Galaxy Force (Sega Master System)

Galaxy ForceTodos sabemos que a SEGA era uma força colossal nas arcades durante as décadas de 80 e 90, tanto em jogos repletos de acção, como mesmo a nível técnico, ao desenvolver hardware que ficava a anos luz do que poderíamos jogar em casa, seja em consolas, seja em computadores. O Galaxy Force é um desses expoentes máximos em ambas as categorias, no final da década de 80. Naturalmente a versão Master System é uma sombra do original, mas ainda assim era um jogo que eu tinha algum interesse. Comprei-o por cerca de 6€ na feira da Vandoma no Porto há cerca de 2 meses atrás.

Galaxy Force - Sega Master System
Jogo com caixa e manual

Galaxy Force, como o seu nome dá a entender é um shooter futurista, uma espécie de After Burner no espaço mas ainda mais frenético. Mais uma vez temos o cliché habitual de sermos a última esperança da civilização humana de destruir um poderoso império que tem vindo a espalhar o terror no Universo. Para isso vamos jogando tanto no espaço sideral, como visitar outros planetas com paisagens bem distintas, desde campos verdejantes, até um planeta gelado. De qualquer das formas teremos sempre duas fases distintas em cada nível. Na primeira é uma zona em ar aberto, onde temos algumas liberdades de movimento e o jogo comporta-se quase como um After Burner se tratasse… vemos inimigos a sobrevoar os céus de todas as direcções e temos 2 armas diferentes para usar, uma metralhadora e mísseis teleguiados para os inimigos que consigamos fazer o “lock on” automaticamente. Depois entramos numa espécie de caverna onde teremos um túnel apertado e sinuoso, com menos inimigos e no final um núcleo para destruir. Aqui temos de nos preocupar mais em não embarrar nas paredes, algo que é muito difícil de acontecer pois é bastante comum fazer uma sobreviragem e bater nas mesmas.

screenshot
A versão Master System teve de fazer óbvios sacrifícios, ainda assim não é um mau jogo de todo

No que diz respeito aos audiovisuais, é óbvio que esta versão é muito inferior. A original é o topo da tecnologia Super Scaler, utilizada brilhantemente nas arcades em títulos como Out-Run, Space Harrier ou Thunder Blade. Mas o Galaxy Force era mesmo um dos expoentes máximos, ao apresentar gráficos extremamente bem detalhados e utilizar este efeito de  tal maneira que quase que parecia que estavamos perante um jogo em 3D poligonal. Na Master System tiveram de ser feitos estes sacrifícios. O jogo acaba por se assemelhar um pouco ao Space Harrier, mas se por um lado o scrolling continua algo encravado, por outro as sprites acabam por ser mais bem detalhadas, sem ter um rebordo “quadrado” que acabaria por destoar com o background ou outras sprites. As secções interiores são também menos detalhadas. Por outro lado, surpreende bastante na banda sonora. Mas não, não me estou a referir à banda sonora normal, mas sim à banda sonora FM que vem embutida no cartucho, mesmo sem esse acessório não ter saído no Ocidente e o jogo não ter chegado ao Japão. No entanto se tiverem uma Master System modificada que tire proveito do FM Sound Unit, poderão apreciar uma banda sonora muito boa, principalmente nas melodias de baixo.

screenshot
Apesar de termos indicações para onde o túnel vai curvar, mesmo assim é difícil sair ileso

Para além deste Galaxy Force, pouco tempo depois a SEGA lançou cá para fora o Galaxy Force II, que é nada mais nada menos que uma revisão deste primeiro jogo, tal como aconteceu entre o After Burner I  e II. E tal como essa série, o “segundo jogo” acabou por sair para a Mega Drive, versão que por acaso não conheço assim tão bem e tenho curiosidade em ver como a consola de 16bit da Sega conseguiu adaptar todo o poderio gráfico da versão original. Um dia há-de cá chegar à colecção e eventualmente acabarei por dar aqui a minha opinião.

Virtua Cop (Sega Saturn)

Virtua CopJá há vários anos que andava à procura do primeiro Virtua Cop para a Saturn. É certo que o ebay tem lá toneladas deles à venda, mas eu preferia encontrá-lo a um bom preço por cá, e foi o que acabou por acontecer no mês passado, ao tê-lo comprado a um particular no OLX. Ficou-me por 5€ se não estou em erro. É a versão que vinha em conjunto com a Virtua Gun, daí ter a caixa em jewel case. Obviamente que prefiro a versão standalone mas a seu tempo há-de ser substituída.

