Chuck Rock (Sega Mega Drive)

Tempo de voltar às rapidinhas para trazer cá mais uma conversão do Chuck Rock, um jogo de plataformas clássico, produzido originalmente pela saudosa Core Design para o Commodore Amiga e Atari ST. Tanto este jogo como a sua sequela acabaram por receber imensas conversões para outros sistemas e, no caso das consolas da Sega, a Virgin soube espremer bem o leite da vaca, pois tivemos ports para Master System, Game Gear e Mega CD, para além da versão Mega Drive que cá vos trago hoje. O meu exemplar veio cá ter através de uma troca que fiz com um amigo meu no passado mês de Janeiro.

Ora e o artigo de hoje é uma rapidinha porque este é essencialmente o mesmo jogo que já cá falei nas versões 8bit, embora com muitos melhores gráficos e som, mas as mecânicas de jogo são idênticas. Estamos aqui perante um jogo de plataformas onde controlamos Chuck, um homem das cavernas que tem de salvar a sua esposa que foi raptada por um vilão qualquer. E como muitos jogos de plataforma, a jogabilidade é muito simples, com um botão para saltar e outro para atacar (tanto com a barriga, como com pontapés quando saltamos). Poderemos também pegar, carregar e atirar rochas, que tanto servem de arma de arremesso, como de plataforma para alcançar zonas de outra forma inacessíveis! E também como habitual em jogos deste género, teremos imensos itens para apanhar, embora maior parte apenas nos dêm pontos extra. Já os corações restabelecem parcialmente a nossa barra de vida!

Visualmente esta versão está bem mais apelativa e com algumas animações cómicas

Mas é a nível audiovisual que esta versão é superior de longe às versões 8bit, pois os gráficos são muito mais detalhados e os níveis mais complexos, com mais inimigos e obstáculos. Acho piada a algumas das animações, como os dinossauros com frio no nível da neve! A nível de som esta versão é ainda superior às originais Atari ST e Amiga devido a permitir que tanto a música, como efeitos sonoros sejam tocados ao mesmo tempo. As músicas são agradáveis, especialmente a música título que nesta versão é acompanhada com uma banda a tocar os instrumentos. E a piada está mesmo nas animações estarem em sincronia com a música! O baterista mexe-se em ritmo com a bateria, o Chuck toca guitarra quando entra um solo e a sua esposa alterna entre a guitarra e teclas nos momentos certos! Achei um detalhe delicioso!

O sincronmismo da banda e a música ficou muito bem feito!

Portanto o Chuck Rock é um jogo de plataformas bem sólido e esta versão Mega Drive é muito competente. A versão Mega CD também parece ser muito semelhante, com a adição de uma cutscene de abertura que aparentemente existia também na versão Amiga, bem como música em formato cd-audio. Será certamente uma versão a ter em conta, caso surja a um bom preço.

Z (Sega Saturn)

Não sou o maior fã de jogos de estratégia, mas o jogo que cá vos trago hoje até que é bastante interessante! Z, produzido origininalmente pelo estúdio britânico The Bitmap Brothers para PC, viu também conversões para consolas como é o caso desta versão Sega Saturn e Playstation, embora estas se tenham ficado apenas em solo Europeu. O meu exemplar foi comprado algures no mês de Março numa feira de velharias por 2€.

Jogo com caixa e manual português.

Neste jogo controlamos um exército de robots vermelhos contra um outro exército de robots azuis (era tão bom que fosse ao contrário!!) em combates ao longo de diferentes planetas. Cada exército controla um forte no mapa e tem como objectivo destruir o forte inimigo. Para além disso poderemos conquistar outras secções do mapa que possuem fábricas que nos permitem construir outros robots e veículos e outros edifícios como oficinas que nos permitem reparar os veículos. Tipicamente, também espalhados pelos mapas estão alguns veículos ou canhões vazios que podem ser prontamente equipados por quem lá chegar primeiro.

Impossível o Zod não ser uma homenagem a Killgore de Apocalypse Now!

