Continuando pelas rapidinhas, mas voltando agora ao PC, aproveitei para jogar mais um título do meu extenso backlog no steam. Produzido pelos checos Amanita Design, que por sua vez já haviam produzido uns quantos jogos mais pequenos anteriormente, creio que foi mesmo este Machinarium que os trouxe à ribalta, principalmente pela sua direcção artística, algo que já vinha a ser evidente mesmo nos seus jogos anteriores. O meu exemplar creio que foi comprado nalgum indie bundle a um preço bem reduzido.
O jogo leva-nos a acompanhar a história do pobre robot Joseph, que logo no início da aventura se vê atirado para um monte de sucata. Após nos recompormos e finalmente conseguirmos entrar novamente na cidade é que nos vamos apercebendo da história que está por detrás, sendo esta contada de uma forma minimalista, mas brilhante. O nosso papel será o de resgatar a namorada de Joseph, que havia sido raptada por um conjunto de robots bandidos que andam por lá a causar o pânico na cidade e por várias vezes os iremos encontrar ao longo do jogo.

Esta é então uma aventura gráfica do estilo point and click, mas também com uma interface muito minimalista, pois é literalmente apontar o rato e clicar, com o ponteiro a mudar automaticamente de forma consoante o tipo de acção que podemos desencadear, seja andar ou interagir/falar com outros objectos e robots que por lá habitam. No entanto, apenas sabemos que podemos interagir com alguma coisa quando nos aproximamos da mesma, tenham isso em consideração. Coleccionar e combinar itens é parte integrante deste tipo de jogos e tal aqui não falta, assim como alguns puzzles e outros mini-jogos que teremos eventualmente que resolver. Um outro detalhe interessante a mencionar é que o corpo de Joseph é extensível, podendo alongar e encurtar-se, o que será também necessário utilizar para avançar em muitos dos desafios que o jogo nos coloca.
Visualmente é um jogo impressionante por toda a sua direcção artística. Machinarium (presumo que seja esse o nome da cidade), é uma cidade onde tudo é mecanizado, desde os robots com aspecto mais humanóide e outros com formas de animais como gatos ou pássaros. A cidade de Machinarium é também suja e enferrujada por tudo isso e os cenários acabam por ser muito bem desenhados. As animações também estão excelentes, assim como a banda sonora que é bastante atmosférica e se adequa perfeitamente à narrativa. A narrativa por si só é bastante minimalista, não existindo qualquer diálogo escrito ou falado. Os diálogos vão então sendo interpretados através de balões de banda desenhada onde no lugar de palavras vamos mesmo vendo algumas animações que ilustram a mensagem que está a ser passada. Resulta muito bem!

Portanto devo dizer que este Machinarium foi uma óptima surpresa. É uma aventura gráfica com uma direcção artística brilhante e uma narrativa minimalista, porém muito bem conseguida. Depois de o jogar fui cuscar o restante catálogo da Amanita Design e, vendo outros videojogos com direcção artística excelente, será um estúdio que merecerá muito mais da minha atenção.