Lançado numa altura em que a Sega ainda estava a suportar a Master System inteiramente sozinha, Captain Silver é um jogo original da Data East, que havia sido lançado originalmente em 1987 nas arcades. É um jogo de acção 2D sidescroller como muitos outros do seu tempo, mas este tem a particularidade de se focar em piratas. Curiosamente é também um jogo a versão Norte-Americana fica muito a perder comparativamente à que viemos a receber, tal como irei mencionar mais à frente. O meu exemplar foi comprado num lote a um particular, tendo-me custado algo em volta dos 12€ no passado mês de Novembro.
Ao contrário do que o seu nome indica, o jogo coloca-nos no papel de um pobre marinheiro que parte à procura dos tesouros de um tal capitão Silver. E este é um jogo de acção 2D sidescroller com controlos simples, com um botão para atacar com a espada e outro para saltar. Tal como muitos jogos arcade da época, os inimigos surgem de todos os lados e basta sofrermos um golpe para perder uma vida! No entanto vamos tendo também vários itens que poderemos apanhar para nos auxiliar a tarefa: os mais comuns são uma série de letras onde, de cada vez que formamos as palavras CAPTAIN SILVER ganhamos uma vida extra! Outros itens que podemos apanhar podem ter efeitos temporários como botas que nos deixam saltar mais alto, congelar o tempo limite para completar o nível ou mesmo um escudo que nos deixa sofrer um golpe apenas sem perdermos uma vida. Fadas aumentam-nos o poder da nossa espada permitindo disparar 1, 3 ou 5 estrelas em simultâneo de cada vez que ataquemos, mediante o número de espadas que tenhamos coleccionado.

Todos as letras que apanhemos, quer contem para completar as palavras ou não, bem como moedas de ouro ou jóias que eventualmente encontremos servem para nos aumentar a pontuação. Pontuação essa que acaba por ser também a unidade monetária do jogo, pois poderemos descobrir e visitar uma série de lojas onde poderemos comprar um ou vários dos power ups que mencionei acima com os pontos que fomos amealhando. Temos é poucos segundos para tomar uma decisão, sempre que visitemos uma dessas lojas.
A nível visual confesso que acho o jogo um pouco estranho. Por um lado é bem colorido e possui um nível de detalhe interessante quanto baste, por outro não gosto nada da direcção artística que o jogo possui. Alguns inimigos e bosses são simplesmente estranhos, outros cenários, como logo o do primeiro nível, não gostei do detalhe que foi dado à cidade que visitamos. Mas já a versão arcade é assim! Existe no entanto alguma variedade tanto nos cenários (cidade, navios, cavernas ou selvas) como nos inimigos, que tanto podem ser piratas, animais ou criaturas sobrenaturais e os bosses possuem um nível considerável de detalhe. Alguns possuem sprites grandes, mas não grandes o suficiente para que mantenham todo o detalhe dos níveis em plano de fundo, enquanto outros (como o dragão do nível 4 por exemplo) já são bem maiores, com o plano de fundo a transitar para uma única cor azul escura. A banda sonora sinceramente não achei nada de especial.

Portanto este Captain Silver é um jogo de acção que apesar de ser competente no que faz, sinceramente não me cativou assim tanto como estaria à espera. A direcção artística tomada para este jogo não é do meu gosto o que também não ajuda muito. Mas um detalhe interessante aqui a reter é a existência de versões distintas para os vários mercados. A primeira a sair foi naturalmente a japonesa, que inclui suporte ao FM Unit, um chip de som adicional que nunca chegou a ser lançado no ocidente. As versões americana e europeia foram ambas lançadas no ano de 1988, embora não tenha a certeza qual foi lançada primeiro. A diferença é que a versão europeia inclui o jogo na íntegra. A norte-americana encurta o número de níveis de 6 para 4, simplificando alguns dos outros níveis, menos inimigos e bosses e um ecrã de fim de jogo bem mais preguiçoso. Tudo isto para poupar custos, para que o jogo coubesse num cartucho de 1 megabit de capacidade (128KB) enquanto os lançamentos europeu e japonês foram lançados em cartuchos com o dobro da capacidade. É certo que a Master System nos Estados Unidos andava pelas ruas da amargura, mas não deixa de ter sido uma decisão infeliz por parte da Sega.