Pokémon Colosseum (Nintendo Gamecube)

Pokemon ColosseumVoltando à consola cúbica da Nintendo, para um RPG que eu há muito ansiava que existisse, embora o resultado final não tenha sido de todo o que eu gostaria. Mas não deixa de ser um óptimo jogo! Pokémon Colosseum é a sequela dos Pokémon Stadium da Nintendo 64 e apesar de manter os mesmos modos de jogo de combate que vimos na N64, este Colosseum introduz também uma vertente singleplayer que é nada mais nada menos que um RPG em glorioso 3D. Este meu exemplar foi comprado há coisa de um mês e pico na cash converters de Alfragide por cerca de 10€, faltando-lhe apenas o manual multilínguas e o cartão de memória que deveria vir de fábrica.

Pokemon Colosseum - Nintendo Gamecube
Jogo com caixa, manual PT e papelada

Ora este artigo vai-se focar principalmente na componente RPG do Pokémon Colosseum. A outra vertente de batalhas competitivas como em Pokémon Stadium para ser sincero nem perdi muito tempo com ela. Sei que existem vários modos de jogo incluindo um de torneio onde até 4 jogadores podem participar. De qualquer das formas no RPG já temos um cheirinho de como são essas batalhas pois acabamos por visitar todos esses Stadiums e Colosseums. Ah, e como sempre poderão importar os bichinhos dos jogos compatíveis para a Gameboy Advance, ou então do modo história. Passando então para esse prato principal, o jogo decorre na região deserta de Orre, onde não existem pokémons selvagens para capturar. Encarnamos na personagem de Wes, um jovem treinador de Pokémon que pertencia a uma organização criminosa que passava a vida a roubar os pokémons de outros treinadores – os Snagem. Mas Wes decide mudar de vida e começamos o jogo precisamente a destruir as instalações dos Snagem e passamos o resto do jogo a combater essa organização e uma outra, a Cipher, que usava os pokémon roubados para os corromper e tornar em Shadow Pokémon. O outro grande objectivo nosso é roubar esses shadow pokémon a outros treinadores e purificá-los, tornando-os pokémon normais.

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Para quem for jogador habitual da série, não irá estranhar os ecrãs de batalha

Infelizmente não dá para capturar pokémons selvagens como nos RPGs portáteis pelo que todo o esforço calhou nestas mecânicas de jogo dos shadow pokémon. Para os capturar basta usar uma pokéball em batalha, tal como se fazia nos jogos das portáteis. Mas apenas os shadow pokémon, que podem ser identificados por terem uma aura negra, poderão ser capturados. Para os purificar temos de ter em conta várias coisas. Ao contrário da barra de EXP dos Pokémons puros, os shadow possuem uma barra também com aquela aura escura que vai decrescendo à medida em que os mesmos vão participando em batalhas ou simplesmente andarem connosco na nossa party. Enquanto os bichos estão como shadow, poucos são os golpes que eles podem executar para além do “Shadow Rush”. Por vezes eles entram no Hyper Mode, ficando mais violentos e desobedecendo às nossas ordens. Para os acalmar temos o comando “CALL”. Posteriormente quando estiverem prontos para serem purificados basta ir a uma certa localização e fazer um ritual, aí os bichos acabam por ganhar todos os pontos de experiência que tinham acumulado até então.

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Aqui não há estradas para explorar, tudo é feito em fast travel de localização em localização

De resto a jogabilidade é muito semelhante aos clássicos, podemos carregar com até 6 pokemons de cada vez, mas as batalhas são duplas ou seja, temos sempre 2 bichos de cada lado à pancada uns com os outros. Cada pokémon pode ter até 4 golpes diferentes para executar sendo que sempre que for necessário aprender um quinto teremos obrigatoriamente de “esquecer” um dos outros. E apesar de não podermos capturar tantos Pokémon quanto nos jogos de Gameboy, o número ainda é considerável e alguns podem inclusivamente evoluir. Outros conceitos como os Poké Marts onde podemos comprar uma panóplia de itens, os pequenos Pokémon Center onde os podemos curar ou mesmo usar PCs para gerir o nosso “stock” de bichinhos estão também aqui presentes. Infelizmente só ficou mesmo a faltar a possibilidade de apanhar pokémons selvagens, até porque apenas dispomos de um mecanismo de “fast travel” entre cada localização, não existindo quaisquer estradas para explorar.

