Apesar de Renegade e Double Dragon terem sido as séries pioneiras nos beat ‘em ups de rua, foi a série Final Fight, lançada originalmente em 1989, que levou o conceito a um novo nível. Com gráficos 2D muito bem detalhados para a época, uma excelente jogabilidade e personagens marcantes, Final Fight foi um grande sucesso nas arcades e foi também dos primeiros grandes projectos trazidos por uma third party para a Super Nintendo. Infelizmente a Capcom não fez um trabalho muito bom, pois essa versão deixou de lado o multiplayer, um nível ficou de fora e uma das personagens, o ninja Guy, também. A Capcom lançou posteriormente uma outra versão do jogo com o Guy, mas deixou o Cody de fora. Entretanto a Sega licenciou o jogo e produziu uma versão para a Mega CD que durante vários anos foi a melhor versão que saiu cá no ocidente. O meu exemplar veio da CeX no passado mês, custou-me 50€ mas está como novo.
Final Fight passa-se na metrópole fictícia de Metro City. O Presidente da Câmara, um antigo wrestler bem corpulento chamado Mike Haggar não ia muito à bola com a bandidagem, pelo que o gangue lá do sítio decidiu raptar a sua filha. Não cedendo a chantagens, Mike Haggar pede a ajuda de Cody (namorado da sua filha) e Guy, amigo de Cody, e os três partem pelas ruas de Metro City a distribuir pancada em todos os patifes desse gangue, até chegar ao seu líder e finalmente recuperar a rapariga de volta.
Cada personagem possui os seus pontos fortes e fracos e a jogabilidade é super simples, com um botão de ataque e outro de salto. Ainda assim cada personagem possui também diferentes combos e golpes especiais capazes de causar dano a todos os inimigos à sua volta, a custo de parte da barra de vida. A possibilidade de apanhar armas do chão, ou mesmo dos inimigos e usá-las contra eles foi também aqui introduzida, bem como alguns objectos destrutíveis nos cenários que nos poderão recompensar com armas ou power ups de regeneração da barra de vida. Final Fight, para além de uma jogabilidade mais simples, porém atractiva, acabou por introduzir uma série de conceitos que ainda hoje perduram nos jogos deste género. De resto, para além desta versão possuir o modo multiplayer cooperativo para 2 jogadores tal como no original arcade, possui também um modo time attack. Aqui o objectivo é simplesmente o de derrotar o máximo de inimigos dentro de um tempo limite, sendo que à medida que o tempo vai avançando, inimigos mais poderosos vão também surgindo.
Graficamente, o que salta logo à vista é que esta versão, apesar de possuir um bom nível de detalhe perante a original arcade, possui gráficos muito menos coloridos, o que se deve às limitações de hardware impostas pela Mega Drive. Tirando o facto do jogo possuir cores muito deslavadas, as personagens, cenários e inimigos estão muito bem representadas com sprites grandes e bem detalhadas. Temos é poucos inimigos no ecrã em simultâneo (um máximo de quatro) quando comparado com a versão original. Já no que diz respeito ao som, a banda sonora é toda no formato CD Audio, contendo temas excelentes, com muito rock e guitarradas à mistura como eu gosto. A cutscene de abertura e de fecho possui algum voice acting que não é lá muito bom, mas valeu pelo esforço.
Portanto este Final Fight CD é, sem dúvida, um dos jogos do catálogo da Mega CD que vale mesmo a pena! Para além de ser uma óptima conversão do clássico da Capcom, é uma das excelentes razões que mostram que a Mega CD é um add-on que até fez algum sentido e possui bons jogos no seu catálogo para serem explorados.