The Simpsons: Night of the Living Treehouse of Horror (Nintendo Gameboy Color)

Continuando pelos Simpsons, vamos agora a uma rapidinha a um jogo que só vim a conhecer muito recentemente (quando o comprei!) e sinceramente fiquei agradavelmente surpreendido, pois as minhas expectativas eram baixas. Este é um jogo de acção baseado nas histórias dos especiais de Halloween da série, os Treehouse of Horror. Este meu exemplar foi comprado no mês passado, num bundle de 22 cartuchos de Game Boy que me ficou por apenas 20€.

Apenas cartucho

O jogo está dividido em diferentes níveis, cada um alusivo a um episódio da Treehouse of Horror. Num dos níveis controlamos o Bart por uma casa assombrada que tem de salvar o seu cãozinho Santa’s Little Helper para que não se torne no Satan’s Little Helper, outro é uma referência ao classic “A Mosca” com a bébé Maggie a tentar recuperar a sua forma humana, noutro jogamos com a Lisa, onde todos os adultos da escola se tornaram canibais e teremos de salvar os nossos colegas, entre outros níveis, como um do Homer que é uma autêntica referência a filmes como King Kong ou a jogos como o Rampage, pois podemos também destruir edifícios e atacar humanos.

Muitos dos níveis exigem uma exploração intensiva dos cenários que vão sendo grandinhos

Na sua maioria, os níveis apresentam mecânicas de jogo de simples platformers, com um botão para saltar e outro para atacar, geralmente ao atirar  pedras. No entanto, esses níveis possuem uma component de exploração bem acentuada, onde são níveis bem grandinhos, com várias portas por onde entrar, e onde temos de encontrar diversos objectos para progredir no jogo. Por exemplo, logo no primeiro nível onde controlamos o Bart que tem de salvar o seu cão, antes disso temos de explorar a mansão e encontrar uma série de fusíveis, levá-los ao quadro eléctrico e só depois é que podemos entrar no sótão e salvar o cão. Noutro nível passado na central nuclear controlamos um “homer-robot” que tem de procurar as partes do seu corpo e tornar-se novamente humano. No nível da Lisa Simpson, passado na escola primária, para além de ela ter de procurar chaves para libertar os seus amigos das celas, temos ainda uma pequena componente de stealth, pois temos de nos esconder sempre dos adultos que nos perseguem. Por fim, o nível da Marge Simpson é completamente diferente, é um nível passado num apocalypse zombie, que me faz precisamente lembrar o velhinho Zombies para a Mega Drive / SNES, pois a jogabilidade é algo semelhante, ou seja, é um shooter com alguma exploração à mistura. O ultimo nível com o Homer “King Kong” já tem também um pouco de Rampage, como já referi anteriormente.

Por vezes temos alguns bosses para enfrentar que têm a sua própria barra de vida.

De resto a nível audiovisual é uma experiência bem conseguida. O jogo é bastante colorido e surpreendentemente bem detalhado, mais do que estava à espera numa Gameboy Color. Os níveis em si também são bastante diversificados, tendo inclusivamente um nível que muito nos faz lembrar do Castlevania, só faltava o Homer ter um chicote dos Belmont! O jogo está também repleto de pequenos detalhes que quem for um fã da série animada vai gostar de os ver, como os graffitis do “El Barto” aqui e ali. As músicas também são bastante agradáveis, sendo muitas delas variantes mais “fantasmagóricas” do tema título da série, tal como faziam nesses episódios especiais de Halloween.

Portanto, no fim de contas este até que foi um jogo que me agradou bastante. Os seus maiores defeitos estão talvez na confusão labiríntica que alguns níveis nos apresentam, porque a nível de jogabilidade e principalmente gráficos e som, ficou muito melhor do que as minhas expectativas iniciais.

Croc (Sony Playstation)

Croc PlatinumContinuando pelas rapidinhas, já que estou a aproveitar os meus últimos dias de férias para dar um avanço considerável em 2 RPGs que estou a jogar em paralelo, o jogo que trago cá hoje é a versão principal de uma outra versão que já cá foi analisada brevemente. Após o sucesso de jogos como Crash Bandicoot e acima de tudo, do Super Mario 64 ou Banjo Kazooie, uma nova enxurrada de outros followers de jogos de plataforma 3D seguiu-se. Uns bonzinhos, outros nem tanto, e o que trago cá hoje é dos que até acho razoáveis, não fossem os tank controls seria melhor. Foi comprado na feira da Ladra em Lisboa, algures durante Novembro por 2€.

