Astérix (Sony Playstation)

psx-asterixgallix-coverVoltando à primeira consola da Sony, o artigo de hoje é o Astérix para a Playstation, também conhecido como Astérix Gallic War. É uma estranha mistura de conceitos, pois é em parte um jogo de estratégia por turnos, bem como um jogo de acção/plataformas em 3D. No entanto, apesar da originalidade do conceito, o resultado final não ficou lá grande coisa, na minha modesta opinião. O  meu exemplar veio da cash converters de Alfragide, tendo sido comprado já há coisa de 1 ou 2 anos. Lembro-me que não foi caro, acho que me custou à volta de 2 ou 3€.

Jogo com caixa e manual
Jogo com caixa e manual

A história é relativamente simples. O druida Panoramix quer preparar uma nova poção misteriosa e pede a ajuda da mais famosa dupla de Gauleses para percorrer toda a Gália (aka França) para recolher os ingredientes necessários, cujo número varia mediante o grau de dificuldade seleccionado. Logo depois disso temos um mapa da Gália, que nos mostram as diferentes províncias do país, cada qual ocupada por acampamentos romanos. Nessa fase o jogo adquire um conceito de estratégia, pois para adquirir os ingredientes teremos de reconquistar toda a Gália aos romanos. Durante essa fase meramente estratégica temos de seleccionar territórios a conquistar aos romanos, bem como reposicionar os nossos reforços. Para isso temos de ter em conta a quantidade de reforços que temos e que podemos transportar de cada vez. Esse número está representado pelo número de caldeirões de poção mágica no ecrã, e cada tipo de acção pode ser executada apenas num número fixo de vezes. Em seguida é a vez dos romanos também se reforçarem, atacarem territórios conquistados por nós e reposicionarem-se. Temos de ter no entanto em conta que apenas podemos trazer reforços para territórios que possuem um caminho aberto até à nossa aldeia, pelo que se deixarmos os romanos conquistar um território que deixe outros isolados, não poderemos trazer reforços até restabelecer alguma linha que os interliguem.

Screenshot da versão windows. Os territórios a conquistar estão representados por tendas de acampamentos romanos e as forças estão nos números
Screenshot da versão windows. Os territórios a conquistar estão representados por tendas de acampamentos romanos e as forças estão nos números

Quando decidimos atacar um território romano, várias coisas podem acontecer. Se for um território normal, sem nenhum daqueles ingredientes que temos de recolher, geralmente a reconquista é feita automaticamente, sem grande intervenção adicional da nossa parte. No entanto por vezes acabamos por tomar o papel de Astérix ou Obélix e acabamos por participar em alguns minijogos. Obélix tem um minijogo do lançamento do romano, algo parecido ao lançamento do peso nos jogos olímpicos. Astérix por sua vez tem um mini jogo onde temos de destruir todos os barris num ecrã, bem como defrontar alguns romanos que por lá andem. Se conquistarmos algum território principal, que contenha algum ingrediente pedido por Panoramix, então somos sempre levado para um nível de acção e plataforma, onde teremos de explorar os cenários e defrontar todos os romanos que apareçam à nossa frente. Aqui temos também uma série de power-ups para apanhar, desde caldeirões ou cantis de poção mágica que restabelecem a nossa energia, moedas com a forma de caldeirão que nos irão ajudar a ter mais unidades à nossa disposição na fase estratégica seguinte, entre outros, como um chapéu com asas que permite que Astérix voe temporariamente. De resto a jogabilidade nestes segmentos também deixa um pouco a desejar, as animações não são as melhores, e o sistema de detecção de colisões para o combate também deixa um pouco a desejar. Temos de jogar com paciência e antecipar os movimentos dos inimigos, pois caso perdemos uma vida, o território não é conquistado e podemos ficar numa posição mais frágil perante os romanos. Também não existe qualquer controlo de câmara nestas fases, o que é pena.

Contrastando com a parte estratégica, para conquistar territórios chave temos de os percorrer como um jogo de plataformas em 3D
Contrastando com a parte estratégica, para conquistar territórios chave temos de os percorrer como um jogo de plataformas em 3D

E basicamente é isto que fazemos ao longo do jogo. A parte chatá é que sempre que perdemos um destes territórios principais temos de o reconquistar e rejogar os níveis que já jogamos antes. Tendo em conta que principalmente no início do jogo nos vamos ver mais aflitos a conquistar terrenos devido aos poucos reforços que temos, o jogo torna-se demasiado repetitivo, pois para além de recolher todos os ingredientes pedidos por Panoramix, temos também de conquistar todas as províncias Gaulesas.

