Super Star Wars (Super Nintendo)

Star Wars é uma das maiores franchises de entertenimento do planeta, não há dúvidas disso. Seja nos filmes, livros, ou videojogos o que não falta são lançamentos de qualidade. Nos videojogos foram inúmeras as adaptações para os mais variadíssimos sistemas e a Super Nintendo não passou ao lado. Aqui temos uma série de 3 jogos de acção, todos publicados pela JVC, que abordam a primeira trilogia passada nos cinemas, referentes aos episódios IV, V e VI. O meu exemplar foi comprado a um particular algures no mês passado, tendo-me custado 17€ se a memória não me falha.

Apenas cartucho

Este é um jogo de acção/plataformas, que nos faz lembrar títulos como Contra (se bem que menos intensos), com algumas secções onde conduzimos alguns veículos como um Landspeeder ou uma X-Wing no famoso assalto à Death Star. Inicialmente podemos jogar apenas com o Luke Skywalker, mas mais para a frente poderemos jogar também com Chewbacca ou Han Solo. Não há grande mudança na jogabilidade entre as personagens, uns são mais ágeis que outros, ou possuem mais resistência físíca e todos possuem mais ou menos o mesmo tipo de habilidades. A grande excepção está no Luke Skywalker, que pode alternar entre a sua pistola e sabre de luz, após o seu encontro com Obi-Wan Kenobi. Todos possuem uma arma de fogo, se bem que ao longo do jogo poderemos apanhar vários power ups que nos aumentam o poder de fogo. O melhor é que esses power-ups transitam de nível para nível, mas perdem-se se perdermos alguma vida entretanto. Mas temos muitos outros itens que podemos apanhar, desde extensões do tempo limite para terminar o nível, multiplicadores de pontos, invencibilidade temporária ou sabres de luz que servem para extender a nossa barra de energia.

Ao longo do jogo poderemos ganhar diferentes upgrades para a nossa pistola, alguns com habilidades diferentes

Depois temos também os níveis onde controlamos veículos, níveis esses que usam e abusam do famoso efeito gráfico mode 7. Confesso que inicialmente achei estes níveis algo confusos mas depois de perceber a manha até se tornaram mais agradáveis. Nos primeiros níveis deste género controlamos um Landspeeder, onde teremos de ter em atenção não só aos inimigos que vamos apanhando, bem como ao nível de combustível. Inicialmente uma pessoa anda ali a vaguear pelo mapa sem saber muito bem o que fazer nem para onde ir, mas o objectivo é mesmo o de destruir um certo número de inimigos ou obstáculos e depois lá “desbloqueamos” o final do nível, que consiste em chegar a algum lado. Nessa altura o horizonte muda um pouco e acabamos por conseguir ver a meta. O segundo veículo que pilotamos é um X-Wing na luta final para destruir a Death Star. Inicialmente sobrevoamos sobre a superfície da Death Star, onde teremos de destruir um número mínimo de TIE Fighters e de torres, sendo que depois passamos para aquela mítica cena na “trincheira”, onde defrontamos outros TIEs, inclusivamente aquele pilotado pelo próprio Darth Vader.

Sim, eventualmente temos alguns bosses para defrontar

De resto deixem-me referir que foi um jogo que me surpreendeu bastante pela positiva. Naquela época era perfeitamente natural os videojogos se desviarem das obras originais, até pelas limitações de hardware dos sistemas em si. No entanto fico contente que este videojogo se relacione muito bem com o filme. Naturalmente que há algumas coisas muito diferentes de forma a adaptarem-se num jogo de plataformas/acção em 2D, como é o caso do resgate de R2D2, onde no filme foi comprado aos Jawas, comerciantes de sucata, aqui tivemos mesmo de lutar pelo robot. Mas tirando isso todos os cenários são locais do filme: o planeta Tatooine e o encontro com os Jawas e Sand People, Mos Esley e a cena de pancadaria no bar onde encontramos Han Solo e claro, o resgate de Leia na Death Star e seguinte assalto final. Só tenho pena de não controlarmos Obi-Wan na sua luta contra Darth Vader mas lá está, também seria uma luta que teríamos de perder se quisermos ser fieis ao filme.

Tendo em conta as limitações inerentes às consolas da época, este jogo até que segue muito bem os acontecimentos do filme.

