R-Type I (PC-Engine)

Vamos a mais uma rapidinha para um jogo de PC-Engine, desta vez para o R-Type I que até possui uma história algo curiosa neste sistema. Basicamente em 1988 a PC-Engine recebeu o R-Type I e R-Type II, no espaço de meses. Ora eu sempre pensei que esses lançamentos correspondiam de facto ao primeiro e segundo R-Type, mas o segundo foi apenas lançado no ano seguinte nas arcades. O que correspondem então estes lançamentos? Basicamente são metades do primeiro jogo. Este R-Type I possui os seus primeiros 4 níveis, enquanto que o R-Type II possui os 4 níveis finais. Aparentemente a Hudson decidiu repartir o jogo em 2 cartuchos para evitar custos de produção maiores nos HuCards, pois cada metade possui 256KB, o que daria uns 2Mbit. No mesmo ano a Sega lança a conversão para a Master System do R-Type, mas lança-o completo num cartucho com 512KB, que certamente teria custos de produção inferiores aos HuCards. Ainda assim, em 1989, é lançado para a Turbografx-16, no Ocidente, uma versão completa do R-Type num HuCard de 512KB. Os japoneses viriam a receber, em 1991, já para a PC-Engine CD, uma versão completa, chamada de R-Type Complete CD, que traz música em formato CD-audio e algumas cutscenes. Ora serve isto tudo para dizer que eu não fazia ideia que só tinha comprado metade do primeiro R-Type. Felizmente foi barato (custou-me menos de 10€ mais portes), tendo sido comprado numa loja japonesa algures no mês passado de Julho.

Jogo com caixa, manual embutido na capa e papelada

Ora e tirando esta longa introdução, este artigo vai ser uma rapidinha pois já escrevi mais detalhadamente sobre o R-Type e suas mecânicas de jogo na sua conversão da Master System. Basicamente esta versão PC-Engine é uma conversão bastante sólida, já muito próxima do original arcade. A versão Master System é excelente tendo em conta as limitações da consola, mas aqui temos gráficos mais coloridos, bem detalhados e uma banda sonora de melhor qualidade (a menos que joguemos a versão Japonesa da Master System com o seu FM-Sound). Esta versão PC-Engine também me pareceu possuir mais inimigos e projécteis no ecrã, pelo menos do que me lembrava da versão Master System.

Visualmente esta versão é excelente!

Portanto, se forem fãs de shmups e tiverem uma PC-Engine na vossa colecção, eu diria para aproveitarem este jogo. A primeira parte costuma ser bastante acessível, a segunda é um pouco mais cara mas nada de especial. Eu diria que a versão ocidental (que inclui ambas as partes num HuCard) seria a versão a comprar, mas pelo preço dela mais vale tentarem procurar um R-Types para a Playstation, pois este sim, possui conversões arcade perfect dos dois primeiros jogos.

Super R-Type (Super Nintendo)

Este Super R-Type é na verdade uma adaptação do R-Type II, que saiu originalmente nas arcades, para a Super Nintendo. Mas não é uma conversão directa, pois apenas possui 4 dos 6 níveis do original, mais 3 desenvolvidos de raiz para esta versão. Mas já lá vamos. Este meu exemplar foi comprado algures no verão passado a um particular, num conjunto de vários cartuchos de SNES que me ficaram a cerca de 12€ cada.

Apenas cartucho

Aqui a aventura leva-nos de novo a enfrentar o império de Bydo de forma a travar mais uma invasão intergaláctica. As mecânicas de jogo base do R-Type original mantêm-se aqui nesta sequela, incluindo a mais carismática do Force Pod, um add-on que nos aumenta o poder de fogo, é invencível ao dano inimigo, pode ser acoplado na parte frontal ou traseira da nave, servindo assim de escudo, ou usado de forma independente no ecrã. Os power-ups como os vários tipos de mísseis e lasers, incluindo aqueles oblíquos que sempre achei piada, mantém-se aqui, com a inclusão de um ou outro power-up novo. Mas a grande novidade aqui está na inclusão dos “charged up shots”, sendo então possível manter um botão de fogo pressionado até uma certa barra de energia se encher, e libertá-lo no máximo, para um disparo capaz de causar bastante dano.