Croc - Sony Playstation
Jogo com caixa e manual, versão Platinum

A história por detrás deste jogo é o cliché habitual, com um vilão qualquer (Baron Dante) a tomar de assalto a ilha de Croc, raptando todos os seus animais habitantes, incluindo o rei lá do sítio. A nossa missão consiste então em atravessar a ilha de lés a lés, resgatando todos os Gobbos (pequenos animais peludos) que encontremos e ultimamente derrotar Dante e os seus minions Dantinis.

screenshot
Alguns níveis até são bem detalhados e coloridos

De resto é um jogo de plataformas algo básico, onde podemos saltar para cima de caixas como em Crash Bandicoot, atacar inimigos com a cauda, coleccionar pedras preciosas da mesma forma que Sonic colecciona anéis, inclusivamente se sofrermos dano perdemos os “anéis”, podendo recuperar de volta alguns, nos segundos seguintes. Sofrendo dano sem qualquer pedra preciosa coleccionada dá direito a perder uma vida. Ao longo de todos os níveis (excepto nos bosses) poderemos resgatar uns 5 gobbos e encontrar 5 pedras coloridas, que por sua vez servem para abrir umas portas secretas e resgatar um outro Gobbo “secreto”. Para concluir o jogo a 100%, e ter inclusivamente acesso a um novo “mundo” com níveis extra onde defrontaremos o verdeiro boss final, é necessário resgatar todos os Gobbos, e inclusivamente encontrar peças de um puzzle perdidas em vários níveis bónus. Ora tudo isto até seria interessante, não fosse o jogo ter tank controls, o que num videojogo de plataformas em 3D é algo criminoso e só serve para causar dores de cabeça.

screenshot
Mas os que são mais vazios pecam pelos backgrounds muito pobrezinhos

Tecnicamente era um jogo competente para a época, sendo bastante colorido e apesar de não ter o 3D mais detalhado de todo o sempre no esplenderoso ano de 1997, era bem detalhado o suficiente, em especial no próprio Croc e demais personagens. Os cenários é que poderiam ser um pouco mais variados, sendo na sua maioria colinas verdejantes, zonas com neve, pequenas cavernas e por aí fora. O castelo final, esse até parecia muito vazio, no meio de tantas plataformas suspensas no ar e abismos sem fundo. As músicas já são outra história e até que estão bem conseguidas, reconheci alguns dos temas que tinha ouvido quando joguei o port para a Gameboy Color.

screenshot
Como não poderia deixar de ser temos vários bosses para derrotar. Dava jeito é ter controlos decentes.

Croc é um jogo de plataformas razoável. Não reinventa a roda, mas seria bem competente não fosse mesmo a escolha dos tank controls para controlar o crocodilo. Mas ao menos já suportava os analógicos, podendo inclusivamente controlar a câmara. De qualquer das formas o jogo vendeu o suficiente para atingir o status de platinum e dar azo a uma sequela que sinceramente não cheguei a jogar ainda. Depois disso Croc desapareceu, assim como muitos outras personagens que tentaram fazer o mesmo que Mario 64.

Croc (Nintendo Gameboy Color)

CrocMais uma rapidinha de Gameboy, para mais um dos poucos jogos completos que tenho da plataforma. Croc foi mais uma das séries de plataforma em 3D que surgiram na segunda metade da década de 90, após o sucesso de jogos como Mario 64 ou Crash Bandicoot. E como todos os jogos multiplataforma de relativo sucesso, uma versão portátil do mesmo acabou por ser desenvolvida para a Gameboy Color. Tal como o Halloween Racer já aqui referido, este jogo era da minha irmã, que entretanto mo trocou por uns livros que eu cá tinha.

Croc - Nintendo Gameboy Color
Jogo com caixa, manual e papelada.