Entre cada nível lá vamos tendo algumas cutscenes que uma vez mais são também fieis ao filme e no geral fiquei satisfeito com o grafismo do jogo, pois achei os níveis bem detalhados, inclusivamente aqueles em mode 7. Se bem que em alturas de maior aperto com a presença de mais inimigos no ecrã são bem notórios alguns abrandamentos. Por outro lado a música está excelente, quase orchestral mesmo! A Super Nintendo tinha de facto um chip de som muito bom para a época e as músicas estão aqui muito bem representadas. Basicamente, quem viu o filme, irá reconhecer instantaneamente as músicas do jogo.

O assalto à Death Star é um bom exemplo de uso do mode 7

Depois deste Super Star Wars tivemos também o Empire Strikes Back e Return of the Jedi, ambos produzidos pela mesma equipa. Fiquei curioso em jogá-los, mas como ainda não tenho o Empire Strikes Back, terá de ficar para outra altura.

Star Wars Arcade (Sega 32X)

Voltando ao infame addon da Mega Drive, a 32X, um dos jogos que eu mais tinha curiosidade em jogar para essa plataforma era nada mais nada menos que este Star Wars Arcade, um jogo lançado originalmente para o sistema Model 1, desenvolvido em conjunto com a Lockheed Martin. Já referi algumas vezes o quão importante foi esse sistema arcade e mais uma vez temos uma conversão para a 32X que o usa como base. O meu exemplar foi comprado no final do ano passado a um particular. Foi comprado num lote que continha este jogo, uma Mega CD II e um Jaguar XJ220 para a Mega CD. Ficou-me tudo por 50€.

Jogo completo com caixa, manuais e papelada

Este Star Wars Arcade decorre no universo da trilogia original da saga Star Wars, onde no modo arcade poderemos pilotar uma X-Wing (no modo singleplayer) ou Y-Wing (em multiplayer) ao longo de 3 missões distintas: combater TIE-Fighters numa cintura de asteróides, destruir um Super Star Destroyer e o assalto à Death Star onde a teremos de destruir como no The Last Jedi, ao viajar até ao seu núcleo. A conversão para a 32X incluiu um 32X mode onde temos algumas missões adicionais mas que não são muito diferentes das que existem no modo normal.

Felizmente que este jogo não é apenas uma adaptação directa da versão arcade mas contém algum conteúdo extra

De resto a jogabilidade é simples, permitindo-nos jogar na primeira ou terceira pessoa e dispomos de 2 armas que podemos atacar os alvos inimigos: os raios laser com munições infinitas, e uma espécie de mísseis teleguiados que podemos disparar assim que tivermos um alvo em lockdown. Estes também possuem munição ilimitada, mas que demora algum tempo a recarregar. No caso de jogarmos no modo de 2 jogadores, a nave que pilotamos é sempre a Y-Wing, ficando um jogador encarregue de a pilotar e o outro de disparar. Depois, ao contrário de outros jogos contemporaneous como o Starwing da SNES, aqui temos toda a liberdade de nos movimentarmos em 360º, não estamos restritos a seguir um corridor invisível. Para combater os TIE-Fighters que nos perseguem é também boa ideia fazê-lo no modo de primeira pessoa, pois assim conseguimos ver a sua posição no radar.

Gosto das animações de quando entramos num hyperjump

Depois, como já referi algures acima, infelizmente as missões são algo repetitivas, pois o jogo está dividido em vários segmentos, sendo muitos deles limpar o ecrã de TIE-Fighters, com a missão a progredir posteriormente para outros objectivos, como o de destruir algumas turrets na Death Star e por aí fora. Aquela repetividade de limpar o ecrã de todos os Tie Fighters antes de progredir acaba então por cansar um pouco. Depois todas as missões são passadas no espaço, seria interessante ver alguns combates noutros ambientes como a batalha de Hoth, mas percebe-se que graficamente é mais simples de representar o espaço, afinal é o ecrã todo negro com alguns pontos brilhantes e pouco mais.

Alternar para a primeira pessoa deixa-nos poder usar o radar e assim controlar melhor os TIE Fighters que nos circundam

Passando precisamente para a parte audiovisual, mais uma vez a versão arcade possui gráficos mais limpos (os polígonos estão melhor definidos) e a acção é mais fluída. Ainda assim a conversão para a 32X não ficou má de todo, e o resultado final, a meu ver é tecnicamente muito melhor do que o de Starwing, por exemplo. Nisso a Sega tinha razão! Por outro lado as músicas poderiam ter mais qualidade, o som sai um pouco abafado. Os temas principais da saga continuam aqui presentes, os efeitos sonoros cumprem o seu papel e gosto de ouvir os poucos diálogos que o jogo possui.

