Castle of Illusion (Sega Mega Drive)

Se por um lado a Capcom detinha a licença da Disney para produzir videojogos para consolas da Nintendo, foi a própria Sega que inicialmente deteve a mesma para as suas consolas. E um dos primeiros produtos dessa licença foi precisamente o jogo de plataformas Castle of Illusion, com o Rato Mickey como protagonista principal. Depois do sucesso deste jogo, a Sega acabou também por lançar versões 8bit do mesmo para a Master System e Game Gear que já foram previamente trazidas cá. O meu exemplar da Mega Drive foi-me oferecido por um particular algures durante o meses de Agosto/Setembro.

Jogo com caixa e manual

No que diz respeito à história, esta é idêntica à das versões 8bit: a bruxa Mizrabel rapta a Minnie e para a salvar teremos de explorar as diferentes portas do tal “Castle of Illusion”, que dão acessos a diferentes mundos e em cada mundo teremos de resgatar uma pedra mágica para conseguir enfrentar a bruxa no final do jogo. Cada nível é composto de vários sub-níveis, finalizando sempre no confronto contra o boss do nível.

Este nível da floresta é um autêntico clássico

A nível de jogabilidade, esta é a típica de jogos de plataformas, onde Mickey pode atacar os inimigos de duas formas: ou saltando em cima deles (mas com o rabo), ou atirando-lhes itens que podemos coleccionar ao longo dos níveis. Por exemplo, no primeiro mundo da floresta podemos coleccionar maçãs que podem também servir de arma de arremesso. As versões 8bit possuem algumas diferenças na jogabilidadade, que já foram explicadas nos seus artigos respectivos, mas a maior está mesmo nos itens que encontramos, pois nas versões 8bit temos de abrir baús que podem conter diferentes itens com diferentes usos.

Graficamente é um jogo bem bonito para os padrões de 1990.

No que diz respeito aos audiovisuais, é natural que a versão Mega Drive seja superior em todos os aspectos. Os níveis estão muito bem detalhados, com bom parallax scrolling, e os cenários parecem todos retirados de filmes de fantasia clássicos da Disney, o que é um ponto positivo para mim. A única coisa que mudaria seria talvez a tonalidade dos gráficos que em vários níveis me parece muito escura, mas é um ponto muito menor. No que diz respeito às músicas, estas são também bastante agradáveis.

Portanto, este é um jogo de plataformas muito competente, que deu origem a vários outros jogos de plataformas com personagens da Disney igualmente com óptimos padrões de qualidade. Na altura em que saiu, este Castle of Illusion serviu bem para demonstar as capacidades técnicas da Mega Drive face â sua concorrência, numa época em que o Sonic era ainda uma miragem. É também de ressalvar que recentemente, embora já lá vão uns 5 anos, a Sega lançou um remake completo a este jogo, algo que eu quero experimentar muito em breve.

 

Mortal Kombat 3 (Sega Mega Drive)

Continuando pelas super rapidinhas que o meu tempo livre infelizmente anda escasso, o jogo que cá trago hoje é a adaptação do Mortal Kombat 3 para a Mega Drive. O artigo vai ser curto visto que já escrevi sobre a conversão para MS-DOS (que é tecnicamente superior em todos os aspectos) ou do follow-up Ultimate Mortal Kombat 3, pelo que recomendo uma leitura desses artigos para mais detalhes. O meu exemplar foi comprado por fases. Por um lado comprei a caixa numa feira de velharias, depois lá me apareceu o cartucho também. Ao todo isto ficou-me por menos de 7€.

Jogo com caixa e manual

O que diferencia a versão Mega Drive pela positiva é, uma vez mais, o suporte a comandos de 6 botões que num jogo como este faz toda a diferença. Pela negativa temos a parte audiovisual, os cenários e sprites não são tão coloridos e detalhados quanto a versão arcade (ou mesmo a versão SNES!), e as músicas e efeitos sonoros também não têm a mesma qualidade. Mas não deixa de ser uma conversão bem competente dado às limitações de hardware da velhinha Mega Drive.

Temos muitas caras novas, mas também muitas caras conhecidas que desapareceram, como os ninjas.

