IronSword: Wizards and Warriors II (Nintendo Entertainment System)

Continuando pelas rapidinhas, hoje mostro-vos um jogo que me desapontou um pouco por um lado, mas por outro até foi uma agradável surpresa. Passo a explicar: se virem a capa do jogo, dá mesmo a entender que é um jogo sério, algo retirado de um filme do Conan dos anos 80, com violência e monstros à mistura. Mas é um jogo mais “simpático”, por assim dizer. Por outro lado, no que diz respeito à jogabilidade, estava à espera do pior, por ver o nome da Acclaim no cartucho, mas quando soube que o mesmo foi desenvolvido pela Rare, lá fiquei mais descansado. O meu exemplar foi comprado algures em Juho deste ano, numa das minhas idas à feira. Custou-me 5€.

Apenas cartucho

Ora bem, no primeiro Wizards and Warriors, que eu não joguei, supostamente derrotamos o feiticeiro Malkil. Mas pelos vistos o perigo está de volta, agora na forma de 4 formas elementais (Água, Ar, Fogo e Terra) dispersas pela terra de Sindarain e que teremos de derrotar. Para isso lá  teremos de visitar quatro regiões, procurar alguns objectos de ouro para entregar aos Animal Kings lá do sítio, para que depois lá consigamos explorar a segunda área e arranjar um poderoso feitiço mágico capaz de derrotar o boss seguinte.

Sim, aqui vamos dar muitos saltos e saltinhos

Na sua essência este é um jogo de plataformas e exploração, onde vamos ter de procurar por todas as cavernas escondidas em busca de tesouros. Mas para além disso herda também alguns conceitos de RPGs, pois podemos amealhar dinheiro que pode posteriormente ser usado para comprar itens como novos feitiços e equipamento como escudos, capacetes ou outras armas. Os feitiços que podemos usar podem ser coisas como ataques mágicos, invencibilidade temporária, a capacidade de saltar mais alto, abrandar os inimigos, entre outros. As lojas que descobrimos, para além de nos permitir comprar muitos destes itens, também podemos jogar um minijogo onde podemos apostar algum dinheiro e, se tivermos sorte ganhar algum dinheiro de volta para gastar lá na loja.

A qualquer momento podemos visitar o ecrã de inventário e escolher os feitiços que queremos usar

A jogabilidade é estranha pois nem sempre precisamos de atacar para derrotar os inimigos. Tal como em jogos como os primeiros Ys, aqui podemos derrotá-los ao chocar contra eles com a nossa arma. Mas nem sempre corre lá muito bem pois as mecânicas de detecção de colisões não são as melhores. Mas ao menos lá vamos tendo uma barra de vida que pode ser restabelecida ao coleccionar comida. Também gosto do humor que por vezes vemos. Se entrarmos numa loja sem dinheiro, o dono da loja agarra-nos pelos “colarinhos” e expulsa-nos! O herói, mesmo não tendo nenhum capacete equipado, tem uma cara metalizada e com uns olhos estranhos, que sempre me fizeram lembrar de Jon, o dono do Garfield.

No que diz respeito aos audiovisuais, sinceramente não acho que este seja um jogo assim tão bom quanto isso. É verdade que os cenários até que são variados, mas não são lá muito coloridos. Mas o que me impressionou pela positiva foi mesmo o facto de todas as armas ou equipamento como capacetes ou escudos que podemos equipar, traduz-se na sprite do cavaleiro, o que não era muito comum para jogos da época. No que diz respeito aos efeitos sonoros e música, bom não são maus de todo, mas sinceramente também não achei nada de muito especial. Dizem que o primeiro jogo, também desenvolvido pela Rare, possui músicas muito melhores!

