Nintendo Scope 6 (Super Nintendo)

Nintendo Scope 6À semelhança do que fiz com o caso da Sega Menacer, hoje vou também escrever uma rapidinha sobre o Nintendo Scope 6, mais precisamente o conjunto de 2 jogos que vinham juntamente com a lightgun da Nintendo, visto eu ainda não ter a lightgun propriamente dita. E como a mesma é um grande trambolho eu sinceramente também não tenho assim lá muito interesse em tê-la por questões de espaço. Mas tal como a Sega Menacer, eu cheguei a experimentar a Nintendo Scope uma série de vezes, portanto cá vai. O meu cartucho foi comprado na feira da vandoma do Porto há uns bons meses, ou talvez até um ano, por 2€.

Nintendo Scope 6 - Super Nintendo
Apenas cartucho

Temos aqui 2 jogos, o LazerBlazer ou o Blastris, embora cada um tenha os seus sub modos de jogo. O LazerBlazer tem 3 modos de jogo, o Intercept, Engage e Confront. No primeiro controlamos um sistema qualquer de defesa de mísseis e vamos vendo no ecrã vários misseis a atravessar e o nosso objectivo é simplesmente de os interceptar. Os mísseis surgem num radar que nos avisa da sua posição e teremos de ter em conta a sua velocidade e a velocidade dos nossos mísseis para os interceptar. Aqui apesar de o jogo estar na primeira pessoa, o mesmo é jogado numa perspectiva lateral onde vamos vendo os mísseis a atravessarem o ecrã, com vários desertos em background e diferentes níveis de paralaxe. No engage continuamos em primeira pessoa e até faz lembrar um pouco o After Burner, embora seja um jogo de light gun. O objectivo é abater as naves inimigas que vão aparecendo no ecrã, assim com os mísseis que vão rodopiando em nossa direcção. O mode 7 do solo até que está bem interessante pois usam uma textura de boa qualidade. O Confront mistura um pouco o conceito de ambos, pois estamos numa posição estacionária, girando de vez em quando de forma a combater uma série de naves espaciais extra-terrestres que nos atacam.

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Inicialmente parece que temos apenas 2 jogos para escolher, mas os seus diferentes modos de jogo dão uma maior variedade

O Blastris é de longe o mais original aqui desta pequena compilação e aqui também temos vários modos de jogo, o Blastris A, Blastris B e o Mole Patrol. O primeiro é algo semelhante ao Tetris mas adaptado para um lightgun game. As diferenças são que os blocos andam da esquerda para a direita ao invés de cima para baixo e não os podemos mover livremente tal como no Tetris. Podemos sim é disparar e tentar acertar em alguns blocos específicos para que as peças de desmantelem e o estrago seja menor. O Blastris B já faz lembrar o Columns na medida em que temos de agrupar 3 ou mais blocos da mesma cor para os fazer desaparecer. Aqui os blocos já caem de cima para baixo e consistem em cubos com diferentes cores nas suas faces e os mesmos podem ser rodados se lhes acertarmos com uns disparos, de forma a que a sua cor acabe por conjugar com os blocos que já temos à superfície. Mais uma vez não podemos controlar a posição onde os mesmos caem. Por fim temos o Mole Patrol que não se adequa nada com os outros modos de jogo do Blastris. Estão a ver aqueles joguinhos onde vemos toupeiras a sair dos buracos e temos de lhes acertar com um martelo? É a mesma coisa mas aqui usamos uma lightgun. Eventualmente começam também a aparecer toupeiras de uma cor diferente, sobre as quais não podemos disparar.

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Ainda dentro de cada modo de jogo poderemos ter pequenas variantes ou suporte a 2 jogadores como é o caso do Blastris A

No que diz respeito aos audiovisuais, como um todo acho os de LazerBlazer mais apelativos, apesar de mesmo estes serem simples. Mas tal como referi acima, o modo engage acaba por fazer um bom uso do mode 7, e o Interceptor de efeitos de paralaxe. Nos Blastris os cenários são muito mais simples. As músicas também têm diferenças no seu estilo. No LazerBlazer adequam-se melhor à acção, sendo músicas mais mexidas ou épicas. No Blastris as coisas soam muito mais alegres e melódicas.