Nos anos 90,as melhores versões deste jogo eram mesmo as do PC, seja a versão DOS ou Windows. A versão Playstation também anda lá perto, perdendo apenas no facto de ter loadings excessivos, mesmo a meio dos combates. Ainda assim, com todas as suas limitações, a versão Mega Drive continua a ser bastante divertida e competente, embora eu prefira a encarnação Ultimate Mortal Kombat 3, pelo maior número de personagens disponíveis,

Tennis (Nintendo Gameboy)

Continuando pelas rapidinhas, vamos voltar novamente à Gameboy clássica e o seu catálogo de jogos de lançamento. Um desses títulos era nada mais nada menos que este Tennis, que por si só já era uma espécie de conversão do jogo de mesmo nome da NES, também lançado por alturas do lançamento da consola. O meu exemplar foi comprado algures no passado mês de Setembro, na Feira da Vandoma por 1€.

Apenas cartucho

Na NES, este era um jogo bastante simples onde poderíamos participar em jogos de 1 contra 1, ou 2 contra 2, seja sozinhos, ou com um amigo. A versão Gameboy é algo diferente, não só a nível gráfico, como também na jogabilidade que oferece. Aqui podemos apenas jogar em partidas de 1 contra 1, seja sozinhos, seja contra um amigo através do cabo de ligação de Game Boy. De resto, este é mais um simples jogo de ténis onde os 2 botões faciais disponíveis permitem-nos dar “raquetadas” mais tensas e rápidas, ou atirar bolas em arco. De resto, podemos também escolher o nível de dificuldade do CPU.

O Mario continua a ser o árbitro do jogo.

A nível audiovisial, o jogo original da NES era super simples. Na Gameboy também é um jogo simples, até porque o ecrã é a preto e branco, mas acaba por ser um jogo mais detalhado. As sprites das personagens têm um pouco mais de detalhe e cada vez que a bola bate no court, deixa temporariamente uma marca no local exacto onde bateu, o que é também um detalhe interessante. Já no que diz respeito à música, bom, não há uma grande variedade, as músicas não são muito memoráveis, mas não são desagradáveis.

No fim de contas este Tennis é um jogo muito simples, algo típico dos jogos do início de vida da Gameboy. Mas possui uma jogabilidade que apesar de não ser profunda, não deixa de ser agradável e certamente que divertiu muitos jovens naquelas viagens chatas que por vezes se fazia ao fim de semana com a família.

Legend (Super Nintendo)

Continuando pelas rapidinhas, vamos agora falar de um interessante beat ‘em up da Super Nintendo, cujas influências do Golden Axe são inegáveis. Simplesmente intitulado de Legend, este jogo foi desenvolvido pelo pequeno estúdio Arcade Zone (mais tarde renomeado para Toka) e lançado nos mercados Americano e Europeu algures durante o ano de 1994. O meu exemplar veio de uma Cash Converters em Lisboa, algures durante o mês de Junho e custou-me 12€.

Apenas cartucho

Inspirado por Golden Axe, que por sua vez era inspirado nos filmes de Conan o Bárbaro, este Legend segue o mesmo tipo de história: o reino de Sellech vivia um período de terror que já perdurava há 1000 anos, onde o seu imperador governava com uma mão de ferro. O seu filho Clovis também planeia algo nada de bom, e a missão de libertar o povo do seu tirano cabe-nos agora a nós, através de um ou dois guerreiros bárbaros, caso joguemos com um amigo, claro.

No início não há lá muita variedade de inimigos.

No que diz respeito à jogabilidade, esta é também muito parecida com a de Golden Axe. Isto pois para além distribuir porrada a torto e a direito, um dos itens que podemos apanhar são potes de magia que podem depois ser usados para efectuar ataques mágicos que atingem todos os inimigos em simultâneo. Podemos carregar com um máximo de 9 potes, mas ao contrário de Golden Axe, onde poderíamos desencadear ataques mágicos mais potentes consoante o número de potes mágicos que gastávamos, aqui apesar de existirem diferentes ataques, todos eles gastam 2 potes apenas e causam a mesma quantidade de dano aos inimigos. Outros itens que podemos apanhar podem ser comida que nos restabelecem parte da nossa barra de energia, ou chaves que podem ser posteriormente usadas em níveis bónus, para abrir baús que podem conter vidas extra, comida, magia, entre outros.

Os níveis são muito bem conseguidos, com alguns detalhes gráficos muito interessantes como o uso de transparências.

Graficamente é um jogo muito bom, com níveis e personagens muito bem detalhadas. No entanto, por outro lado, inicialmente notei pouca variedade de inimigos, muitos sendo palette swaps uns dos outros, mas a partir da segunda metade do jogo começamos a ter mais variedade. Os níveis em si, conforme já referido, possuem muito detalhe mas por vezes tanto detalhe também atrapalha. Isto porque pos cenários possuem detalhes em foreground que tapam Clovis e/ou os inimigos, atrapalhando assim um pouco na jogabilidade. No que diz respeito às músicas, estas são agradáveis mas também notei pouca variedade nas mesmas.