Portanto, como muitos jogos de estratégia em tempo real, o objectivo acaba por ser o de multi tasking, pois controlamos inicialmente um número reduzido de soldados e temos de ter a preocupação de construir as melhores unidades possíveis e mandá-las para conquistar os territórios inimigos, onde lentamente lhes vamos prejudicar a sua capacidade de produção e regeneração de veículos e soldados. Outra estratégia que podemos ter é a de destruir todas as fábricas controladas pelo inimigo, mas eu prefiro usá-las em nosso proveito. No entanto este é um jogo mais simples que alguns dos seus contemporâneos, na medida em que não temos de nos preocupar com economia de recursos para construir novos robots ou veículos. Basta tempo! Depois claro, vamos tendo diferentes tipos de infantaria e artilharia para construir e usar, uns mais poderosos que outros. Mas só os vamos desbloqueando à medida em que progredimos no jogo.

Ao contrário de outros RTS, aqui não precisamos de nos preocupar com recursos para construir coisas.

A jogabilidade é em tempo real e os controlos são típicos de um esquema de rato e teclado, pelo que dava muito jeito o rato da Sega Saturn. Supostamente o jogo até o suporta, mas eu é que não tenho um. Ainda assim lá podemos seleccionar unidades individuais ou em grupo e comandá-las a mover-se pelo mapa, ou a atacar alvos específicos. Comparando com a versão PC, neste campo esta fica nitidamente uns furos abaixo, até porque temos uma área activa de jogo mais reduzida, pois o mapa está aqui mais ampliado.

Mas o que mais me agrada neste jogo é sem dúvida o seu sentido de humor. A personagem da capa é o Comandante Zod e esta é facilmente uma referência ao excêntrico Tenente Coronel William Kilgore do clássico filme Apocalypse Now. Entre cada missão temos sempre algumas cutscenes bem cómicas entre os robots pilotos da nave que transporta o exército entre missões e o tal Zod. Para além disso, gosto bastante do design dos robots, está muito bem conseguido e ao longo do jogo também podemos ver as suas expressões faciais e frases que nos vão dizendo, algo que também me agradou bastante.

Combustível de foguetão, a cerveja dos robots!

Graficamente este é um jogo simples, nitidamente 2D, mas que sinceramente, com todos aqueles pequenos detalhes dos diálogos entre as tropas e as cutscenes entre missões, acaba por resultar muito bem! As músicas também são agradáveis e pelo meio lá temos algumas faixas mais rock que me agradam bastante!

Mais um screenshot da versão PC que tem sido practicamente impossível de encontrar screenshots da versão Saturn

No fim de contas este jogo acabou por ser uma óptima surpresa. Mesmo eu não sendo o maior fã de jogos de estratégia em tempo real, é fácil ver que o jogo possui um charme muito característico. É uma pena que os Bitmap Brothers já não estejam na máxima força desde o final dos anos 90, pois seria interessante ver um remake (em 2D!) deste jogo.

Chuck Rock (Sega Game Gear)

De forma a compensar a minha ausência, irei publicar uma série de rapidinhas nos próximos dias. Começando pela Game Gear, o jogo que trago cá agora é a adaptação para esta consola do Chuck Rock, desenvolvido originalmente pela Core Design para computadores como o Commodore Amiga e Atari ST, tendo sido posteriormente convertido para uma série de outras plataformas 8 e 16 bit. Para as consolas da Sega, as primeiras conversões sairam precisamente na Master System e Game Gear, cuja minha cópia foi comprada algures no mês passado de Junho na feira da Vandoma do Porto por 5€.

Jogo com caixa e manual

Embora não seja propriamente notório nesta versão, a menos que eventualmente esteja explícito no manual, a história do Chuck Rock recai no cliché do costume, onde teremos de salvar a nossa mulher que foi raptada por um vilão qualquer da pré-história. O jogo usa as mecânicas clássicas deos platformers, com um botão para saltar e o outro para atacar. Se atacarmos enquanto estivermos a saltar, então o ataque sai um pontapé. Se por outro lado atacarmos enquanto no solo, o ataque é literalmente uma barrigada! Sendo um jogo da Core Design, é normal que haja aqui e ali algum sentido de humor, o que acontece principalmente na cutscene de abertura do jogo, que infelizmente não está aqui representada. De resto é um jogo de plataformas comum, onde temos também a possibilidade de carregar com rochas e usá-las para as atirar aos inimigos ou como plataformas para alcançar zonas de mais difícil acesso. Temos também uma série de itens para apanhar, e tal como em muitos platformers ocidentais desta época, a maior parte dos itens que podemos apanhar traduzem-se apenas em pontos, excepto os corações que nos restabelecem parte da nossa barra de vida.