Portanto este Star Wars Arcade acaba por ser um shooter interessante, tanto para os fãs de Star Wars, como para quem gostar do género em geral e possui uma 32X. Era dos poucos jogos da plataforma que eu gostaria realmente de ter e não fiquei defraudado.

Star Wars Rebel Assault I + II (PC)

Voltando aos artigos, hoje trago cá 2 rapidinhas em uma, até porque ambos os jogos vieram numa única compilação no steam. A mini série Star Wars Rebel Assault consiste em dois jogos em full motion video, que infelizmente envelheceram muito mal, principalmente o primeiro, que até teve um lançamento para a Mega CD. O meu exemplar digital veio de um dos vários humble bundles, desta vez relacionados com a saga Star Wars e que acabou por ser comprado a um preço muito reduzido como é habitual.

O primeiro Rebel Assault coloca-nos no papel do Rookie One, também de Tatooine, como um recruta da Aliança Rebelde, que começa por treinar navegar uma nave espacial nos desertos de Tatooine, enveredando depois por vários cenários dos filmes Episode IV e a batalha de Hoth, do Empire Strikes Back. A maior parte das missões consistem em missões de pilotagem e shooting, onde os controlos acabam por arruinar bastante a experiência. Isto porque usamos as mesmas teclas para controlar a nave e a mira, o que muitas vezes resulta em não acertarmos nos alvos ou levarmos dano. Não sei o que se passa, mas para mim jogar com o teclado ou rato foi algo completamente impossível. Não sei se por falta de sensibilidade ou por simplesmente serem limitações do emulador dosbox, mas vamos morrer muitas, muitas vezes. Felizmente temos uma barra de energia que se vai regenerando com o tempo, mas com os péssimos controlos vamos morrer muito mais vezes que o suposto. Talvez com um joystick a coisa melhore!

Boa sorte para passar logo a primeira missão!

O primeiro Rebel Assault, datado de 1993, possui videos com gráficos 3D pré-renderizados, ao invés de usar actores reais como muitos outros jogos de Aventura de full motion video que lhe seguiram no decorrer dos anos. Infelizmente a codificação dos videos é muito pobre, com poucas cores e baixíssima resolução, resultando numa imagem muito pixelizada. Parece que estamos a jogar um título de Mega CD, mas infelizmente pelo que vi essa versão ficou ainda pior.

Felizmente ao menos nas missões com uma perspectiva de primeira pessoa, os alvos são assinanalados individualmente

Em 1995 é lançada a sequela, com o subtítulo de “The Hidden Empire”. Desta vez a história já segue outros eventos não narrados nos filmes, onde mais uma vez nos vemos a encarnar no papel de um Rookie One, ao longo de várias missões. Aqui os eventos decorrem algures depois da destruição da primeira Death Star, onde o Império desenvolveu uma frota de naves capazes de se tornarem invisíveis e passam completamente despercebidas às naves rebeldes. Como Rookie One, vamos participar em várias missões que irão levar à destruição dessa frota e das instalações onde as mesmas são criadas.

O segundo Rebel Assault possui uma qualidade de imagem muito superior, mas a jogabilidade infelizmente é semelhante

Graficamente, é um jogo mais bonito na medida em que desta vez usaram filmagens com actores reais, as únicas partes com gráficos prérenderizados acontecem nas cenas de combates espaciais. Infelizmente a jogabilidade mantém-se idêntica… De resto, tanto um título como a sua sequela possuem óptimos voice acting e banda sonora como seria de esperar, até porque esta última é retirada directamente dos filmes, pelo que sabem bem com o que contar.

Sam and Max: Hit the Road (PC)

Voltando aos jogos de aventura gráfica do género point and click, há ainda uns quantos daqueles que são considerados grandes clássicos no género que eu nunca tinha ainda jogado e a série Sam and Max era uma delas. Até que chegou ao dia, há coisa de uns 2 ou 3 meses atrás, que vários clássicos da LucasArts estavam em promoção no GOG.com. Escolhi alguns seleccionados a dedo, paguei um preço muito reduzido, e lá comecei as aventuras dos “Freelancer Police” da dupla antropormófica Sam e Max. Edit: Recentemente comprei também na vinted uma compilação que traz nada mais nada menos que 10 aventuras gráficas clássicas da Lucasarts, incluindo uma versão DOS deste mesmo jogo! É um lançamento exclusivo do mercado holandês (apesar de os jogos em si estarem em inglês). É também apenas a jewel case de um pacote maior em big box, mas mesmo assim achei que seria uma boa compra visto todos estes jogos da Lucasarts terem preços proibitivos actualmente.

