Crysis (PC)

Depois do Far Cry, que já na altura tinha impressionado pelas grandes áreas de jogo renderizadas sempre com bons gráficos, a Crytek começou a trabalhar num novo projecto e numa nova versão do seu motor de jogo. Lançado então para o PC em 2007 (e só 4 anos depois é que chegou às consolas), este Crysis é mais um first person shooter que é em parte uma evolução dos conceitos que a Crytek tinha introduzido no seu jogo anterior. Mas mais que isto eles foram completamente overkill na questão dos gráficos que para além de serem belíssimos para 2007, necessitavam também de máquinas bem poderosas para o correr com boa performance e qualidade. Foi durante muitos anos um dos principais benchmarks com que se testaram placas gráficas! O meu exemplar foi comprado em Setembro de 2012 na extinta GAME do Maiashopping, tendo-me custado cerca de 10€.

Jogo com caixa e manual

Ora neste jogo encarnamos num soldado de um esquadrão muito especial, todos eles equipados com fatos todos high tech e que lhes conferem uma série de habilidades sobrehumanas, que mais tarde irei detalhar. Ora eles são então destacados para uma ilha algures perto das Filipinas, numa operação que à partida seria simples: a de resgatar um grupo de cientistas norte-americanos que foram raptados por um batalhão do exército Norte-Coreano, que entretanto havia invadido a ilha por motivos aparentemente desconhecidos. Mas como não podia deixar de ser as coisas não correm bem como o esperado e afinal aquela ilha tem mais do que se lhe diga.

Ao pressionar a tecla C temos acesso a um menu de customização das armas que carregamos, se bem que nem todos os upgrades estão disponíveis de início

Podemos dividir este Crysis em duas metades. A primeira metade, tirando o facto das tais habilidades novas, acaba por ser muito semelhante ao primeiro Far Cry pois uma vez mais temos uma vasta parte da ilha para explorar. Não que este seja um jogo verdadeiramente open world, pois para além de ocasionalmente termos alguns objectivos secundários que poderemos ou não cumprir, o jogo em si é bastante linear. Simplesmente temos é de percorrer vários quilómetros a pé ou com veículos, atravessando selvas, praias paradisíacas ou algumas aldeias pelo meio. Os locais onde o grosso de cada missão se passa estão repletos de inimigos, mas é habitual cruzarmo-nos com algumas patrulhas mais pequenas pelo meio. Devido às habilidades que temos acesso, o jogo tanto nos dá a opção de usar abordagens mais agressivas ou furtivas, mas em zonas onde há mais concentração de inimigos eu recomendaria mesmo uma abordagem mais furtiva.

O jogo apresenta um sistema de ciclos de dia e noite enquanto vamos explorando a ilha

Mas então quais são as tais habilidades que teremos acesso? Ora a qualquer momento no jogo podemos seleccionar diferentes funcionalidades do nosso fato, que por sua vez consomem energia quando estão em uso. Temos uma habilidade que nos dá mais força, não só nos golpes físicos, mas também reduz o coice das armas de fogo, aumentando assim a sua precisão ou mesmo podendo saltar bem mais alto. Por outro lado podemos activar a habilidade de armadura que é capaz de deflectir o dano sofrido por armas de fogo. Para maior furtividade podemos activar também uma camuflagem que nos deixam temporariamente invisíveis e por fim podemos também activar uma outra habilidade que nos deixa mover (e correr) bem mais rapidamente. Mas todas estas habilidades usam energia, pelo que teremos de as usar com a devida atenção, pois a energia recupera algo lentamente quando as deixamos de usar. De resto vamos tendo acesso também a um arsenal relativamente complexo de diferentes armas e o jogo até que é algo generoso na quantidade de armas que podemos equipar. Desde os nossos punhos e uma pistola, podemos equipar também mais duas armas de fogo como assault rifles, metralhadoras, sniper rifles, shotguns, entre outras. Podemos ainda equipar mais duas armas de explosivos como um lança rockets ou explosivos C4, bem como granadas. E um outro detalhe interessante, mesmo que não consigamos carregar todas as armas em simultâneo, o jogo deixa-nos armazenar todo o tipo de munições, mesmo de armas que não tenhamos no momento connosco!