Krusty’s Fun House (Sega Master System)

Voltando às rapidinhas na Master System, o jogo que cá trago hoje é mais um daqueles jogos dos Simpsons que foram saindo durante os anos 90. Mas na verdade este jogo nem sempre foi dos Simpsons, pois as suas origens são como Rat-Trap, lançado originalmente para o computador Commodore Amiga. Eventualmente a Acclaim comprou os direitos do jogo e, como detinha os direitos dos Simpsons também, lá reimaginaram o conceito do jogo com personagens dos Simpsons e o mesmo acabou por ser relançado como Krusty’s (Super) Fun House numa grande variedade de sistemas, incluindo a Master System. O meu exemplar foi comprado a um particular por 5€ no passado mês de Maio.

Jogo em caixa

Na sua essência este é um clone de Lemmings, mas em vez de lemingues suicidas que teremos de os encaminhar em segurança para a saída do nível, aqui temos ratos que invadiram a mansão do Krusty e temos de os encaminhar para uma série de armadilhas. Os ratos estão constantemente a andar, ultrapassando obstáculos que tenham a sua altura, ou voltando para trás se atingirem um obstáculo mais alto ou uma parede. Assim sendo, ao longo de cada nível teremos uma série de blocos ou outros objectos que podemos usar para criar um caminho que os leve à saída do nível, ou seja, à sua morte.

O objectivo é o de encaminhar os ratos para estas máquinas que os destroem. No início a solução é tão simples como colocar um bloco a fazer de degrau.

A mansão de Krusty serve como hub interligando todas as áreas do jogo, que por sua vez possuem várias portas que dão acesso aos níveis dessa mesma área. O jogo ainda possui umas boas dezenas de níveis, pelo que no final de cada área nos é atribuida uma password, pois de outra forma seria difícil terminar o jogo de uma assentada, a não ser que o conhecessemos de trás para a frente. Os níveis em si são grandinhos e tipicamente possuem outras àreas que não são lá muito relevantes para os puzzles, mas sim para coleccionar outros itens e powerups, aumentando a pontuação e podendo até desbloquear alguns níveis extra ou de bónus. Cada nível também vai tendo vários inimigos que não temos obrigatoriamente que os matar, mas convém fazê-lo pois eles podem-nos dificultar a vida. Para isso temos de usar itens como ovos ou esferas de metal que podemos apanhar pelos níveis. Porque é que não podemos atacar os ratos assim também??

Um dos obstáculos ou objectos a usar podem ser ventoinhas que fazem os ratos voar numa respectiva direcção

Bom, mas é mesmo nos puzzles de encaminhar os ratos que o jogo possui a sua graça. Inicialmente os níveis completam-se facilmente, com o uso de blocos que podemos apanhar e distribui-los de forma a que formem degraus, permitindo aos ratos que ultrapassem alguns obstáculos. Mas depois também vamos ter de usar tubos, ventoinhas, frascos para aprisionar os ratos, ou um conjunto de diferentes situações. Aqueles puzzles mais chatos para mim são quando temos um número limitado de blocos e temos de os reusar mais que uma vez em sítios diferentes. E isto com os ratos sempre em movimento, pelo que é melhor primeiro tentar juntá-los e depois ter a agilidade de pegar nos blocos num sítio e reconstruí-los noutro local atempadamente.

Depois de exterminar todos os ratos do nível, é só voltar para o hub e escolher um outro nível a seguir!

No que diz respeito aos audiovisuais, este até que é um jogo bastante colorido, pelo que até gostei dos gráficos e sinceramente nem ficam assim tão atrás da versão Mega Drive. A versão Super Nintendo também é muito boa graficamente, mas sinceramente nem sei se há mais diferenças entre versões para além das estéticas. As músicas é que já não são lá grande coisa na versão Master System, mas ao menos temos algumas vozes digitalizadas do Krusty. Heeeeeeeyyyy Kids!!!

Este Krusty’s Funhouse é então um interessante clone de Lemmings, que mistura muito bem o conceito de platforming com o de puzzler. E graficamente a versão Master System não é nada má, mas naturalmente a versão Mega Drive ou Super Nintendo acabam por levar a melhor nesse campo, pelo que são versões a ter em conta.