Virtua Cop - Sega Saturn
Versão do jogo em jewel case, apenas com caixa e capa. A pistola não ficou na foto.

Virtua Cop é um dos primeiros jogos lightgun completamente em 3D poligonal, tendo o seu lançamento original nos sistemas Model 2 na arcade algures durante o ano de 1994. Esta é uma era da Sega pela qual eu guardo memórias muito especiais, com jogos como Sega Rally, Daytona USA, Virtua Fighters e os Virtua Cops a fazerem parte da minha infância. Este primeiro Virtua Cop ainda é um jogo bastante simples e sem grandes novidades a nível de mecânicas de jogo. Encarnamos nuns polícias que têm de combater uma série de mafiosos ao longo de 3 níveis que decorrem numa cidade qualquer e tudo o resto é o habitual: acertar nos bandidos antes que eles acertem em nós! Eventualmente lá veremos alguns civis inocentes que temos de fazer os possíveis por não os atingir (resultando na perda de uma vida se isso acontecer), só é pena é que muitas vezes eles façam questão em aparecer nos momentos mais inoportunos e mesmo só para atrapalhar.

screenshot
Virtua Cop é a típica experiência arcade da SEGA dos anos 90: short and sweet

De resto, para além do revólver normal que temos de ter o cuidado em recarregar regularmente e naqueles segundos livres que vamos tendo para respirar, poderemos também encontrar outras armas como uma shotgun, metralhadora ou uma magnum, quer sejam deixadas por algum inimigo, ou por termos disparado em algum objecto no ecrã. Infelizmente basta perder uma vida para ficarmos sem a arma! Mas também tal como referi acima, existe alguma interactividade com os cenários, onde podemos partir vidros de carros ou rebentar com barris de combustível, que como sempre estão estrategicamente colocados para rebentarem com um conjunto de bandidos. Os níveis são apenas três e sem caminhos secundários, o típico de um jogo arcade daquele tempo.

screenshot
O esteriótipo do lenhador não é de agora, pois já em 1994 haviam barbudos a atirarem-nos com machados

A nivel técnico é ainda um jogo com um 3D muito rudimentar. Não tem o mesmo nível de detalhe de um Virtua Fighter 2 que também usa a Model2 como base, mas também é normal pois jogos desse género apenas têm de se preocupar em apresentar 2 lutadores bem detalhados no ecrã, com os cenários a não terem o mesmo destaque. Mas não é nada mau para um jogo de 1994! As explosões ou transparências de vidros dos carros nota-se que são muito fraquinhas, em especial nas cutscenes, que preferiram colocar “reflexos de nuvens” nos vidros, mas de uma forma em que não resultou lá muito bem. As músicas são competentes, mas prefiro aqueles temas mais rock que outros jogos da AM2 e da Sega em geral nas arcades tinham.

screenshot
Por defeito temos activado este aviso da localização dos inimigos. O círculo vai avançando de verde para vermelho consoante os bandidos se vão preparando para atirar

Concluindo, este primeiro Virtua Cop é um jogo ainda bastante simples, apenas com 3 níveis lineares com bosses no final. Mas tendo em conta que é um jogo de 1994 e nessa altura as conversões para arcade ainda eram bastante simples e sem grande conteúdo exclusivo, não deixa de ser um clássico!

Evander Holyfield’s Boxing (Sega Game Gear)

Evander HolyfieldMais uma super rapidinha para não perder o ritmo. Estes meus posts super rápidos são sobre versões semelhantes de jogos que já tenha, ou outros que sinceramente não são muito a minha praia mas cá vieram parar. Este Evander Holyfield’s Boxing da Game Gear, como o proprio nome indica é um jogo de boxe e foi-me oferecido por um colega de trabalho, juntamente com outros jogos da Game Gear e da própria consola. E como tudo o que chega cá por “doações”, por cá fica.