Eventualmente teremos mesmo de conduzir alguns veículos, como tanques ou mesmo um VTOL

A segunda metade do jogo é quando se revela o que os cientistas e o exército Norte Coreano estavam realmente ali a fazer. Não querendo spoilar mas não tenho grande hipóteses (é um jogo de 2007!), mas aquela ilha tinha, no interior de uma montanha, uma espécie de colónia de seres extra-terrestres que estavam lá adormecidos há milhares de anos. Então eles acordam e começam a causar o caos tanto com as forças Norte-Coreanas, como com as Norte-Americanas que entretanto chegaram. E a partir daí o jogo torna-se bem mais linear e com menos áreas abertas, onde a furtividade já não interessa para nada.

Estes são os fatos cheios de tecnologia que usamos durante o jogo

Mas vamos passar para os audiovisuais. Para os padrões de 2007, este jogo estava realmente muito à frente do que se tinha visto até então no PC. Não foi por acaso que o jogo apenas recebeu conversões para a Xbox 360 e PS3 só quatro anos depois! Temos então gráficos muito avançados para a época, com cenários muito bem detalhados, particularmente o detalhe de toda a vegetação! As personagens, principalmente as mais importantes, estão também muito bem modeladas, não só com modelos poligonais repletos de polígonos, mas com texturas com muito bom detalhe também. Mas todo esse poderio gráfico jogado nas especificações máximas tinha um custo: apenas máquinas de elite conseguiam correr o Crysis com os gráficos todos no máximo e com boa performance. Tanto que o Crysis foi a prova dos nove em muitos testes de benchmarking nas placas gráficas, mesmo em muitos anos que se seguiram ao seu lançamento! De resto, nada de especial a apontar à música e efeitos sonoros que cumprem bem o seu papel. Já o voice acting é algo mediano, assim como a narrativa como um todo.

Portanto este Crysis é um FPS agradável de jogar precisamente pelas suas diferentes mecânicas de jogo que introduziu. E graficamente, consegui perceber o porquê de um jogo lançado em 2007 ter tido realmente tanto impacto na questão gráfica! Foi recentemente lançado em 2020 um remaster para uma série de outros sistemas, incluindo uma surpreendente versão para a Nintendo Switch, mas aparentemente esse remaster não traz muito de novo.

Eikan wa Kimi ni: Koukou Yakyuu Zenkoku Taikai (PC-Engine CD)

Se eu já achei o Kore Ga Pro Yakyuu ’89 um jogo aborrecido por três motivos: ser um jogo de baseball, ser um jogo de simulação onde tomamos apenas o papel de treinador e o terceiro ser relativo à barreira da linguagem, que tendo o jogo totalmente em japonês também não ajuda nada. Então o que dizer de um outro jogo de management de baseball, mas que teve as suas origens em computadores nipónicos, sendo por isso muito mais complexo? Bom, é por essas razões que o artigo de hoje será mais uma rapidinha. O meu exemplar veio de um bundle de vários jogos de PC-Engine que importei do Japão no passado mês de Dezembro, foi um conjunto de 7 jogos bem barato, tendo-me custado pouco mais de 20€, mas todas as restantes despesas de transporte e desalfandegamento ficaram muito mais caras, o que me deixou bastante frustrado.

Jogo com caixa, manual e livro de estatísticas

Aqui tomamos uma vez mais o papel de treinador, não de um clube qualquer da liga japonesa, mas sim de uma equipa de baseball da escola secundária. Aparentemente existem cerca de 4000 escolas que podemos representar – naturalmente não faço ideia se são reais ou não, mas tendo em conta que o jogo inclui um grande livro de estatísticas para além do manual, eu diria então que sim. Mas o primeiro impacto que temos aqui é mesmo a barreira da linguagem. Logo nos primeiros ecrãs eu não fazia ideia do que estava a escolher, se teria de escrever o meu nome, ou se já estaria a seleccionar alguma escola para quem representar. Depois lá fui bombardeado com perguntas em que não fazia ideia do que estava a responder e depois lá teria um menu onde poderíamos começar a trabalhar, mas mesmo esse não é nada amigável. E basicamente aqui teremos de definir uma série de treinos consoante as necessidades da equipa que estamos a treinar. Desde treinos 100% físicos como fortalecimento muscular, ou outros mais técnicos como treinar lançamentos, bastonadas e por aí fora. Eventualmente lá vemos a equipa a jogar em competição mas, tal como no Kore Ga Pro Yakyuu somos meros espectadores, embora possamos tomar algumas decisões técnicas.

