The Book of Unwritten Tales (PC)

The Book of Unwritten TalesO jogo que trarei cá hoje é uma aventura gráfica do género tradicional point and click que me já tinha sido recomendada por várias pessoas para jogar. Apesar de já ter o jogo em backlog desde sei lá quando (provavelmente veio nalgum Humble Bundle comprado baratinho), finalmente consegui dar-lhe uma oportunidade e sinceramente até que gostei bastante, embora não seja de todo um jogo perfeito. Edit: Arranjei recentemente uma versão física, tendo sido comprada na CeX do Dragão por 1€.

Jogo com sleeve de cartão, caixa, cd com banda sonora, poster, artbook e papelada

Aqui somos levados para o mundo fantasioso de Aventasia, onde pelos vistos já há muito que decorre uma guerra entre os seres das trevas liderados pela Arch-Witch, uma criatura que sinceramente nunca chegamos a ver bem como é (desculpem lá o pequeno spoiler), e a Aliança, liderada pelo Arch-Mage. Ao longo do jogo vamos poder jogar com várias personagens completamente diferentes, que acabam por se conhecer por mero acaso e se vêm envolvidas nesse conflito, em busca de um poderoso artefacto mágico que certamente irá mudar o curso da guerra. Uma das personagens até tem o meu nome – Ivo, embora seja o diminutivo de Ivodora Eleonora Clarissa, uma princesa elfa. As outras personagens são o humano egoísta e narcisista Nate, o jovem (e pequeno)Wilbur, gnomo que ao contrário de todos os outros não gosta de tecnologia mas tem o sonho de um dia ser um feiticeiro e por fim temos a estranha e adorável criatura Critter, um boneco que parece retirado de um episódio dos Marretas. Todas as personagens têm personalidades distintas e no geral o jogo é muito bem humorado, como manda a lei. A história está bem estruturada, é longa quanto baste (levei por aí umas 12h a chegar ao fim) e está repleta de episódios hilariantes, como quando encontramos uma múmia falante, a própria Morte, ou um vidente vigarista!

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Felizmente o que não falta aqui é bom humor

Outro aspecto interessante é o facto de podermos controlar alternadamente 2 ou 3 personagens num mesmo espaço. Isso será necessário para resolver alguns dos puzzles – por exemplo, o tamanho pequeno de Wilbur será certamente útil para se esgueirar por certos locais, bem como cada personagem possui o seu próprio inventário e podem trocar os itens entre si. As restantes mecânicas de jogo são bastante simples e clássicas, com vários objectos e personagens que podem ser interagidas, bastando para isso clicar com o botão do rato nas mesmas. Existem alguns puzzles com mecânicas de jogo próprias, como uma espécie de tributo a jogos como o Dance Dance Revolution, onde temos de seguir uma coreografia ao carregar em várias combinações de teclas nos momentos certos, ou um segmento de infiltração à lá Metal Gear. De resto os restantes puzzles pareceram-me bastante intuitivos e foram poucas as vezes em que eu fiquei algo perdido.

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Quando as personagens se aproximam de nós é que já reparamos bem nas suas imperfeições gráficas

Mas mais uma vez bato na mesma tecla: o que realmente gostei foi da história no geral com um tom sempre bem-humorado e os imensos NPCs carismáticos como o guarda da cidade de Seastone, os viciados no “world of warcraft” lá do sítio, ou mesmo o paladino de sexualidade duvidosa. Não repetindo claro os exemplos que já listei acima. E para além dessa história interessante e bem disposta, felizmente o voice acting é bastante bom e todas as falas soam realmente credíveis. As músicas também são excelentes e geralmente épicas, o que se adequam perfeitamente ao universo fantasioso que visitamos. A nível gráfico este jogo aborda uma perspectiva um pouco diferente. Os gráficos são em 3D, embora não haja manipulações de câmara, ou seja, controlam-se precisamente como os jogos clássicos em 2D deste género. No entanto sinceramente não posso dizer que os modelos poligonais ou as texturas sejam propriamente as melhores e se calhar até teria sido melhor apostarem num look como a Daedalic faz nos seus point and clicks. Ainda assim acho que conseguiram implementar uma série de animações nas personagens que também compensa o resto e traz uma nova vida ao jogo.

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É uma pena, mas adorava que esta múmia aparecesse mais vezes

Concluindo, gostei bastante deste jogo, apesar de não fugir quase nada à formula clássica dos point and clicks tradicionais. Para quem for fã desse tipo de jogos este The Book of Unwritten Tales é uma aposta segura. Já instalei o The Critter Chronicles para o ir jogando nos tempos livres!

