Devil May Cry 4 (Sony Playstation 3)

Devil May Cry 4Já há algum tempo que não trazia nada cá da Playstation 3, na verdade apenas recentemente é que consegui jogar essa plataforma com mais regularidade e este Devil May Cry 4 foi o jogo que mais atenção dei desde então. Este jogo conforme o nome indica é a quarta iteração desta série, sendo uma sequela directa de Devil May Cry 2 (já que o anterior era uma prequela) e o primeiro jogo da série para as consolas da actual geração, tendo saído também para Xbox360 e mais tarde um port optimizado para PC. A minha cópia chegou-me à colecção mais cedo neste ano, tendo sido comprada na GAME do Maiashopping por cerca de 10€. Está completa e em óptimo estado.

Devil May Cry 4 - Sony Playstation 3
Jogo completo com caixa e manual

Durante um período de cerca de 20 minutos para instalação do jogo no disco rígido, vamos relembrando a história de Dante e companhia nos primeiros 3 jogos. Devil May Cry 4 tem um novo protagonista principal, apesar de Dante ainda ser uma peça muito importante na trama, sendo inclusivamente jogável em várias missões. O novo protagonista tem o nome de Nero e tal como Dante é um descendente de Sparda, embora essa ligação não é clara no jogo em si. E começamos o jogo com Nero a assistir uma espécie de concerto/cerimónia religiosa da “The Order of the Sword”, uma ordem religiosa que venera o lendário Sparda, pai de Dante e Virgil que salvou a raça humana há muitos anos atrás. E é nessa mesma cerimónia que Dante dá uma da “Party Crasher”, entrando de rompante e atacando meio mundo, incluindo o líder da ordem – Sanctus. E começamos assim a acção com um primeiro confronto entre Nero e Dante, onde Dante acaba por escapar e é incumbido a Nero a tarefa de o perseguir. Contudo, ao longo do jogo vamos nos aperceber que a ordem estava a utilizar poder demónico para atingir os seus fins, coisa que como sempre nunca corre bem.

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O jogo começa logo a abrir com um embate entre Nero e Dante, servindo também de tutorial

As mecânicas de jogo mudaram um pouco, mas a essência de Devil May Cry continua lá, sendo um jogo de acção com um sistema de combate que mistura ataques melee, armas de fogo, poderes demoníacos, e um sistema de combos frenético. Inicialmente dispomos apenas de uma espada e revólver, mas mais à frente iremos obter novas armas para Nero/Dante, cada uma com os seus golpes próprios e habilidades. Uma das novas habilidades que para mim foi a mais interessante é o Devil Bringer de Nero. Este poder permite-lhe agarrar os inimigos e puxá-los para ele e vice-versa, acabando por ser bastante útil no combate, para além de ser igualmente necessário para atravessar certas secções nos cenários. Mais de metade do jogo é passada a jogar com Nero, quando passamos a jogar com Dante, herdamos as suas mecânicas de jogo de Devil May Cry 3, o que acaba por custar um pouco a habituar. Para o Dante, podemos alternar livremente entre os estilos Trickster, Royal Guard, Swordmaster ou Gunslinger, cada qual com os seus combos próprios. Ao derrotar cada boss herdaremos também outras armas que podemos igualmente alternar entre elas a qualquer momento do jogo e mais uma vez, cada arma com as suas características e combos próprios. Já o Devil Trigger, a capacidade de Nero ou Dante se transformarem temporariamente numa versão demoníaca de si mesmos, têm também diferentes habilidades entre si. E como seria de esperar, também se podem evoluir as mesmas. Outra mudança que ocorreu foi no sistema de “loja” do jogo. Nos jogos anteriores, as “red orbs” – obtidas ao derrotar os inimigos ou destruir objectos, por exemplo – eram utilizadas como moedas de troca para comprar items ou novas habilidades e técnicas para as personagens e suas armas. Neste jogo as Red Orbs são inteiramente para items, já as habilidades podem ser compradas com as “proud souls“. Essas proud souls são atribuídas no final de cada missão, mediante a avaliação da nossa performance.