Aqui teremos de definir agendas de treino consoante as necessidades da equipa e dos jogadores individuais

A nível gráfico é um jogo simples. Por um lado é muito pesado em texto e menus atrás de menus, o que seria de esperar visto ser um jogo de simulação, mas durante os treinos ou durante as partidas lá vemos alguns gráficos. Tanto num caso como no outro as sprites são minúsculas mas sinceramente até achei piada que assim fossem. E sendo este um jogo em CD-Rom, esperem por músicas de qualidade CD audio, bem como algumas vozes digitalizadas. Não sou o maior fã desta banda sonora, pois pelo pouco que descobri tanto vamos tendo melodias calmas em piano durante a parte de management, uma música mais enérgica durante os treinos e uma outra muito mais festiva durante as partidas, até parece tirada do circo!

Este é um jogo muito pesado em texto e menus, e estando totalmente em japonês não será uma barreira fácil

Portanto este é mais um jogo que não é para mim. Continuo a não ser apreciador de baseball, muito menos quando temos um papel de treinador. Se eu não entendo o desporto, não faço ideia do melhor que seria para a equipa. E ainda com toda esta barreira linguística… não dá mesmo! Felizmente, até à data, não tenho mais jogos de baseball para comentar!

Onslaught (Sega Mega Drive)

O jogo de hoje é muito estranho e como irei descrever mais tarde, extremamente aborrecido. Foi lançado originalmente em 1989 para o Commodore Amiga, tendo sido mais tarde convertido para uma série de outras plataformas, incluindo a Mega Drive, cuja conversão e lançamento esteve a cargo da Accolade, através da sua label Ballistic. E a Accolade, tal como a Electronic Arts e mais tarde a Codemasters, começou por lançar jogos na Mega Drive sem qualquer licenciamento pela Sega, o que levou à nipónica a tomar acções. Enquanto a EA e Codemasters chegaram a um acordo, a Accolade acabou mesmo por ser processada em tribunal. Antes disso, e para prevenir o aparecimento de mais jogos não licenciados, a Sega implementou no hardware da Mega Drive o sistema TMSS que para além de servir de region lock para certos jogos, prevenia também que jogos não licenciados corressem. Este Onslaught foi lançado antes da implementação do TMSS pelo que não corre nas Mega Drives que já possuem esse sistema de segurança, o que é a sua grande maioria. Apenas os modelos Mega Drive 1 das primeiras revisões de hardware (tipicamente os que dizem High Definition Graphics na consola) o conseguem correr. Pelo que no meu caso, como actualmente não tenho nenhum desses modelos, tive mesmo de recorrer à emulação. O meu exemplar foi comprado a um particular algures em Agosto de 2020, tendo-me custado uns 30€ se a memória não me falha.

Jogo com caixa de cartão, papelada e manual

Mas após esta grande introdução, vamos ao que interessa. O que é este Onslaught? Bom, é um jogo de acção 2d sidescroller de fantasia medieval, onde controlamos um guerreiro e o objectivo é o de conquistar todas as nações vizinhas. Ao iniciar o jogo vemos um mapa onde no centro temos o nosso castelo e depois podemos seleccionar qualquer nação à nossa volta, sendo que há alguns tipos de terreno como água, pântanos ou montanhas que não conseguimos inicialmente atravessar. Uma vez escolhida a nação a ser invadida somos levados para um campo de batalha, que na verdade acaba por ser uma espécie de capture the flag. Isto porque para além de ter de combater grandes hostes de inimigos, teremos de percorrer o nível até ao fim e capturar o estandarte inimigo, enquanto o inimigo tenta fazer o mesmo com o nosso estandarte. Quando conseguirmos capturar o estandarte inimigo teremos de nos preocupar em derrotar os inimigos restantes que ficaram ainda no ecrã e passamos à fase seguinte. E a fase seguinte é exactamente a mesma coisa, mas num cenário diferente. Se conseguirmos passar essa fase, somos levados a um confronto com um boss, uma criatura estranha com 4 braços que dispara projécteis e nós somos literalmente uma mão que também dispara projécteis, mas move-se pelos contornos do ecrã. Para além da nossa barra de vida e mana, temos também de ter em atenção o estado do nosso próprio estandarte, que está localizado no início do nível. Se deixarmos passar muitos inimigos por nós, o risco de ficarmos sem a nossa bandeira vai crescendo e se isso acontecer, o nosso progresso regride para a fase anterior. O mesmo acontece caso não consigamos derrotar um boss na última fase. Agora o que acontece se perdermos a bandeira logo na primeira fase? O jogo começa uma fase defensiva onde teremos de defender o nosso castelo das forças inimigas e capturar uma vez mais a sua bandeira. Se mesmo aí perdermos, temos um confronto contra o mesmo boss, mas agora na nossa própria fortaleza. Se também perdermos esse confronto, perdemos o território. Se já não tivermos território nenhum é game over.