Confesso que nunca fui um grande conhecedor da série, tendo jogado apenas durante alguns minutos o primeiro jogo para a Sega Saturn no qual este se baseia. Essencialmente a nossa personagem é um crocodilo que tinha sido abandonado à nascença, tendo depois sido encontrado pelas estranhas criaturas peludas chamadas Gobbos. Certo dia os Gobbos foram todos raptados pelo vilão Lord Dante e os seus minions invadiram a terra de Croc. O resto não será muito difícil de adivinhar, pois recairá em nós o papel de resgatar todos os Gobbos e derrotar Dante.

screenshot
Tal como em Super Mario World, temos um overworld que nos mostra os níveis já jogados

Os controlos são simples, existindo um botão para saltar e outro para atacar, nada mais seria preciso, mas infelizmente as mecânicas de saltos e velocidade não foram muito bem implementadas, pelo que controlar Croc poderá ser algo confuso de início. Ao longo dos níveis, para além de chegarmos do ponto A ao ponto B, se os quisermos completar a 100% teremos de salvar os 4 Gobbos existentes, bem como coleccionar as letras que formam a palavra BONUS e finalizar o tal nível de bónus que isso desbloqueia. Esse é o maior desafio deste jogo, pois à parte de alguns níveis com um platforming mais exigente, o resto do jogo não é lá muito difícil. Isto também porque podemos coleccionar vários cristais, tal como em Mario coleccionamos moedas e em Sonic, anéis. Enquanto tivermos cristais na nossa posse nunca perdemos uma vida ao sofrer dano, pois cada golpe que sofremos retira-nos entre 2 a 4 cristais e os níveis estão cheios deles para serem apanhados.

screenshot
O jogo até que é bem colorido, algo que nem todos os jogos de GBC se podem gabar

De resto este é o típico jogo de plataformas em 2D, com os cenários a irem desde florestas, zonas com neve, desertos ou mesmo um castelo gigante. Em alguns dos níveis podemos andar num mine cart, noutro esquiar, andar de tapete voador, ou mesmo os níveis subaquático onde podemos nadar livremente. Graficamente é um jogo bastante colorido, e a Gameboy Color safa-se bem. Não é tão caprichado como os Wario Lands por exemplo, mas safa-se bem. As músicas infelizmente são algo repetitivas, pois são usadas em bastantes níveis. Algumas até que são mais catchy, já outras nem tanto.

screenshot
E os níveis de bónus são sliding puzzles com um tempo limite. Yay. Nope.

Croc é um jogo de plataformas razoável para a Gameboy Color. Enquanto Shantae ou os Wario Lands levam a melhor, não posso dizer que este seja um mau jogo de todo. Custa um pouco a habituar aos controlos, mas de resto é um jogo competente e quem é apreciador de jogos de plataforma certamente irá encontrar algum divertimento aqui.

No One Lives Forever (PC)

No One Lives ForeverVamos voltar aos FPS clássicos do PC para uma análise a um jogo da Monolith, os mesmos que nos trouxeram o fantástico Blood, ou mais recentemente os F.E.A.R.. Este No One Lives Forever, lançado originalmente em 2000 é um excelente FPS, repleto de acção, stealth e bom humor, ao satirizar os imensos filmes de espionagem da década de 60, mais notavelmente a série James Bond, pois também jogamos com um (neste caso uma) agente secreta britânica. Este jogo foi comprado na feira da Ladra há umas semanas atrás, mas já não me recordo se me custou 1 ou 2€. De qualquer das formas foi um óptimo preço visto estar completo e até traz um CD extra com a banda sonora.

No One Lives Forever - PC
Jogo completo com caixa, manual e cd com músicas do jogo e não só.

Cate Archer é o nome da personagem principal, uma agente secreta que trabalha para a organização de espionagem Unity. A nossa primeira missão leva-nos para Marrocos juntamente com o nosso mentor, Bruno Lawrie para proteger um embaixador norte-americano que se encontrava de férias e recebeu ameaças de morte. Mas Cate e Bruno cairam numa armadilha montada por uma misteriosa organização criminosa chamada de H.A.R.M., com o assassino profissional Dmitri Volkov a atacar ambos. Volkov era o principal suspeito de ter liquidado anteriormente um grande número de agentes secretos da Unity, e com este ataque a história vai ganhando outros contornos, com muitas conspirações à mistura e Cate a viajar por todos os cantos do mundo para descobrir mais sobre a H.A.R.M.

screenshot
Uma granada disfarçada de baton? check!