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É possível fazer-se lock-on a um inimigo de cada vez

Mas nem só de combate vive o Devil May Cry 4, também temos alguns puzzles e a habitual procura de items para activar outros objectos que nos permitam avançar no jogo. Um deles é a habilidade de abrandar o tempo, para nos permitir avançar alguns obstáculos que de outra forma seriam impossíveis de ultrapassar. Como nos jogos anteriores, Devil May Cry 4 tem várias Secret Missions escondidas ao longo dos cenários, missões essas com desafios que muitas vezes exigem um domínio e habilidade máxima nos controlos do jogo. O mesmo é válido para os vários graus de dificuldade que vamos desbloqueando à medida em que terminamos o jogo no grau de dificuldade anterior, com as coisas a chegarem a um ponto onde não existe margem para erro. Não chego a esse nível de sadismo, felizmente. Mas há quem chegue e são recompensados por isso, ao desbloquear várias galerias de artwork, as versões “Super” de Dante e Nero (com Devil Trigger ilimitado) e o infame Bloody Palace, um exigente modo “survival” onde temos de sobreviver a várias waves de inimigos ao longo de 100 andares. O jogo possui também um sistema de achievements interno, penso que na altura em que o mesmo saiu, a PS3 ainda não tinha adoptado o sistema de trophies, mas corrijam-me se estiver errado.

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A Pandora é uma arma de fogo para Dante, bastante versátil e poderosa, se utilizada correctamente

Graficamente é um jogo competente, embora seja jogado em 720p. É inegável que a PS3 em 2008 já conseguia fazer melhor, mas ainda assim achei o jogo bastante agradável, com cenários variados, desde uma cidade com uma arquitectura interessante, passando por florestas, cavernas, ou enormes monumentos com imensos corredores e salinhas. Gostei do design dos inimigos e dos bosses, achei um bonito toque por parte da Capcom em fazer uma galeria 3D dos inimigos, bosses e personagens, items e afins que encontramos ao longo do jogo, permitindo-nos admirá-los com toda a calma. As músicas são também variadas entre si, onde tanto temos músicas épicas ou mais calminhas, tipicamente religiosas, bem como aquelas mais “a rasgar” com o hard rock presente na série desde o primeiro jogo. E ainda bem, pois é o que mais se enquadra com a personalidade de Dante e companhia.

Posto isto, Devil May Cry 4 é na minha opinião mais uma boa adição à série, embora infelizmente me pareça que tenha sido um ponto final nesta quadrilogia, pois em DMC a Capcom decidiu fazer um reboot à coisa, o que gerou opiniões mistas. Mas voltando a este DMC4, o mesmo saiu também para X360 e PC, conforme mencionei há pouco. Não joguei a versão X360, pelo que não sei como se comporta a nível de performance em relação à de PS3. Já a versão PC, é um port muito competente por parte da Capcom, onde para além de podermos jogar com uma resolução maior, o jogo está também com um framerate mais fluído. Mas como eu sou apologista de se jogar algumas séries em certas plataformas, e como sempre identifiquei Devil May Cry com a PS3, prefiro manter-me por aqui.

Phantasy Star Online (Sega Dreamcast)

Phantasy Star OnlineBom, este é um jogo que merecia um artigo exaustivo por ter sido um ponto de viragem tão drástico na clássica série de RPGs da Sega, bem como um dos jogos mais inovadores do catálogo da Dreamcast. Mas não vai ser o caso, por culpa do Phantasy Star Online Episode I & II para a Nintendo Gamecube, que me chegou à colecção muito antes deste jogo, que por sua vez inclui tudo o que o jogo da Dreamcast tem e muito mais.  Assim sendo, acao sempre por recomendar uma leitura do artigo da conversão/sequela que a consola da Nintendo recebeu, pois terá mais detalhe. Esta versão Dreamcast chegou-me à colecção ainda neste ano, tendo sido comprada a um coleccionador particular, por 8€. Tirando os problemas habituais na caixa, está em bom estado e inclui uma demo do Sonic Adventure 2.