Graficamente é um jogo interessante nos segmentos de acção ou dos mini jogos, pois são mostrados num 3D algo similar ao cel-shading, o que até resultou bem numa Playstation. No entanto, as animações estranhas é que poderiam ser melhor trabalhadas, como já referi acima. Quando o jogo assume aquela componente estratégica, não há nada de especial nos gráficos. Já nas cutscenes de abertura, pré-final do jogo e o fim, são animações que fazem lembrar os filmes animados de Astérix, essas até que gostei. A banda sonora é também surpreendentemente boa, misturando melodias celtas, com outras mais épicas ou mesmo com algum jazz pelo meio. É uma mistura fora do comum, mas surpreendentemente resultou bem.

Um dos mini jogos que podemos desempenhar quando conquistamos territórios "normais".
Um dos mini jogos que podemos desempenhar quando conquistamos territórios “normais”.

Posto isto, considero este jogo uma entrada interessante no vasto catálogo de jogos desta série, principalmente pela mistura de diferentes conceitos como a estratégia por turnos e a parte de exploração de níveis em 3D. No entanto as coisas poderiam ser melhor e mais dinâmicas pois acaba por se tornar muito repetitivo, em especial quando temos de constantemente reconquistar territórios aos romanos que já tínhamos conquistado anteriormente.

Alone in the Dark 3 (PC)

Alone in the Dark 3O terceiro capítulo da saga Alone in the Dark é algo similar nas suas mecânicas aos anteriores, mas já começa a ter alguns pormenores mais interessantes e mais próximos do que viriam a ser os survival horror clássicos. E tal como os 2 primeiros jogos desta saga, o meu exemplar foi comprado na Feira da Ladra em Lisboa algures durante o ano de 2015, tendo sido jogos selados, apenas na caixa em jewel case, e custando-me 2.5€ cada um.

Jogo com caixa de jewel case e manual embutido na capa
Jogo com caixa de jewel case e manual embutido na capa              

Neste jogo encarnamos uma vez mais no papel de Edward Carnby, um detective privado especialista em assuntos paranormais. O jogo decorre uma vez mais nos anos 20, com Carnby a receber uma nova missão: investigar a cidade fantasma de Slaughter Gulch algures nos desertos da California, onde uma equipa de filmagens teria desaparecido sem deixar rasto. Ao chegar lá vamos encontrar uma série de cowboys zombies para nos receber e a partir daí o mistério vai-se desenrolando.

Novamente temos um sistema de inventário que nos permite investigar os objectos que encontramos
Novamente temos um sistema de inventário que nos permite investigar os objectos que encontramos

As mecânicas de jogo são muito idênticas às dos Alone in the Dark anteriores, com a aventura a decorrer em ângulos de câmara fixos, com cenários pré-renderizados como viria a ser feito mais tarde no Resident Evil. A exploração dos cenários continua a ser bastante importante, de onde vamos encontrando vários objectos que podem ser interagidos e utilizados de forma a prosseguir no jogo. O combate é que continua algo estranho, com o sistema de detecção de colisões a continuar a não ser o melhor. E isto também pode ser bom para nós, caso estejamos com problemas de munições e debaixo de fogo inimigo. E o facto de termos de alternar entre “posição de ataque” e de exploração sempre através do menu do inventário também continua a ser um pequeno defeito que à partida seria facilmente resolvido. A grande novidade a meu ver está no facto de jogarmos como um Puma durante uma parte do jogo, o que se revelou numa lufada de ar fresco. Até porque o puma é bastante mais ágil e há uma razão bem interessante por detrás do facto de jogarmos com o animal.

A temática wild west é sem dúvida algo original e como um todo a história fica mais consistenta do que nos lançamentos anteriores
A temática wild west é sem dúvida algo original e como um todo a história fica mais consistenta do que nos lançamentos anteriores

A nível técnico é um jogo melhor que os seus antecessores. Nos gráficos não há assim grandes melhorias, para além das animações e os modelos poligonais das personagens terem mais detalhe, bem como alguns efeitos especiais melhorados. É mais na vertente sonora que este Alone in the Dark marca pontos. Se por um lado o voice acting continua a ser algo amador (como era na maioria dos videojogos desta época), as músicas, ou mais especificamente a falta delas, na grande parte do jogo foram mesmo uma grande melhoria. A atmosfera de um survival horror com uma banda sonora mais minimalista ou com músicas mais tensas acaba por resultar muito melhor do que músicas quase circenses que por vezes ouvíamos nos Alone in the Dark anteriores.

