit: Recentemente arranjei uma versão completa por 10€ a um particular.

Jogo com caixa e manual

A história anda mais uma vez à volta do Golden Axe, um machado que é mais que uma arma, é também um ícone mágico capaz de dar poder de dominar o mundo a quem o possuir. E claro, algum vilão acabou por se apoderar do mesmo. E quem mais a não ser o Death Adder? Agora o rei de Firewood decide pedir a ajuda ao melhor guerreiro que conhece – Ax Battle, para recuperar o artefacto e devolver a paz àquele mundo.

Bom... parece que o Dragon Quest é também uma inspiração...
Bom… parece que o Dragon Quest é também uma inspiração…

Enquanto o Golden Axe Warrior emula o primeiro The Legend of Zelda, na medida em que temos um grande overworld para explorar com as suas dungeons com puzzles e bosses como manda a lei, neste Ax Battler a Sega continuou a usar Zelda como influência, mas desta vez viraram-se para a sequela Zelda II. Isto porque exploramos o mundo numa perspectiva de top down, com batalhas aleatórias que alteram a perspectiva para a de um side scroller, perspectiva essa que também é usada ao atravessar as dungeons, aqui também com alguns elementos de um jogo de plataformas. A única coisa em que este jogo realmente se difere do Zelda II é na exploração de cidades, onde usa a mesma perspectiva aérea de outros RPGs da época, permitindo-nos entrar em vários edifícios e falar com outros NPCs.

O problema das batalhas aleatórias é que acontecem muito frequentemente
O problema das batalhas aleatórias é que acontecem muito frequentemente

Nessas mesmas cidades, para além da possibilidade de interagir com outros NPCs que podem ou não ter coisas interessantes a dizer, temos também 3 tipos de edifícios chave. Os INN, onde podemos descansar e restaurar a nossa barra  de vida, os PW onde podemos gerar uma password para mais tarde voltar ao jogo e os TR. Aqui é onde aprendemos novas habilidades para os combates, sendo que para isso teremos de derrotar um inimigo um pouco mais forte do que os que nos rodeiam nas imediações da aldeia. As batalhas propriamente ditas diferem um pouco se estamos a jogar uma batalha aleatória ou uma dungeon. Em ambas temos uma perspectiva sidescroller como já tinha referido acima, mas nas primeiras apenas enfrentamos um oponente de cada vez, com a sua respectiva barra de vida. Nas dungeons como temos alguns elementos de plataforma decidiram colocar todos os inimigos mais fracos, morrendo com um ou dois ataques nossos. E para além dos ataques físicos também podemos usar magia ou não fosse este um Golden Axe. Temos 3 ataques mágicos diferentes, cada um consumindo quantidades diferentes de potes mágicos, que funcionam também como unidade monetária neste jogo, podendo ser usados também nos INNs para descansar. E onde vamos buscar tanto pote mágico? É a recompensa das nossas batalhas aleatórias.

Nas dungeons os inimigos já não têm barra de vida
Nas dungeons os inimigos já não têm barra de vida

Agora, alguns problemas. O jogo é bastante linear, mas sinceramente acho que é algo expectável visto estarmos a lidar com um pequeno RPG portátil. Os combates aleatórios muitas vezes têm intervalos muito curtos entre si, bastando dar um ou dois passos para entrar no combate seguinte, mas noutras alturas já conseguimos atravessar meio mapa sem nos chatear. Ao explorar as aldeias, temos uma música que vai tocando. Até aqui tudo normal, mas a música recomeça sempre que entramos ou saímos de uma casa, o que sinceramente me irrita um pouco.

Tecnicamente é um jogo 8bit. Os gráficos no mapa mundo e são algo simples, com cenários pouco detalhados e aldeias muito similares entre si. Passando para os combates e exploração de dungeons, os backgrounds já melhoram bastante e foi engraçado ver uma reimaginação da Turtle Village do Golden Axe original. Por outro lado achei as sprites dos inimigos mais detalhadas e também vamos vendo algumas caras conhecidas aqui e ali. As músicas e efeitos sonoros são normais, não me incomodaram, o que já não é mau.