Phantasy Star Online - Sega Dreamcast
Jogo completo com caixa, manual, papelada e demo do Sonic Adventure 2

Phantasy Star Online foi um jogo bastante revolucionário, tendo sido o primeiro MMORPG a ser lançado numa consola. Mas PSO é algo diferente dos MMOs que mesmo na época existiam, na medida em que apesar de podermos socializar com meio mundo, na verdade apenas equipas de até 4 jogadores no máximo podem jogar ao mesmo tempo. E para quem acompanhou a série desde os tempos da Master System / Mega Drive, a jogabilidade também mudou bastante, passando de um RPG clássico com batalhas por turnos para um “hack and slash” 3D. A história também mudou bastante face à série original, apesar de existirem alguns hints por parte da Sega que existe uma ténue relação entre os acontecimentos da série clássica, Online e Universe. Basicamente a história consiste na odisseia dos habitantes do planeta Coral, que após se ter tornado inabitável deu-se um êxodo em massa para o planeta de Ragol, a bordo de  duas naves gigantescas: Pioneer 1 e 2. A Pioneer 1 foi a primeira a arrancar, tendo-se estabelecido em Ragol com sucesso. Quando chega a vez dos habitantes da Pioneer 2, dá-se uma enorme explosão no planeta que dizimou todos os colonos da Pioneer 1. Assim sendo, cabe aos membros do Hunter’s Guild explorarem Ragol à procura de respostas para o desastre, para que depois os habitantes da Pioneer 2 se possam mudar definitavamente para a nova casa. Este primeiro jogo coloca-nos a explorar 4 diferentes áreas (Forest, Cave, Mines e Ruins), cada uma com o seu boss – sendo o último um velho conhecido da série.

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O já icónico ecrã de título

Como qualquer bom MMORPG, inicialmente somos convidados a criar a nossa personagem, escolhendo a raça (Human, Cast ou Newman) e classe (Hunter – própria para combate corpo-a-corpo, Ranger para quem prefere usar armas de fogo, ou Force, os “feiticeiros” do sítio). Como é natural, as raças têm também diferentes atributos, o que, em conjunto com as classes resultam em personagens com diferentes habilidades e características. O jogo não possui uma skilltree elaborada como em muitos outros MMOs, mas cumpre o seu papel por ser um jogo bastante funcional. Posteriormente podemos optar por jogar offline ou online. Enquanto no modo offline jogamos sozinhos, online poderíamos jogar com um grupo de até 4 jogadores, ao longo das 4 áreas de jogo. Existem também várias sidequests que podem ser jogadas offline, onde a história do jogo até acaba por ser contada com mais algum detalhe. No entanto era no modo online que a piada do jogo estava, afinal o grinding interminável para se obter items raros e coloridos sempre é mais agradável fazê-lo com companhia.

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Uma das builds que podemos escolher. Eu pessoalmente tenho ido sempre para os all-around human hunters

Graficamente é um jogo competente, tendo em conta que saiu para a Dreamcast e já no ano de 2000. A Dreamcast era uma consola competente na sua altura mas também tinha as suas limitações, e num jogo online totalmente em 3D é exigido mais recursos do sistema, pelo que os visuais eram algo simples. No entanto este PSO marcou um “modernismo” visual na série Phantasy Star que sempre me agradou, desde no design dos personagens, armas e equipamentos, como em toda a envolvente “high-tech” à volta dos cenários e afins. Sonoramente também é um jogo que para mim é memorável, tanto que muitos dos seus efeitos sonoros e músicas são utilizados ainda hoje, nas iterações mais recentes da série. A música tem sempre uma componente futurista, e embora não seja propriamente algo épico de se ouvir, adapta-se bem à atmosfera do jogo e é agradável para as sessões de grinding.

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A primeira área é a mais colorida. Blue sky in games 4eva.