Apesar de achar este Alone in the Dark um passo na direcção certa face aos anteriores, a série manteve-se em dormência por mais de meia década, sendo mais tarde renascida com o quarto capítulo: “The New Nightmare”, cujo chegou até às consolas da geração seguinte e cuja versão eu planeio jogar em breve.

Alone in the Dark 2 (PC)

Alone in the dark 2Hoje é tempo de mais uma rapidinha a um jogo de PC. O Alone in the Dark original foi um jogo “muito à frente” no seu tempo e sem dúvida que influenciou outros jogos como os Resident Evil clássicos, até porque a fórmula era mais ou menos idêntica: ângulos de câmar fixos e gráficos pré-renderizados, os tank controls, poucas munições e a exploração e procura de itens para progredir nos cenários. Aqui nesta sequela as coisas já levaram um rumo mais para a acção. Este meu exemplar custou-me cerca de 2.5€ na Feira da Ladra há uns bons meses atrás, se a memória não me falha.

Jogo com caixa e manual embutido
Jogo com caixa e manual embutido

A personagem principal é uma vez mais Edward Carnby, um detective privado especialista em assuntos sobrenaturais, desta vez com a missão de investigar o paradeiro da menina Grace Saunders, que aparentemente terá sido raptada e levada para a mansão “Hell’s Kitchen”, casa de uma notável família de gangsters. Mas claro, o sobrenatural vem ao de si e eventualmente são também traçadas algumas ligações ao primeiro jogo, mas deixo isso para quem o for jogar.

A câmara continua a ser fixa, algo muito utilizado numa nova geração de survival horrors que se seguiram
A câmara continua a ser fixa, algo muito utilizado numa nova geração de survival horrors que se seguiram

A nível de mecânicas de jogo é muito semelhante ao original, tal como referido no primeiro parágrafo a maior diferença está precisamente no maior foco dado à acção e não propriamente ao “survival horror” em si. Iremos defrontar muitos gangsters equipados com várias armas, onde poderemos posteriormente usá-las nós próprios, assim como outros objectos como se fossem armas brancas. Mas os combates propriamente ditos continuam muito chatinhos, devido a umas más mecânicas do sistema de detecção de colisões. Principalmente em inimigos mais acrobatas que se mexam muito, fica difícil de lhes acertar em cheio, quer estejamos a usar armas de fogo, ou uma tábua de partir carne. Eventualmente há um ou outro segmento do jogo em que jogamos com a pequena Grace Saunders, e nessa altura teremos de ter uma abordagem mais furtiva, pois basta um dos inimigos nos encontrar para sermos capturados. Mas isso não quer dizer que não possamos ripostar, pois podemos preparar algumas armadilhas para os tirar do nosso caminho. De resto no geral mantém mais ou menos as mesmas mecânicas de jogo do anterior, incluindo todo o lore que pode ser lido ao descobrir livros e várias anotações espalhadas pela área do jogo.

Pode não parecer, mas isto eram gráficos 3D bem avançados para 1993.
Pode não parecer, mas isto eram gráficos 3D bem avançados para 1993.

Graficamente é um jogo um pouco melhor que o original, embora ainda continue a ser um 3D muito primitivo, com modelos com pouquíssimos polígonos e com texturas simples ou nenhumas. Os cenários sendo pré-renderizados já apresentam mais algum detalhe. No entanto, mesmo sendo um jogo mais focado para a acção do que o survival horror, a Infogrames ainda não tinha acertado na ambiência sonora, usando músicas que pouco ou nada acrescentavam à atmosfera mais tensa que este jogo precisaria. Só na recta final do jogo é que ouvi umas melodias mais épicas que já se adequavam mais àquilo que estava a ser vivido.

Em jeito de conclusão, este Alone in the Dark 2 apesar de não ser um mau jogo tendo em conta a altura em que foi lançado e mesmo sendo uma sequela continuava a ser um videojogo muito único dentro do mercado. Ainda assim pareceu-me um pouco menos inspirado que o primeiro precisamente pelo foco maior na acção, parece que dá a entender que foi feito um pouco mais às pressas. Ainda assim deverá ter tido sucesso suficiente para receber uma conversão para a Playstation e Sega Saturn, cujas versões não cheguei a jogar.

Alone in the Dark (PC)

Alone in the Dark PCO jogo que cá trago hoje é um pioneiro do género dos survival horrors, que indubitavelmente terá influenciado outros jogos como os clássicos Resident Evil, muito devido aos cenários pré-renderizados com ângulos de câmara fixa. Mas apesar de ter sido inovador para a época em que foi lançado (logo em 1992), naturalmente é um jogo que não envelheceu lá muito bem e muitas das suas mecânicas de jogo ainda são algo cruas. Este meu exemplar foi comprado há uns meses atrás na feira da Ladra em Lisboa por cerca de 2.5€, estando a jewel case ainda selada.

