Chuck Rock (Nintendo Game Boy)

Vamos voltar às rapidinhas e ao Game Boy clássico, para mais uma conversão deste clássico de plataformas da Core Design, o Chuck Rock. Sempre gostei deste jogo, sendo que já cá trouxe no passado as suas versões Game Gear, Master System e Mega Drive, que é de longe superior. Assim sendo irei-me focar apenas nas diferenças para esta versão de Game Boy! O meu exemplar foi comprado num leilão no facebook, custou-me uns 5€ se a memória não me falha.

Cartucho solto

Ora na sua essência este jogo é na mesma um jogo de plataformas em 2D, onde controlamos um homem das cavernas em busca de salvar a sua namorada. Um botão salta, o outro ataca, seja com a barriga, seja com pontapés se atacarmos durante um salto. Iremos enfrentar vários inimigos diversos e alguns desafios de platforming, onde recorrentemente teremos de carregar rochas para posteriormente servirem de plataformas intermédias ou interagir com alguns animais para que estes nos permitam alcançar plataformas que de outra maneira não conseguiríamos lá chegar.

A versão GB perde em detalhe gráfico, por outro lado as sprites mais reduzidas têm a vantagem de nos permitir ver mais cenário à nossa volta

O maior problema da versão Game Gear era o facto de a sprite do Chuck ser grande e bem detalhada, o que num ecrã pequeno oculta-nos uma grande parte do cenário à nossa volta, pelo que teríamos de dar muitos saltos de fé ao longo da aventura. Nesta versão Game Boy isso já não acontece, pois tanto o Chuck como os inimigos são sprites mais pequenas e temos sempre boa visibilidade para o que nos rodeia. Infelizmente no entanto, isto teve um outro efeito adverso. O detalhe dos cenários ficou bastante pobre, pelo que é comum sofrermos dano ao saltar para alguma plataforma que não deveríamos. De resto, no que diz respeito às músicas, felizmente a versão Game Boy consegue ter música e efeitos sonoros em simultâneo, algo que as versões 8bit da Sega não têm (se bem que já o original Amiga era assim). No entanto, apesar das músicas serem bastante agradáveis, mantendo aquele chiptune muito característico de jogos britânicos das décadas de 80 e 90, peca também pela escassez de músicas em si.

Portanto esta versão do Chuck Rock não é algo que eu recomende, embora tenha vários pontos positivos quando comparada com a versão Game Gear: música durante o jogo e sprites mais pequenas, permitindo-nos ver mais cenário à nossa volta. No entanto o detalhe dos níveis acabou por sofrer bastante, o que também prejudicou o platforming em si.

Mickey Mania (Sega Mega CD)

Vamos a mais uma rapidinha a um excelente jogo de plataformas. A razão pela qual este artigo é uma rapidinha prende-se apenas por já cá ter trazido no passado tanto a sua versão Mega Drive, assim como a da Playstation, pelo que irei-me focar apenas nas diferenças entre versões e recomendo-vos que dêm uma leitura nesses outros artigos complementares. Este meu exemplar foi comprado a um amigo meu por 5€ no passado mês de Maio.

Jogo com caixa e manual

Tal como já referido nos outros artigos, este Mickey Mania é um interessante jogo de plataformas criado para homenagear a personagem do rato Mickey da Disney, introduzindo níveis retirados de muitos dos cartoons onde o mesmo participou, desde o Steamboat Willie de 1928, até ao Prince and the Pauper de 1990. É um óptimo jogo de plataformas e com mecânicas simples (um botão para saltar e outro para atirar projécteis), bem como óptimos gráficos para os sistemas de 16bit.

Sempre gostei do facto de jogarmos este primeiro nível a preto e branco, tal como no cartoon.

O que traz esta versão de diferente portanto? Bom, o mais óbvio é mesmo ter mais clipes de voz para o Mickey (comparando com as versões MD e SNES) e claro, a inclusão de músicas em formato CD audio. O último nível antes do boss final (relativo ao Prince and the Pauper) inclui um segmento adicional não presente nas versões MD e SNES e pouco mais, para além de ecrãs de loading não presentes na versão de Mega Drive.

