Este The Testament of Sherlock Holmes é um lançamento pivotal na série produzida pela Frogwares. Enquanto todos os títulos anteriores tinham como foco o PC, este foi o primeiro jogo da série Sherlock Holmes a ser produzido com as consolas em mente. Tendo sido lançado originalmente para a X360 e PS3, temos aqui um novo motor gráfico com muito mais detalhe gráfico do que a Frogwares nos tinha apresentado anteriormente e algumas novas mecânicas de controlos mais adaptadas para o gamepad. Eventualmente uma versão para o PC foi também lançada, cujo meu exemplar digital veio de um indie bundle há já uns anos atrás.
Aqui estamos uma vez mais a controlar a dupla de Sherlock e Watson, onde a sua relação de amizade é posta à prova, pois à medida que vamos avançando no jogo, ao investigar uma série de homicídios bizarros, Sherlock vai tendo uma série de comportamentos cada vez mais suspeitos, acabando por ser incriminado por diversos crimes graves.
No que diz respeito às mecânicas de jogo, bom, a principal diferença está nos diferentes esquemas de controlo. Tendo sido um jogo desenvolvido primariamente para consolas, temos agora a possibilidade de alternar entre uma perspectiva na primeira ou terceira pessoa, com a câmara atrás dos ombros da personagem que controlamos. A versão PC traz também a interface clássica de um point and click se bem o desejarmos, mas confesso que no meu caso tenho preferido usar a câmara da primeira pessoa. De resto as mecânicas são muito similares, com cursores a surgir no ecrã ao indicar objectos que podemos observar, interagir ou pessoas com as quais podemos também falar. Tal como nos clássicos, teremos também um grande foco na análise forense, ao recolher provas de cenas de homicídios (como analisar pegadas), análises químicas no laboratório ou mesmo uma pequena autópsia! Os deduction boards-, onde vamos organizar os factos e interligá-los ao deduzir teorias estão também de volta. De resto são as mecânicas tradicionais de um jogo de aventura point and click, mesmo que seja jogado numa perspectiva de primeira ou terceira pessoa. Teremos inúmeros objectos para encontrar, combinar no inventário ou interagor, bem como uma série de puzzles para resolver.

Tal como referi acima, um novo motor gráfico foi usado neste jogo. Anteriormente a Frogwares tinha o PC como a sua plataforma principal e supostamente os seus jogos tinham valores de produção mais baixos de forma aos seus jogos poderem também ser apreciados em configurações mais modestas. Agora com o foco a mudar para a X360 e PS3, já investiram num motor gráfico novo, que apresenta visuais muito melhores, especialmente na caracterização das personagens (excepto as crianças da cutscene inicial, essas são arrepiantes). Os cenários, tirando algumas texturas com resoluções mais baixas, também ficaram muito bem conseguidos. Tal como os restantes, temos aqui uma caracterização de Londres (e alguns arredores) em época vitoriana já perto do final do século XIX. Vamos explorando um pouco de tudo, desde as zonas ricas da cidade, passando pelas mais pobres e outros locais na periferia, como quintas, docas ou até os esgotos. O voice acting é assegurado pelos mesmos actores, pelo menos no caso de Sherlock e Watson, pelo que acaba por ser bastante competente também.
Portanto devo dizer que gostei bastante deste The Testament of Sherlock Holmes. Aliás, tirando aqueles jogos de hidden object, sempre achei que esta série tinha algum potencial e a Frogwares tem vindo aos poucos a melhorar a sua produção com todas as novas iterações. Mas este em particular representa um grande salto principalmente nos seus audiovisuais e os seguintes só parecem ainda melhores. Vamos ver como se safaram em breve.
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