As sprites até que são grandes nesta versão, mas em contra partida a área visível de jogo é muito reduzida

A nível audiovisual, esta versão do Chuck Rock decepciona um pouco. Na parte dos gráficos, as sprites até que são bem detalhadas, mas peca por ter os fundos todos negros, ao contrário das versões originais que possuem níveis bem mais bonitos e detalhados. Na parte dos efeitos sonoros, bom, esta é uma conversão muito semelhante às primeiras do jogo, pois não possuiam qualquer banda sonora, à parte da música título. Infelizmente a versão Master System também é muito semelhante a esta versão, melhorando apenas na resolução do ecrã.

Este Chuck Rock é então um jogo de plataformas bem decente, mas que nos deixa a saber a pouco, muito pouco, principalmente se depois virmos a versão Mega Drive (ou as originais para o Atari ST e Amiga) em movimento.

Soccer Kid (Super Nintendo)

Voltando à Super Nintendo e às rapidinhas, o jogo que cá trago hoje é mais um platformer europeu, com as suas origens nos microcomputadores como o Commodore Amiga, antes de ter sido convertido para os mais variados sistemas, entre os quais a Super Nintendo. É um jogo de plataformas algo original devido às suas mecânicas de jogo, com a personagem a usar a bola de futebol como principal mecânica de jogo. Na verdade é um pouco como o Marko’s Magic Football. O meu exemplar veio de um bundle de jogos de SNES e Nintendo 64 que comprei um dia a meias com um amigo meu, que acabou por ficar bastante barato, a menos de 1€ o cartucho.

Apenas cartucho

A história por detrás deste jogo é muito estranha: está quase aí o campeonato do mundo de futebol, mas uns aliens que percorrem o universo atrás de troféus querem roubar a taça do mundo! No entanto, a meio do processo a taça cai e parte-se em vários pedaços, cada um caindo em diferentes partes do globo. Nós somos um jovem rapaz que gosta de futebol, pelo que iremos percorrer os 4 cantos do mundo em busca dos pedaços da Taça, reconstruí-la e derrotar os aliens, para que o campeonato do mundo possa finalmente começar.

A nível de mecânicas de jogo é muito parecido com o Marko’s Magic Football

Assim começamos o jogo em plena Inglaterra, viajando depois para a Itália, Rússia, Japão e finalmente nos Estados Unidos, ao percorrer vários níveis de plataforma, onde podemos usar uma bola de futebol para atacar os oponentes que se vão atravessando no caminho, apanhar itens, ou mesmo até usar a bola para saltar mais alto e assim conseguir chegar a plataformas mais altas. Como é habitual em muitos dos jogos de plataforma ocidentais desta época, temos aí bastantes itens e power-ups, mas a maioria apenas serve para nos aumentar o número de pontos. Outros, como corações, servem para nos aumentar a barra de vida. Ao longo de cada nível podemos também procurar uma série de cromos de jogadores de futebol, muitas vezes bem escondidos em passagens secretas. A vantagem de os encontrar a todos é que desbloqueamos alguns níveis de bónus onde poderemos recuperar um dos pedaços da taça do mundo. Mas antes disso temos também um boss para defrontar.

A Nova Iorque é um dos últimos destinos, até porque o mundial de 1994 realizou-se nos EUA.

Este é um jogo que faz lembrar bastante o Marko’s Magic Football, pois ambos possuem mecânicas de jogo muito semelhantes. No entanto o jogo da Mega Drive está na minha opinião muito mais bem conseguido a nível audiovisual. Aqui os gráficos não são tão coloridos, detalhados e animados quanto no jogo da Domark, principalmente na personagem principal que não é nada carismática. Ao menos os outros inimigos lá vão tendo um look mais cartoon tipicamente europeu, que já me agrada mais. As músicas são agradáveis e alegres, mas nada que fique gravado na memória.

Portanto este Soccer Kid acaba por ser um jogo de plataformas minimamente competente, divertido quanto baste, mas comparando com o seu “rival” Marko, este último acaba por levar a melhor.