É seguro dizer que a Traveller’s Tales dominava o hardware da Mega Drive, tendo em conta o seu histórico nas plataformas de 16bit da Sega

Portanto estamos perante mais uma óptima versão deste bom jogo de plataformas da era 16bit. Resumindo, no que diz respeito às versões 16bit, a versão da SNES é mais colorida (sem tirar mérito às versões da Sega que são igualmente boas no departamento gráfico), mas falta-lhe algum conteúdo relevante. Esta versão Mega CD é muito similar à da Mega Drive com alguns extras mencionados acima e melhor som/banda sonora, pelo que se tivessem de optar entre ambas eu recomendaria a da Mega CD. No entanto, todas estas versões são suplantadas pela da Playstation, que inclui todo este conteúdo adicional e gráficos redesenhados, com muito mais detalhe sendo essa sim, a versão definitiva.

Hook (Super Nintendo)

Vamos voltar à Super Nintendo para mais uma rapidinha a um videojogo de plataformas, desta vez para este Hook, uma de várias adaptações para videojogos do famoso filme de 1991 que estrelava Robin Williams no papel de Peter Pan, já adulto. Existem múltiplos jogos do Hook, espalhados por uma imensidão de plataformas. A Ocean ficou com os direitos de produzir adaptações para computadores, tendo lançado uma aventura gráfica e um jogo de acção/plataformas para o Commodore 64. A Irem produziu um beat ‘em up nas arcades que eu desconhecia por completo e por sua vez a Sony Imageworks publicou todos os videojogos lançados em consolas, com esta versão SNES a sair em primeiro lugar, algures em 1992. O meu exemplar foi comprado numa cash converters algures no passado mês de Outubro por cerca de 15€ se bem me recordo.

Cartucho solto

Creio que só vi o filme do Hook uma vez quando era mais novo, mas a cutscene de abertura faz um bom papel em relembrar-nos da premissa do jogo: Peter Pan depois das suas aventuras na Terra do Nunca acaba por voltar a casa, cresce, casa, tem filhos e acaba por se esquecer de tudo. O Capitão Gancho (Captain Hook) planeia no entanto a sua vingança, consegue visitar o mundo real e raptar Jack e Maggie, os filhos de Peter. Eis então que entra em cena a fada Sininho (Tinker), que leva Peter Pan de novo para a Terra do Nunca para que ele recupere as crianças e derrote o Captain Hook uma vez mais.

O primeiro nível acaba por ser uma espécie de tutorial, onde temos de provar que somos o Peter Pan, derrotar todos os pirralhos que por lá andam e recuperar a nossa espada

No que diz respeito a mecânicas de jogo, estas são muito simples, sendo este um jogo de acção/plataformas em 2D, onde um dos botões faciais da SNES serve para saltar e outro para atacar. Por vezes iremos encontrar a fada Tinker espalhada pelos níveis e quando nos posicionamos debaixo dela, iremos recarregar a barra de energia para voar. Nessa altura, ao clicar duplamente no botão de salto, poderemos voar livremente, com a tal barra de energia a decrescer enquanto voamos. O objectivo é o de ir atravessando uma série de níveis, defrontando inimigos, ultrapassando obstáculos e usar o poder de voo ocasionalmente. No final de cada nível temos tipicamente um confronto contra um boss. Ao longo do jogo iremos encontrar diversos itens que poderemos apanhar. As jóias, deixadas pelos inimigos derrotados, servem apenas para aumentar a nossa pontuação. Peças de fruta como cerejas ou maçãs regeneram parcialmente ou completamente a nossa barra de vida, enquanto que as folhas podem incrementar a nossa barra de vida de 2 pontos de vida para até um máximo de 4. Vidas extra também podem ser encontradas. Quando temos a nossa barra de vida no máximo, a espada de Peter dispara também um projéctil de energia, o que irá dar um jeitaço tremendo!