Olhem ali uns chicken legs! Estes parecem ser domésticos!
Olhem ali uns chicken legs! Estes parecem ser domésticos!

Para mim este Ax Battler é uma experiência interessante, embora prefira de longe o Golden Axe Warrior. É que copiar Zelda por Zelda, ao menos o primeiro acaba por ser bem mais agradável, se bem que se calhar este Ax Battler não fique propriamente atrás do “clonado”.

Final Fantasy IX (Sony Playstation)

Final Fantasy IXÉ inegável que os Final Fantasy da era PS1 sejam clássicos importantíssimos dentro do género dos JRPGs, quanto mais não seja por popularizarem definitivamente o género por terras ocidentais, especialmente as europeias já que antes do Final Fantasy VII poucos JRPGs recebíamos. E apesar de não ter jogado nenhum desses 3 jogos na altura em que sairam, não acho que o Final Fantasy VII seja um jogo assim tão bom (embora compreenda perfeitamente o porquê de ter recebido tanto sucesso) e o Final Fantasy VIII, apesar de possuir gráficos excelentes, tem uma história com personagens ainda mais lamechas, algo que também não me agradou nada. Estava um pouco reticente a começar finalmente o Final Fantasy IX, mas felizmente este já se revelou uma belíssima surpresa. Este meu exemplar foi comprado num de dois negócios que agora a memória já não me recorda. Ou foi na Feira da Vandoma ou na Feira da Ladra em Lisboa, pois houve tanto num local como no outro já comprei bundles de jogos PS1 em estado impecáveis e dos quais vieram 1 ou mais Final Fantasies. Tanto num caso como no outro os jogos ficaram a cerca de 4€.

Final Fantasy IX - Sony Playstation
Jogo completo com caixa, manual e 4 discos

O herói principal desta aventura é Zidane (não, não é o jogador de futebol), um jovem com uma misteriosa cauda que pertencia ao grupo de teatro Tantalus. Mas os Tantalus não eram um grupo de teatro normal, eram também ladrões nas horas vagas e o jogo começa precisamente com o grupo a preparar-se para uma cerimónia muito peculiar, no reino de Alexandria. Ali, a jovem princesa Garnet celebrava os seus 16 anos, sem saber que estava prestes a ser raptada pelo grupo de Tantalus. A primeira parte do jogo é passada precisamente com o grupo a escapar-se de Alexandria, algo que ganhou contornos épicos! Depois lá nos apercebemos que a princesa Garnet há muito que se queria escapar de Alexandria pois a sua mãe, rainha de Alexandria, estava a ficar cada vez mais estranha e com comportamentos agressivos. Eventualmente chegamos ao reino vizinho de Lindblum, encontramos um Cid muito peculiar e as coisas acabam por escalar de tal forma que é despoletada uma guerra entre várias nações, com as coisas a escalar ainda mais ao longo do jogo. Não me vou alongar mais nisto, mas devo dizer que gostei muito mais da história deste Final Fantasy que a dos seus 2 antecessores para esta consola.

A rainha Brahne. Com uma cara destas, como é que ninguém suspeitava que estaria a tramar alguma coisa?
A rainha Brahne. Com uma cara destas, como é que ninguém suspeitava que estaria a tramar alguma coisa?

As mecânicas de jogo permanecem algo parecidas à de outros Final Fantasy, com as batalhas a serem aleatórias e uma vez mais por turnos, com cada turno a ser ditado por uma barra de tempo individual para cada personagem em batalha. Aí, quando essa barra é preenchida é que poderemos escolher as acções, como atacar, defender, fugir, usar magias ou outras skills, etc. Aqui temos também o “Trance Mode” que nos permite desencadear ataques poderosíssimos, um pouco à semelhança dos Limit Breaks do FF VII. De resto, este acaba por ser um jogo bem mais parecido aos Final Fantasy clássicos, na medida em que por exemplo o conceito de classes é uma vez mais reintroduzido. No Final Fantasy VII a introdução das materia dava-nos liberdade para customizar livremente as skills de todas as personagens, deixando-as algo genéricas no que nas batalhas diz respeito. Aqui já sabemos que Vivi é um Black Mage e por conseguinte tem maior aptidão para a magia do que ataques físicos, Eiko é uma summoner e Steiner é um cavaleiro que pode equipar espadas. Aqui a novidade está nas abilidades que podem ser usadas quando equipamos uma certa arma ou armadura. Estas, ao fim de alguns combates acabam por ser aprendidas definitivamente, podendo ser usadas mesmo que deixamos de usar esse item.

