Já há algum tempo que não trazia cá nenhuma aventura gráfica, pelo que aproveitei estes últimos dias para jogar o Necronomicon, que tinha por cá já há algum tempo. Tal como os primeiros Dracula (sequela aqui), que já por cá trouxe, este é também um jogo de aventura na primeira pessoa, com temática do oculto, mais um jogo europeu com lançamento duplo para o PC e Playstation 1. E com versão integralmente em português também, para quem se interessar nisso. O meu exemplar da Playstation foi comprado na cash converters de Alfragide algures durante o mês passado por 2€. A versão PC, que já tenho no steam há algum tempo, deverá ter vindo de algum indie bundle a preço muito reduzido.
E o jogo decorre nos Estados Unidos, na vila de Providence algures durante os anos 20. A nossa personagem é o jovem William H. Stanton, cujo dia começa com uma estranha visita do seu amigo de infância Edgar que, aparentemente transtornado, nos entrega uma estranha pirâmide e nos pede para a guardar e não a entregar a ninguém. Muito menos devolver ao Edgar caso ele a peça novamente. Como se isto não fosse estranho o suficiente, recebemos logo de seguida a visita do Dr. Egleton, amigo dos pais de Edgar e psiquiatra que se demonstra preocupado com o comportamento errático de Edgar, estando quase a decidir interná-lo num manicómio. Por isso, começamos nós também a investigar o porquê de Edgar estar a ficar maluquinho, com a história a levar-nos para o oculto trazido pelas obras de H.P. Lovecraft (daí também o nome de Necronomicon).

Tal como muitos jogos deste género, a movimentação é dada passo a passo, nas direcções indicadas pelo ponteiro do rato
A jogabilidade é bastante característica destes jogos de aventura na primeira pessoa. Podemos olhar livremente para o que nos rodeia, mas o movimento é dado “passo a passo”, sempre que o ícone do rato mudar para uma seta, permitindo-nos mover para essa direcção. A interacção com os cenários e pessoas também é dada por diferentes ícones do rato que representam diferentes acções, como falar, investigar, apanhar, ou usar item. Como sempre teremos vários puzzles para resolver, alguns deles nada simples, que nos obrigam a ter uma grande atenção a pequenos detalhes nos cenários e nos textos que vamos lendo. E os puzzles requerem manipulação de objectos, revirar todos os recantos em busca de chaves escondidas, e por aí fora.
Graficamente é um jogo que deixa um pouco a desejar. É certo que para os padrões de 2001, e comparando com os 2 Dráculas que são da mesma época, este Necronomicon até possui cenários e cutscenes mais bem detalhados, no entanto peca um pouco pela forma por vezes algo atabalhoada das suas expressões faciais e os movimentos no geral. No entanto, a música mais tensa e o voice acting mais competente são pontos bem positivos quando comparando com os mesmos Dráculas. E sim, também existe a versão portuguesa, mas essa sinceramente nem experimentei. Já fiquei bem vacinado com a dublagem horrível que fizeram no primeiro Drácula.

A partir de certa altura vamos poder usar o mapa e o mecanismo de “fast travel” para nos deslocarmos rapidamente para várias localizações.
No fim de contas pareceu-me um jogo competente para quem é fã do género. Talvez um pouco melhor que os primeiros 2 Dráculas pelas personagens serem mais convincentes, mas ainda assim, para um jogo baseado nas obras de H. P. Lovecraft esperava por algo mais aterrador do que o que acabou por se revelar.