Tom and Jerry: The Movie (Sega Master System)

Continuando pelas rapidinhas, mas agora na Master System, este Tom and Jerry é literalmente um jogo do “gato e do rato”. Apesar de supostamente ser baseado no filme, não me parece que este seja o caso, se bem que também apenas vi o filme 1 vez quando era criança e não me recordo de grande coisa do mesmo. O meu exemplar foi comprado numa feira de velharias algures em Junho, veio de um pequeno bundle que me terá ficado a 5€ por jogo.

Jogo completo com caixa e manuais

A jogabilidade é muito simples, pois aqui controlamos o gato Tom, e unicamente o Tom, que tem de perseguir (e apanhar) o Jerry ao longo de vários níveis. Com um botão para correr e outro para saltar, temos de tentar apanhar o rato, sendo que teremos muitas vezes de ultrapassar alguns obstáculos como plataformas, gotas de água mortíferas (no entanto o Tom pode e deve nadar num dos níveis), ou outras armadilhas deixadas pelo Jerry. Até aqui tudo bem, mas a execução não é de todo a melhor. Os segmentos de plataforma são tediosos pois temos de parar e usar o direccional para subir para plataformas, algo que Tom faz muito lentamente. Depois há partes do jogo em que as plataformas só estão ali mesmo a atrapalhar e Tom é um gato e supostamente ágil, poderia perfeitamente passar à volta. De resto este Tom and Jerry é só isto ao longo de 6 níveis. Creio que seja possível apanhar o Jerry antes do final do nível, mas nunca consegui. No final de cada nível lá teremos alguns obstáculos finais para ultrapassar e, estando o Jerry encurralado, lá o conseguimos apanhar.

Temos um barra de vida que nos permite aguentar com algum dano

No que diz respeito aos audiovisuais, por um lado as músicas e efeitos sonoros não são particularmente memoráveis, no entanto acho que a nível gráfico já se safou melhor, pois os 6 níveis são variados entre si, como cenários domésticos, citadinos ou nas florestas e montanhas. Os cenários em si também possuem um bom nível de detalhe.

De resto este Tom and Jerry é a meu ver uma oportunidade desperdiçada que a Sega teve em capitalizar melhor nesta franchise de sucesso da animação. Acho que o duo Tom and Jerry teria potencial para um bom jogo de plataformas, o que não aconteceu. A Sega produziu também uma versão para a Game Gear que aparentemente possui as mesmas mecânicas de jogo, mas uns níveis completamente diferentes. A ver se será mais interessante!

Virtual Open Tennis (Sega Saturn)

Voltando às rapidinhas de jogos de desporto, o que cá trago hoje é um dos poucos jogos de ténis que a Sega Saturn recebeu, pelo menos no ocidente, durante o seu curto espaço de vida por estas bandas. Desenvolvido pela Imagineer em 1995 e publicado no ocidente pela Acclaim no ano seguinte, dá para entender que este é um jogo lançado ainda algo prematuramente no catálogo da Saturn. O meu exemplar foi comprado no mês passado numa feira de velharias por 5€.

Jogo com caixa e manual

A nível de modos de jogo é muito simples, pois temos o modo Exhibition que consiste em partidas amigáveis para 1, 2 ou 4 jogadores, pois podemos optar em jogar partidas de 1 contra 1, ou em pares. O modo campeonato é onde está a verdadeira “carne” para os single players, pois é onde podemos participar em diversos torneios de dificuldade variável. Por fim temos também o modo treino onde podemos treinar os serviços, smash, ou outras jogadas. Recomendo vivamente que practiquem inicialmente neste modo treino, pois todos os 6 botões faciais do comado da Saturn possuem diferentes funções. Servir é um martírio, até porque temos também o efeito de after touch (usar o D-pad para direccionar a bola) para ter em conta. A detecção de colisões também não é grande coisa pois muitas vezes somos capazes de jurar que a nossa raquete só pode estar rota.

Por vezes acertar na bola é bastante complicado. Mesmo com o jogo a avisar onde a mesma vai cair e ressaltar.

A nível audiovisual até que é um jogo interessante principalmente para a altura em que o mesmo foi lançado, com gráficos poligonais minimamente bem detalhados e com boas animações. O problema para mim está é mesmo na apresentação dos menus e afins, parece uma amálgama de power points cheios de clipart e wordart manhosos. Ah, e o jogo também tem a perspectiva sempre fixa nas costas de quem está a servir. Sinceramente preferia que o jogo mantivesse a câmara sempre nas costas do player 1, pois quem ficar com a parte superior do court tem uma grande desvantagem a meu ver, a câmara não é tão boa na metade de cima do campo. Por outro lado nem tudo é mau, a banda sonora é muito rock e cheia de grandes guitarradas, o que eu gosto bastante.