O ecrã título até que é bastante promissor!

A jogabilidade é super intensa pois os inimigos vão surgindo em grande número, mas felizmente também vão largando imensos power ups que serão úteis, desde armas, feitiços que conseguem derrotar mais que um inimigo de cada vez ou simplesmente pergaminhos que nos regeneram parcialmente a barra de vida ou de mana. Os controlos são relativamente simples, com o d-pad a servir para controlar a nossa personagem (com o direccional a servir também para saltar), o botão B para atacar com a arma/feitiço seleccionado e o A e C a servirem para percorrer os diferentes itens no nosso inventário. Nas opções de jogo podemos activar diferentes métodos de interagir com o inventário, o modo tutor apanha os itens e selecciona-os automaticamente, o modo assist apanha os itens automaticamente mas temos de seleccionar os que quisermos usar com os botões A e C e por fim temos o modo manual que, como o nome indica, temos de fazer toda essa gestão manualmente.

O mapa com os territórios a conquistar e templos opcionais

Mas há mais particularidades a ter em conta. Como referi acima há territórios que não conseguimos inicialmente atravessar. Para o fazer temos de templos, assinalados como circulos coloridos no mapa. Aí somos levados logo a um confronto contra um boss, onde tipicamente poderemos vir a obter alguns talismãs especiais. Alguns desses talismãs permitem-nos então atravessar esses tipos de terreno, mas também poderemos ganhar outros talismãs úteis. À medida que vamos explorando o mapa, o tempo vai passando e ocasionalmente acontecem também alguns eventos aleatórios com os territórios. Alguns podem ser de cruzadas por forças inimigas, outros podem ser alvo de rebeliões internas ou até sofrerem pragas. E como combater isso? Conquistá-los de novo! No caso das rebeliões internas começamos na fase de defesa do nosso castelo, já as pragas colocam-nos a combater contra esqueletos e nas cruzadas os inimigos são duplamente mais perigosos. Mas os tais templos também nos podem dar outros talismãs que poderão ser úteis, como talismãs que automaticamente conquistam um território sem termos de batalhar por ele, ou outros capazes de eliminar cruzadas, pragas ou rebeliões sem termos de combater. Naturalmente estes itens são mais raros de aparecer.

À esquerda e direita vemos a mana e vida que nos resta e se qualquer deles chegar a zero é game over

Ora depois de entendermos os conceitos do jogo e os seus controlos, até nos conseguimos divertir um pouco a jogar isto, pois o jogo até possui gráficos bem detalhados e acção constante. O seu principal problema é que rapidamente se torna extremamente aborrecido pois temos 104 territórios para conquistar e a jogabilidade é sempre a mesma. Para além disso, os próprios territórios a conquistar são iguais. Os níveis são iguais, os gráficos são iguais, as músicas são iguais, só alguns inimigos é que vão diferindo um pouco. E repetir isto 104 vezes ou mais, caso percamos alguns territórios pelo meio, é uma tarefa muito ingrata. O manual e o próprio jogo está repleto de referências ao lore daquele mundo, quais as diferentes tribos e os seus costumes, mas, isso resulta em absolutamente nada pois o jogo é extremamente repetitivo e como já referi acima, tudo é practicamente igual em todos os confrontos. E para além da gestão de inventário algo atabalhoada, o jogo possui mais algumas situações caricatas. Para obter a password com o nosso progresso actual temos de pressionar o botão de reset da consola, que irá efectivamente reiniciar o jogo, mas é-nos então mostrada a password. É um sistema estúpido.

Os níveis no crepúsculo são os que temos de defender o nosso castelo

Já no que diz respeito aos audiovisuais, como referi acima o jogo até que tem uma boa apresentação. O logo tem um bom apelo visual, assim como a sua animação no ecrã título. Os níveis até que possuem um bom nível de detalhe, impressionando principalmente pela quantidade de inimigos presentes no ecrã sem abrandamentos. Mas, tal como referi acima, tudo isso vai ao charco quando vemos os mesmos cenários vezes sem conta. Já no que diz respeito ao som bom, esse é também um problema. Nada de especial a apontar aos efeitos sonoros e às músicas, que por acaso até são agradáveis, mas temos aqui mais dois problemas sérios. Também há muita pouca variedade nas músicas, pelo que iremos ouvir sempre as mesmas 2, 3 músicas vezes sem conta. Para além disso, tal como no original Amiga, somos obrigados a escolher nas opções se queremos ouvir as músicas OU os efeitos sonoros. Não é possível ter ambos em simultâneo. Creio que isto era práctica relativamente comum nalguns jogos do Amiga, mas era escusado terem feito o mesmo na Mega Drive.

