
Voltando à Mega CD, vamos ficar com mais um jogo baseado em full motion video, produzido pela Digital Pictures. Este que é uma interessante mistura entre a jogabilidade de um Sewer Shark e um Night Trap, por misturar elementos de light gun shooter com a alternancia de câmaras em diversas localizações. A sua arte de capa sempre me fascinou quando era mais novo, inclusivamente chegou a ser capa de um número da nossa Mega Force, que eu infelizmente nunca cheguei a ter. O meu exemplar foi comprado neste passado mês de Setembro, tendo-me custado 5€ a um particular.

A história é simples. Uma pequena localidade no estado do Texas, já perto da fronteira com o México, foi invadida por extraterrestres. Aliens esses que começaram a raptar os habitantes da vila e a assumir as suas formas! Uma equipa de intervenção montou um sistema todo high tech de várias câmaras armadas em quatro pontos da vila. Nós iremos controlar essas câmaras e disparar sobre todos os extra terrestres que as mesmas detectarem! Naturalmente que deveremos evitar disparar sobre inocentes e ocasionalmente teremos mesmo de proteger alguns operativos das forças especiais que por lá andem.

O jogo vai-nos então obrigando a saltar de câmara em câmara, tal como no Night Trap ou Double Switch, mas em vez de activarmos armadilhas, teremos mesmo um cursor para mover pelo ecrã e disparar. Infelizmente, ao contrário dos Lethal Enforcers, não podemos usar nenhuma light gun mas sim os próprios comandos da Mega Drive. Se não conseguirmos disparar nalgum alien a tempo, vamos sofrer dano e perder energia na câmara respectiva. Quanto mais dano sofrermos, pior será a qualidade da imagem dessa câmara, o que irá ainda dificultar mais a acção. Enquanto nos movemos de câmara para câmara podemos (e devemos!) também activar os seus escudos para a deixar durar mais tempo. Ao fim de algum tempo poderemos visitar a base do aliens e recuperar algumas das suas armas, mas depois disso o jogo entra na sua última fase, onde os extraterrestres enviam um grupo de soldados bem mais agressivos, que causam todo o caos e destruição naquela vila e vão-nos dar muito mais trabalho. Isto porque estes serão bem mais rápidos e ocasionalmente até aparecem aos pares, pelo que será muito difícil não sofrer dano nessa altura. Naturalmente que se perdermos muitas câmaras será game over e o governo norte americano eventualmente larga uma bomba nuclear para conter a ameaça.

Bom, no que diz respeito aos audiovisuais, contem com a habitual competência da Digital Pictures: o acting não é nada do outro mundo mas é minimamente competente e desta vez até investiram um pouco mais na produção e efeitos especiais, pois teremos umas quantas explosões a acontecer e respectiva destruição de veículos ou cenários. A qualidade dos vídeos é que é muito má como habitual. Os mesmos são apresentados numa resolução baixíssima e com péssima qualidade, mas isso também se deve ao facto da Mega Drive apenas poder apresentar 64 cores em simultâneo no ecrã. As músicas não são nada de especial e os efeitos sonoros apesar de simples, cumprem bem o seu papel.
Este Ground Zero Texas é então um jogo onde a Digital Pictures até tentou fazer algo um pouco diferente, mas tal como muitos outros jogos desta época acabou por envelhecer mal. A jogabilidade e dificuldade, principalmente nas últimas secções, também é algo frustrante e desta vez o fluxo do jogo, onde os aliens aparecem, acaba por ser mais aleatório pelo que não se devem fiar muito em guias, mas sim em treinar os reflexos e tentar inúmeras vezes ter sucesso.