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O Mole Patrol não tem nada a ver com os outros modos de jogo do Blastris, mas também não haveria muito mais que se pudesse fazer em puzzle games e light guns…

No fim de contas é interessante traçar um paralelismo entre esta compilação e a compilação que vem com a Sega Menacer e sinceramente, se não fosse pela maluqueira do Ready, Aim, Tomatoes!, eu diria que esta Nintendo Scope 6 acaba por ser mais divertida e interessante, apesar de numa primeira análise possa parecer ter menos diversidade.

Shadow Dancer – The Secret of Shinobi (Sega Mega Drive)

Shadow DancerA série Shinobi é uma das minhas preferidas de uma Sega que parece que tão cedo não regressa. Mas por outro lado também é uma série com algumas ramificações confusas. Muitos de nós portugueses, e aposto que não só, sempre acharam que o Revenge of Shinobi da Mega Drive era uma sequela directa do original. E se calhar até é a nível de história, mas antes disso as arcades receberam o Shadow Dancer, um novo jogo que mantinha muitas mecânicas de jogo idênticas, mas acrescentava o interessante pormenor do cão ninja Yamato que nos acompanhava na aventura. Mas essa versão arcade não é lá muito idêntica ao jogo que vos trago hoje. Apesar de muito mais modesta a nível técnico, o Shadow Dancer da Master System acaba por ser uma versão bem mais fiel ao original. Mas foquemo-nos na versão que interessa para este artigo e o meu exemplar foi adquirido por 12€ a um particular.

Shadow Dancer - The Secret of Shinobi - Sega Mega Drive
Jogo com caixa e manual multilínguas

Bom, infelizmente este é mais um dos exemplos de videojogos que sofreram um pouco com as traduções de japonês para inglês. No original nipónico, deveríamos estar a controlar Hotsuma, o filho de Joe Musashi. Na versão que recebemos controlamos mesmo Joe Musashi, num longínquo futuro de 1997, onde a cidade de Nova Iorque foi tomada de assalto por um culto de ninjas das trevas que adoravam uma divindade reptiliana qualquer. Claro que só um ninja do clã Oboro como Joe/Hotsuma Musashi seriam capazes de por um fim a tal calamidade! E não nos esqueçamos do cão Yamato que tanto ajuda. A seguir somos logos largados nuns bairros de uma Nova Iorque em chamas e lá nos apercebemos que há muita coisa idêntica ao primeiro Shinobi no que diz respeito à jogabilidade.

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Logo no primeiro nível somos presenteados com uma Nova Iorque em chamas. Aí vemos que esta aventura vai ser um bocadinho diferente

Em primeiro lugar pelo facto de termos de resgatar vários reféns espalhados pelos níveis. Depois porque também há 2 planos de jogo: um superior e inferior, ou um principal e outro em background, podendo o jogador alternar entre ambos sempre que quiser. Terceiro, pelos ataques mágicos que podemos desencadear, embora isto acabe por ser algo practicamente constante em toda a série. Ainda sobre os reféns que teremos de resgatar, estes tanto nos podem pura e simplesmente contribuir para a pontuação, como nos poderão deixar mais fortes até ao final do nível ou perder uma vida. Mais uma vez não temos qualquer barra de energia, ao mínimo toque morremos mas a dificuldade não é tão exagerada como no Shadow Dancer das arcades, até porque poderemos vir a ganhar vidas extra com alguma facilidade, inclusivamente nos níveis de bónus. Enquanto que no original da arcade os níveis de bónus eram passados na primeira pessoa, de uma forma semelhante ao primeirinho Shinobi, e onde tínhamos de acertar com shurikens em ninjas que vinham todos entretidos a descer um arranha céus, aqui é precisamente ao contrário. São jogados em terceira pessoa e somos nós quem está a saltar de um arranha céus abaixo, enquanto teremos de acertar em todos os ninjas que vão subindo aos saltinhos.