G-Loc: Air Battle (Sega Master System)

GLOCAirBattle-SMS-EU-mediumO jogo que cá trarei hoje é um daqueles nostálgicos para mim pois foi um dos que passou pela minha Master System quando era bem novinho e dava para trocar jogos uns com os outros na escola. No entanto é um jogo bom? Não é assim tão bom não, quando comparado ao poderio gráfico do original arcade, cujo tinha até uma versão com uma cabinet que permitia ao jogador rodar em 360º, aumentando assim a imersão no jogo. Claro que nunca vi uma cabinet dessas ao vivo e a cores… Mas adiante. A minha cópia foi comprada a um particular por cerca de 7€ se a memória não me falha.

G-Loc Air Battle
Jogo completo com caixa e manuais

Uma vez mais nós somos um piloto de elite que terá de salvar o mundo ao enfrentar exércitos inteiros em batalhas aéreas, contra tanques, navios ou simplesmente destruir bases militares. Há algo que me passou completamente ao lado das primeiras vezes que o joguei e só me apercebi quando voltei a testá-lo agora que o comprei. Apesar deste continuar a ser um jogo completamente arcade na medida em que vamos tendo tempos algo apertados para concluir os nossos níveis/missões, existe uma certa não-linearidade na forma em como progredimos no jogo, pois podemos ir escolhendo quais as missões que queremos desempenhar. Podemos combater contra aviões, navios, tanques, destruir bases militares e eventualmente confrontar um ou outro boss. Essas missões podemo-las escolher, tendo cada uma os seus objectivos próprios (destruir um mínimo de x veículos/estruturas inimigas) num curto intervalo de tempo e com diversos cenários em background, podendo a acção decorrer em alto mar, desertos, campos verdejantes e por aí fora.

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No final de cada missão podemos gastar os pontos em munições, tempo ou recuperar do dano sofrido no avião

Mas uma vez no ar a acção é imparável. Estamos munidos de uma metralhadora pesada e vários mísseis que podemos disparar a qualquer momento, mas apenas o devemos fazer quando os nossos alvos estão em lock-on. Para isso temos de os enquadrar numa determinada área do nosso cockpit, tendo de manobrar o avião para ficar no ângulo certo para os apanhar. Claro que temos também de neutralizar ou nos desviar dos mísseis que disparam contra nós e no caso das batalhas aéreas também pode acontecer termos um avião inimigo na nossa cauda, com a perspectiva do jogo a transitar da primeira para a terceira pessoa, com o cockpit do avião inimigo em primeiro plano e lá teremos de fugir ao lock-on deles. No fim de cada missão vamos ganhando pontos consoante a nossa performance, pontos esses que podem ser usufruidos para restabelecer o nosso stock de mísseis ou fortalecer a armadura do avião. Também como já referi atrás, ocasionalmente teremos um ou outro boss para enfrentar, que exigem mais alguma estratégia com vários pontos de ataque.

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Para manter os aviões debaixo de mira temos muitas vezes de fazer algumas acrobacias

Passando para os audiovisuais este é um jogo muito simples, mas também isso seria o esperado para uma conversão da Master System. Os aviões são detalhados quanto baste, mas os backgrounds são bastante simples, nada a ver com o detalhe que vemos na versão arcade ou mesmo na Mega Drive, onde os campos têm árvores e não passam de descampados ou desertos planos nesta versão. A conversão do After Burner original para a Master System está bem mais conseguida a nível de detalhe gráfico e é um jogo bem mais antigo, embora me pareça ter um framerate inferior. A música e efeitos sonoros também não são nada do outro mundo mas cumprem o seu papel.

No fim de contas este é apenas um jogo competente, embora existam melhores versões deste G-Loc para serm jogadas. Foi daquelas compras que fiz apenas pelo factor nostálgico, mas não acho que seja um mau jogo de todo.

Light Crusader (Sega Mega Drive)

Light CrusaderA rapidinha que trago cá hoje é sobre um action RPG produzido pela Treasure, uma empresa sobejamente conhecida pelos seus jogos repletos de acção e adrenalina como Gunstar Heroes, Alien Soldier ou Ikaruga. Como é que eles se foram lembrar de produzir este jogo? Não faço ideia, mas talvez a falta de RPGs na Mega Drive comparativamente à sua rival poderá ter sido um bom motivo. Este meu exemplar foi comprado há uns meses atrás na cash converters de Benfica em Lisboa por 5€. Está completo e em óptimo estado.