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Os shadow pokémons são facilmente identificados pela sua aura escura

A nível de audiovisuais este é um jogo bem competente. Os gráficos são bem detalhados, tenho pena que a zona de Orre seja de facto muito desértica, pois a maioria das cidades parecem quase retiradas de um cenário pós-apocalíptico. Existem uma ou outra mais bonitinhas, como a Agate Village e as suas paisagens verdejantes. Um autêntico oásis no deserto! As músicas são também bastante agradáveis, incorporando vários estilos musicais, tanto coisas folk, melodias à velho oeste ou até músicas mais rock com boas guitarradas em certas batalhas.

No fim de contas este Pokémon Colosseum acaba por ser um jogo que me soube a pouco. Sempre quis ver um RPG Pokémon que nem os portáteis numa consola de mesa, com audiovisuais a condizer. A Nintendo acabou por dar um passo certo na minha opinião, mas ao mesmo tempo ao não incluir coisas essenciais como mais exploração e captura de pokémons selvagens também acabou por desiludir. Mas não deixa de ser um óptimo jogo, só tenho pena que até hoje a Nintendo não tenha acabado por lançar algo como eu realmente gostaria.

Time Crisis (Sony Playstation)

Time CrisisMais uma rapidinha, desta vez para a Playstation 1 com um clássico das arcadas. Enquanto a Saturn tinha o seu Virtua Cop, um jogo que para mim me guarda muita nostalgia, a Playstation como sempre contava com o apoio da Namco para as conversões arcade de jogos semelhantes. E o que a Namco tinha feito na altura deu-se pelo nome de Time Crisis, um jogo de light gun moderno, em que nos colocava ao tiro contra um enorme exército mas com um diferença fulcral na jogabilidade: a possibilidade de nos deixarmos em cover. Este meu exemplar, versão platinum, foi comprado há coisa de um mês e pico na Cash Converters de Alfragide por 2€ se a memória não me falha.

Time Crisis - Sony Playstation
Jogo com caixa e manual, versão platinum

A história de Time Crisis, como em muitos jogos arcade, não é algo que se deva levar muito a sério. Basicamente alguém causou um golpe de estado num país qualquer e fez refém uma jovem donzela, certamente filha de alguém muito importante. O nosso papel é o de qualquer agente “one man army” que nem o Rambo, basicamente temos de enfrentar um exército completo sozinhos, e lá arranjamos maneira de dar conta do recado, até porque temos munições infinitas.

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Para recarregar a arma temos de nos colocar em segurança do fogo inimigo

Tal como referi acima temos a possibilidade de nos resguardarmos e num abrigo para fugir ao fogo inimigo. Isso nas arcadas era feito com um pedal, enquanto tivessemos o pedal pressionado estavamos em segurança, aqui é um botão. E fugir para um abrigo serve também para nos recarregar a arma. Por outro lado como um jogo arcade que Time Crisis é, estamos sempre a jogar em contra-relógio, pelo que também não nos podemos dar ao luxo de estar muito tempo em segurança, pelo que este nosso resguardo deve ser utilizado com alguma estratégia. O jogo obriga-nos assim a ter reflexos rápidos pois em certas alturas aparecem-nos muitos inimigos no ecrã ao mesmo tempo e temos de arranjar forma de lhes limpar o sebo rapidamente. A versão caseira deste Time Crisis trás ainda um modo extra de jogo onde nos leva para um hotel que albergava um grupo terrorista e as mecânicas de jogo diferem ainda um pouco mais da versão arcade pois poderemos enveredar por caminhos alternativos mediante a nossa performance no jogo.

No que diz respeito aos audiovisuais este é um daqueles jogos que não foge muito aos padrões de 1996/1997 ou seja, a nível gráfico esperem por coisas muito pixelizadas, polígonos e texturas pouco detalhadas. Mas dá para entender perfeitamente o que se passa à nossa volta e é isso que interessa. As músicas são algo cinemáticas, sendo bem épicas por várias ocasiões, o que até é bem abonatório para o jogo. O voice acting é mauzinho mas lá está, é daquelas coisas que fazem parte dos jogos arcade japoneses dessa era.

