É verdade, ultimamente não tem havido tempo quase nenhum para escrever ou simplesmente jogar. Pelo que o artigo de hoje terá de ser forçosamente mais uma rapidinha a um jogo que eu irei certamente gravar um novo Blast from the Past no futuro. É mais um dos lançamentos da Apogee que eu tenho vindo a reviver nos últimos tempos e invariavelmente este Bio Menace deu entrada na minha conta do steam há uns meses atrás, após ter vindo com a compilação 3D Realms Anthology ao preço da chuva. Também tinha algures a versão GoG.
E este Bio Menace confesso que sempre me passou ao lado. Apesar de já o conhecer de nome na minha infância, nunca me tinha passado pelas mãos, e quando tive internet e com isso a possibilidade de o testar, confesso que o look actor porno dos anos 80 da personagem principal logo no ecrã título não me deixou com vontade nenhuma de o testar. Mas fiz mal, pois veio-se a revelar numa excelente surpresa! Produzido por Jim Norwood (nome que veio mais tarde a fazer parte integrante da equipa da Apogee / 3D Realms), este Bio Menace é mais um daqueles jogos de acção/plataformas em 2D que a Apogee tanto lançava naquela altura. A diferença é que é um jogo bem mais violento e sangrento que os outros que tinha lançado até então. Isto porque em Bio Menace encarnamos no agente da CIA chamado Snake Logan, que acaba por ter de combater um exército de robots e mutantes que dizimaram a Metro City. Ao longo do jogo não é incomum ver cadáveres no chão e vários cenários apocalípticos, o que não era nada comum na época. O mesmo com o gore visto ao explodir com os mutantes.

Mas não é só por isso que Bio Menace se revelou para mim uma boa surpresa. A sua jogabilidade faz lembrar um pouco a de jogos como Contra ou Metal Slug, na medida em que misturam os conceitos de shooters com os de jogos de plataformas, embora claro, de uma forma muito menos épica. Ao longo do jogo teremos então de sobreviver aos confrontos com outras criaturas, armadilhas e afins. Para avançar de nível, salvo raras excepções, teremos sempre de procurar um refém ou derrotar algum boss, de forma a obter uma chave electrónica que nos permite abrir a saída para o nível seguinte. Existem também várias armas e explosivos diferentes que poderemos encontrar, bem como outros power ups como a invencibilidade temporária que em certas alturas dá um grande jeito.

A outra surpresa está nos audiovisuais, onde para além de todo aquele ambiente desolador, com cidades em ruínas, destroços e cadáveres por toda a parte, há também um grande foco na exploração dos níveis, sendo possível entrar em portas, janelas e outras passagens para explorar outras partes do nível. Os cenários são bem detalhados e variados, atravessando as tais cidades em ruínas, laboratórios secretos, cavernas cheias de formigas gigantes, entre outros. O jogo utiliza a engine do Commander Keen, permitindo que mesmo com gráficos EGA, as coisas tivessem detalhe e fluidez suficientes. As músicas são também na sua maioria bastante agradáveis, embora a música incrivelmente tensa que toca cada vez que apanhemos um power up de invencibilidade temporária pareça completamente descabida para a situação. Seria perfeita para combates contra os bosses!
Este acabou por se tornar para mim num dos jogos mais interessantes que a Apogee já publicou. E se não foram a tempo de o apanhar na 3D Realms Anthology não tem problema, já que o jogo foi declarado frewware já há alguns anos e não será muito difícil encontrar uma cópia legítima para experimentar.
