Two Crude Dudes (Sega Mega Drive)

Quando descobri o admirável mundo novo da emulação algures em 1998, foquei-me em jogar o máximo possível de jogos da Mega Drive, visto ser uma consola que sempre quis ter quando era mais novo e a emulação da mesma já estava algo avançada. Descobri muitos jogos interessantes assim e um dos que mais tinha achado piada na altura era este Two Crude Dudes, da Data East, um interessante beat ‘em up completamente 2D. O meu exemplar foi comprado há uns meses atrás a um particular no OLX, creio que me custou 14€.

Jogo com caixa

Two Crude Dudes, também conhecido como Two Crude, ou Crude Busters no seu lançamento original para arcade, é um jogo que decorre num futuro apocalíptico, onde a cidade de Nova Iorque foi completamente destruída por uma bomba nuclear. Alguns anos depois, as ruínas da cidade foram invadidas por um perigoso grupo terrorista. O governo norte americano decide então contratar uma dupla de mercenários conhecidos como “Two Crude Dudes” para limpar as ruas de Nova Iorque (ou o que restam delas) de toda a bandidagem.

Tal como no Shinobi, podemos alternar entre o chão e um plano mais elevado

Como já referi acima, este é um beat ‘em up completamente em 2D, ou seja só nos podemos movimentar para a esquerda ou direita. Diferencia-se no entanto de outros jogos do género pelos protagonistas serem pequenos gigantes extremamente fortes. Isto quer dizer que poderemos pegar em vários objectos no ecrã, como barris, barras metálicas ou mesmo carros destruídos e atirá-los contra os inimigos. Similarmente, podemos também agarrar alguns inimigos (ou no caso de jogarmos com 2 jogadores, o nosso colega também) e atirá-los contra os outros. De resto tanto nós como os inimigos temos uma barra de vida que quando se esvaziar já dá para entender o que acontece, os inimigos morrem e nós perdemos uma vida. A nossa barra de energia é possível ser restabelecida assim que encontramos umas vending machines de bebidas. Ao espetar-lhe com uns socos e pontapés, vão cuspindo várias latas de refrigerante (muito certamente contaminado com radiação) e são essas latas que nos vão restituindo a nossa barra de vida gradualmente. Vamos encontrando estas máquinas ocasionalmente ao longo dos níveis, ou entre cada nível, como um pequeno segmento de bónus.

A única maneira que temos de recuperar vida é a beber refrigerantes cuspidos por estas máquinas

A nível audiovisual é um jogo bastante interessante também. Os cenários são practicamente todos as ruínas de Nova Iorque, embora também tenhamos um ou outro mais futurista pela frente, lá mais na recta final. A versão arcade é naturalmente melhor neste aspecto, mas não desgosto de todo do detalhe que colocaram nos níveis. As sprites dos inimigos poderiam ser um pouco menos genéricas, no entanto. As músicas são também bastante agradáveis, sendo na sua maioria rock ou funk com agradáveis linhas de baixo.

Portanto este Two Crude Dudes acaba por ser um jogo interessante para quem gostar destes beat ‘em ups à moda antiga, completamente em 2D. Pelos vistos é um jogo que deve despertar ainda algum sentido de nostalgia nalguns jogadores, pois foi relançado para os serviços online da nintendo Switch.

Streets of Rage II (Sega Master System)

Continuando pelas rapidinhas nos sistemas 8bit da Sega, o jogo que cá trago hoje é a adaptação do clássico Streets of Rage II para a Sega Master System, que é essencialmente muito similar à mesma conversão para a Game Gear que já cá trouxe no passado. O meu exemplar foi comprado numa feira de velharias por 5€ algures no mês de Junho, foi um bom achado!

Jogo com caixa

Uma das coisas em comum desta versão com a da Game Gear é a ausência de Max como personagem jogável e claro, não temos tantos (e tão bem detalhados) níveis como na versão Mega Drive. A nível de jogabilidade, com um botão de salto e outro para atacar, torna-se algo difícil executar os golpes especiais, que nos obrigam a usar o botão de ataque em conjunto com o d-pad. De resto, esta versão acaba por pecar na sua dificuldade, pois os inimigos movem-se bastante depressa e rapidamente podemos ser encurralados. Ao menos sendo este um jogo 8bit nunca teremos muitos inimigos no ecrã em simultâneo. A versão Game Gear não me parece sofrer deste problema no entanto. Agora o que também seria interessante era esta versão possuir um modo multiplayer, principalmente cooperativo, o que não acontece tal como na versão portátil.