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O modo de jogo extra pareceu-me ter gráficos um pouco melhores que o original

Na minha opinião, mesmo sendo um jogo que para os padrões de hoje esteja bastante ultrapassado, este Time Crisis não deixa de ser um clássico, quanto mais não seja por ser mais que uma alternativa ao Virtua Cop, ainda conseguiram melhorar essa fórmula. E com a GunCon 45 ainda dá bem para mandar uns tirinhos!

Batman Returns (Sega Master System)

Batman ReturnsMais uma rapidinha pois infelizmente o tempo não dá para mais e o jogo que cá trago hoje é o Batman Returns, um sidescroller adaptado do filme de mesmo nome e que sinceramente nem era um título da minha wishlist, mas acabou por vir em conjunto com o Space Harrier que já falei há pouco e sinceramente nem é assim tão mau quanto eu esperava. Infelizmente o meu exemplar não traz manual.

Batman Returns - Sega Master System
Jogo em caixa

Batman Returns tal como se pode ver na capa ou mesmo no próprio título do jogo é inspirado no filme de mesmo nome do Tim Burton que colocou Michael Keaton no papel de morcego, Michelle Pfeiffer como Catwoman e Danny DeVito como o Pinguim. Naturalmente que a versão Master System é apenas inspirada pelo filme, pois na realidade isto é um jogo de plataformas que tenta replicar alguns dos cenários do filme, como a cidade de Gotham, os corredores de um centro comercial ou os seus esgotos.

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Este é um jogo escuro mas bem detalhado

As mecânicas de jogo são simples: um botão para saltar e outro para atacar, com Batman a soltar o seu bumerangue. Ao pressionar o botão de salto enquanto estivermos no ar poderão acontecer duas coisas: se o mantivermos pressionado Batman abre a sua capa e podemos planar pelo ar, por outro lado se a meio do salto carregarmos rapidamente no botão de salto uma vez mais soltamos a nossa teia e podemos escalar ou balancear nos tectos ou outras plataformas. Ah esperem, esqueçam a teia, este é o Batman. Pronto, lançamos um gancho qualquer que serve para o mesmo efeito. Ao longo do jogo, para além dos inimigos e obstáculos vemos também vários morcegos que resultam em diferentes powerups depois de atacados. Poderão ser vidas extra, ou itens que tornam os nossos ataques mais rápidos e poderosos. De resto convém também referir que apesar de existirem apenas 5 níveis temos sempre duas variantes a que podemos escolher, sendo uma mais fácil que a outra. E lá vamos encontrando vidas extra em abundância pois vamos precisar delas. Ao contrário da versão Game Gear deste mesmo jogo onde Batman tem uma barra de vida, aqui basta sermos atingidos uma única vez para perder uma vida. E existem alguns níveis, em especial uma cascata no esgoto, em que temos de fazer uma série de saltos super-precisos e iremos certamente perder muitas vidas aí.

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Também nos podemos armar em Spiderman e balancear-nos de um lado para o outro

No que diz respeito aos audiovisuais este jogo até que é bem competente. O Batman é bem detalhado, assim como os níveis, dentro dos possíveis claro, afinal este é um jogo baseado num filme do Tim Burton, pelo que esperem sempre por cores escuras. As músicas foram outra das coisas que me surpreenderam, até as achei boas e agradáveis ao ouvido o que não é algo standard numa Master System.

Apesar de não ser perfeito até achei este Batman Returns uma versão competente. E é curioso que todas as 4 versões existentes nas consolas da Sega (esta, Game Gear, Mega Drive e Mega CD) acabam sempre por ter algo que as diferencie bastante o que achei bastante interessante.

Zombie Hunters (Playstation 2)

Zombie HuntersJá há algum tempo que não escrevia nada da PS2 por cá. Mas de facto a consola tem estado a apanhar pó na secretária, embora ainda tenha muuuita lenha para queimar nos próximos tempos. Mas lá que me deu a vontade de jogar um dos budget releases que cá tinha em fila de espera e o que calhou na rifa foi o Zombie Hunters, cá trazido pela 505 Gamestreet. Eu conheci essa série com o lançamento do OneChanbara: Bikini Zombie Slayers para a Wii, um hack and slash onde controlávamos uma jovem donzela em trajes menores a esquartejar hordas de zombies. Pois bem, os primeiros jogos dessa série tinham sido lançados originalmente na PS2, e o Zombie Hunters foi o primeiro a sair por estas bandas, sendo uma conversão directa do “The OneeChanpurū ~ The Onechan Special Chapter ~”, que na realidade era um upgrade ao primeiro jogo. Portanto considerem este Zombie Hunters uma espécie de Game of the Year Edition com conteúdo extra. Sinceramente já nao me recordo onde o comprei nem quanto me ficou, mas calculo que terá sido numa Cash Converters ou Feira da Ladra e não deverá ter custado mais de 3€.

