Vamos para mais uma rapidinha e voltando à consola de 16bit da Sega. Apesar de já ter trazido aqui o Batman Returns da Master System (que tinha sido produzido pela Aspect), esta iteração para a Mega Drive é um jogo diferente, produzido pela Malibu Interactive. Na verdade este é mais um dos exemplos em que temos diferentes adaptações de filmes para diferentes consolas ou computadores. As da NES e Super Nintendo, por exemplo, foram produzidas pela Konami e são beat ‘em ups à lá Final Fight ou Double Dragon. O meu exemplar foi comprado a um particular algures perto do final de 2018, tendo-me custado 15€.
O jogo segue, de uma forma leve, a história do filme de Tim Burton, onde como Batman teremos de defrontar o Pinguim que está a aterrorizar a cidade de Gotham. O jogo é um misto de sidescroller de acção e plataformas, tal como o da Master System, mas possui uma jogabilidade um pouco mais complexa. Isto porque sim, também temos um botão para atacar e outro para saltar, mas para além disso podemos encontrar e seleccionar entre diferentes armas que podem também ser usadas. Coisas como os habituais bumerangues do Batman, bombas de fumo que paralisam temporariamente os inimigos, uma arma que dispara uma espécie de arpão, entre outros. Estes itens possuem munições limitadas que teremos de descobrir pelos níveis. Tal como o jogo da Master System no entanto podemos planar ao abrir a capa ou disparar um gancho para subir para plataformas longínquas. Os outros power ups consistem itens que nos regeneram a barra de vida ou mesmo vidas extras, estas que vão ser extremamente úteis pois o jogo é desafiante, com inimigos a surgirem de todo o lado e muitas vezes é difícil não sofrer dano.
A aventura está dividida em 4 actos, cada qual com diversos níveis e ocasionalmente sub bosses (como é o caso da Catwoman), culminando num boss no final do acto onde o Pinguim marca sempre a sua presença. Como devem imaginar o jogo decorre todo à noite, com os níveis a atravessarem os edifícios da cidade de Gotham, um centro comercial antigo, um circo todo psicopata, culminando nos esgotos, onde acabamos por derrotar o Pinguim de uma vez por todas.
E aqui até devo dizer que não desgostei de todo dos gráficos. Por um lado é verdade que a sprites de alguns inimigos podiam e deviam ter mais detalhe. Mas por outro lado, acho que os níveis possuem um bom nível de detalhe, principalmente tendo em conta os tons escuros que o jogo usa. Há um nível que jogamos num plano inclinado que ficou muito bem conseguido, já no acto com a temática do circo há um nível onde andamos a saltar de carruagem em carruagem num comboio repleto de armadilhas… são dois bons exemplos de originalidade no level design. Já no que diz respeito ao som, este também tem os seus altos e baixos. Isto porque pessoalmente não achei os efeitos especiais nada de especial, mas já as músicas, essas são interessantes pois tanto variam em temas discretos e algo sinistro, como melodias mais mexidas. Para mim foi mesmo uma questão de hábito.
Portanto temos aqui um jogo que apesar de longe de ser perfeito, até que dá para divertir um pouco. A versão Mega CD é muito semelhante a esta, mas para além de incluir uma banda sonora de melhor qualidade, temos também alguns níveis onde conduzimos o Batmobile e as capacidades técnicas da Mega CD são mesmo postas à prova. Mas isso é tema para um eventual artigo no futuro.
Pingback: Batman Returns (Super Nintendo) | GreenHillsZone
Pingback: Batman Returns (Sega Mega CD) | GreenHillsZone