Eu não sou o maior fã de jogos de pinball. Para mim têm de ser representações mais fantasiosas e com elementos típicos de videojogos, ao invés de serem simulações fiéis de mesas. E o Dragon’s Fury fez isso na perfeição, com uma temática de dark fantasy, uma boa jogabilidade e excelentes audiovisuais. Este Dragon’s Revenge é uma espécie de sequela desse jogo, mas que não envolve ninguém dos seus autores originais. É que Dragon’s Fury foi uma conversão feita pela Technosoft do clássico Devil’s Crush do PC-Engine, originalmente desenvolvido pela Naxat Soft, mas que acabou por ser publicado no ocidente pela Tengen. O jogo era de facto muito bom e deve ter tido algum sucesso comercial, pelo que a Tengen decide fazer esta sequela por eles próprios. Infelizmente a qualidade já não foi a mesma. O meu exemplar foi comprado na CeX em Julho deste ano, tendo-me custado 8€.
O objectivo final é o de defrontar o dragão e a feiticeira Darzel, mas primeiro teremos de resgatar 3 guerreiros aprisionados por Darzel: um bárbaro, uma amazonas e uma outra feiticeira. Neste Dragon’s Revenge temos então uma mesa de pinball dividida em 3 níveis, repleta de botões, passagens e alavancas com os quais deveremos interagir, não só para activar multiplicadores de pontos, mas também para activar passagens para algumas mesas de pinball extra. Ali teremos de derrotar todos os inimigos presentes no ecrã, seja para libertar os guerreiros mencionados acima, seja simplesmente para fazer mais pontos. Os últimos bosses, o Dragão e Darzel, são também combatidos numa mesa de pinball extra.
Mas infelizmente o resultado final não foi o melhor. A começar pela jogabilidade, que apesar de não ser propriamente frustrante, a física das bolas de pinball não ficou lá muito bem implementada, com as mesmas a serem por vezes disparadas a alta velocidade do nada. Já a nível audiovisual, o jogo mantém a mesma identidade visual do seu predecessor, pelo menos em teoria, já que temos dragões, goblins e outras criaturas típicas de ambientes de fantasia. Mas a qualidade dos visuais não é de todo a mesma, os ambientes de Dragon’s Fury eram bem mais negros, na minha opinião. Já o som, bom, também tentam trazer uma sonoridade algo semelhante, com alguns temas mais rock/metal mas não só as composições não são tão boas, como a própria qualidade do som não tem nada a ver com o que ouvimos no Dragon’s Fury, que tem uma das melhores bandas sonoras da era 16bit. A sério, vão ouvir.
Portanto este Dragon’s Revenge sinceramente nem o considero um mau jogo, joga-se bem e ainda entretém durante algum tempo. Mas não está nada perto do Dragon’s Fury / Devil’s Crush, que é realmente um jogo excelente. Mesmo para quem não gostar de jogos de pinball!
Esse é o problema!
“a física das bolas de pinball não ficou lá muito bem implementada, com as mesmas a serem por vezes disparadas a alta velocidade do nada”
Quando eu jogo um game Pinball a primeira coisa que testo é isso. A física! Tem que estar 100% ou então todo o resto perde a graça, o sentido. Eu já testei jogos onde a bolinha mesmo parada na base do Flipper, com o mesmo levantado, ela se mexe “sozinha”, como se estivesse viva. Um absurdo. Não ligo para o visual. O jogo pode ser realista ou futurista/temático. Mas a física tem que estar OK!
Eu pessoalmente prefiro um jogo de pinball com um design mais fantasioso do que realista. A mecânica de física é importante sim, mas neste caso nem atrapalhou muito a jogabilidade, foi só estranho. Um abraço!