Zombie Hunters - Sony Playstation 2
Jogo com caixa, manual e papelada

Pois bem, este é uma budget release. Daqueles jogos feitos com meia dúzia de tostões e lá vão servindo para uma pessoa se entreter. Tal como referi acima, este é um hack and slash onde vamos defrontando imensos zombies e outras criaturas estranhas, podendo controlar uma de duas raparigas em trajes menores. E o que é isso relevante para o jogo? Não muito. A história leva-nos para um Japão moderno que por algum motivo se viu a braços com um apocalipse zombie e podemos controlar Aya, ou a sua amiga Riho Futaba, ambas algo avantajadas. Apenas joguei com Aya, e o seu motivo prendia-se em vingar-se da sua irmã, que por alguma razão estaria por detrás desse apocalipse zombie. O facto deste ser uma budget release vê-se logo na história que não é lá muito bem contada e inclusivamente tem alguns erros de tradução para inglês, o que nos remete logo para aquela era dourada dos 8 e 16bits e tiradas do género “All your base are belong to us“.

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Sabemos que estamos perante uma budget release quando temos Zombie Hunters na capa, manual e disco, mas o ecrã título é completamente diferente

A jogabilidade é simples, com um dos botões faciais a servir para saltar (com a possibilidade de poder fazer o duplo salto), um outro para atacar com a espada, outro para dar pontapés e o círculo a servir para os ataques especiais que apesar de serem óptimos para aquelas situações em que imensos zombies nos rodeiam serem projectados a 20 metros de distância, também nos rouba um pouco da vida sempre que são desencadeados, pelo que devem ser utilizados com alguma moderação. Depois os outros botões poderão servir para fazer lock-on e alterar os alvos ou limpar a espada. Limpar a espada?? Sim. À medida que vão jogando e decapitando ou cortando zombies ao meio vão encher a espada de sangue. Quanto mais sangue tiver a espada, menos eficazes serão os ataques, pelo que de vez em quando lá teremos de “a sacudir”. Mas há uma outra barrinha que vai sendo enchida com a carnificina e essa quando atinge o seu limite transforma-nos numa assassina sedenta de sangue, muito mais rápidos, com ataques mais poderosos, mas a custo de uma defesa mais fraca e da nossa vida ir descendo gradualmente. Mais algo que teremos de ter em atenção. É possível passar para o estado normal ao aproximarmo-nos de umas estátuas de anjo ou usar um power-up com a mesma forma que poderemos encontrar ao longo do jogo.

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Os controlos apesar de aparentemente simples não são dos mais fluídos e o lock-on nem sempre ajuda

Outra coisa relevante é o esquema de experiência. Como hoje em dia querem meter pontos de experiência em tudo, aqui também o fizeram e os mesmos podem ser ganhos consoante a nossa performance em cada nível, bem como por cada zombie que eliminemos. No final de cada nível poderemos distribuir esses pontos de experiência em várias áreas como a força, velocidade, melhorar os combos, aumentar a vida, entre outros. Mas apesar de ter algumas ideias engraçadas infelizmente os controlos não são os melhores pois nem sempre conseguimos controlar bem onde queremos atacar, com o botão direccional ou o analógico esquerdo a influenciar nos combos que fazemos, em vez da sua direcção. O controlo de câmara também não é o mais famoso, mas lá está, este é daqueles jogos budget em que realmente não podemos ser muito exigentes. De resto, para além do modo história podemos participar num survival mode que nos vai colocar a enfrentar números cada vez maiores de inimigos, ou podemos também completar alguns objectivos especiais no modo história para posteriormente desbloquear novas roupas para as nossas meninas ou mesmo personagens extra. Falo em objectivos como matar mais de x zombies em cada nível, ou terminar cada nível no modo “berserk”, por exemplo.