E neste NOLF as missões para além de se passarem em localidades completamente distintas, como Marrocos, Alemanhas, Caraíbas e até no próprio espaço ou mesmo debaixo de água. As missões vão tendo também diferentes objectivos, onde muitas vezes o jogo nos tenta persuadir a utilizarmos uma abordagem mais furtiva para irmos passando despercebidos. Outros momentos notáveis como defender um pobre coitado ao assassinar uma série de snipers que o tentam abater, ou matar uns quantos inimigos enquanto saltamos de um avião em plena atmosfera. Vamos descobrindo imensas armas e items ou gadjets que podemos utilizar, desde revólveres, a metralhadoras, sniper rifles e lança-granadas. Como uma boa sátira a filmes de espionagem, vamos tendo também vários gadjets à nossa disposição, onde até poderemos treinar previamente a sua utilização em alguns níveis de treino antes da missão seguinte. Desses temos granadas disfarçadas de batons de senhora, um travessão de cabelo que tanto pode ser utilizado para fazer lockpicking como atacar os inimigos, uns óculos de sol que nos permitem fotografar ou detectar minas ou lasers invisíveis, ou outros aparelhos electrónicos para descodificar códigos de segurança ou desabilitar câmaras de vigilância. O arsenal de Cate é mesmo longo, existem muito mais coisas a descobrir e usar.

screenshot
A variedade de itens e gadjets que Cate tem ao seu dispor é impressionante

Apesar de podermos passar a maior parte dos níveis “à rambo” e atirar para tudo o que mexa, o jogo encoraja-nos sempre a seguir furtivamente e em alguns níveis teremos mesmo de passar completamente despercebidos. Para isso temos de ter a preocupação de fazer pouco barulho enquanto caminhamos e evitar que algum inimigo ou câmara de vigilância nos descubra. Outra preocupação é não deixar cadáveres de inimigos à vista e em alguns níveis eles até nos conseguem descobrir pelo rasto de pegadas que vamos deixando. Para além dos habituais silenciadores e do já referido item para desabilitar as câmaras, temos também um pó para decompor os corpos dos inimigos, de forma a que sejam descobertos, ou outras coisas como equipar chinelos fofinhos para fazer menos barulho enquanto se corre. No entanto como já referi, muitas vezes podemos nos safar bem mesmo que tenhamos sido descobertos, embora com mais dificuldade pois os inimigos vão-nos saltar todos em cima. Para além disso este jogo é também dos primeiros, senão mesmo o primeiro a deixar-nos equipar mais de um tipo de balas em certas armas. Para além das balas metálicas normais, temos também as “Dum Dum” que explodem no impacto ou balas fosfóricas que incendeiam os inimigos.

screenshot
Ora cá está uma coisa que não se vê todos os dias num FPS. Andar aos tiros em queda livre

Outra coisa também presente neste jogo são os segmentos onde podemos conduzir veículos, são segmentos também relativamente longos, à semelhança dos vistos em Half-Life 2, e são outra mais-valia para a diversidade do jogo. Ou o facto de podermos descobrir documentos secretos que, mesmo não sendo obrigatórios, dão sempre para rir mais um pouco com algumas das mensagens que vamos lendo. De resto, para além deste modo campanha que é longo quanto baste, o jogo tem uma vertente multiplayer que infelizmente possui apenas 2 modos de jogo, o tradicional deathmatch e uma vertente do team deathmatch onde para além de uma equipa tentar aniquilar a outra, temos de fotografar uma série de documentos secretos da equipa adversária. Não que eu perca muito tempo em vertentes multiplayer, mas penso que poderia haver uma maior variedade de coisas para fazer aqui.

screenshot
Durante as cutscenes e mesmo ao longo do jogo, podemos ouvir imensos diálogos bem humorados.