Alone in the Dark - PC
Jogo em caixa jewel case.

Este jogo decorre na mansão de Derceto, algures no Louisiana, nos inícios do século XX. Essa era uma mansão já bem antiga e com uma reputação de longos anos de estar assombrada e com uma aura maligna que pouca sorte trouxe a quem por lá passou. O seu último residente foi um tal de Jeremy Hartwood que acabou por se enforcar por razões misteriosas. E o jogo lá nos pergunta se queremos jogar com uma de duas personagens: Emily Hartwood, sobrinha de Jeremy, que não se conforma com a morte do seu tio pois acha que ele seria incapaz de tal coisa e quer investigar a mansão em busca de pistas que expliquem as acções do seu falecido tio. A outra personagem é o investigador privado Edward Carnby, a quem lhe pedem também que investigue a mansão e algumas das suas antiquidades.

As duas personagens com as quais podemos jogar. Apenas os seus backgrounds diferem, a jogabilidade é idêntica
As duas personagens com as quais podemos jogar. Apenas os seus backgrounds diferem, a jogabilidade é idêntica

Os controlos são os infames tank controls, que por sua vez também figuraram nos Resident Evil clássicos, vários anos mais tarde. De resto o jogo obriga-nos a explorar todas as divisões da mansão, abrindo e fechando gavetas e armários, apanhando e interagindo com vários objectos de forma a progredir na mansão, abrindo portas que nos levam a outras partes da casa previamente inacessíveis. Também teremos várias armas que podemos descobrir, desde revólveres ou caçadeiras com munição limitada, até espadas ou arco e flecha. Isto porque naturalmente vamos ter vários inimigos sobrenaturais para enfrentar, como ratazanas gigantes, zombies ou outras criaturas estranhas, algumas indestrutíveis por métodos normais. Infelizmente o combate e demais interacções também não são lá muito intuitivas. Isto porque temos de ir a um menu e seleccionar o tipo de acção que desejamos executar, como procurar/abrir/fechar/empurrar que acabam por ser mapeadas na tecla espaço. Se desejarmos combater temos de seleccionar essa opção e depois, mantendo o botão do espaço pressionado, é com as teclas direccionais que vamos desencadeando os vários tipos de ataque. Sinceramente poderia ser muito mais intuitivo.

Aqui já haviam muitas mecânicas de jogo que mais tarde viriam a ser aproveitadas no Resident Evil. No entanto a sua implementação ainda deixou algo a desejar
Aqui já haviam muitas mecânicas de jogo que mais tarde viriam a ser aproveitadas no Resident Evil. No entanto a sua implementação ainda deixou algo a desejar

Graficamente é um jogo pioneiro para a sua época, tal como referi logo no primeiro parágrafo. Apesar de possuir um 3D poligonal muito primitivo, as fundações de como viriam a ser os survival horrors no final da década de 90 teriam sido lançadas, ao introduzir os gráficos pré-renderizados, ângulos de câmara fixos e outras pequenas coisas como a escassez de munições. Os ângulos de câmara fixos infelizmente por vezes também são problemáticos, em especial com uns controlos tão mauzinhos, que nos podem tornar os combates ainda mais frustrantes. Felizmente que podemos evitar muitos desses confrontos, logo na primeira sala que exploramos se não taparmos uma janela e um alçapão com outros objectos, saltam logo dois inimigos! Indo para o audio, já que esta é uma versão em CD Rom, então temos direito a muitos monólogos em audio real, na forma de vários livros, notas ou cartas que podemos encontrar e ler. Infelizmente o voice acting não é o melhor, mas aguenta-se bem, até porque nessa altura não era nada incomum o voice acting em videojogos ser fraquinho. As músicas também só teriam a ganhar em serem mais tensas do que o que são…

screenshot
A maioria do voice acting dá-se quando alguém lê em voz alta os documentos/livros que encontramos

De resto, para além do jogo normal este disco ainda contém o “Jack in the Dark”, um pequeno jogo produzido na altura em que a Infogrames já estaria a desenvolver a sequela. Este é principalmente um jogo de aventura, onde encarnamos numa pequena menina em noite de Halloween que se encontra aprisionada numa loja de brinquedos cujos ficam vivos e a tentam atacar. É um pequeno jogo mesmo, mas já se nota aqui e ali uma ligeira melhoria gráfica.