Mais uma referência aos Final Fantasy clássicos, esta vestimenta temporária de Garnet
Mais uma referência aos Final Fantasy clássicos, esta vestimenta temporária de Garnet

Depois temos também um outro mini-jogo de cartas chamado Tetra Master, que também achei interessante e que, em conjunto com outras side quests ou outros eventos interessantes como a casa de leilões de Treno nos vão consumir muito do nosso tempo para além dos eventos da história principal. Para além disso, foi ainda introduzida uma nova mecânica de jogo que a meu ver resulta bem para a narrativa, os Active Time Events. Quando estamos a explorar livremente localidades como cidades ou aldeias e a nossa party se encontra dispersa, por vezes recebemos este pop-up no ecrã que algures está a acontecer algo com outras personagens do jogo, e temos a possibilidade de espreitar esses acontecimentos.

Se me perguntarem qual a minha personagem preferida neste jogo... é claro que é o Steiner, ou Rusty como por vezes é chamado
Se me perguntarem qual a minha personagem preferida neste jogo… é claro que é o Steiner, ou Rusty como por vezes é chamado

Mas não é só nas mecânicas de jogo que este Final Fantasy IX pisca o olho aos clássicos. Também nos seus visuais, que abandonaram o setting futurista dos dois predecessores e retornam a um ambiente practicamente medieval, com os seus castelos, cavaleiros e navios voadores – claro que tinha de haver elementos fantasiosos, não? E claro, o visual do Vivi e respectivos Black Mages que é idêntico aos mesmos do primeiro Final Fantasy, com a sua vestimenta azul, um chapéu pontiagudo e uns olhos amarelos brilhantes na sua cara negra e escondida. Para além disso, e isto foi decisivamente a coisa que mais me agradou, é que a narrativa não é tão dramática, com personagens lamechas como era o Cloud e o Squall. Aqui o Zidane é um pequeno traquinas bem disposto e destimido e todas as personagens têm um charme muito próprio que me agradou bastante. Só a troca de galhardetes entre Zidane e o Steiner em grande parte do jogo já me tinha rendido a este Final Fantasy.

Mais um momento de boa disposição e notem como os gráficos são bem bonitos para uma máquina de 1995.
Mais um momento de boa disposição e notem como os gráficos são bem bonitos para uma máquina de 1995.

De resto a nível de audiovisuais estamos certamente perante um jogo que puxa a Playstation aos seus limites. As cidades continuam a ser cenários pré-renderizados, é verdade, mas não deixam de ser belíssimas e com um traço bem distinto. Mas passando para as batalhas que já usam gráficos completamente em 3D, aí vemos as personagens e monstros muito bem detalhados e claro, os golpes especiais e magias cheias de efeitos coloridos e brilhantes. E claro, não fosse este um Final Fantasy, o que não faltam são cutscenes em CGI. Estas estão ainda mais bem detalhadas e em maior número, o que também justifica o facto de o jogo possuir 4 CDs. As músicas são também bastante variadas e bem cativantes, desde melodias mais folk quando visitamos locais mais rurais, a outras mais épicas quando necessário. Mais uma categoria que este jogo marca pontos!

Como não poderia deixar de ser, o que não faltam são belíssimas cutscenes em CGI
Como não poderia deixar de ser, o que não faltam são belíssimas cutscenes em CGI

É então por todas estas razões que para mim o Final Fantasy IX é facilmente o melhor dos 3 jogos clássicos desta série na Playstation 1. A nível de história propriamente dita para já ainda nenhum bate a do Final Fantasy VI, mas até agora devo dizer que este jogo como um todo está certamente nos tops. Mas atenção que ainda não joguei nenhum outro Final Fantasy mais recente que este da série principal, se bem que pelo menos dado à sua fama por essas internetes, não estou à espera que os Final Fantasy X em diante sejam assim tão bons. Mas veremos!