Dragonheart (Sega Saturn)

Dragonheart é um filme de fantasia medieval, lançado algures na década de 90. E como tal, não poderia faltar um videojogo! Publicado pela Acclaim, este é um sidescroller 2D, mas onde usaram as técnicas da moda na altura, ou seja, sprites e cenários digitalizados! O meu exemplar entrou na minha colecção algures durante o mês de Março, foi comprado numa feira de velharias por 2€.

Jogo completo com caixa e manuais

O jogo segue de perto a história do filme, que por sua vez conta a história de um caçador de Dragões algures durante a idade média em Inglaterra, o cavaleiro Bowen. Antes de se tornar caçador de Dragões, Bowen era o mentor de um jovem príncipe, tendo-lhe ensinado todos os bons valores e virtudes. No entanto o príncipe acaba por se tornar num tirano ainda pior que o seu pai e lá teremos de o defrontar para salvar o reino.

Um dos power ups que podemos encontrar permite-nos chamar o dragão e limpar o ecrã de inimigos

Este jogo faz-me lembrar o Batman Forever, um pouco melhor mas não tanto, infelizmente. Na sua essência é um sidescroller 2D, que mistura elementos de combate com os de platforming, mas com todas as sprites como o protagonista ou os inimigos, são digitalizações de actores reais, assim como os cenários também são pré-renderizados, embora em baixa resolução. E se por um lado o grafismo até passa bem (poderia sim ser melhor, especialmente nas animações), o problema está mesmo na jogabilidade.

Os gráficos até que estão interessantes, embora as animações poderiam estar melhores

No canto superior esquerdo do ecrã temos 2 barras de energia: uma de vida e uma outra de fadiga. Ora por cada vez que executamos golpes de espada, a barra de fadiga vai-se esgotando, sendo automaticamente regenerada com o tempo, se nos mantivermos quietos entretanto. Até aqui tudo bem, mas os inimigos possuem todos uma barra de vida, logo levam uns quantos golpes até serem derrotados, logo a nossa barra de fadiga vai-se esgotando muito depressa. É verdade que existem imensos power ups que nos regeneram a vida ou a fadiga, mas esses vão sendo mais escassos nos últimos níveis, onde justamente os inimigos também são mais fortes e demoram mais a morrer. Ora logo aqui o jogo aumenta bastante a sua longevidade pelo lado aborrecido da repetitividade. Mais valia terem balanceado melhor as coisas!

Ocasionalmente lá temos alguns bosses para derrotar.

Depois temos outros itens a encontrar desde diferentes tipos de flechas que podemos usar a partir do momento que desbloqueamos o arco, power ups de armadura ou da nossa espada, ou invencibilidade temporária. Para além disso, se explorarmos bem os níveis poderemos encontrar alguns NPCs que nos aumentam as barras de vida e fadiga, ou nos ensinam novos golpes especiais. Ocasionalmente lá teremos aqui alguns quick time events nalguns segmentos do jogo onde viajamos nas costas de um dragão. Aqui temos uma pequena cutscene em full motion video a correr em plano de fundo e teremos de pressionar o D-pad nas direcções que aparecem no ecrã, para guiar o dragão em segurança até ao nosso destino.

 

Mortal Kombat II (Super Nintendo)

Vamos voltar às rapidinhas, desta vez para a conversão para a Super Nintendo do Mortal Kombat II, um dos jogos de luta mais populares da década de 90. Como vocês bem sabem, a série Mortal Kombat surgiu após o esmagador sucesso do Street Fighter II, que revitalizou por completo o mercado dos jogos de luta 1 contra um. De forma a diferenciar-se do gigante da Capcom e dos inúmeros clones que lhe seguiram, a Midway decidiu apostar num jogo de luta extremamente violento e com um look mais realista, ao usar sprites com fotos digitalizadas. O resultado foi o Mortal Kombat, um jogo que também atingiu um grande sucesso de vendas, bem como uma grande controvérsia à sua volta. A conversão do primeiro jogo, apesar de tecnicamente superior na SNES, acabou por ser um fracasso de vendas devido à censura, que na versão da Mega Drive é facilmente retirada através de um código que desde cedo circulou por todos. Felizmente na sequela já não cometeram o mesmo erro, mas já lá vamos. O meu exemplar veio cá parar em duas fases. Numa primeira, foi-me oferecido a caixa e manual por um antigo colega de trabalho. Já o cartucho, esse foi comprado por 12.50€ há coisa de umas semanas no Oeste Games Festival 2018.