Infelizmente não tinha Dreamcast na altura em que o jogo saiu, pelo que nunca o joguei online na sua incarnação original. O facto de ter uma mensalidade também não ajudava, o que em conjunto com o modem 33kbps com que a Dreamcast vinha no território Europeu também não era muito convidativo para passar horas “ao telefone” com os tarifários da internet na altura. Embora não deixe de ser um dos jogos mais icónicos do catálogo da última consola da Sega, esta versão em concreto apenas recomendo a sua compra pelo valor histórico ou por coleccionismo. No ano seguinte, também para a Dreamcast (e PC) foi lançado o Phantasy Star Online Ver.2, que incluiu várias novidades, desde subir o level cap, novos items, novos modos de jogo e novas sidequests disponíveis offline. Depois foi lançado para a Nintendo Gamecube e Xbox o já referido Phantasy Star Online Episode I & II, que mais uma vez inclui tudo o que já tinha sido lançado anteriormente mais uma expansão e outras novidades. Ainda assim, enquanto a Sega não decide se traz para o ocidente o novo Phantasy Star Online 2, a melhor alternativa de jogar o clássico continua a ser o Phantasy Star Online Blue Burst para PC. É um jogo que, apesar de já estar descontinuado, pode ser jogado em servidores privados, incluindo o conteúdo do PSO Episode I & II e uma nova expansão, o Episode IV. Para quem não sabe, o Episode III é um jogo completamente diferente, exclusivo da Nintendo Gamecube, essa consola com uma presença online fortíssima…

English Country Tune (PC)

De volta aos artigos mais pequenos, mais uma vez com um jogo indie. English Country Tune é um puzzler produzido pela increpare games, que desafia a nossa percepção de lógica e física num espaço tri-dimensional. A minha cópia digital chegou-me ao steam através do Humble Indie Bundle 8, um bundle que incluiu jogos como Dear Esther, Proteus ou o fenomenal Hotline Miami – um dos melhores Humble Indie Bundles lançados, na minha opinião.

English Country Tune PCE então em que consiste este jogo? Bom, em primeiro lugar controlamos um quadrado que se desloca num espaço tridimensional. Depois, o jogo está dividido entre diferentes “mundos” com conceitos de jogabilidade diferentes. Larva é uma versão tridimensional de Sokoban, o puzzler clássico da Famicom que consistia em um bonequinho arrumar uma série de caixas em certos pontos. Ora aqui as coisas são bem mais complicadas, pois o quadrado que controlamos é bi-dimensional, podendo ser movido num espaço 3D, seja pelo “chão” ou paredes. De facto, em cada nível podemos rodar à vontade o campo de jogo, fazendo com que os conceitos de chão e parede percam o seu sentido. Em Larva, o objectivo consiste em “arrastar” esferas até umas caixas, mas à medida que jogamos as coisas vão-se complicando, onde surgem superfícies que o quadrado não consegue percorrer, e a gravidade começa a entrar nas contas. E é aqui que as coisas ficam ainda mais bizarras, pois no mundo de Larva a gravidade tem efeitos diferentes, mediante da direcção de onde empurramos a esfera. Ou seja, se empurramos a esfera num determinado sentido, ela cai no vazio e é game-over. Mas se for empurrada num sentido diferente, já “cai” para outra superfície. É um conceito difícil de descrever (e assimilar!) que torna este jogo em algo bastante desafiante.

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Ora como colocar todas as esferas nas caixinhas desta forma? Crazy gravity, of course.

Mas este Sokoban 3D marado não é o único mundo. em “Garden”, por exemplo, o objectivo é empurrar um quadrado verde em todas as superfícies brancas de um determinado nível. Ao passar numa superfície branca, cresce um cubo verde e não podemos voltar atrás, obrigando o jogador a descobrir uma maneira de percorrer a área sem ser necessário repetir posições. O mundo de Whale é outro ainda mais bizarro. Aqui temos de empurrar uma série de cubos ao longo de uma superfície até a um abismo. Mas não se empurram os cubos directamentes, não. Aqui os cubos extendem umas linhas em cruz como se um par de eixos se tratasse, e é empurrando esses eixos que conseguimos movimentar os cubos. Cada mundo tem uma versão avançada com puzzles ainda mais complicados. Por exemplo, em Advanced Whale, estes puzzles seguem superfícies 3D, assim como o Planting (“Advanced Garden”). Mas existem ainda muitas mais mundos com diferentes mecânicas de jogo, cada uma mais difícil e bizarra que a outra. Por exemplo o mundo “L and W” mistura a jogabilidade de Advanced Larva com Advanced Whale.

