Um dos jogos que mais me lembro de ver no saudoso Templo dos Jogos e ter ficados sempre com vontade de o jogar era precisamente este Pandemonium! que tinha saído originalmente para PC, Saturn e Playstation. Mas como bom Sega fanboy que eu era, era precisamente a versão Saturn que mais me interessava ter. Muitos anos mais tarde lá me apareceu uma oportunidade de finalmente ter o jogo, que foi comprado no passado mês de Setembro a um particular por 10€.
Pandemonium! transporta-nos para um reino fantasioso, onde os protagonistas Fargus e Nikki estavam a ler um livro de feitiços, invocando alguns feitiços que se assemelhavam a fogo de artifício. Até que, no último feitiço que conjuram, surge um monstro vindo de uma outra dimensão que engole por completo a sua cidade onde vivem. Vendo no livro, a única maneira de reverter a situação é a de procurar uma espécie de um génio que nos pudesse conceder desejos. E assim partimos para a aventura, atravessando pelo meio imensos níveis repletos de inimigos e obstáculos.

Vamos navegando num mapa e escolhendo que nível queremos jogar sendo que podemos alternar sempre entre personagem jogável
Este é um jogo de plataformas 2.5D, ou seja, apesar do jogo em si ser em 3D, a sua jogabilidade é completamente em 2D, permitindo-nos navegar apenas ao longo de duas dimensões. Muitos jogos de plataforma na era das máquinas 32bit ainda apostavam nesta fórmula. Antes de começar qualquer nível podemos optar por entre jogar com Fargus ou Nikki, onde cada um pode saltar e disparar um raio mágico para atacar inimigos. Quais as diferenças entre ambos? Nikki, sendo acrobata, pode dar saltos duplos, que são bastante úteis. Já Fargus, sendo um bobo, tem um ataque especial que lhe dá invulnerabilidade enquanto o executa. De resto o objectivo de cada nível é o de encontrar a sua saída, sendo que iremos também encontrar imensos power ups e outros itens pelo caminho. Há umas moedas onde a cada 200 que encontrarmos ganhamos uma vida extra. Temos corações que nos regeneram a barra de vida, outros que extendem a mesma até um máximo de 7 corações. Vidas extra, chaves que desbloqueiam algumas áreas, ou outros poderes mágicos que nos permitem encolher ou congelar temporariamente os inimigos. A cada nível que terminemos acima de 80% ou 95% dos tesouros encontrados, temos a oportunidade de entrar num nível de bónus, que tanto pode ser uma espécie de montanha russa onde somos perseguidos por um portal prestes a sugar-nos, ou no caso de termos terminado o nível acima de 95%, somos levados para uma mesa de pinball gigante, onde somos a bola.

Graficamente não é um mau jogo de todo, mas gostava que os níveis tivessem mais alguma envolvência do meio ambiente
A nível audiovisual é um jogo competente para a época. Os níveis vão sendo variados, fazendo-nos visitar não só castelos e oficinas medievais, mas também navios piratas e cidades suspensas no ar. De resto são gráficos simples, pois temos uma imagem de fundo e depois toda a estrutura dos níveis parece suspensa no ar. Gostava de algo com mais envolvência do mundo em que está inserido. As músicas são na sua maioria festivas e agradáveis, e os efeitos sonoros… bom, só o som de salto é que me irritava um bocado. O voice acting existe apenas nas cutscenes de abertura e fecho do jogo, não são nada maus. E já que menciono as cutscenes, infelizmente a versão Saturn apresenta as mesmas com uma resolução inferior comparando com a da Playstation. Ainda assim, a nível gráfico no geral, a versão Saturn não me parece que tenha ficado nada mal, mesmo comparando à versão PS1.
Portanto este Pandemonium possui uma jogabilidade simples e os níveis, que vão sendo variados entre si, até que nos vão introduzindo diferentes obstáculos e desafios à medida que vamos progredindo no jogo. Ainda assim, não deixa de ser um simples jogo de plataformas e a ideia com que me deixa é que o jogo não envelheceu tão bem quanto isso. A ver como se safaram com a sequela!
Também é um dos que tenho uma curiosidade imensa em jogar. É estranhamente apelativo mesmo aos dias de hoje 🙂