Golden Axe II (Sega Mega Drive)

Golden Axe IIHá uns dias atrás escrevi um artigo sobre o primeiro Golden Axe, onde referi que era um dos meus jogos preferidos da Mega Drive, pela sua temática bárbara, pela jogabilidade e pelos audiovisuais também. Mas é aqui também que começam algumas confusões com todo o percurso que a série Golden Axe levou, pois apesar deste ser uma sequela directa do primeiro jogo, este Golden Axe II é exclusivo para a Mega Drive, com a verdadeira sequela a ficar-se apenas no exclusivo de arcade Golden Axe: The Revenge of Death Adder, que é excelente por sinal e nunca foi convertido para mais nenhuma plataforma até agora. Este meu exemplar foi comprado já há uns bons tempos atrás na Cash Converters de Alfragide, tendo-me custado 10€. Está em óptimo estado e vinha com 2 manuais portugueses iguais, um deles cedi-o a um amigo para completar a cópia dele.

Golden Axe II - Sega Mega Drive
Jogo completo com caixa, manuais e papelada do Club Sega

Neste jogo voltamos a encarnar nas mesmas personagens de Ax Battler, o bárbaro primo do Conan, a bela amazonas Tyris Flare e o anão Gillius Thunderhead para combater a nova ameaça de “Dark Guld” (onde foi o Death Adder?) que se encontra a espalhar o terror por aquelas terras. O facto de termos as mesmas personagens jogáveis, uma jogabilidade e inimitos muito semelhantes aos do primeiro jogo acabaram por desapontar várias pessoas. Sinceramente eu também esperaria um pouco mais, mas este Golden Axe não é de todo um mau jogo, bem pelo contrário! As grandes novidades na jogabilidade estão no sistema de magias que para além de terem trocado “os elementos” a Ax Battler e Gillius que passam a usar magia de vento e rocha respectivamente, o próprio sistema de magias mudou. Ao longo do jogo, como entre cada nível vamos na mesma enfrentar alguns seres que possuem power ups de regeneração de vida ou de magia, a diferença é que em vez de serem pequenos duendes, são agora feiticeiros que também nos atacam. E a maneira como invocamos as magias muda. Por um lado mantém-se igual o esquema de cada personagem possuir barras de magia com diferentes distribuições de magic levels e slots, mas ao contrário do primeiro Golden Axe onde ao clicar no botão de ataques mágicos automaticamente usariamos todo o poder mágico amealhado até então, agora podemos escolher qual a “intensidade” dos ataques mágicos, podendo ficar com algum poder mágico para usar posteriormente. Para isso devemos deixar o botão A pressionado o tempo suficiente para seleccionar o nível de magia que queremos utilizar.

Era tão melhor que tivessem mantido os esqueletos do original!
Era tão melhor que tivessem mantido os esqueletos do original!

Para além disso, existem pequenas mudanças na jogabilidade, como diferentes golpes (mas não muitos assim). Também podemos uma vez mais montar em criaturas inimigas e usá-las para atacar os nossos oponentes, como vários dragões e uma vez mais aquele Chicken Leg que nunca achei nada intimidador. Para além do modo de história que pode ser jogado de forma cooperativa com mais um amigo e onde vamos tendo pequenos interlúdios entre cada nível que nos contam a história, temos também mais uma iteração do modo “The Duel”. Este modo de jogo faz lembrar o “survival” de outros jogos de luta, colocando-nos a combater contra vários inimigos de forma sequencial, e com a dificuldade crescente.

O primeiro nível acaba por ser aquele mais austero, quanto mais não seja pelos cadáveres ali em background
O primeiro nível acaba por ser aquele mais austero, quanto mais não seja pelos cadáveres ali em background

Os níveis são bem detalhados e apesar de serem mais variados pois levam-nos na mesma a aldeias, florestas e ruínas, mas também diferentes cavernas e castelos. No entanto acho que não têm a mesma mística do primeiro Golden Axe. Onde andam as tartarugas e águias gigantes? O jogo possui vários inimigos diferentes do original, mas ainda assim com várias semelhanças. Creio que só ficaram a faltar as guerreiras, pelo menos todos os outros tinham clones respectivos. Também não gostei tanto das animações das magias neste jogo, acho que no primeiro Golden Axe foram mais bem conseguidas. As músicas também não são tão boas, na minha opinião.