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Os bosses são presença obrigatória!

E também como não poderia deixar de ser temos alguns bosses para derrotar no final de cada zona – esta versão da Mega Drive oferece-nos 5 locais a explorar, incluindo os exteriores da estátua da Liberdade, o que até achei engraçado. A versão original das arcades acaba por ter alguns níveis mais interessantes na minha opinião, como o do aeroporto e claro, o sistema arcade System-18 é algo bem mais capaz que a Mega Drive no quesito dos audiovisuais. Mas ainda sobre a jogabilidade, a grande mecânica de jogo está mesmo no cão Yamato, que podemos ordenar que ataque algum inimigo chato, imobilizando-o e deixando-o à mercê das nossas lâminas. Para o fazer, basta deixar o botão de ataque pressionado até um certo “medidor” que vemos na parte debaixo do ecrã se encher, aí Yamato passa ao ataque e acaba por ser mesmo de uma grande ajuda, em especial aqueles inimigos que disparam contra nós.

A nível de audiovisuais infelizmente este fica muito aquém da versão arcade na minha opinião, e como referi brevemente no parágrafo acima. Também temos de ver que ainda é um jogo relativamente recente no ciclo de vida da Mega Drive e os seus programadores ainda não sabiam bem ultrapassar algumas das suas limitações como o vieram a fazer já dentro da década de 90. Tirando o facto da paleta de cores ser reduzida, alguns níveis como a cidade em chamas, tremores de terra a acontecerem e abrirem enormes buracos no chão ou passearmos pela Estátua da Liberdade numa noite feia até que foram bem divertidos. As músicas também são agradáveis mas infelizmente não são as que o Yuzo Koshiro nos habituou.

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O Yamato é óptimo para nos safar a pele de alguns inimigos chatos

Em resumo, acho o Shadow Dancer no geral como um capítulo interessante na saga Shinobi e talvez por ter um nome algo diferente tenha passado um pouco mais despercebido pelos fãs da série. O facto das versões arcade/Master System e Mega Drive serem também diferentes não deve ter abonado muito a seu favor, mas considero-os bons jogos e indispensáveis para qualquer coleccionador fã da Sega dos velhos tempos.

Dragon Quest Monsters Joker 2 (Nintendo DS)

DQMJ2Nas minhas últimas viagens Porto-Lisboa tenho levado sempre a minha Nintendo DS comigo. E a razão é muito simples, para jogar o DQ Monsters Joker 2. Já há algum tempinho tinha jogado a sua prequela e apesar de até ter gostado do jogo, ainda achava que haveria ali muita margem de manobra para evolução. E felizmente a Square-Enix também achou o mesmo e esta sequela é melhor em todos os aspectos. Este meu exemplar foi comprado já há uns bons tempos nem me lembro bem onde nem quanto me custou. Creio que foi na Worten do Maiashopping por 7.5€, ou então usado na Game do mesmo centro comercial por 5€.

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Jogo completo com caixa, manual e imensa papelada como é habitual

A começar pela história, a deste jogo, apesar de não ter ligações directas com o primeiro (sim, poderemos encontrar o Incarnus do primeiro DQMJ em conteúdo bónus), acaba por ser bem diferente. Aqui mais uma vez controlamos um jovem rapaz anónimo cujo maior sonho é o de se tornar num pokémon trainer, errr, digo monster scout de renome. E começamos precisamente por nos infiltrar num dirigível que levava meia dúzia de pessoas precisamente a um desses torneios. A meio da viagem somos descobertos e o capitão do dirigível, que outrora quando era mais novo fazia exactamente a mesma coisa, acaba por simpatizar connosco e permite-nos manter a bordo com uma condição: iremos auxiliar a tripulação durante a viagem. Mas a viagem essa fica-se a meio pois ao atravessar uma ilha aparentemente deserta, alguma coisa acontece e despenhamo-nos, onde recuperamos os sentidos no dia seguinte, apenas com o mecânico de serviço à vista que nos ajuda a procurar os restantes passageiros e tripulação. E eis que visitamos a primeira região do jogo quando descobrimos um enorme monstro, um titã gigantesco que acaba por devorar um dos nossos amigos!