Light Crusader - Sega Mega Drive
Jogo completo com caixa, manuais e um poster

Aqui tomamos o papel de Sir David, um guerreiro ao serviço do Rei Frederik da nação de Green Row, que nos pede para investigar o paradeiro de uma série de pessoas que têm vindo a desaparecer misteriosamente sem deixar rasto. E essa nossa investigação vai-nos levar aos enormes calabouços que existem precisamente debaixo do castelo, onde teremos de enfrentar vários monstros, armadilhas e puzzles.

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Logo com a cutscene inicial já dá para ter uma ideia de quem está por detrás das coisas

Assim de cabeça, a maior inspiração que eu vejo aqui, é a do Landstalker, produzido pela Climax para a mesma consola pois são ambos RPGs de acção representados numa perspectiva isométrica. Mas ao contrário do Landstalker que tinha um foco enorme no platforming, o que numa perspectiva isométrica é uma confusão dos diabos, aqui o foco parece-me ser maior no puzzle solving e combates, embora também tenha a sua dose quanto baste de platforming. Independentemente do resto, tanto o platforming como o puzzle solving nesta perspectiva deixam algo a desejar. Isto porque este último envolve manipulação de objectos, como arrastar enormes pedras ou bombas para botões no chão, o que por sua vez faz abrir ou fechar passagens ou activar plataformas, cujas geralmente também têm de carregar algum objecto. Mas existem também outros puzzles, incluindo uma versão do “Simon says” onde temos de repetir as ordens que nos aparecem no ecrã, ou mesmo um puzzle musical onde temos de repetir uma música ao atacar algumas estruturas.

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Nota-se logo no início que há uma “ocidentalização” nos visuais

No que diz respeito ao combate esse é puro e duro. Não ganhamos níveis nem nada que se pareça mas podemos ganhar dinheiro que pode ser gasto em lojas quer em produtos que nos restorem energia (geralmente alimentos) ou em novas armas mais poderosas. Os nossos pontos de vida também podem ir aumentando à medida que vamos descobrindo alguns power-ups que nos extendam a nossa barra de vida de uma forma permanente. Os ataques de magias podem também ser comprados e utilizados como se um item se tratasse, ao contrário de muitos outros RPGs em que os mesmos vão sendo aprendidos e nos consomem pontos de mana. Aqui enquanto tivermos itens desses no inventário, é sempre a andar. O combate em si é então bastante linear. O jogo acaba é por se tornar um pouco difícil na medida que apenas poderemos fazer save em algumas salas próprias para o efeito. Assim como nos Metroids, obrigando-nos por vezes a atravessar ecrãs cheios de inimigos só para fazer save. É por isso que é importante manter um stock repleto de alimentos para irmos restabelecendo alguma vida perdida.

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Como sempre em jogos isométricos os saltos em plataformas tornam-se algo confusos

No que diz respeito aos audiovisuais este é um jogo bastante curioso, uma vez que tem um look bastante ocidental e foi produzido pela Treasure, onde practicamente todos os seus jogos têm notórias influências em anime, pelo menos no design das personagens e dos seus mundos. Agora se isso é uma boa ou má ideia, sinceramente se estamos a fazer um jogo inspirado no mundo medieval europeu, eu sinceramente prefiro um design europeu. Mas a Treasure não fez um excelente trabalho nesse sentido, pessoalmente todos os humanos e monstros humanóides parecem-me anoréticos. As músicas também tentam mimicar esse feeling medieval europeu, e sinceramente aqui já gostei bem mais do resultado final.

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Como sempre, teremos alguns bosses para enfrentar

No fim de contas este Light Crusader acaba por ser um jogo que fica uns bons furos abaixo dos restantes que a Treasure produziu nesta consola. Aliás, qualquer jogo que se tente comparar a um Gunstar Heroes tem uma fasquia muito alta para superar. Ainda assim não é um mau jogo de todo (pecando principalmente pelos problemas associados à perspectiva isométrica) e dou os meus parabéns à Treasure pela audácia em fugir à sua zona de conforto e produzir algo completamente diferente do que nos habituaram.

Mario Kart Wii (Nintendo Wii)

Mario Kart WiiVamos lá para mais uma rapidinha, desta vez voltando à Nintendo Wii que tem sido algo ignorada nos últimos meses. E vocês devem estar a exclamar: “uma rapidinha num Mario Kart? uma série que tem sido sempre tão divertida e viciante?”. E não deixam de ter razão, mas sinceramente não foi um jogo com o qual eu perdi assim tanto tempo, e muito menos no multiplayer que tenho sempre outras prioridades e outros jogos para abater no backlog. E na verdade este nem era um jogo que eu fazia questão em ter, mas quando o vi, naquela sleeve de cartão do pack que vinha com a consola na Feira da Ladra por 50 cêntimos eu não pude dizer que não. O “volante” veio de um outro negócio à parte também na feira da Ladra, mas uns meses antes. Tinha vindo num bundle com 2 wiimotes e nunchucks oficiais que levei também por um bom preço.

