Red Zone (Sega Mega Drive)

Red ZoneO jogo que trago cá hoje para uma análise não muito extensa é daqueles que são tecnicamente impressionantes em todos os aspectos, mas deixam um pouco a desejar naquilo que é mais básico e essencial: a jogabilidade. Mas já irei detalhar mais sobre isso à frente. Este meu exemplar foi comprado algures durante Janeiro deste ano numa das minhas idas à feira da Vandoma no Porto, creio que me custou cerca de 6€, faltando-lhe infelizmente o manual.

Red Zone - Sega Mega Drive
Jogo em caixa

A história é simples e segue um pouco os clichés da série Strike da Electronic Arts. Um ditador qualquer da ex-USSR toma um país fictício do bloco de leste, invade brutalmente um país vizinho, ameaçando também o resto do mundo do poderoso arsenal nuclear que dispõe. Os conflitos chegam ao ponto do general dar às nações unidas um prazo de 24h para aceitarem as suas condições, caso contrário choverão ogivas nucleares por todo o mundo. E a UN decide enviar uma pequena tripulação num helicóptero para desmantelar o arsenal nuclear do general, para depois proceder com uma invasão de infantaria e restaurar a paz.

screenshot
O sistema de dano é bastante interesssante, apesar de nos vir a dar muitas dores de cabeça

O controlo do helicóptero é muito semelhante ao da série Strike, com os direccionais horizontais a virarem o helicóptero na direcção pretendida, e os restantes a movê-lo para a frente ou para trás. Os outro 3 botões faciais da Mega Drive servem também para atacar, com um botão dedicado inteiramente à metralhadora pesada, já os outros dois servem para seleccionar e utilizar as armas secundárias, sendo estas diferentes tipos de mísses ar-terra, tele-guiados ou não, ou ar-ar. Também tal como a série Strike o helicóptero possui munições e combustível limitados, podendo restabelecer os mesmos em certos pontos no mapa. Mas o sistema de dano é bem mais interessante aqui. Do lado direito do ecrã vemos o status do nosso helicóptero, podendo o mesmo ficar danificado em diferentes pontos, o que pode inutilizar algumas das nossas armas ou mesmo prejudicar o movimento do bicho. Como se o jogo já não fosse difícil o suficiente, com apenas 1 vida disponível e sem qualquer continue. Felizmente existe uma password no final de cada missão.

screenshot
A nível gráfico a única queixa que posso ter é a de o jogo ser bastante escuro

Para além dos segmentos de helicóptero teremos também algumas outras partes em que controlamos directamente um de três diferentes soldados, em secções em que andamos a pé pelas bases inimigas, mais uma vez numa perspectiva “overhead” (ao contrário da isométrica da série Strike). Infelizmente não gostei quase nada destas partes pois a movimentação é muito lenta e estranha, para além das munições serem uma vez mais bastante limitadas. Cada personagem possui diferentes armas como metralhadoras, granadas, facas, lança-chamas, rockets ou explosivos (comum aos 3 e obrigatório serem usados nalgumas partes).

Graficamente este jogo é mesmo algo de outro mundo. Produzido pela Zyrinx, um pequeno estúdio dinamarquês que ganhou protagonismo nos anos 80 pelas suas contribuições na demoscene do Amiga (pequenos pedaços de software que demonstravam o poder técnico da plataforma), este Red Zone mostra tudo o que a Mega Drive teoricamente seria incapaz de fazer. Sempre que giramos o helicóptero a câmara e o nível também rodam, existem também vários efeitos de zoom, outros pseudo-3D como sprites empilhadas umas nas outras, dando a sensação de profundidade, mas o que mais impressiona são mesmo as cutscenes de entrada e fecho. Podem ser monocromáticas, mas as animações são fabulosas, parece mesmo quase full motion video. Numa Mega Drive sem qualquer tipo de add-on ou chip auxiliar no cartucho! Todos aqueles anos a escrever demos técnicas na Amiga deram os seus frutos, visto o processador da Mega Drive ser também um Motorola da mesma arquitectura.

screenshot
Os 3 que podemos levar para os segmentos a pé.

E o jogo está também repleto de outros pequenos detalhes deliciosos, como o radar que vai actualizando o mapa em tempo real à medida que o “vector de rastreio” vai girando (perdoem-me mas não sei mesmo o nome), ou mesmo o reflexo da cara do piloto sempre que consultamos o mapa ou reler os objectivos da missão actual. A música também é qualquer coisa absolutamente fora de série. Pode não ser ao nível da genialidade de um Yuzo Koshiro mas anda lá perto. São músicas quase sempre com uma sonoridade mais electrónica, mas a qualidade do som em si, as melodias e a percussão são realmente muito boas. E são músicas longas! Pelo menos para os padrões da época onde num cartucho cada bit valia ouro.

screenshot
Vão ao youtube e pesquisem por esta intro. Agora comparem-na com a do Sonic 3D.