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Ecrã de selecção do nível, os desbloqueados possuem uma esfera mais clara.

Como já deu para perceber, English Country Tune é um verdadeiro jogo de puzzle, que apresenta puzzles inovadores e bastante desafiantes, não deixando no entanto de ser um jogo com um certo apelo casual, pela simples característica de se pegar a qualquer altura e tentar resolver um puzzle que já se tenha desbloqueado. Visualmente é um jogo muito simples, com estruturas 3D que não necessitam de grande detalhe. No entanto devo dizer que os menus de escolha de “mundo” e nível agradam-me bastante, com uma estrutura algo molecular. A música essa felizmente é bastante ambiental, o que é ideal face aos desafios que teremos pela frente. Se fosse uma música irritante provavelmente já tinha mandado o PC pela janela.

No fim de contas, recomendo este English Country Tune a quem for um fã de jogos puzzle, pois este é um jogo que dá bastante que pensar e preza pelas suas mecânicas de jogo bizarras, mas originais. Para além de Windows/Mac/Linux, o jogo está também disponível para os aparelhos com iOS.

Ikaruga (Nintendo Gamecube)

Ikaruga GCNNão sou o maior fã de shooters de “navinha”, mas não poderia deixar passar este. Fruto de uma das minhas developers japonesas preferidas, a Treasure – fundada em 1992 por “renegados” da Konami – Ikaruga é um shooter de culto, lançado originalmente em 2001 para Arcade, através do sistema Naomi da SEGA. Uma conversão para a Dreamcast seria o próximo passo natural, mas essa conversão acabou por ficar apenas no mercado japonês. Até que, vindo do nada, em 2003 o Ikaruga acabou por ser lançado nos 3 mercados principais, na plataforma improvável da Nintendo Gamecube. A minha cópia chegou-me às mãos há uns meses atrás, comprada na cash da Maia por 5€. Está completa e em estado razoável, com a caixa ligeiramente partida.

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Jogo completo com caixa, manual e papelada

Este é mais um daqueles jogos que tem uma história por detrás, contada no manual, mas no fim de contas ninguém quer saber. O que interessa é a acção non-stop proporcionada por este tipo de jogos. Mas para os curiosos, aqui fica um breve resumo do contexto de Ikaruga: algures na localidade de Horai, um homem poderoso e influente de nome Tenro Horai, descubriu um misterioso artefacto que lhe conferiu poderes inimagináveis. Com esses poderes, Horai começou a conquistar uma série nações, construindo um poderoso império. Como é habitual, existem rebeldes que se começaram a opor ao império de Horai, sendo o grupo Tenkaku o que mais se destacou, apeser de ter sido derrotado em todas as suas batalhas. Com os Tenkaku quase dizimaos, Shinra, o último sobrevivente acaba por ser recebido pela população da aldeia Ikaruga que, simpatizando com a sua causa, lhe oferecem a nave Ikaruga, construída com uma poderosa tecnologia capaz de fazer frente ao império de Horai. O resto é contado pelos bullet hell.

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Ecrã ilustrativo de algumas diferenças na jogabilidade mediante os diversos graus de dificuldade

Mas o que colocou Ikaruga como um shooter de culto foram as suas mecânicas de jogo, não a história. As naves com que jogamos possuem um esquema de “polaridade” nos seus escudos, podendo ser alternados entre energia negra e branca, a mesma que as naves inimigas usam como arma. A ideia é utilizar o escudo com a cor condizente com a cor que estamos ser atacados, podendo absorver esses ataques como energia. Por outro lado, se atacarmos as naves inimigas com a cor contrária ao seu elemento, o dano infligido é muito maior. Sendo assim o jogo exige muita perícia na alternação destas diferentes polaridades, e os bosses vão-se certificar disso. Para além dos ataques normais, existe um ataque especial, como é hábito neste tipo de jogos. À medida em que vamos absorvendo os projécteis inimigos, uma barrinha lateral vai-se enchendo, barrinha essa que pode ser utilizada para disparar uns mísseis bem mais poderosos. Para além do mais, o jogo dispõe de um sistema de combos interessante, para quem quiser jogar Ikaruga de forma a obter o máximo de pontos possível, o que não é o meu caso de todo.