Compilação com muitas aventuras gráficas clássicas da Lucasarts, exclusiva para o mercado holandês. Infelizmente, tirando o Sam and Max que é o único jogo do segundo CD, todas as outras versões aqui disponíveis parecem ser as de disquete.

Essa dupla teve as suas raízes na banda desenhada, algures na segunda metade da década de 80. Os protagonistas são dois investigadores privados que vão resolvendo vários mistérios e crimes, mas de uma forma bem cómica e ironicamente sem grande respeito pela lei, acabando por causar ainda mais confusão. Ora é uma premissa perfeita para os jogos de aventura point and click bem humorados que a LucasArts produziu na década de 90. Aqui a dupla de investigadores é chamada a uma feira popular (daquelas com divertimentos) para investigar o desaparecimento de um Bigfoot gelado e de uma performer muito caricata por ter o pescoço mais comprido do mundo. Ora quem os recebe são os donos da feira popular, uns irmãos siameses unidos pelas costas e com personalidades completamente distintas entre si, o que dá para antever logo muita bizarrice e algum humor negro, o que eu aprecio bastante. Depois lá iremos visitar vários locais turísticos no interior dos Estados Unidos, para obter novas pistas e encontrar o paradeiro do Bigfoot desaparecido e da “mulher girafa”. Locais como o “maior novelo de linha do mundo”, ou um parque jurássico com robots enferrujados ou com pessoas a fazer bungee jumping em elásticos verdes a partir dos narizes dos presidentes americanos do Mount Rushmore, são apenas alguns dos locais que teremos de explorar.

À medida que vamos progredindo na história, desbloqueamos novas localizações para explorar

A jogabilidade é simples na sua essência, onde tal como na maioria dos videojogos deste género teremos de dialogar com as personagens que nos vão aparecendo, explorar os cenários, interagir com/e apanhar objectos, muitas vezes misturando-os no inventário. A maneira como vamos alternando estas acções consiste em mudar o tipo de cursor do rato. Mudando para um olho, podemos observar e comentar sobre outros NPCs e objectos do cenário ou inventário, ao mudar o cursor para uma boca permite-nos dialogar, existindo outros cursores para agarrar objectos, mover para determinado sítio entre outros, como o cursor do Max, que faz com que o Sam peça ao Max para fazer qualquer coisa, geralmente andar à porrada com alguém. Os diálogos são também tidos em conversas por tópicos, cujos tópicos estão também marcados com diferentes ícones. De resto, a aventura possui ainda uns quantos mini-jogos pela frente. Alguns obrigatórios para a progressão na história, como um Whack-a-Mole lá no parque de diversões, outros completamente opcionais, como uma variante do jogo de tabuleiro da Batalha Naval.

Logo pela cutscene introdutória, dá para entender que esta vai ser uma aventura muito especial

A nível técnico é um jogo excelente, tal como seria de esperar. Os gráficos são extremamente bem detalhados e animados, especialmente para quem gostar de pixel art. Os cenários são também bastante variados, atravessando os Estados Unidos de uma ponta à outra, sempre com boa disposição à mistura. O voice acting também é bastante agradável, assim como as músicas que possuem sempre um feeling muito jazzy, bem característico de filmes policiais, mas também com aquele toque de bizarrismo mais carismático de séries de animação.

Temos também vários minijogos para participar. Alguns são obrigatórios para progredir na história, como este.

No fim de contas é um jogo que considero um grande clássico da época. Tenho muita pena em não o ter jogado há mais tempo e sem dúvida que assim que me aparecer uma versão física à frente a um bom preço não vou perdoar! Infelizmente o segundo jogo da saga que seria desenvolvido pela LucasArts acabou por ser cancelado, e a licença da série em videojogos apenas passou de mãos para a Telltale já muitos anos depois. Em breve irei jogá-los!

Zombies (Sega Mega Drive)

ZombiesEscrever sobre este jogo vai ser uma tarefa um bocadinho difícil mas vamos a ver. Isto porque é considerado um jogo de culto, com muitos fãs dentro do pessoal mais nostálgico. E é verdade que até tem algumas boas ideias e a execução é boa, mas acaba por se tornar algo repetitivo e os seus mais de 50 níveis deixam de trazer algo de novo ao fim de algum tempo. Este meu exemplar foi comprado há uns tempos atrás a um particular no facebook por 10€, faltando-lhe o manual. EDIT: Recentemente comprei um outro bundle de Mega Drive, com os jogos a ficarem todos por cerca de 7.5€ cada. Lá no meio estava um Zombies completíssimo e em bom estado.

