O Medal of Honor original, também lançado para a PS1 foi uma lufada de ar fresco nos FPS por alturas em que saiu, atingindo assim um sucesso considerável para que no ano seguinte este MoH Underground acabasse por sair para o mercado, bem como no futuro ainda despoletou uma nova “moda” de shooters sobre a 2a Guerra Mundial, incluindo a série Call of Duty, ou o actual FIFA/PES Militar como lhe gosto de chamar. Tal como Medal of Honor, este MoH Underground também entrou na minha colecção após ter sido comprado ao Mike do blog Gamechest (vão ali aos links na parte direita!) por 2.5€. Apesar de ser a versão platinum, que não levo a mal na PS1, está completo e em bom estado.
O jogo anterior colocava Jimmy Patterson, como agente da OSS a lutar pelos aliados em diversas missões de infiltramento e sabotagem ao longo de vários teatros de guerra na europa. Antes de cada nível, recebíamos um ligeiro briefing de uma tal Manon Batiste, membro da Resistência Francesa e também da OSS. E é essa Manon Batiste com que jogamos este jogo, onde mais uma vez teremos várias missões de sabotagem por essa europa fora (e Norte de África também), culminando na liberação de Paris, repleta de confrontos “rua a rua”. No final do jogo, ainda podemos jogar uma missão bónus composta por 3 níveis, em que voltamos a encarnar no Jimmy Patterson. Essa missão é completamente hilariante e não tem nada a ver com qualquer evento histórico, sendo talvez uma sátira ao clássico Wolfenstein 3D. Aí temos de investigar um antigo castelo no meio das florestas alemãs que serviu de base para um cientista nazi realizar as suas experiências. Já estão a ver no que isto vai dar, não estão? O resultado é hilariante, com cães dançantes, outros equipados com metralhadoras ou a conduzir half-tracks, soldados zombies, mecânicos ou mesmo armaduras medievais animadas.

As velhas catacumbas que serviam de base para a resistência francesa são um dos primeiros cenários que exploramos
Os controlos são os mesmos do jogo anterior, onde temos um esquema por defeito algo arcaico, mas é possível optar entre vários outros esquemas de controlo que melhor se adequam aos shooters modernos nas consolas. O jogo continua também sem uma mira, a menos que apertemos o botão para mirar. Aí surge uma mira no centro do ecrã, que por sua vez fica estático, e apenas podemos mover a mira livremente. Isto não é um aiming down the sights, e este esquema para ter maior precisão apesar de ser mais realista, o facto de termos de estar estáticos não é uma vantagem. De resto, a nível de novidades temos o facto de podermos utilizar alguns veículos, uma das missões andamos num sidecar de uma moto, onde podemos disparar uma metralhadora pesada com munição infinita, por outro lado nalgumas missões de infiltração e sabotagem temos mais uma vez de utilizar artimanhas para passar despercebidos. No jogo anterior tinhamos de nos apropriar das id’s de alguns oficiais nazis, desta vez Manon assume o papel de uma repórter de guerra alemã, equipada com uma máquina fotográfica que podemos até utilizar para fotografar nazis em poses estúpidas.

A máquina fotográfica é aqui utilizada como ferramenta de infiltração e para tira fotos a nazis em fotos idiotas.
Visualmente é um jogo bem competente tal como a prequela. Os cenários são bastante variados, com a aventura a começar por catacumbas francesas, passando pelo norte de áfrica, grécia e os seus monumentos históricos, o monte Cassino em Itália, instalações de produção de mísseis V1, ou o regresso a Paris para a sua Liberação, onde locais como o Moulain Rouge podem ser observados. O detalhe gráfico é óptimo tendo em conta o hardware da Playstation. No entanto, como utiliza o mesmo motor gráfico do seu antecessor, o jogo herda também os seus defeitos. A draw distance em locais mais abertos pode ser traiçoeira, pois numa questão de passos deixamos de ver inimigos, mas eles nem por isso deixam de nos ver, e apesar de me ter parecido melhor neste aspecto, ainda presenciei alguns problemas de clipping que sinceramente não me incomodam assim tanto, eram coisas banais na era dos 32-bits. A inteligência artificial mais uma vez tem os seus altos e baixos, com os inimigos capazes de nos emboscar em algumas situações, noutras apenas correm para nós, noutras ainda mais bizarras ficam a correr em círculos sem sequer disparar.
Mas o trabalho de audio está mais uma vez de parabéns. Já o jogo anterior tinha excelente voice-acting para a época, os efeitos sonoros também muito bons e a banda sonora épica foi algo bem cinemático, novidades bem agradáveis para a altura. Esta sequela mantém o mesmo padrão de qualidade em todos esses campos. Para além da música e dos efeitos sonoros das armas, o ruído de fundo em vários níveis está também muito bem implementado.
De resto, fica apenas faltar mencionar o modo multiplayer existente neste jogo e os extras que podemos desbloquear. Falando do primeiro, este consiste num deathmatch para 2 jogadores em split-screen, onde dispomos de vários níveis para jogar e algumas opções para customizar, a sua maioria limites de tempo. Em relação aos extras, para além de desbloquear a missão secreta com Jimmy Patterson, podemos desbloquear vários cheat codes, personagens extra para o multiplayer e material do making-of do jogo, nomeadamente artwork. Também podemos rever os clips de vídeo utilizados no jogo, com várias cenas de documentários da 2a Guerra Mundial.
Assim sendo, Medal of Honor Underground é um óptimo jogo tendo em conta o hardware da PS1. O original foi excelente e revolucionário, este utiliza a mesma fórmula, introduzindo apenas uma ou outra novidade. Mas não deixa de ser um óptimo FPS no catálogo da PS1.