Mario Kart Wii - Nintendo Wii
Jogo em caixa de cartão, originalmente de bundle com a consola mais o acessório volante
Versão em caixa normal

E o que traz de novo este Mario Kart para além os motion controls que a Wii nos introduziu? Bom, para além de termos várias novas pistas (e muitas antigas também), vários modos de jogo com multiplayer online (até que enfim Nintendo!), 12 concorrentes em pista ao contrário dos habituais 8, podemos também conduzir motos, para além dos tradicionais karts. Como sempre temos vários modos de jogo para experimentar, mas para aqueles que preferem jogar sozinhos no conforto do seu sofá o foco vai sempre para o Grand Prix Mode, onde podemos participar em diversos campeonatos de 4 pistas com 3 voltas cada, em diferentes categorias de cilindrada. Para além das habituais Mushroom, Flower, Star e Special Cups, poderemos depois jogar as Shell, Banana, Leaf e Lightning, contendo circuitos dos Mario Kart anteriores. É sempre bom ver algumas pistas conhecias do MK64 com uns visuais renovados. Para além desse modo campeonato temos o Time Trial cujo objectivo passa por fazermos o melhor tempo possível e por fim os Versus e Battle, que podem ser jogados sozinhos, em multiplayer local ou online. O primeiro é um modo de corridas onde as mesmas podem ser customizadas e por fim o battle é uma espécie de deathmatch – mas com karts!

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Mesmo no single player há muito conteúdo para explorar

A nível dos controlos este Mario Kart oferece-nos imensas opções: tanto podemos usar o wiimote deitado, ou o wiimonte e nunchuck, o bloco de plástico na forma de volante ou, felizmente, ambas as versões dos Classic Controller ou o fiel comando da Gamecube, algo que sinceramente prefiro sempre que seja possível utilizá-lo num jogo de Wii. Os Classic Controllers não são maus, mas precisam do Wiimote para serem “ligados” à Wii e não acho piada nenhuma. Mas cheguei a experimentar um pouco esses setups que exigem os controlos por movimento e sinceramente prefiro de longe a precisão do analócigo da Gamecube. Outra coisa que infelizmente não cheguei sequer a experimentar foi mesmo o modo online que já tinha sido descontinuado algures no ano passado. É capaz de haver alguns servidores piratas, mas não explorei muito isso. De resto, e apesar de não ser um jogo que eu passe muito tempo a jogar, é inegável que possui uma jogabilidade bem divertida em especial no multiplayer local, com os vários itens que poderemos usar para criar o caos na pista.

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Cada personagem tem vários tipos de veículos para escolher, cada um com as suas características

Graficamente falando este é um jogo competente. Os circuitos são bastante coloridos e bem detalhados tendo em conta as limitações de uma Wii. Todos os circuitos são naturalmente inspirados em pequenos mundos ou locais dos jogos das personagens da Nintendo que por cá passam, gosto especialmente daqueles circuitos repletos de obstáculos, como os circuitos inspirados no castelo de Bowser, onde temos lava por todo o lado e aqueles blocos chatos a atrapalharem-nos o caminho. As músicas são o típico da Nintendo, bastante agradáveis e inspiradas nos vários jogos e localidades ali representadas. Só não gosto é dos “barulhos” em demasia que as nossas personagens vão fazendo ao longo das corridas. São demasiados “aha!”, “yupiii”, “ooooh” a serem debitados por minuto para o meu gosto.

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Os powerups podem lançar o caos na pista, em especial a blue shell que não deixa ninguém seguro!

Mas pronto, Mario Kart Wii não deixa de um jogo bem divertido como é habitual nesta série, em especial quando é jogado com um grupo de amigos, o que infelizmente nem sempre acontece por estas bandas. É que ninguém gosta do Wiimote e não tenho comandos de GC para toda a gente…

Zombies (Sega Mega Drive)

ZombiesEscrever sobre este jogo vai ser uma tarefa um bocadinho difícil mas vamos a ver. Isto porque é considerado um jogo de culto, com muitos fãs dentro do pessoal mais nostálgico. E é verdade que até tem algumas boas ideias e a execução é boa, mas acaba por se tornar algo repetitivo e os seus mais de 50 níveis deixam de trazer algo de novo ao fim de algum tempo. Este meu exemplar foi comprado há uns tempos atrás a um particular no facebook por 10€, faltando-lhe o manual. EDIT: Recentemente comprei um outro bundle de Mega Drive, com os jogos a ficarem todos por cerca de 7.5€ cada. Lá no meio estava um Zombies completíssimo e em bom estado.