A Sininho e os seus pózinhos de perlimpimpim são o que nos permite voar

A nível audiovisual é um jogo simples, mas possui o seu charme. Iremos percorrer florestas, montanhas, cavernas e também os interiores do navio de Hook, com níveis bem coloridos, mas com um nível de detalhe algo inconsistente, com alguns níveis bem mais simples que outros. Não esperem por visuais tão cuidados como um Yoshi’s Island ou Megaman X, mas cumpre bem o seu papel, apesar que se as sprites fossem um nadinha maiores não me queixava. A música é também bastante agradável, com uma banda sonora muito sinfónica cujas músicas presumo eu que sejam adaptações da banda sonora do filme. Este tipo de som mais sinfónico é algo que a Super Nintendo faz muito bem!

No final de cada nível esperem por um boss, mas não esperem que sejam muito maiores que este

Portanto estamos aqui perante um jogo de plataformas bastante sólido, apesar de ser algo curto e não tão desafiante quanto isso. Ainda assim faz algumas coisas bem feitas, como a fluidez e os controlos dos voos do Peter Pan! Esta versão da SNES foi posteriormente convertida para os sistemas da Sega. A versão Mega Drive, para além de perder algum detalhe gráfico como as cores mais reduzidas, perde também um dos níveis, aparentemente. Já a versão Mega CD está intacta, possui voice acting, a banda sonora do filme e uma ou outra cutscene em FMV, pelo que será também uma versão a ter em conta. A Master System ia recebendo também uma conversão que acabou por ser cancelada, tendo saído apenas na Game Gear. Existem também versões para a NES e Gameboy, mas estas são aparentemente jogos distintos, tendo sido produzidos pela mesma equipa que fez a versão Commodore 64.

Mega Turrican (Sega Mega Drive)

A série Turrican é muito interessante, consistindo numa série de jogos de acção bem competentes para uma série de sistemas 8 e 16bit. Produto original da empresa alemã Rainbow Arts para o velhinho Commodore 64, o primeiro Turrican foi, para além de um óptimo jogo de acção para a época em que saiu, um portento técnico tendo em conta as limitações da plataforma. Os Turrican são também uma colaboração muito criativa entre a Rainbow Arts e outro titã teutónico, a Factor 5, que trabalhou na conversão dos originais para o Commodore Amiga e Atari ST, mas também na criação de novos jogos nas consolas 16 bit da Sega e Nintendo. Já cá trouxe a versão Gameboy do primeiro jogo que é bastante modesta, mas gostaria um dia de trazer cá a sua versão Mega Drive também. Já o Turrican II, esse também teve uma conversão para a Mega Drive e Game Boy a cargo da Accolade, mas foi completamente chacinado ao levar com a licença do filme Universal Soldier em cima. Já o Turrican III, bom, é este jogo, que foi desenvolvido originalmente para a Mega Drive sobre o nome de Mega Turrican e posteriormente convertido para o Commodore Amiga como Turrican III (embora até tenha sido lançado antes). O meu exemplar foi comprado na CeX algures em Junho do ano passado. Custava 80€, mas com umas trocas inteligentes na loja acabou por ficar virtualmente de graça.

Jogo com caixa e manual

Ora aqui encarnamos uma vez mais num guerreiro equipado de um fato super poderoso e teremos novamente de enfrentar autênticos exércitos de robôs e destruir o vilão que os comanda. Tal como os seus predecessores, este é um jogo de acção com elementos de plataforma e exploração, embora seja bem mais linear que o original. Temos então um setup simples de controlo, com um botão para saltar, outro para disparar e um outro para lançar um gancho que nos permite balancear entre plataformas, ao estilo de Bionic Commando. No entanto, tal como nos outros jogos, a nossa personagem pode-se também enrolar numa bola como a Samus Aran, mas deixando-o quase invulnerável e permitindo-o também rodopiar rapidamente, o que é uma habilidade muito importante para evadir de fogo inimigo. No entanto não a podemos usar todo o tempo, pois de cada vez que a usamos há uma barra de energia que se vai esgotando. Também podemos usar umas bombas super poderosas capazes de limpar o ecrã de inimigos, mas o uso destas é também limitado, a 3 bombas por vida. Para usar estas habilidades temos de pressionar o d-pad para baixo mais o botão de lançar o gancho ou saltar, respectivamente.