Mas na minha opinião o que realmente marca pontos neste jogo é o bom humor. Apesar de não ter o sexismo de um Austin Powers, o jogo está repleto de cutscenes bem cómicas e dei-me por mim muitas vezes a escutar os diálogos dos inimigos por uns  bons minutos antes de aparecer e cravá-los de chumbo. Com isso devo dizer que o voice acting está excelente, com os clichés do costume de sotaques carregados sejam britânicos, alemães ou outros, mas fazem parte e resultam muito bem no conceito do jogo. A música é agradável e mais uma vez vai buscar inspirações ao rock psicadélico dos anos 60 e 70, tal como nesses filmes de paródias a James Bond e companhia, bem como algumas orquestrações mais épicas. Graficamente é um jogo bem robusto para os padrões de 2000, principalmente tendo em conta que corria numa engine proprietária da Monolith e não nos colossos da Unreal Engine ou id Tech 3 que estavam muito em moda em tudo o que fosse FPS.

Para além da versão PC, existe também uma versão PS2 que até não me importaria de jogar num dia destes. Essa versão PS2 contém uma série de novos níveis que servem de flashbacks ao passado de Cate Archer, quando ela era uma simples ladra. Tenho curiosidade em jogar esses níveis. De resto, para todos os fãs de FPS e de jogos com um bom sentido de humor no geral, apesar de não ser perfeito e o stealth ter alguns problemas com a IA dos inimigos, não deixa para mim de ser um excelente jogo a ter em conta.

Die Hard Trilogy (Sega Saturn)

Die Hard TrilogyTal como o nome indica, Die Hard Trilogy é um jogo sobre os primeiros 3 filmes da saga Die Hard, de Bruce Willis. Mas ao contrário de outros jogos que tentaram fazer o mesmo, tipo o Alien Trilogy, este acaba por ser 3 jogos completamente diferentes num só. O primeiro filme passa a ser um shooter na terceira pessoa, onde temos de limpar o sebo a tudo quanto é terrorista e resgatar reféns, o segundo filme tornou-se num shooter na primeira pessoa, com suporte à light-gun da Saturn, já o terceiro tornou-se numa espécie de Driver/Crazy Taxi que mais lá para a frente detalharei melhor. O jogo entrou-me na colecção após me ter sido vendido por um particular por 5€. Está completo e em óptimo estado.

screenshot
Jogo completo com caixa e manuais

Eu não vou falar da história do jogo, vejam os 2 filmes. Não são adaptações 100% fiéis dos filmes, como seria de esperar, mas essencialmente  segue os filmes, com o primeiro a decorrer inteiramente no arranha-céus Nakatomi Plaza, o segundo num aeroporto e por fim o terceiro coloca-nos a andar de carro de um lado para o outro numa vasta cidade de Nova Iorque para desarmar bombas.

screenshot
Ecrã de selecção do jogo

Então o primeiro jogo é um shooter na terceira pessoa, onde vamos percorrendo uns 20 andares do edifício Nakatomi Plaza com o único objectivo de limpar o sebo a todos os terroristas que nos apareçam à frente e eventualmente se resgatamos alguns dos reféns é bom. Após matar todos os terroristas presentes no andar em questão, é começado um timer de 30 segundos de uma bomba, onde temos de encontrar o próximo elevador a tempo de subir para o andar seguinte. Aqui começamos com um revólver, mas podemos encontrar espalhados no jogo vários powerups que podem restaurar a saúde ou oferecer um escudo, ou mesmo encontrar outras armas mais poderosas como metralhadoras ou shotguns bem como granadas que podemos utilizar para desvastar grupos eficazmente. Uma coisa que gostei particularmente deste jogo é podermos destruir grande parte dos cenários, desde vidros a outras tábuas de madeira e afins. Infelizmente acho que a draw distance deste jogo é muito curta, há muita coisa à nossa volta que deixamos de ver, felizmente o radar no canto inferior esquerdo vai sendo uma mais valia para nos dar uma ideia dos inimigos que andam à nossa volta. Convém também mencionar a terrível inteligência artificial dos inimigos, que são mais burrinhos que sei lá o quê.

screenshot
Sim, o jogo tem sangue q.b. Infelizmente os controlos é que não são grande coisa