Jogo com caixa e manuais

E uma coisa que aprendi recentemente, nomeadamente quando comprei o jogo, joguei-o novamente e investiguei um pouco mais sobre o seu background para escrever este artigo. Sempre pensei na minha inocência que este era um produto da Konami mas não, a Konami serviu apenas de publisher, este é um jogo da autoria da Lucasarts, a mesma empresa que nos trouxe coisas como Full Throttle, Day of the Tentacle e muitos outros jogos de renome. Mas ao contrário das aventuras point and click pelo qual eram sobejamente conhecidos, este Zombies é um jogo de acção com uma perspectiva top-down view, onde o nosso objectivo é salvar uma série de inocentes por nível, enquanto enfrentamos as mais variadas criaturas dos nossos filmes de terror predilectos.

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Apesar de ter Zombies no título, o que não faltam é outros monstrinhos e aliens

Uma das grandes vantagens deste Zombies e pela qual eu lhe tiro o chapéu, é todo o bom humor que vemos, em conjunto com inúmeras referências a filmes série B, desde o nome de vários níveis, como em alguns inimigos. Logo por aí se veria que este não é um jogo com origem japonesa.. era tão inocente eu. A outra das suas grandes vantagens a meu ver era mesmo a vertente multiplayer cooperativa que era realmente divertida.

Mas vamos por partes. Neste jogo iremos explorar uma panóplia de níveis (mais de 50 como já referi) em variadíssimos ambientes, desde a vizinhança lá do bairro, com as suas casas, jardins ou piscinas, mas também exploramos zonas mais industriais, um aeroporto ou mesmo ruínas antigas. Indepenentemente disso, a jogabilidade mantém-se. Teremos de explorar todos os caminhos, corredores e divisões em busca dos sobreviventes ou de outros itens e armas para usar. Muitas portas estão trancadas e temos de encontrar chaves perdidas algures no chão. Podemos abrir armários e gavetas em busca de objectos, mas também podemos ser surpreendido por monstros. Mas se nos faltar uma chave e tivermos uma bazooca à mão, ou outros explosivos poderosos, porque não deitar a porta abaixo? As armas são mesmo bastante variadas, tanto podemos ter o standard de pistolas de água, como talheres de mesa, corta-relvas, crucifixos, entre muitos outros. Os itens são também variados, existindo desde medkits, sapatilhas para andar mais rápido ou uma série de poções que poderão ter efeitos diversos tanto bons como o efeito dos itens que já referi atrás, a possibilidade de nos transformarmos temporariamente num monstro bastante poderoso ou num fantasma invencível, mas também podem ser maus, como perder alguma vida ou transformarmo-nos temporariamente num assassino incontrolável que ataca as vítimas que teríamos de salvar, se tivermos alguma por perto. São esses pequenos detalhes que tornam este jogo especial, a meu ver.

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Estranhamente, trampolins é o que não falta na vizinhança

No entanto é precisamente como eu digo, existem demasiados níveis em que temos de fazer sempre a mesma coisa. É isso que acaba por me desagradar neste jogo, já o referi várias vezes e não me canso de o fazer. Mas de resto a nível técnico também é uma obra interessante, com níveis e monstros bem detalhados, embora a versão SNES seja melhor nesse aspecto. As músicas também achei-as boas, tudo me faz lembrar aquela temática de filmes de terror das décadas de 60 e 70. E falando nisso, este é dos poucos jogos que acabo por preferir a capa da versão americana à nossa europeia. E já que falo na versão americana essa tem um nome ligeiramente diferente: “Zombies Ate My Neighbors”. A razão pela qual mudaram o nome da versão europeia foi porque acharam que seria um título muito impróprio e censuraram-no em conjunto com muito do conteúdo do jogo, incluindo um inimigo que na versão americana tinha uma motoserra, aqui foi substituido por um lenhador com um machado. O que é pena, sempre condenei a censura e num jogo destes que nos coloca a lutar contra zombies com uma pistola de água não valia a pena. Parece que não viram o sentido de humor…

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O jogo está repleto de referências a filmes clássicos

No fim de contas este Zombies é um jogo que acabo em parte por dar o braço a torcer: é muito bom de se jogar (especialmente a 2), tem muitos pormenores interessantes, um bom sentido de humor, mas mais uma vez, e só para terminar, peca mesmo pelo extenso número de níveis onde a variedade se vai desvanecendo a cada momento.