Evander Holyfield's Boxing - Sega Game Gear
Apenas cartucho

Aqui temos diferentes modos de jogo, desde combates simples que até podem ser jogados por multiplayer com recurso ao cabo de ligação para unir duas Game Gears, até um modo de torneio onde podemos criar o nosso próprio lutador e seguir uma carreira que acabará por nos levar até ao Evander Holyfield, o único pugilista real no meio de muitos outros fictícios. Depois entre cada combate poderemos treinar vários exercícios que nos irão melhorar os nossos stats. Normalmente, o jogo é jogado numa perspectiva de primeira pessoa em que apenas vemos os nossos punhos e o oponente. A jogabilidade usa os botões direccionais em conjunto com os faciais para desferir os vários golpes. Sinceramente nunca fui grande fã deste estilo de jogo, mas há algo de original no meio disto tudo, pois podemos alternar entre a nossa perspectiva em primeira pessoa, bem como a do nosso oponente, vendo apenas os seus punhos e o nosso pugilista que criamos à nossa medida. No caso das pequenas cutscenes quando mandamos o oponente ao chão, essa perspectiva mantém-se pois vemos o opoenente deitado no chão na terceira ou primeira pessoa, inclusivamente com o árbitro a olhar para nós ao fazer a contagem.

screenshot
O que achei mais original aqui é o facto de podermos jogar com a perspectiva de primeira pessoa dos nossos adversários

Tecnicamente é um jogo minimamente competente, os gráficos apresentam algum detalhe na caracterização das personagens e pouco mais. As músicas não são das melhores, até porque os combates são apenas acompanhados pelos sons dos socos e bloqueios, para além das contagens em voz digitalizada pelo ábritro, embora a mesma seja um pouco abafada, o que é normal tendo em conta as limitações da plataforma. De resto é para mim um jogo não lá muito do meu interesse, mas ainda assim, dos poucos jogos de boxe que há para esta consola, este é provavelmente o mais bem conseguido.

Defcon (PC)

A rapidinha de hoje é sobre um jogo PC com grande foco em estratégia e multiplayer. Infelizmente jogos de estratégia em tempo real não são o meu forte, pelo que não me vou alongar muito. Este DEFCON é um RTS onde defendemos a nossa região durante um clima de guerra nuclear. No meu caso, no pouco tempo que o joguei, foi sempre a Europa contra a Rússia. Este jogo deu entrada na minha conta steam há uns anos atrás, num Humble Bundle sobre a Introversion Software por uma bagatela.

DefconNeste jogo com gráficos vectoriais, temos um mapa mundo à nossa frente. Antes de partirmos para as guerras online propriamente ditas, temos um modo tutorial que nos ensina os diferentes conceitos de jogo, como planear as nossas defesas ao colocar radares e silos de mísseis nucleares ICBMs, bem como planear as nossas frotas marítimas e bases aéreas. Ao longo de todo o jogo vamos tendo em conta os diferentes níveis de DEFCON que são na realidade diferentes níveis de alerta nuclear, sendo 5 o mais baixo e 1 aquele em que já andamos a rebentar com cidades e infrastruturas militares inimigas.

screenshot
Os gráficos vectoriais simples até se adequam perfeitamente ao estilo de jogo

Existe uma variedade de vertentes multiplayer, todas elas com pontuações medidas em
megadeaths (pontos por cada 1 milhão de mortos), alguns modos de jogo em que premeiam o maior número de sobreviventes de alguma região, outras o maior número de mortos, ao atacar não só instalações militares, mas também as cidades. É possível também acelerar o tempo de jogo desde o real time até 20 vezes o tempo normal, caso contrário cada partida poderá levar várias horas. De resto a nivel técnico é um jogo bastante simples com gráficos vectoriais, tal como referido nos primeiros parágrafos. Isso dá-lhe um look bastante retro reminiscente daqueles filmes da altura da Guerra Fria onde a ameaça nuclear era algo levado muito a sério. As músicas pareceram-me ser bem tensas, o que até acaba por ser adequado ao estilo de jogo.

No fim de contas parece-me ser um jogo simples, porém bem competente. Apenas não é um género que pessoalmente me diga muito. O facto de as batalhas poderem demorar muito tempo se jogadas em tempo real, existe o Office mode que deixa o jogo a correr em background, lançando notificações para o sistema de quando certos eventos aconteçam, o que é um pormenor bastante interessante.