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Alguns zombies são bem poderosos e só os conseguimos derrotar se estivermos no modo Berserk

Os níveis em si também não são lá muito detalhados nem variados. No primeiro começamos num cemitério para depois irmos para as ruas da metrópole, os dois níveis seguintes são passados no mesmo hospital e depois voltamos para a cidade e fazemos o percurso reverso. Não há portanto uma grande variedade e por vezes até é mesmo monótono, pois em alguns níveis, em especial nos dos hospitais, temos de percorrer várias vezes os mesmos corredores idênticos em busca de chaves para abrir outras portas e com os inimigos a fazerem sempre respawn. Nesses níveis, apesar de haver um mapa das salas em que estamos e haver uma indicação da direcção que temos de tomar, mesmo assim acabam por ser algo confusos.

De resto a nível técnico é um jogo budget. Os cenários tal como referi acima não variam muito e os inimigos também não. Não esperem por grandes gráficos e por vezes vão encontrar slowdowns, em especial se “acordarem” muitos zombies de uma só vez. Um outro glitch gráfico que achei piada foi às “boob physics”. Com a mulher parada no sítio conseguem ver uma das mamas a abanar como se não houvesse amanhã, isto para mim foi bem visível com a Riho e até achei bem engraçado. A nível de efeitos sonoros são super simples e as músicas são electrónicas mas passam bem despercebidas, nada de especial.

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La sangrento o jogo é. Mas não pensem que lá por os zombies estarem decapitados ou só terem as pernas inteiras deixam de nos atacar

Ainda assim mesmo com toda a mediocridade este Zombie Hunters é daqueles jogos curiosos. Budget por budget, medíocre por medíocre, prefiro tê-lo na minha colecção do que comprar mais um FIFA, ou um “Imagine Sweet Princess Alpha Turbo”. Em seguida virá o Zombie Hunters 2 ou mesmo o Zombie Driver que me pareceu ainda mais “terribad but cool”.

Space Harrier (ZX Spectrum)

SpaceHarrierEnquanto ontem escrevi um artigo sobre a versão Master System desse clássico da Sega das arcades, hoje fica cá uma rapidinha à sua versão ZX Spectrum. Com o sucesso do jogo pelas arcades de todo o mundo, conversões para outras plataformas eram coisa certa. E apesar de já nessa altura a Sega ter de se preocupar e bem com a sua Master System que ainda não estava a ter lá grande sucesso, a empresa japonesa sempre foi algo permissiva em autorizar conversões de vários dos seus jogos bem sucedidos para outras plataformas. O Space Harrier até chegou a sair para a NES, e no que diz respeito aos computadores ocidentais foi a Elite quem ficou com a responsabilidade dessas mesmas conversões. Esta minha bootleg do mercado cinzento nacional foi comprada ha uns meses na Feira da Vandoma no Porto por 1€.

Space Harrier - ZX Spectrum
Bootleg do mercado cinzento

Bom, este é essencialmente o mesmo jogo que já foi referido na Master System. Somos uma pessoa que voa a altas velocidades (ou corre pelo chão) e tem de destruir uma série de estranhas criaturas e robots, aparentemente ao serviço de um qualquer império maligno. Do espaço! Mas se já a Master System se contorcia toda para conseguir reproduzir o mais fielmente possível essa experiência das arcades, como se safaria o pobre Spectrum 48k?

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Apesar de visualmente inferior, o scrolling desta versão era bem mais suave

Bom, o resultado final é um misto de sucessos e falhanços. Os falhanços devido às fraquíssimas cores que aparecem no ecrã, mas isso já é o esperado, ou as sprites monocromáticas. Mas os sucessos é que o jogo é rápido. Mesmo rápido. Com um scrolling bem suave e zooms de sprites bem credíveis, nesse ponto de vista técnico foi realmente uma surpresa. Mas a fraca paleta de cores aliada a toda a acção non-stop que vamos vendo no ecrã acaba por atrapalhar bastante a acção e é frequente morrermos por não ver algo que vinha em nossa direcção, ou não calcularmos bem as noções de distância – relembro que este é um jogo 2D a querer simular o 3D. A nível de som infelizmente também não contém quaisquer músicas, apenas os efeitos sonoros de disparo.

O veredicto que dou acaba por ser igual a practicamente todas as outras conversões de jogos arcade para o Spectrum que já trouxe para cá: existem conversões muito superiores e por essa forma não recomendo a versão ZX. No entanto, tendo em conta as limitações da plataforma até o achei uma conversão bem competente e acabo por a recomendar quer para os entusiastas da máquina da Sinclair, ou para os coleccionadores que gostam dos jogos da Sega desta época.