O segundo jogo é um shooter on rails em que podemos utilizar a pistola lightgun da Sega Saturn. É um jogo inspirado no Virtua Cop e não propriamente no Time Crisis pois não tem a possibilidade de cover. Aqui o objectivo é também matar todos os terroristas que nos apareçam à frente e evitar acertar nos reféns infelizes que tentam sempre atravessar-se no nosso caminho. Aqui também podemos encontrar os mesmos powerups que no jogo anterior, bem como outras armas, granadas ou mesmo rockets que serão necessários para destruir alguns veículos que surgem em níveis mais avançados.

screenshot
O segundo jogo é um clone de Virtua Cop, mas com um framerate terrível.

Por fim o último jogo é uma mistura de Driver com Crazy Taxi, ou então não. Basicamente andamos com um carro a percorrer várias localidades de uma suposta Nova Iorque, onde temos de destruir uma série de bombas e carros armadilhados dispostos pela cidade, sempre em constante contra-relógio. E como desarmadilhamos essas bombas? Fácil, ir contra elas provocando uma enorme explosão. Faz sentido? Nem por isso, mas apesar de me parecer ter sido o jogo mais difícil dos 3, é também aquele que para mim foi mais divertido. Para nos orientarmos pela cidade temos no canto superior esquerdo uma bússola, com uns ponteiros vermelhos que nos indicam a posição do próximo alvo a abater. Por outro lado temos no canto inferior esquerdo um relógio que nos indica o tempo que temos para destruir essa bomba. Para nos ajudar, estão espalhados pelas estradas imensos power-ups, uns que simplesmente nos dão mais pontos, outros que nos dão mais tempo, esses devem ser sempre procurados, outros que nos dão um turbo, entre outros que nos permitem “saltar” sobre roadblocks da polícia e afins. Nos últimos níveis a coisa acaba por ficar muito apertada de tempo, pelo que saber quais as melhores rotas a tomar (ou seja, as que têm mais time-bonus) são uma mais-valia. Também convém mencionar que este jogo em particular é também uma espécie de Carmageddon, onde atropelar os peões de uma forma sangrenta é possível e apenas nos retira alguns pontos da pontuação geral.

screenshot
Iniciamos o jogo ao volante de um táxi, como no filme, mas podemos usar outros carros se os descobrirmos

Graficamente falando, este é um dos melhores exemplos que ilustram as diferenças técnicas entre a Sega Saturn e a Playstation. Isto assumindo que estamos a falar de conversões onde os programadores não têm tempo, know-how, têm preguiça ou todas as anteriores, para tirar todo o partido do que a Sega Saturn poderia alcançar. Assim sendo, a versão Saturn apresenta transparências e outros efeitos gráficos com menor qualidade, como as explosões. O framerate também é pior (especialmente no segundo jogo). De resto é essencialmente a mesma coisa, tanto uma versão como outra nunca foram propriamente grandes feitos técnicos, mas cumprem bem o seu papel, tendo em conta que estamos a falar de um jogo de 1996. As músicas vão sendo variadas, mas devo dizer que não gostei nada da banda sonora do primeiro jogo, que é muito electrónica e repetitiva. Nos outros jogos, em especial no terceiro, as coisas já vão variando, desde músicas mais rockeiras ou até mais épicas e já ficam mais ao meu gosto. As vozes é que não são nada de especial, o jogo está repleto de one-liners retiradas dos filmes, mas são repetidas à exaustão e acabam por perder todo o seu sentido.

No fim de contas, acho este Die Hard Trilogy um produto muito interessante, pois tem realmente conteúdo para 3 jogos completamente distintos. No entanto não é um jogo perfeito, e mesmo a versão Playstation que graficamente é melhorzinha tem também os seus defeitos na detecção de colisões e a draw distance reduzida. Mas gostei bastante da ideia deste 3 em 1 e pelos vistos a Fox Interactive também gostou, pois algures no ano 2000 lançaram um Die Hard Trilogy 2 que seguiu a mesma fórmula. Mas esse jogo em particular não cheguei a experimentar. Para os donos de Saturn, existe um Die Hard bem melhor, e brevemente poderão ler sobre o mesmo aqui.