Jogo com caixa e manual

Bom, este artigo vai ser uma rapidinha visto que já escrevi sobre o jogo anteriormente, na sua versão para a Sega Mega Drive. E comparando com essa versão, é notório que pelo menos a nível audiovisual esta conversão para a Super Nintendo está muito superior. Os gráficos são muito mais coloridos, as arenas bem detalhadas, a música possui qualidade, as vozes digitalizadas são muito mais limpas. Tecnicamente não há que falar, e tendo em conta que esta versão finalmente traz o sangue e gore para as consolas da Nintendo, então pouco há a recorrer à versão Mega Drive, a não ser o esquema de botões do comando da Sega, que é mais ao meu gosto para este tipo de jogos. Se por outro lado compararmos antes esta versão com a da 32X, então a história já era outra. De qualquer das formas esta versão SNES traz também um modo torneio para até 8 lutadores, que acaba por ser uma vertente multiplayer muito interessante.

Desta vez não há cá censuras!

E pronto, practicamente é isso: Mortal Kombat II para a SNES é uma conversão muito competente do original arcade para uma consola de 16bit. No campo dos audiovisuais leva facilmente a melhor face à versão Mega Drive, já na jogabilidade isso é discutivel, pois prefiro a versão da Sega. O melhor dos dois mundos seria mesmo a versão 32X, mas isso practicamente ninguém jogou.

Ferrari Grand Prix Challenge (Nintendo Gameboy)

Voltando às rapidinhas na Gameboy, o jogo que cá vos trago hoje é um simples jogo de corridas de fórmula 1, este Ferrari Grand Prix Challenge trazido até nós pela Acclaim, o que geralmente não é lá muito bom sinal. O meu exemplar foi comprado há umas semanas numa feira de velharias por 1€.

Apenas cartucho

Este é um jogo de corridas relativamente simples, onde encarnamos num piloto de F-1 da Ferrari e vamos poder correr ao longo de uma temporada de Fórmula 1, ao longo de vários circuitos oficiais, mas contra pilotos e outros fabricantes fictícios. Inicialmente podemos escolher se queremos um carro com mudanças automáticas ou manuais e depois lá começamos a temporada, onde podemos optar por participar numa volta de qualificação, ou lançarmo-nos logo para a corrida propriamente dita, se bem que se não quisermos fazer a volta de qualificação começamos no último lugar. Depois o objectivo é terminar a corrida na melhor posição possível, sendo-nos atribuida uma pontuação diferente consoante a posição em que terminarmos a corrida. Para além disso, e para tornar o jogo mais desafiante, à medida em que vamos correndo e passando certos checkpoints, o jogo vai-nos obrigando a manter-nos num certo lugar, sendo que se nos desleixarmos somos desqualificados e convidados a começar essa pista novamente. O progresso no campeonato é gravado através de um sistema de passwords.

Na parte de baixo do ecrã podemos ver a volta em que estamos, a nossa posição na corrida e no circuito comparando com o primeiro lugar.

De resto, é isto, o jogo é bastante simples. A nível audiovisual também não esperem nada do outro mundo. As músicas e efeitos sonoros cumprem o seu papel, no entanto não são propriamente memoráveis e os gráficos também são simples, tendo em conta as limitações da plataforma. O layout dos circuitos é parecido com os reais, e os backgrounds vão mostrando algo que os distinga entre si, como a Torre Eiffel no GP da França ou o Big Ben no GP do Reino Unido.

Posto isto, este Ferrari Grand Prix é um jogo de corridas bastante simples, existem melhores opções na Gameboy para os fãs de Fórmula 1.