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Mais uma vez os monstros que já tenhamos capturado aparecem com um visto no ecrã

E o restante do jogo vai ser passado precisamente a procurar as restantes pessoas, ao explorar diversas regiões onde em cada uma teremos um titã que a guarda. Esses titãs também não estão lá por acaso e serão uma das chaves dos mistérios que iremos desvendar na ilha, para além de procurar maneira de escapar de lá, claro. E sim, como este é um Dragon Quest Monsters, teremos muitos monstros para capturar, treinar e se quisermos, fundir para ganharmos monstros mais poderosos que herdam as melhores skills dos seus “pais”. As restantes mecânicas de jogo mantêm-se idênticas ao seu predecessor ou seja, poderemos formar uma party com 3 monstros com mais outros 3 que ficam de backup e que podem ser trocados a qualquer momento no jogo. Os restantes vão para um sistema de armazenamento e só na nossa base é que os poderemos ir buscar. Felizmente feitiços como o Zoom podem ser novamente utilizados, aquelas viagens no DQMJ1 eram um bocadinho chatas.

O que gostei mais deste jogo face à sua sequela foi precisamente a história que me pareceu mais empolgante, até pelos Titãs que nas primeiras regiões teremos forçosamente de fugir, mas depois lá seremos obrigados a enfrentar os restantes. Teremos também várias regiões para explorar e uma vez mais existem ciclos de noite e dia que trazem diferentes monstros às paisagens. Mas para além da noite e dia, as condições climatéricas também acrescentam algo novo. Se visitarmos algum sítio já previamente explorado numa altura em que esteja a chover bastante, acabamos por conseguir aceder a pequenas regiões que de outra forma seriam inacessíveis, seja a água a limpar caminhos previamente obstruídos, ou levantar placas de madeira que nos permitem atravessar pequenos penhascos.

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Os colossos que temos de enfrentar ou fugir são uma das novidades mais interessantes deste jogo

E sim, como todos os Dragon Quest modernos que se prezem, depois de terminarmos a história principal o jogo não termina. Teremos ainda várias dungeons adicionais para explorar, com novos bosses, alguns torneios e sidequests ainda por frequentar e também a possibilidade de defrontar e capturar os titãs de cada região. Existe também um modo online onde poderemos juntar a nossa equipa e lutar contra amigos e desconhecidos, mas nunca cheguei sequer a experimentar.

A nível gráfico é dos melhores jogos 3D que a Nintendo DS produziu. Todos sabemos que a DS é uma consola limitada nesse aspecto, mas mesmo assim a nível de modelos poligonais para as personagens, monstros e especialmente bosses acaba por ser bastante detalhado, assim como os cenários e suas texturas. As músicas e efeitos sonoros já todos sabemos. Se já jogaram um Dragon Quest sabem perfeitamente o que esperar neste aspecto: aquelas músicas magistrais e efeitos sonoros bem característicos.

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As cutscenes utilizam o motor gráfico do jogo que chega perfeitamente para o efeito.

É um óptimo RPG para uma portátil e da série Dragon Quest Monsters acaba por ser um dos melhorzinhos mesmo, mas também sou suspeito pois nunca gostei muito das versões Gameboy / Color. Existe ainda no Japão uma versão “Professional” deste mesmo jogo que acrescenta uma série de novos monstros e outro conteúdo extra, mas a barreira da linguagem é sempre algo a ter em conta.