Um dos novos power ups são estas shells explosivas

Tal como a versão original, este é também um jogo muito difícil, pelos inimigos que surgem de todos os lados e pelo facto de bastar um disparo certeiro para nos fazer perder uma vida. É verdade que com o Force Pod podemos usá-lo como escudo, mas em muitos níveis isso só não vai chegar, devido à quantidade de coisas pelo ar que nos podem atingir. Na verdade, esta versão até poderá ser mais difícil do que a arcade, pois ao contrário dessa, onde vão existindo checkpoints nos níveis, aqui somos obrigados a rejogar o nível do início caso percamos uma vida. E tendo em conta que para ver o final verdadeiro do jogo teremos de o jogar em Hard e depois em Pro, vai ser uma tarefa muito dura.

Os visuais apesar de não serem tão bem detalhados quanto os da versão arcade, continuam interessantes. Pena é todo o slowdown!

No entanto, toda essa dificuldade é atenuada pela falta de “blast processing” na Super Nintendo, pois o jogo está repleto de slowdowns precisamente nos momentos em que há muita coisa a acontecer no ecrã, facilitando-nos um pouco a vida ao conseguir manobrar melhor por entre os inimigos e os projécteis que naveguem pelo ecrã. De resto, de um ponto de vista técnico, este Super R-Type possui uns visuais que, tal como no primeiro jogo, misturam o high-tech com criaturas sinistras muito “H.R. Gigerianas“, o que me agrada bastante. As músicas também são muito interessantes e agradáveis, algumas até com um feeling muito jazz, embora a meu ver não se adequem propriamente a toda a acção e tensão que vamos percorrer.

 

R-Type (Sega Master System)

De todos os shmups, aquele que guardo mais alguma nostalgia é mesmo este R-Type para a Sega Master System. Desde que soube da sua existência, algures na década de 90, onde joguei-o em casa de um amigo, que fiquei fascinado pela sua jogabilidade e temática do espaço e com criaturas “xenomórficas“, uma clara homenagem aos filmes do Alien. Mas só no mês passado de Agosto é que finalmente o acabei por arranjar, após ter sido comprado a um particular por 12 ou 14€, já não me recordo bem.

Jogo em caixa

R-Type leva-nos a confrontar as criaturas do império de Bydo, que se prepara para invadir a terra. O cliché habitual, e até aqui nada de novo. O bom que R-Type tem é a sua jogabilidade. Sim, por um lado temos acesso a diferentes power-ups que nos conferem mais velocidade, ou diferentes tipos de ataques como os raios laser que se reflectem nas superfícies até encontrarem um alvo, mas o que realmente torna R-Type diferente da sua concorrência é o uso da Force Drive, um “apêndice” da nossa nave que é invencível e que também pode ser de certa forma controlado. Podemos anexá-lo na frente ou traseira da nossa nave, dando-nos assim um pequeno escudo, mas também o podemos lançar para a frente de combate e usá-lo para atacar à distância, algo que será inclusivamente necessário em alguns bosses. Para além disso, podemos também ter um número máximo de 2 Options, pequenas esferas que voam paralemente à nossa nave e também podem atacar.

Este nível obriga-nos a ter nervos de aço, embora não seja tão exigente quanto o de arcade.

Mas mesmo com tanto poder de fogo as coisas não são fáceis, não senhor. Existem inúmeros inimigos e projécteis vindo de todos os lados e basta o mínimo dano que perdemos uma vida. Mesmo embarrando nalguma superfície, o que será comum acontecer em alguns níveis com túneis mais apertados, lá se vai mais uma vida. E sendo este um daqueles jogos que tem de ser terminados de uma assentada só, pois não existe qualquer forma de gravar o nosso progresso, lá aumenta a dificuldade.

O primeiro boss é qualquer coisa de impressionante!

Esta conversão para a Master System que ficou a cargo das mãos da Compile, embora tal não seja creditado, acaba por ser uma excelente conversão tendo em conta as limitações da plataforma. É uma conversão bastante fiel à original, embora as sprites sejam ligeiramente menores e em menor número para evitar algum slowdown ou sprite flickering. Os níveis foram também ligeiramente adaptados tendo em conta as limitações da consola, mas para compensar a Compile incluiu aqui um nível e boss secreto, acessível durante o nível 4, que é exclusivo desta versão.

Quando defrontamos um boss, o fundo passa a ser inteiramente negro

Graficamente é um jogo excelente para uma Master System, com os seus níveis detalhados e variados, pois não só no espaço e interiores de naves gigantescas a acção se passa, mas também em diversas cavernas. Os bosses são bastante grandes e detalhados, embora sejam confrontados “às escuras”, sem o detalhe dos níveis por detrás para evitar slowdowns da consola. As músicas são também bastante agradáveis, em particular a banda sonora em FM à qual apenas as consolas japonesas tiveram direito.