Skate é a única nova personagem jogável nesta versão

A nível audiovisual, é mais uma vez muito similar à versão Game Gear. O problema é que a versão Game Gear foi produzida especialmente tendo em conta o ecrã pequeno da portátil, o que permite dar um maior foco nos detalhes. Aqui, com uma resolução de ecrã maior, os níveis acabam por parecer um pouco mais simples e as sprites mais pequenas. As músicas são idênticas à versão Game Gear, que são adaptações das versões 16bit, também compostas por Yuzo Koshiro. São agradáveis, mas longe da genialidade dos originais.

 

Tails Adventure (Sega Game Gear)

Com todo o sucesso que o Sonic teve nos anos 90, não seria de estanhar que a Sega quisesse capitalizar na sua mascote e lançar vários spin-offs da série principal. E a Game Gear foi a consola que mais spin offs recebeu, inclusive dois exclusivos onde o protagonista era nada mais nada menos que Tails, companheiro do ouriço azul. E depois do Tails Sky Patrol que por algum motivo nunca saiu do Japão, o segundo jogo da raposa é este Tails Adventure, um jogo de plataformas muito diferente dos Sonic. O meu exemplar foi-me oferecido por um amigo, no mês passado de Junho.

Apenas cartucho

Este Tails Adventure é nada mais nada menos que um metroidvania, com um foco muito maior na exploração que nos restantes jogos de plataformas do Sonic. Decorre algures antes do Tails conhecer o Sonic e do Robotnik tramar das suas, com a raposa a tentar expulsar um exército invasor da sua ilha. Vamos poder jogar ao longo de 12 níveis,  que estão repletos de passagens secretas e itens para descobrir. Muitos dos itens são armas como diferentes tipos de bombas, ou outras ferramentas que nos servem para ajudar na exploração. As bombas para além de destruirem os inimigos servem também para rebentar com rochas que nos servem de obstáculos ao cobrirem passagens secretas ou outros túneis. Outas ferramentas que podemos encontrar são por exemplo os óculos de visão nocturna (necessários num certo nível todo às escuras) ou um pequeno robot que podemos controlar remotamente e encaminhá-lo por pequenas passagens de forma a obter alguns itens secretos ou desbloquear o nosso caminho. Esse robot transforma-se também num submarino, algo que será necessário usar para explorar os lagos e oceanos da ilha, que nos darão acesso a outros níveis. Também poderemos encontrar diferentes armas e equipamento para o submarino, como torpedos, mísseis antiaéreos, turbos, uma broca capaz de destruir rocha, entre outros.

Podemos sempre voltar à casa do tails e reequipar os itens que nos interessem, sendo que podemos carregar um máximo de 4

De resto, sem estas habilidades que vamos desbloqueando, Tails é muito mais lento neste jogo que nos seus predecessores. Para além disso perdeu muitas habilidades como rodopiar (incluindo o útil spin dash) e agora consegue apenas voar por breves segundos. Os anéis têm agora um papel diferente, pois servem de barra de energia e sempre que somos atingidos não perdemos todos os anéis que carregamos, mas apenas 1 ou 2. À medida que vamos progredindo no jogo e encontrando mais esmeraldas do Caos, o Tails vai conseguir voar por mais tempo e o número limite de anéis que podemos carregar aumenta, ou seja, a nossa barra de vida aumenta também.

Isto é muito engraçado e o facto de termos as áreas de jogo divididas em níveis que podemos seleccionar explorar a partir do mapa mundo safa-nos de muito do backtracking. No entanto os níveis em si são algo confusos e se não perdermos mesmo muito tempo em explorar todos os recantos vai ser difícil memorizar onde o que é que nos falta explorar e que tesouros apanhar. Mas vá lá, ao menos não temos tempo limite.

Podemos mandar o pequeno robot em passagens estreitas e evitar o perigo

No que diz respeito aos gráficos, as sprites são detalhadas e competentes, mas os níveis, esses sinceramente já os acho algo desinspirados. É verdade que este é suposto ser um jogo de exploração e não de adrenalina e velocidade como os outros Sonics, pelo que não poderíamos estar à espera de loops e outras maluqueiras nos cenários. No entanto, ainda assim não deixo de estar um pouco desiludido com o design dos níveis e a escolha de cores para os mesmos. O jogo merecia ter níveis mais coloridos. No que diz respeito aos efeitos sonoros e música não tenho nada de especial a apontar, mas as músicas não são tão memoráveis assim.

Como seria de esperar temos também alguns bosses para defrontar

Ainda assim com alguns defeitos, este Tails Adventure não deixa de ser um jogo interessante, quanto mais não seja pela fórmula mais de exploração que decidiram introduzir na série. Se estão à espera de um jogo de plataformas repleto de velocidade como os principais, vão ficar surpreendidos pela negativa, mas se gostam de jogos de plataforma que nos obrigam a uma maior exploração e memorização, então recomendo que experimentem este jogo.