Time Crisis: Project Titan (Sony Playstation)

Time CrisisVamos lá a mais uma rapidinha, desta vez a mais um jogo da série Time Crisis para a PS1, o Project Titan, spin off da série principal. Chega a ser curioso pois apesar deste Project Titan ter sido um jogo desenvolvido exclusivamente para as consolas, deixando as arcades de lado, foi o segundo jogo da série que chegou até nós pelas consolas. Mas indo para as arcades, então ainda temos o Time Crisis II e o Crisis Zone que sairam nas arcadas ainda nos anos 90 e só viríamos a receber uma versão caseira já na PS2. E este meu exemplar, do qual eu apenas possuo o CD por agora, veio de “oferta” quando comprei o Time Crisis 3 para a PS2 numa cash converters. O CD do Project Titan simplesmente estava lá metido entre o manual… EDIT: Entretanto arranjei a versão Platinum, completa numa cash converters por 3.50€.

Jogo com caixa e manual, versão Platinum
Jogo com caixa e manual, versão Platinum

A história acaba mais uma vez por ser apenas uma desculpa para andarmos o resto do jogo ao tiro a tudo o que se mexa à nossa frente. Aparentemente alguém incriminou Richard Miller, o nosso herói, de ter assassinado um presidente de um país qualquer. O resto já se sabe, iremos tentar limpar o nosso nome à lei da bala. E a jogabilidade deste Project Titan mantém-se idêntica ao que a série nos habituou até agora, ou seja, podemo-nos sempre esconder ao longo do jogo e ficar em segurança do fogo inimogo (e também recarregar a arma), mas dessa forma também não conseguimos ripostar fogo. E com o relógio sempre a contar, afinal este é um jogo com raizes arcade, não nos podemos dar ao luxo de ficar sempre enfiados no nosso buraquito. Mas para além dessas mecânicas básicas e já conhecidas, neste Project Titan em certas partes poderemos escolher a direcção para a qual nos quisermos mover. Isto é especialmente verdade nos confrontos contra os bosses, onde muitas vezes temos mesmo de os flanquear e os atacar de outros ângulos.

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Como sempre, há por aí uma donzela para salvar

O jogo em si consiste apenas no modo arcade e um time attack para quem quer o desafio de completar vários segmentos do jogo o mais rápido possível. E para os bons nisso, ainda dá para desbloquear modos especiais do Time Attack, onde teremos de atirar em inimigos com a mesma cor de uniforme. De resto os níveis vão sendo bastante variados, desde mansões, zonas industriais, iates de luxo ou aeroportos. Vale tudo!

Estes inimigos com escudos metálicos são sempre chatos
Estes inimigos com escudos metálicos são sempre chatos

A nível gráfico é um jogo de altos e baixos. Por um lado acho que os cenários estão bem detalhados e gosto particularmente das animações dos inimigos: saltam por todos os lados, agacham-se, atiram-se de cobertura em cobertura, chamam os colegas, e por aí fora. Mas nas cutscenes pareceram-me mauzinhos pois há muito flicker. As músicas por norma são mais épicas e cinemáticas e adaptam-se bem ao contexto do jogo. O voice acting é que é mauzinho, mas não seria a mesma coisa se não o fosse! No fim de contas acho-o mais um lightgun shooter bem agradável de se jogar, a série Time Crisis não desaponta.

Evoland (PC)

Evoland

Neste passado fim de semana ainda deu para jogar um pouco. E para não variar muito, um dos escolhidos foi mais um videojogo do meu colossal backlog no steam. Evoland é uma interessante homenagem aos jogos de aventura e RPG do género The Legend Of Zelda, Dragon Quest e Final Fantasy, produzido pela Shiro Games. Entrou na minha conta do steam nem sei bem quando nem quanto me custou mas terá sido certamente muito barato nalgum dos muitos indie bundles por aí.