R-Type é um excelente shmup horizontal. A par de Gradius, são sem dúvida os jogos mais influentes de todo o género. Esta conversão para a Master System acaba por ser muito bem conseguida (afinal a Compile já tinha feito um bom trabalho com o Power Strike) e é facilmente a melhor versão de plataformas puramente 8bit.

Kung-Fu Master (Nintendo Gameboy)

No seguimento da rapidinha do Vigilante, vamos agora para mais uma rapidinha sobre um jogo da mesma série. Apesar de partilhar o mesmo nome com o título original das arcades e que acabou por sair para a NES apenas com Kung-Fu no nome, esta adapatação para a Game Boy é na verdade um jogo inteiramente novo e com algumas novidades na jogabilidade. O meu exemplar foi comprado no mês passado numa das minhas idas à feira da Vandoma no Porto. Veio num bundle de 22 cartuchos por 20€.

Apenas cartucho

Aqui o objectivo já não parece ser o de resgatar uma namorada, mas simplesmente andar à pancada contra um gangue qualquer. Ao contrário do jogo original, que se passa inteiramente numa mansão tradicional chinesa, aqui o jogo atravessa diferentes cenários, urbanos e não só. Há também alguns elementos de plataforma, principalmente no cenário em que andamos em cima de um comboio ou atravessamos algumas fábricas. De resto é um beat ‘em up simples, onde só podemos andar à esquerda e direita. Uma vez mais teremos imensos inimigos a surgir de todos os lados, mas agora temos alguns combos que podemos fazer, assim como apanhar bombas dos inimigos para usar depois. No final de cada nível teremos uma vez mais um boss para defrontar.

Agora podemos desencadear uma maior variedade de golpes com os pés.

A nível audiovisual é um jogo simples no que diz respeito aos gráficos, mas bastante agradável nas suas músicas. Graficamente as sprites são simples e os cenários de fundo também. Nada que não estejamos habituados na Game Boy clássica. As músicas a meu ver são bastante agradáveis. Já tive várias oportunidades de referir que gosto bastante do chiptune da Gameboy clássica!

De resto o seu maior defeito é mesmo a curta duração, o que para quem gostar de jogos de porrada e tiver pouco tempo livre, este Kung-Fu Master pode ser um óptimo escape naqueles momentos vagos.

Vigilante (Sega Master System)

Lembram-se do Kung Fu da NES? Esse jogo foi lançado originalmente nas arcades como Kung Fu Master pela Irem, e este Vigilante acaba por ser uma espécie de sequela espiritual, pois partilha da mesma fórmula básica de jogabilidade e foi feito pelos mesmos criadores. Este Vigilante acabou depois por ser convertido para uma série de plataformas, com esta conversão para a Master System a ficar a cargo da própria Sega. O meu exemplar foi comprado no mês passado, numa das minhas idas à feira de Espinho. Custou-me 10€ mas está mint!

Jogo com caixa e manual

O jogo é um simples beat ‘em up completamente 2D, onde apenas nos podemos mover para a esquerda e a direita. A história é o cliché do costume: um gangue rapta a nossa namorada e somos nós que iremos distribuir pancada a torto e a direito até a reavermos.

Cá está um cliché

Vigilante não é um jogo fácil. Por um lado porque os inimigos também não nos dão muitas tréguas, por outro porque a Master System deveria ter mais botões do que os que tem. Isto porque o botão 1 serve para dar socos, o 2 para pontapés e para saltar temos de pressionar em ambos simultâneamente. Os inimigos também por vezes parece que pressentem o perigo e deixam de avançar quando já estão muito próximos, o que por vezes nos faz falhar os socos e nos possa deixar um pouco vulneráveis. Ocasionalmente lá nos aparece um Nunchacku que podemos apanhar e usar como arma. Ao longo do jogo vamos ver sempre duas barras de vida. A nossa, marcada a vermelho e que se chegar a zero lá perdemos uma vida, e uma azul que é a barra de vida dos bosses, que apenas surgem no final de cada nível.

O jogo surpreendeu-me pelos seus gráficos coloridos e detalhados

Graficamente é um jogo bem competente. Os níveis são coloridos e muito bem detalhados, representando diferentes faces de um retrato da cidade de Nova Iorque. Tanto temos os bairros mais tradicionais, como aqueles mais deteorados, sucatas ou locais ainda em construção. As músicas são também agradáveis e este é um dos poucos jogos que, apesar de não terem saído no Japão, têm suporte ao FM Sound Unit que apenas saiu nesse país e confere à Master System uma qualidade de som francamente superior.