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Dark Guld… Quem é este marmanjo?

No fundo, este Golden Axe II é um daqueles jogos que simplesmente pegou no original, trocaram algumas coisas e siga para bingo. Não é um mau jogo, nada disso, para mim continua a ser óptimo. Mas entre este e o primeiro nota-se perfeitamente que este Golden Axe II não possui o mesmo carisma que tornaram o Golden Axe original num jogo tão bom. Basta ver o que fizeram com a sequela oficial nas arcades com o Revenge of Death Adder, esse sim, jogo tão bom, embora impossível de a Mega Drive alguma vez conseguir recriar aquilo. Mas a Mega Drive não ficou nada mal servida com o Golden Axe III na minha opinião, embora esse seja um jogo que não se compreende de forma alguma como é que o mesmo nunca saiu fora dos territórios asiáticos… mas isso poderá ser tema para uma outra conversa.

Rengoku: The Tower of Purgatory (Sony Playstation Portable)

RengokuJá há algum tempo que não trazia cá nada da PSP, mesmo tendo um backlog considerável nessa plataforma. A razão é que tenho andado ocupado com este jogo que vos mostrarei hoje e para ser sincero não me agradou lá muito da primeira vez que o joguei, pelo que me deu a preguiça de voltar a pegar nele até há umas semanas atrás. E este Rengoku é um jogo hack ‘n slash com alguns elementos de RPG, fazendo lembrar outros títulos como Phantasy Star Online na medida em que é um jogo futurista e temos uma grande dungeon para explorar. O meu exemplar custou-me 4.5€, tendo sido comprado na Cash Converters do Porto algures em Março de 2015.

Rengoku Tower of Purgatory
Jogo com caixa e manual – versão norte americana

O conceito do jogo é original. Decorre num futuro algo distante, onde a humanidade começou a desenvolver andróides com o objectivo de substituir os soldados humanos nas guerras. Essa evolução deu-se de tal forma que eventualmente foram criados andróides super poderosos e com habilidades muito especiais que puseram um fim a todas as guerras. O que fazer com esses andróides depois? Bom, porque não construir uma torre gigante e colocá-los lá a lutar uns contra os outros por toda a eternidade? E já agora meter câmaras e fazer dessas batalhas um programa televisivo! Nós encarnamos num desses andróides, na base da torre com o objectivo de subi-la, derrotar os outros andróides e tentar descobrir qual é realmente o nosso papel lá. Poderão pensar que vos spoilei grande parte da história neste parágrafo, mas na verdade está tudo no manual de instruções!

Podemos fazer lock-on a um oponente, mas infelizmente o mesmo é quebrado quando somos atingidos
O maior trunfo deste Rengoku é a customização que oferece. Mas ainda há muitas arestas para limar!

Mas que habilidades são estas as destes andróides que os tornam máquinas de guerra tão letais? O seu corpo é facilmente moldável, permitindo-lhes equipar uma série de armas ou outros equipamentos directamente no seu corpo, algo que vamos ter de fazer com todo o cuidado e atenção ao longo do jogo. Podemos equipar coisas nos braços, tronco, cabeça e pernas (aqui geralmente equipamento passivo de regeneração ou maior velocidade de movimento). Basta cuscarem um pouco o artwork deste jogo para verem andróides com revólveres na cabeça, para terem uma noção de como as coisas podem ser customizadas. Teremos ao nosso dispor vários tipos de armas brancas como espadas, garras, martelos e machados, bem como revólveres, metralhadoras ou outras armas de fogo mais futuristas como armas de energia e claro, explosivos como mísseis ou morteiros. Essas armas podem ser obtidas ao destruir outros andróides que nos apareçam à frente e as que achemos que não venhamos a precisar podemos convertê-las em “elixir”, algo que posteriormente nos permite melhorar alguns dos nossos stats ou aumentar o número de slots disponíveis para equipamento nas várias partes do corpo.