Jogo com caixa e manuais

E uma coisa que aprendi recentemente, nomeadamente quando comprei o jogo, joguei-o novamente e investiguei um pouco mais sobre o seu background para escrever este artigo. Sempre pensei na minha inocência que este era um produto da Konami mas não, a Konami serviu apenas de publisher, este é um jogo da autoria da Lucasarts, a mesma empresa que nos trouxe coisas como Full Throttle, Day of the Tentacle e muitos outros jogos de renome. Mas ao contrário das aventuras point and click pelo qual eram sobejamente conhecidos, este Zombies é um jogo de acção com uma perspectiva top-down view, onde o nosso objectivo é salvar uma série de inocentes por nível, enquanto enfrentamos as mais variadas criaturas dos nossos filmes de terror predilectos.

screenshot
Apesar de ter Zombies no título, o que não faltam é outros monstrinhos e aliens

Uma das grandes vantagens deste Zombies e pela qual eu lhe tiro o chapéu, é todo o bom humor que vemos, em conjunto com inúmeras referências a filmes série B, desde o nome de vários níveis, como em alguns inimigos. Logo por aí se veria que este não é um jogo com origem japonesa.. era tão inocente eu. A outra das suas grandes vantagens a meu ver era mesmo a vertente multiplayer cooperativa que era realmente divertida.

Mas vamos por partes. Neste jogo iremos explorar uma panóplia de níveis (mais de 50 como já referi) em variadíssimos ambientes, desde a vizinhança lá do bairro, com as suas casas, jardins ou piscinas, mas também exploramos zonas mais industriais, um aeroporto ou mesmo ruínas antigas. Indepenentemente disso, a jogabilidade mantém-se. Teremos de explorar todos os caminhos, corredores e divisões em busca dos sobreviventes ou de outros itens e armas para usar. Muitas portas estão trancadas e temos de encontrar chaves perdidas algures no chão. Podemos abrir armários e gavetas em busca de objectos, mas também podemos ser surpreendido por monstros. Mas se nos faltar uma chave e tivermos uma bazooca à mão, ou outros explosivos poderosos, porque não deitar a porta abaixo? As armas são mesmo bastante variadas, tanto podemos ter o standard de pistolas de água, como talheres de mesa, corta-relvas, crucifixos, entre muitos outros. Os itens são também variados, existindo desde medkits, sapatilhas para andar mais rápido ou uma série de poções que poderão ter efeitos diversos tanto bons como o efeito dos itens que já referi atrás, a possibilidade de nos transformarmos temporariamente num monstro bastante poderoso ou num fantasma invencível, mas também podem ser maus, como perder alguma vida ou transformarmo-nos temporariamente num assassino incontrolável que ataca as vítimas que teríamos de salvar, se tivermos alguma por perto. São esses pequenos detalhes que tornam este jogo especial, a meu ver.

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Estranhamente, trampolins é o que não falta na vizinhança

No entanto é precisamente como eu digo, existem demasiados níveis em que temos de fazer sempre a mesma coisa. É isso que acaba por me desagradar neste jogo, já o referi várias vezes e não me canso de o fazer. Mas de resto a nível técnico também é uma obra interessante, com níveis e monstros bem detalhados, embora a versão SNES seja melhor nesse aspecto. As músicas também achei-as boas, tudo me faz lembrar aquela temática de filmes de terror das décadas de 60 e 70. E falando nisso, este é dos poucos jogos que acabo por preferir a capa da versão americana à nossa europeia. E já que falo na versão americana essa tem um nome ligeiramente diferente: “Zombies Ate My Neighbors”. A razão pela qual mudaram o nome da versão europeia foi porque acharam que seria um título muito impróprio e censuraram-no em conjunto com muito do conteúdo do jogo, incluindo um inimigo que na versão americana tinha uma motoserra, aqui foi substituido por um lenhador com um machado. O que é pena, sempre condenei a censura e num jogo destes que nos coloca a lutar contra zombies com uma pistola de água não valia a pena. Parece que não viram o sentido de humor…

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O jogo está repleto de referências a filmes clássicos

No fim de contas este Zombies é um jogo que acabo em parte por dar o braço a torcer: é muito bom de se jogar (especialmente a 2), tem muitos pormenores interessantes, um bom sentido de humor, mas mais uma vez, e só para terminar, peca mesmo pelo extenso número de níveis onde a variedade se vai desvanecendo a cada momento.