Portanto, mesmo não sendo um jogo perfeito, este Legend não deixa de ser uma experiência bastante agradável. 4 anos depois, já com a Arcade Zone ter mudado o nome para Toka, foi lançado um remake para a Playstation original que inicialmente me deixou bastante curioso, mas depois de ver que mudaram o estilo gráfico de um bonito 2D para um 3D primitivo, confesso que a curiosidade me passou logo.

Mortal Kombat Special Forces (Sony Playstation)

Voltando às rapidinhas, hoje vamos abordar um jogo algo interessante. Mortal Kombat é uma das franchises mais famosas dos jogos de luta dos anos 90, tanto nas arcadas, como nas consolas. E após uma série de vários jogos de luta 2D bem sucedidos, é no surgimento da quinta geração de consolas que a Midway decide experimentar um pouco com a série. Por um lado tivemos o Mortal Kombat 4 que foi o primeiro jogo de luta a série em 3D, com resultados não muito aclamados. Depois tivemos também o Mortal Kombat Mythologies Sub-Zero, que apesar de ser mau, espero um dia trazê-lo cá. Por fim temos o Mortal Kombat Special Forces, também lançado nessa mesma geração e uma vez mais a Midway a querer fazer algo de diferente na série. O meu exemplar foi comprado algures em Junho/Julho deste ano numa loja de videojogos em Lisboa. Custou-me 19€.

Jogo completo com caixa e manuais

Aparentemente este é uma prequela do primeiro Mortal Kombat, onde encarnamos na personagem Jax, que faz parte das Special Forces, uma unidade policial de elite. A missão de Jax é perseguir e defrontar os membros do violento gang Black Dragon, liderado pelo Kano, uma outra personagem conhecida do universo Mortal Kombat. E ao contrário do que eu pensava, este não é um mero beat ‘em up em 3D como se um Fighting Force mais violento se tratasse. Mas não, para além de distribuir pancada, vamos também poder equipar e usar armas de fogo, alguns níveis são algo labirínticos com pequenos puzzles para resolver e o jogo possui também pequenos elementos de RPG.

Quantos mais “níveis” subirmos, mais combos vamos aprender

Este é na verdade um jogo de acção na terceira pessoa, onde Jax pode andar à pancada e desencadear combos nos inimigos. Quantos mais inimigos derrotarmos, mais pontos de experiência ganhamos e assim vamos aprendendo novas combos mais complexas e devastadoras para usar. Se o jogo fosse só de porrada, até se calhar lhe achava mais piada, mas a partir do momento em que descobrimos que podemos usar armas de fogo, perde-se alguma da “magia”. Isto porque os inimigos também podem ter armas de fogo e não têm medo de as usar, pelo que se nós não as usarmos, acabamos por ficar em séria desvantagem. Felizmente que também podemos encontrar vários medkits e vidas extra para nos facilitar a vida. Por vezes o jogo até me faz lembrar títulos como Syphon Filter, principalmente quando podemos equipar a sniper rifle e, alternando numa perspectiva de primeira pessoa, poder mandar uns quantos headshots.

Isto, em conjunto com toda a exploração que somos obrigados a fazer, tanto nos níveis que decorrem no planeta Terra como no mundo misterioso do Otherrealm, tornam este jogo bem mais completo do que um mero beat ‘em up se tratasse. Mas a verdade é que, sendo este um Mortal Kombat, eu preferia de longe que o mesmo se tivesse mantido na pancadaria da velha.

O jogo possui elementos de jogos de acção como Syphon Filter que sinceramente não esperava ver aqui.

No que diz respeito aos audiovisuais, este até que é um jogo competente tecnicamente, com alguns bonitos efeitos gráficos aqui e ali, principalmente os efeitos de luz que achei interessantes tendo em conta as limitações da plataforma. Ainda assim, acho que os níveis poderiam ser melhor desenhados e ter um pouco mais de “vida”, o que não é o caso, principalmente nos níveis mais perto do final. A banda sonora não é nada de especial, não me ficou na memória.

De resto, este é um Mortal Kombat muito criticado pelos fãs por ter fugido bastante ao conceito original da série. Por um lado eu aprecio a tentativa da Midway em ter feito algo diferente, por outro lado creio que poderiam ter feito um trabalho melhor, pois o jogo teria potencial. Ainda assim não o achei assim tão mau quanto muitos o pintam.