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Em Evoland iremos atravessar diferentes eras dos videojogos e suas evoluções técnicas e de jogabilidade

Evoland tenta retratar um pouco a evolução dos videojogos em geral, mas dos adventure/RPGs como os acima mencionados. Essa evolução vai sendo notória à medida que vamos encontrando e abrindo vários baús de tesouros. Começamos com um ecrã monocromático e de baixa resolução com a nossa personagem apenas a poder se mover para a direita. Abrimos um cesto e ganhamos a possibilidade de voltar para a esquerda, abrimos um outro e eventualmente lá teremos mobilidade de movimentos, o scrolling começa a existir, os efeitos sonoros, a música, as cores, depois mais detalhe gráfico, o mode 7 no mapa mundo, as batalhas por turnos, os pontos de experiência, o 3D poligonal básico dos primeiros tempos da Saturn e PS1, texturas, as cidades pré-renderizadas à lá Final Fantasy VII e os seus loadings, até que chegamos a um ponto em que deixam de haver loadings morosos e com audiovisuais HD.

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O sistema de combate por turnos é muito semelhante ao de Final Fantasy, mas as referências a essa série não se ficam por aí

A jogabilidade em si é que se vai mantendo mais ou menos constante. No mapa mundo e em algumas cavernas, os combates são aleatórios e por turnos, numa versão mais simplificada do active battle system dos Final Fantasy, com cada personagem e inimigos a ter uma barra de tempo própria que vai marcando a altura em que poderemos atacar, defender, usar magias ou itens. Por outro lado também existem algumas secções com uma abordagem muito The Legend of Zelda da velha guarda, com aquela perspectiva vista de cima, inimigos muito semelhantes aos que encontramos em Hyrule, e os puzzles típicos que envolvem botões de pressão e o uso de bombas ou flechas que eventualmente também juntaremos ao nosso arsenal. Neste modo de jogo temos também alguns bosses, incluindo o final. Ainda pelo meio há tempo de fazerem uma referência aos action RPGs como o Diablo e o seu loot exagerado.

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Este look semi-moderno de Zelda até me agrada bastante

A história é muito simples e mais uma vez as referências a Zelda ou ao Final Fantasy VII estão presentes. Temos apenas meia dúzia de dungeons e localidades para explorar, pelo que se não fosse pelo desafio de encontrar todo o conteúdo bónus como as estrelas escondidas ou as cartas, o jogo se terminaria muito rapidamente. Essas cartas têm o seu propósito claro, pois podem ser jogadas num mini jogo muito semelhante ao que se jogava no Final Fantasy VIII. Apanhar todas as estrelas e cartas escondidas acaba por ser algo desafiante pois teremos mesmo muitos puzzles e caminhos secretos para descobrir, a sua maioria nas localidades com jogabilidade à Zelda.

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Esta vila lembra-vos de algo?

No que diz respeito aos audiovisuais achei um jogo bem competente e com bons resultados naquilo que se compromete: ser uma homenagem aos RPGs ao longo do tempo. As várias evoluções a nível gráfico e de jogabilidade estão bem conseguidas e o mesmo se pode dizer da música que varia do chiptune para algo já com instrumentos “reais”. Algumas músicas até me parece que piscaram mesmo o olho a outras faixas de Final Fantasy, mas pode ter sido só impressão minha. A única música que me custou um pouco a digerir foi a que ouvimos na dungeon que imita o Diablo… preferia de longe a original e aqueles acordes inconfundíveis!

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Até uma piscadela de olho se dá ao Diablo, se bem que esta foi a menos bem conseguida

No fim de contas, Evoland é um joguinho bastante original e bem agradável de se jogar, para todos os fãs de RPGs ou jogos de aventura como o Zelda, pois irão certamente esboçar um sorriso com as várias evoluções que vão acontecendo, ou mesmo com os clichés da história. A aproveitar quando voltar a aparecer nalgum bundle, ou quando chegarem as steam sales de novo. Mas fico bastante curioso com o que sairá no Evoland 2, pois acho que há aqui potencial para algo ainda melhor trabalhado.