Em suma, este Red Zone até pode ser um jogo bem difícil pela sua vida única, falta de continues, sistema de dano no helicóptero e inimigos agressivos no geral. Mas não deixa de ser um jogo divertido, só mesmo as secções a pé é que achei mais chatinhas pela sua lentidão. Tecnicamente é mesmo um jogo impressionante e também gostei do detalhe de ter um clone de Asteroids escondido no jogo.

Shadowgate Classic (Nintendo Gameboy Color)

Recentemente escrevi para a PUSHSTART mais uma review a um jogo clássico, o Shadowgate, versão NES. É um jogo de aventura peculiar, quanto mais não seja pelo seu clima de terror e mortes violentas que não foram censuradas pelas políticas apertadas de “boas famílias” que a Nintendo apregoava na altura.

Shadowgate Classic - Nintendo Gameboy Color
Jogo completo com caixa, manual e papelada

Apesar do texto (que pode ser consultado aqui) incidir sobre a versão NES, a versão que eu tenho na minha colecção é a Gameboy Color, lançada uns bons anos depois. É essencialmente o mesmo jogo, mas devido ao ecrã reduzido da Gameboy, a interface foi “encolhida bastante”, com o ecrã a fazer scroll enquanto navegamos nos menus ou exploramos a sala. A minha cópia foi comprada algures num dos meses passados na Cash Converters de Benfica por 6€, estando completa e em óptimo estado.

Entretanto também adquiri num Humble Bundle a versão original do jogo, emulada directamente das versões Mac. É essencialmente o mesmo jogo, alterando o interface que permite mais acções com o uso do rato e teclado. Existem 2 versões, uma a preto-e-branco do Macintosh e outra a cores do Apple II.

R.C. Pro-Am (Nintendo Entertainment System)

RC Pro Am - NESO artigo de hoje será mais uma “super rapidinha”, pois o tempo tem sido mesmo curto. R.C. Pro-Am é um jogo de corridas de carrinhos telecomandados, produzido pelo outrora gigante estúdio europeu da Rare, que nos habituou com o passar dos anos com lançamentos excelentes para as consolas da Nintendo e não só. E possivelmente este RC Pro-Am até que foi um dos primeiros sucessos da empresa para a NES, embora não seja um jogo que me agrade particularmente.

RC Pro-Am - Nintendo Entertainment System
Apenas cartucho

O jogo apresenta-se numa perspectiva isométrica que veio mais tarde a influenciar outros videojogos que a utilizaram e os controlos são simples com o D-Pad a controlar o movimento do nosso carro, um botão para acelerar e um outro para utilizar armas. Sim, apesar de ser sobre carrinhos telecomandados podemos  utilizar armas como mísseis para atacar os carros que vão à nossa frente, ou bombas para os que se ficam atrás. Essas armas são apanhadas ao longo dos circuitos e o número de munições mantém-se de pista em pista. Para além de armas podemos também encontrar peças que melhoram o nosso carro, como pneus, motor, turbo, itens como “escudos” que nos protegem contra o dano ou mesmo letras que vão formando a palavra Nintendo, e que por sua vez nos permite adquirir carros melhores.

screenshot
As pistas estão cheias de powerups e obstáculos

O objectivo consiste em chegar pelo menos na 3a posição para avançar de circuito, existindo 24 circuitos diferentes, mas o jogo a repetir-se enquanto vamos “sobrevivendo”. Esses mesmos circuitos têm também alguns perigos como poças de água ou óleo, pequenas zonas onde se activa temporariamente o turbo, ou mesmo barreiras que nos param de uma vez. A jogabilidade é simples e entende-se o porquê de o jogo ter sido um sucesso, mas muito sinceramente acabo por preferir outro com um conceito não muito diferente: Micromachines.

screenshot
Alguns powerups servem para aumentar a performance do carro

A nível de audiovisuais não é o melhor jogo de sempre. Não esperem por circuitos muito detalhados, nem músicas que nos fiquem para sempre gravadas na memória, até porque só existem pequenas melodias de transição de uma corrida para a outra. Os efeitos sonoros cumprem bem o seu papel. De resto, R.C. Pro-AM é um jogo que não é nada mau do catálogo da NES, mas pura e simplesmente não é de um género que me agrade particularmente.

Outrun 2006 Coast 2 Coast (Sony Playstation 2)

O Outrun original foi um jogo brilhante que por alguma razão ainda anda fugido da minha colecção. Mas o Outrun 2006 Coast 2 Coast, o último jogo da série (e igualmente excelente) não me escapou! Na passada edição da Pushstart escrevi mais um artigo da rubrica “Old vs New”, onde escolhi desta vez comparar precisamente esses 2 jogos. Como para já apenas tenho o Coast 2 Coast na colecção, aproveito aqui o artigo apenas para este jogo. No futuro será apontado para ambos.

OutRun 2006 Coast 2 Coast - Sony Playstation 2
Jogo completo com caixa, manual e papelada

E o meu exemplar da PS2 foi adquirido por 5€ já há uns bons anos, numa loja do centro comercial Brasília no Porto, da qual já não me recordo o nome, mas não era a Prameta. Está completo e em bom estado! De resto poderão ler o artigo na íntegra aqui.