Até os bosses são bastante iguais entre si! Só vão mudando a cabeça consoante a facção que estamos a combater

Portanto este Onslaught é um jogo que inicialmente até parece interessante, principalmente depois de nos começarmos a habituar aos seus controlos e mecânicas de jogo. Mas por essa altura também nos começamos a aperceber da sua extrema repetitividade. É um jogo que não funciona na maioria das Mega Drives devido a não suportar o sistema TMSS, mas sinceramente também não se perde muito.

Where Is My Heart? (PC)

Where is My Heart? é um interessante jogo indie que foi lançado originalmente na Playstation Portable como um jogo digital, mas acabou por receber um lançamento no steam anos mais tarde. É um jogo de plataformas com elementos de puzzle muito originais e o meu exemplar digital deve ter vindo nalgum bundle que tenha eventualmente comprado a muito baixo preço.

Na sua essência, este é um jogo de plataformas onde iremos controlar pequenos monstros e o objectivo é de os encaminhar para a saída do nível em segurança. Preferivelmente deveremos tentar apanhar todos os corações flutuantes que encontremos em cada nível também, embora tal não seja obrigatório. E inicialmente as coisas parecem simples, mas rapidamente nos apercebemos qual é a grande reviravolta que o jogo induz: o ecrã de cada nível é segmentado em diversos frames que estarão espalhados, resultando numa imagem completamente fragmentada. Teremos portanto de jogar com cuidado e atenção especial para tentar adivinhar em que frame é que a personagem que estamos a controlar irá aparecer a seguir! Naturalmente que à medida que o jogo vai avançando vamos ter puzzles cada vez mais desafiantes como interruptores que devem ser activados por personagens específicas ou mesmo teremos de dar alguns saltos de fé, o que num jogo deste tipo já me chateia um bocado. É que para concluir cada nível de forma perfeita, para além de coleccionar todos os corações presentes nesse nível, teremos também de garantir que nenhuma das personagens morre alguma vez.

Embora não seja mandatório, para completar cada nível de forma perfeita temos de apanhar todos os corações espalhados e garantir que nenhuma personagem perca uma vida

Mas o jogo consegue ser ainda mais mindfuck devido às habilidades especiais que poderemos activar. Em certos níveis vão haver uns plataformas onde se encavalitarmos os monstros nas costas um dos outros, eles transformam-se noutra criatura com diferentes habilidades. Uma dessas criaturas consegue dar um duplo salto, outra consegue tornar visíveis plataformas ou passagens secretas e outra tem a capacidade de rodar os painéis do cenário, servindo de certa forma como uma maneira rápida de nos teletransportar-nos de um lado para o outro. É um jogo um pouco ingrato de o descrever devido à sua originalidade nas mecânicas de jogo, mas à medida que o vamos jogando, estas mecânicas vão-nos ser apresentadas uma a uma e rapidamente começamos a assimilá-las.

Alguns dos n´vieis são uma confusão mental que só visto!

Do ponto de vista audiovisual esperem por um jogo colorido e com um pixel art muito bem detalhado como eu gosto. Parece algo tirado da Mega Drive! Espanta-me é como isto seria na PSP que, apesar de ter um óptimo ecrã para a época, tendo em conta que é um jogo com características muito peculiares na sua apresentação, a possibilidade de o jogar num ecrã maior é sem dúvida bem mais agradável. As músicas são também bastante calmas e agradáveis e vamos tendo também alguns ruídos de fundo da natureza que lhe dão uma maior imersividade.

Graficamente o jogo tem um estilo pixel art que me agrada bastante!

Portanto fiquei agradavelmente surpreendido por este Where is my Heart?. É um jogo de plataformas com mecânicas de jogo muito originais e puzzles desafiantes, embora a parte de por vezes termos de fazer alguns saltos de fé, confesso que não sou o maior apologista dessa jogabilidade. É certo que temos vidas infinitas e podemos sempre rejogar o mesmo nível para tentar obter uma pontuação perfeita, mas ainda assim é um mal menor.