Podemos lançar um gancho e usá-lo para balancear entre plataformas e alcançar zonas que de outra forma não conseguimos chegar lá

Para além disso iremos encontrar inúmeros itens que podemos coleccionar. Os diamantes que vamos encontrar espalhados pelos níveis dão-nos apenas pontos extra, enquanto que os corações restabelecem a nossa barra de vida. O S é um escudo que nos dá invencibilidade temporária, as esferas coloridas mudam-nos a arma primária e claro, teremos também vidas extra para encontrar. Temos então três modos de disparo distintos, um que dispara projécteis de energia numa única direcção mas mais concentrados e capazes de causar mais dano individualmente, um spread shot à lá Contra e um modo de disparo que também dispara projécteis em diferentes direcções e estes fazem também ricochete nas superfícies. Cada uma destas armas pode ser ainda melhorada ao coleccionar até 3 esferas da mesma cor, mas no meio da confusão é perfeitamente possível apanharmos uma esfera de outra cor por engano! De resto este é um óptimo jogo de acção que, mesmo não tendo o mesmo nível de sequências de acção over the top como noutros jogos icónicos da era de 16bit como os Contra ou Gunstar Heroes, tem também alguns belos momentos e é também um jogo que também se foca na exploração e platforming, pois os seus níveis possuem tipicamente um layout mais labiríntico nalguns casos. Mas tal como referi anteriormente, é um jogo que também possui alguns momentos de acção pura e é frequente termos de enfrentar vários mid bosses antes do boss final do nível/mundo onde estamos.

Os bosses são típicamente bem grandinhos

A nível audiovisual, bom vamos começar pelo óbvio, a banda sonora! Esta é excelente, ao introduzir não só músicas bastante sonantes, mas com uma qualidade de som incrível e são poucos os na Mega Drive que produzem um som tão limpo (e com músicas tão boas) como este Mega Turrican! Há ali também espaço para algumas músicas mais experimentais/ambientais (como as dos níveis com água ou o mundo dos Aliens), mas regra geral gostei bastante da banda sonora. Já a nível gráfico, confesso que estava à espera de algo um pouco melhor, até porque é um jogo que veio da Factor 5 e esta é uma empresa responsável por imensos milagres de hardware em muitos dos jogos que trabalharam. Não que seja um mau jogo graficamente, longe disso, mas esperava ver níveis com mais variedade nos cenários. Uma grande parte dos níveis têm cenários industriais e em localizações fechadas e esperava mais alguma variedade aí. Mas confesso que o mundo dos aliens foi uma agradável surpresa, embora surpreenda-me como é que a Fox nunca os acusou de plágio. É certo que mesmo os próprios Contra também tinham certas influências “xenomorfas”, mas aqui as semelhanças são mesmo muito gritantes!

Quaisquer semelanças com os Alien são mera coincidência. Ou não.

Portanto este Mega Turrican é mais um óptimo jogo de acção para a Mega Drive. Mas estou curioso em ver os Super Turricans da Super Nintendo, que também foram trabalhados pela Factor 5 e pelo pouco que vi, parecem-me também serem tecnicamente impressionantes!

Sensible Soccer (Sega Mega CD)

Continuando pelas rapidinhas a jogos desportivos, vou só deixar aqui um artigo muito breve sobre a versão Mega CD do Sensible Soccer. É que é practicamente a mesma versão que já cá trouxe da Mega Drive, com alguns extras que o suporte em formato CD permite. Recomendo então uma leitura pelo artigo da Mega Drive para maior detalhe. O meu exemplar foi comprado numa CeX aqui da zona do Porto algures em Dezembro. Custava 30€ mas trouxe-a bem mais barata pois tinha aqui algum material repetido para troca que abateu no preço. Curioso que esta versão traz também uma demo do Battlecorps, que me faz lembrar que tenho o jogo por cá já há uns anos e ainda não lhe peguei. A tratar disso em breve.

Jogo com caixa, manuais e cd demo do Battlecorps

Então o que traz de novo esta versão para a Mega CD? Algumas cutscenes em CGI primitivo e de baixa resolução, mas também músicas e efeitos sonoros de muito melhor qualidade, como cânticos do público. O gameplay parece-me inalterado, bem como o conteúdo a nível de equipas e modos de jogo, quando comparado com a versão Mega Drive. Agora se isso justifica a compra desta versão em comparação com a da Mega Drive, sinceramente eu diria que não.