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Os bosses têm um limite de tempo para serem derrotados, ao fim desse tempo vão-se embora.

Ikaruga traz vários modos de jogo, para além do normal que pode ser jogado em diferentes graus de dificuldade, existe também um practice e conquest, que servem para treinar níveis inteiros (practice) ou segmentos de níveis (conquest). Os níveis disponíveis para se treinar apenas ficam disponíveis mediante se os conseguimos atingir no jogo normal sem gastar continues. Depois existe também a categoria Challenge, com os submodos Arcade e Prototype. O primeiro consiste em jogar na dificuldade normal, porém com apenas 3 vidas e sem continues. Quando chegamos ao final do jogo desta forma, ou perdermos as vidas todas, é gerada uma password que encripta a pontuação obtida, podendo ter sido registada num site próprio com leaderboards. O modo prototype é desbloqueável e permite jogar Ikaruga como o era no seu início de desenvolvimento, com as naves a dispor de um número limite de projécteis, variando mediante a dificuldade. Por fim, ao jogar durante várias horas ou terminar Ikaruga em vários modos de jogo desbloqueamos também alguns extras, como artwork ou o menu sound test.

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É jogando num monitor vertical onde se conseguem obter um melhor aproveitamento dos visuais

Posto isto, é escusado dizer que Ikaruga é um jogo para o público hardcore. As suas mecânicas de jogo em conjunto com o bullet hell sincronizado requerem muita perícia e memória para evitar dano. Visualmente é um jogo interessante, gosto bastante do artwork apresentado bem como o design das naves inimigas. No entanto, para se tirar o máximo partido dos visuais, este jogo tem de ser jogado num monitor vertical. É possível escolher diferentes opções de display, quer verticais como horizontais, mas com o display da TV horizontal existem umas barras negras laterais que fazem com que a imagem encolha, perdendo assim muito do detalhe. As músicas são bastante épicas, adequando-se perfeitamente à acção. Pelo que andei a investigar por aí, parece que a versão PAL deste jogo tem um bug que a diferencia de todas as outras versões. Ao pausar o jogo, a música continua a tocar, que ao que parece não é de todo o que a Treasure tinha em mente quando produziu o jogo. Em todas as outras versões a música pára sempre que se pausa o jogo. Isto pode não parecer importante, mas a música adequa-se perfeitamente à maneira como os níveis foram construídos e o surgimento dos inimigos.

Para além da versão arcade, Dreamcast e esta da Nintendo Gamecube, Ikaruga deu também o ar de sua graça no serviço XBLA da Microsoft, introduzindo um esquema de co-op online (nesta versão o co-op é local, naturalmente). Infelizmente parece que alguns dos modos extra presentes nesta versão foram removidos. O Ikaruga para a Dreamcast, ou mesmo esta versão Gamecube, têm vindo a ter custos elevados nos ebays e afins, pelo que a versão digital poderá ser ainda assim uma boa alternativa.

Alien 3 (Sega Mega Drive)

Alien 3E foi na última PUSHSTART que fiz uma análise ao jogo Alien 3 para a consola 16-bit da SEGA. Esse jogo veio-me parar à colecção ainda durante este ano de 2013, através de um amigo meu de infância que me vendeu alguns dos seus antigos jogos de Mega Drive. Dividindo o custo do lote pelo número de jogos, este Alien 3 ficou-me a 2.5€, um óptimo negócio, apesar de o jogo estar incompleto pois lhe falta o manual.

Alien 3 Sega Mega Drive
Jogo com caixa

É um bom jogo de acção/platforming, e curiosamente é mais um jogo completamente distinto entre as versões 16-bit caseiras, com o Alien 3 da SNES ser algo completamente diferente. Sem mais demoras, podem ler a análise na íntegra aqui.