COPY PASTA
Podemos fazer lock-on a um oponente, mas infelizmente o mesmo é quebrado quando somos atingidos

Cada andar representa um mapa que temos de explorar na totalidade e derrotar todos os andróides que nos apareçam à frente (excepto respawns de salas que já tenhamos “limpo” antes), de forma a podermos prosseguir para o boss e posteriormente para o andar seguinte. Ora os inimigos vão tendo armas melhores que as nossas, mas sempre com as suas fraquezas que devem ser exploradas. No início de cada andar temos à nossa disposição um terminal computorizado onde automaticamente recuperamos vida (e munições) e podemos alterar o nosso equipamento, coisa que devemos fazer cuidadosamente. Infelizmente não dá para alterar equipamento on-the-fly, forçando-nos sempre a voltar ao ponto de início do nível para fazer estas trocas. Podemos porém, encontrar alguns power-ups que nos restabeleçam vida ou energia (munições), mas não se fiem inteiramente nisso. Para além da impossibilidade de alterar o nosso equipamento a qualquer altura, a outra coisa que mais me chateou neste jogo é precisamente a maneira como as munições das nossas armas são gastas. Com as armas brancas, mesmo que falhemos o nosso alvo, e demos um golpe no ar, conta para a energia dessa arma baixar… mais uma razão para escolhermos bem qual o equipamento que queremos levar. Outra coisa a ter em cuidado é o sobreaquecimento dos equipamentos, que os podem deixar inutilizáveis por algum tempo que pode ser bem precioso caso estejamos fechados numa sala sem hipóteses de sair a não ser que a “limpemos” toda.

Adoro o artwork conceptual destes andróides, pena que só os bosses que estão bem detalhados
Adoro o artwork conceptual destes andróides, pena que só os bosses que estão bem detalhados

De resto, é repetir este processo ao longo dos 8 andares da torre, sempre com um boss no final de cada andar. Vamos ter de nos esquivar imenso e atacar cuidadosamente, pelo que esses 8 andares vão acabar por não parecer tão curtos assim. E para além disso, desculpem pelo pequeno spoiler, para ver o verdadeiro final teremos de voltar a jogar o jogo todo, desta vez contra inimigos mais poderosos (e consequentemente com armas mais poderosas para apanhar e utilizar). Para além deste modo história existem ainda 2 outras vertentes multiplayer, embora não as tenha experimentado por não conhecer mais ninguém com este jogo. Um deles é o Pancatrium Mode que, pelo que o manual do jogo dá a entender, é uma espécie de deathmatch onde até 4 pessoas podem participar. O outro é o Item Swap Mode que conforme o nome indica serve unicamente para podermos trocar equipamento entre amigos.

Cuidado com armas que nos deixem sobre aquecidos e consequentemente indefesos!
Cuidado com os ataques que nos deixem sobreaquecidos e consequentemente indefesos!

Graficamente este jogo é para mim uma grande desilusão. Isto porque adorei o artwork conceptual do jogo, principalmente da forma fria como os andróides foram desenhados. Mas infelizmente eles aparecem pouco detalhados no jogo e a própria torre muito pouco varia de cenários de andar para andar. Algumas cores vão mudando, mas é tudo espaços fechados e com uma temática algo industrial. Quanto ao som, bom esse parece-me competente, até porque a música vai alternando entre orquestrações bem épicas até música electrónica futurista, o que me parece ir de certa forma de encontro ao que o jogo tenta passar para o jogador.

No fim de contas não acho que este seja propriamente um jogo assim tão mau. A nível de jogabilidade há várias coisas que acho que poderiam ser limadas, sendo que para mim a hipótese de alterar o equipamento em real-time, ou mesmo alternar entre quais slots queremos utilizar para melhor explorar as fraquezas dos nossos oponentes. A pouca variedade gráfica também é um problema. Existe uma sequela intitulada Rengoku II: The Stairway to Heaven, onde espero que estes problemas tenham sido corrigidos. Assim que o encontrar a um bom preço irei saber.