No fim de contas, e apesar de todas as suas limitações pelos jogos em 3D ainda serem bastante primitivos nessa altura, tanto a nível gráfico como de jogabilidade pois as empresas ainda não sabiam muito bem o que fazer a nível de controlos, Alone in the Dark não deixa de ser um título bastante original, e pioneiro dentro de um género. Gostava de ter visto a reacção do Shinji Mikami quando o jogou pela primeira vez.

Starshot: Space Circus Fever (Nintendo 64)

Starshot Space Circus FeverMais uma rapidinha, agora para a Nintendo 64 para mais um dos seus jogos medíocres que cá vieram parar às minhas mãos após terem sido comprados num bundle de vários jogos por apenas 15€. Este Starshot é um jogo de plataformas 3D produzido pela antiga Infogrames que infelizmente os seus controlos e má câmara lhe ditaram a sua mediocridade e quanto a isso não há muito a fazer.

Starshot Space Circus Fever - Nintendo 64
Apenas cartucho

Este é um jogo que decorre algures no espaço e Starshot, a nossa personagem, é um membro do circo espacial Space Circus, que se preparava para mostrar o seu espectáculo no planeta paradisíaco de Tensuns, quando são atacados por um conjunto de robots que lhes destroem o equipamento. Após investigar quem esteve por detrás desses ataques, descobrimos que foram os robots do Virtual Circus, rivais do nosso Space Circus e liderados pelo infame Wolfgang Von Ravel. Entretanto coisas acontecem e lá teremos de explorar vários planetas em busca de artefactos insólitos para o nosso circo, sempre com Von Ravel e suas tropas à pega.

Este é um jogo de plataformas em 3D, onde nos podemos mover livremente, saltar à vontade mas também disparar para vários inimigos que nos atravessem no nosso caminho. Mas nem todos os inimigos podem ser derrotados desta forma, e por vezes o jogo apresenta-nos formas mais inteligentes de dar a volta à situação, como colocar alguns inimigos a combater outros, ou participar em pequenos puzzles para completar os nossos objectivos. Não é um jogo assim tão linear, os níveis são grandinhos e podemos sempre visualizar um mapa que nos indica onde estamos e a localização do próximo objectivo a cumprir. Starshot tem vidas infinitas, mas nem por isso torna este jogo num passeio de crianças. Existem vários checkpoints espalhados nos níveis e sempre que morramos recomeçamos logo ali, mas ainda assim por vezes as coisas ficam frustrante devido aos controlos e à câmara.

screenshot
A nossa munição também é algo limitada, embora os power-ups azuis acabem por reaparecer ao fim de algum tempo

Nos controlos há um problema qualquer com o saltar, nem sempre as coisas resultam bem e como existem várias zonas com abismos sem fundo, um salto mal dado é logo uma dor de cabeça. O outro problema está com o controlo de câmara que é simplesmente horrível. Muitas vezes coloca-nos numa perspectiva tão má que não conseguimos ver nada do que está a acontecer, obrigando-nos a controlar a câmara manualmente, muitas vezes com a pressão de estarmos a levar no pelo. De resto as mecânicas de jogo são simples, existindo alguns powerups espalhados nos planetas para os apanhar. Os azuis são munições para a nossa arma, os verdes restabelecem a nossa vida, os amarelos são combustível para usarmos um jetpack (cujo se perde todo ao perder uma vida) e os vermelhos são “mega combustível”, necessário para conseguirmos posteriormente visitar outros planetas, incluindo a Terra que é o mais longínquo.

screenshot
Se visitarem o planeta Terra, encontrarão lá este senhor.

Graficamente é um jogo assim-assim. Por um lado é bastante colorido e tudo tem um design muito cartoonesco que eu tanto gosto. Por outro existem várias zonas onde os cenários poderiam estar melhor detalhados, bem como algum slowdown acaba por ser notório. As músicas são agradáveis mas não ficaram na minha memória. Os diálogos são dados em balões de texto, com as vozes a serem apenas pequenos sons sem sentido, o que se compreende dado à pouca capacidade de armazenamento de um cartucho, mas também se adequa bem à temática mais “cartoon” do jogo.

Posto isto, chegamos ao mesmo que tinha referido logo acima no início, Starshot Space Circus Fever é um platformer medíocre pelos seus maus controlos e câmara, o que num jogo de plataformas em 3D é algo que acaba por ser crucial. E isto numa Nintendo 64, onde podemos também encontrar coisas como Super Mario 64 ou ambos os Banjos acaba por ser óbvio que a nossa escolha dificilmente passará pelo pobre Starshot.