Continuando pela Mega Drive, agora para uma rapidinha, trago-vos cá um pequeno artigo sobre um jogo que sempre me passou ao lado mas quando lhe dei a oportunidade devida, acabou por me surpreender bastante. O Pitfall original era um autêntico clássico da era da Atari 2600, aproximando-se das mecânicas de jogo que viriam a ser muito populares anos mais tarde em jogos de plataforma. Após uma sequela inovadora também para o mesmo sistema, a série acabou por ficar adormecida muito tempo. Não estou a contar claro com o horrível Super Pitfall da NES, até porque nem foi desenvolvido pela Activision. Em 1994 sai este The Mayan Adventure e o meu exemplar foi comprado algures em 2016 na Cash Converters de Alfragide. Creio que me custou 6 ou 7€.

A história deste Mayan Adventure é simples. Nós controlamos Pitfall Harry Junior, filho do famoso explorador dos jogos anteriores, onde ambos se encontravam a explorar umas ruínas da civilização Maia. A certa altura o pai é raptado por personagens misteriosas e cabe-nos a nós salvar o nosso pai. A primeira coisa que reparamos neste jogo é no quão bem detalhados estão os seus gráficos, tanto nos níveis em si, como nas animações das personagens. Os níveis são algo variados, alternando entre segmentos em pura selva, lagos, templos ou ruínas maias, ou cavernas com minecarts (onde não poderiam faltar as minecart rides!). Os níveis são tão densos e populados com inimigos (geralmente animais ou outras criaturas místicas) ou armadilhas que temos de ter algum cuidado em os atravessar, pois é muito fácil sofrer dano. O layout dos níveis também é algo labiríntico, onde muitas vezes temos mesmo de andar aos S para os concluir. Felizmente que espalhados pelos níveis vão estando várias estátuas que servem de marcadores de checkpoint e nos indicam também qual o caminho a seguir.

De resto, tal como referido acima, o jogo está muito bonito e com óptimas animações. Uma das queixas dos críticos e na qual eu também vou concordando, está mesmo no facto de o jogo ser tão bem animado, que por vezes os controlos sofrem com isso, pois temos de esperar que termine uma animação da sprite antes de o jogo processar novos inputs nossos, o que pode resultar em sofrer dano. De resto, pequenos detalhes como o aspecto do pai do Junior (que vemos no final do jogo), ou a própria barra de vida que retrata o herói a fugir de um crocodile e que vai tendo diferentes animações consoante o dano sofrido, são detalhes deliciosos e que mostram o esforço colocado pela equipa neste jogo. As músicas são também bastante agradáveis.

Pitfall: The Mayan Adventure é então um jogo de plataformas muito interessante e que merece sem dúvida ser jogado. Sofre um pouco com a dificuldade devido ao layout labiríntico dos níveis, a quantidade de inimigos e armadilhas e algum lag no processamento dos controlos, mas de resto é mesmo um óptimo jogo. Possui ainda o Pitfall original como um extra desbloqueável, o que é excelente. Resta também referir que foi um jogo que saiu em muitas outras plataformas. Da Sega, é dos poucos jogos que recebeu um lançamento para a Mega Drive, Mega CD e 32X, mas das três versões possivelmente a da Mega CD é superior. Para além de ter cutscenes em fullmotion video e som em CD Audio, possui também uma série de novos níveis que não estão presentes na Mega Drive ou Super Nintendo. A versão 32x por outro lado é um pouco decepcionante. Os gráficos estão mais polidos que na Mega Drive e Mega CD, mas a jogabilidade não é tão fluída, e apesar de também possuir alguns níveis extra, não tem tantos quanto na versão Mega CD.















