Wonder Boy é um nome envolto em muitas confusões. Todos eles foram desenvolvidos pela Westone e publicados pela Sega, que por sua vez detinha os direitos da franchise e personagem. Ora o primeiro Wonder Boy, que era um simples jogo de plataformas, ao ser convertido pela Hudson para a NES, deu sucesso à série Adventure Island, e por outro lado, na Sega a série evoluiu para o “Monster World”. Noutras plataformas, como a PC-Engine, os jogos ainda são diferentes! Existe um óptimo artigo no hardcoregaming101 sobre esta série que recomendo vivamente a sua leitura. Mas sem mais demoras, este jogo é a continuação directa do primeiro Wonder Boy, e o primeiro jogo na saga Monster World. Foi-me oferecido por um particular, e mesmo não estando num óptimo estado, é para mim um dos jogos obrigatórios desta consola.
Mais uma vez o protagonista é o jovem Bock Lee, apelidado de Tom-Tom pelos seus amigos, que tenta salvar a sua terra do dragão Meka que aterrorizou a população e encheu o mundo de monstros, daí o nome de Monster World/Monster Land. Apesar de ainda ser um jogo algo linear e também dividido por níveis, até porque foi um jogo lançado originalmente para arcades, aqui já se introduziram uma série de novas mecânicas de jogabilidade que se tornaram familiares em todos os Monster World seguintes. Isto porque desde cedo nos dão uma espada, com a qual atacamos os inimigos que nos vão deixando moedas, dinheiro esse que poderá ser usado ao visitar uma série de lojas para compras mais equipamento, como diferentes escudos, armaduras ou botas, ou mesmo armas mágicas especiais, como bombas, raios que provocam dano a todos os inimigos no ecrã, etc.
Essas lojinhas no início estão representadas como portas e o respectivo ícone a indicar para que se tratam. Mas ao longo do jogo iremos encontrar muitas dessas portas que nos levam a armadilhas, umas com pequenos bosses, outras com bosses mais a sério que são mesmo necessários derrotar para avançar para o nível seguinte. Outras lojas, muitas das vezes até com bom material para comprar, estão invisíveis, tendo de ser encontradas pelo método de tentativa-erro. De resto, para além dos coraçõezinhos que nos vão indicando a vida disponível e que podem ser aumentados ao encontrar os respectivos “heart containers”, temos também timers para avançar no nível, o que também não nos deixa assim muito à vontade para “farmar” mais tempo. Influências de este ter sido um jogo arcade!
Graficamente é um jogo muito bem colorido e detalhado, quase ao mesmo nível do Wonder Boy III The Dragon’s Trap, que é na minha opinião um dos melhores jogos de plataformas de sempre. Não existe é uma variedade tão grande de cenários, apesar de existirem desertos, florestas, ilhas, cavernas (incluindo subaquáticas), há sempre uma insistência no mesmo tipo de cores, nomeadamente os amarelos, castanhos, verdes e azuis do céu ou água. As músicas também são boas, embora naturalmente a versão japonesa e o seu suporte ao FM Sound Unit lhe dêm uns 15-0 ao som normal.
Em suma, e embora não seja uma obra prima como o The Dragons Trap, este Wonder Boy in Monster Land já foi um bom ensaio para as mecânicas mais “metroidvania” que foram implementadas de vez nos jogos seguintes. Não, o Wonder Boy III Monster Lair não conta. Quê? Outro Wonder Boy III? A Westone é pior que um filme do David Lynch.
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