Journey of a Roach (PC)

Continuando com as rapidinhas de jogos indie no PC, hoje trago cá mais uma aventura point and click editada pela alemã Daedalic. Mas este Journey of a Roach é não é um jogo tradicional de aventura deste género, incorporando uma série de coisas novas e interessantes, a começar por contar mesmo a aventura de uma barata. Este jogo veio incluido num Humble Bundle dedicado à Daedalic, tendo ficado por uma bagatela como habitual. Muito gosto eu destes bundles!

Journey of a RoachE este jogo decorre num futuro apocalíptico, onde aparentemente toda a vida se extinguiu, excepto a de alguns insectos como as baratas, que se tornaram gigantes e passaram a habitar as ruínas humanas. A aventura começa não com a nossa personagem, mas sim com o companheiro Bud que numa das suas idas à superfície descobre uma flor no meio de todo o deserto e ruínas. Entusiasmado com a ideia decide contar ao nosso herói, mas pelo meio acontecem várias peripécias e acabamos por perder o contacto com Bud. O resto da aventura consiste em explorar os subterrâneos à procura de Bud, interagindo com muitos outros insectos, incluindo um grupo de formigas opressoras que aprisionaram o nosso amigo.

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Os diálogos (e monólogos) são dados na forma de figuras deste género, e na verdade servem perfeitamente.

Tal como Gomo ou o Machinarium que por acaso ainda não joguei, esta é uma aventura muito minimalista, não existindo quaisquer diálogos normais, sendo os mesmos representados por gestos, gemidos e balões de banda desenhada com várias figuras a representarem acções ou ideias. De point and click temos apenas alguns puzzles relativamente simples e as habituais manipulações de objectos a serem utilizados uns nos outros para nos permitir avançar no jogo. A movimentação é a parte mais original, pois o nosso herói sendo uma barata, podemos andar nas paredes e tectos, com a câmara do jogo a rodar mediante a nossa posição no ecrã. O movimento não é feito como um point and click, mas sim utilizando as teclas WASD, acabando por ser um jogo bem mais dinâmico.

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Como baratas, podemos andar nas paredes e no tecto, com a câmara a rodar connosco.

Graficamente é um jogo muito simples, mas bem competente. Tudo está representado num estilo muito cartoon, e as pequenas cutscenes que vamos vendo são cómicas, mais uma vez enfatizando esse estilo mais de “desenho animado”. As próprias músicas também são agradáveis e adequam-se muito bem a todo o estilo artístico adoptado neste Journey of a Roach. No fim de contas a única coisa que realmente acaba por me desapontar é a curta duração do jogo. É certo que de início ainda podemos demorar um pouco a chegar ao fim, mas existe um achievement para os speedrunners que o consigam terminar abaixo dos 18 minutos, logo por aí já dá para ver que não é uma aventura muito longa. É daqueles jogos que recomendo a sua compra quando o mesmo estiver bem baratinho, como foi o caso deste Humble Bundle.

Tower of Guns (PC)

Vamos lá a mais uma rapidinha a um jogo para PC que também é suposto não ser levado muito a sério. Tower of Guns é um roguelike na primeira pessoa, mas um FPS em vez de um RPG. Com isto quero dizer que a “dungeon“, ou neste caso a torre que exploramos é gerada aleatoriamente e cada morte é permanente, forçando-nos a recomeçar do zero. Este é um dos jogos que veio no Humble Indie Bundle 13, que como habitual foi comprado a um preço muito apetecível.

Tower_of_GunsHá muita coisa aleatória neste jogo, nomeadamente o formato das salas, os inimigos robóticos e turrets que são posicionados em cada sala, os próprios bosses e por fim mesmo a história que corre em background é diferente, com diferentes personagens a dialogarem em cada partida. Mas o objectivo é sempre o mesmo: chegar ao cimo da torre. Começamos de uma maneira muito fraca, com uma má arma e apenas 2 perks iniciais a escolher, um que nos permite dar triplos saltos e outro que não nos causa dano ao cair de grandes alturas. Tudo o resto consiste em disparar para tudo o que se mexa de sala em sala, derrotar o próximo boss e avançar o máximo que conseguirmos. Mas há na mesma alguns elementos de RPG, nomeadamente as armas que vão subindo de nível à medida em que derrotamos os inimigos e apanhamos os itens azuis que vão largando, em conjunto com outras orbs vermelhas que nos regeneram a vida, ou moedinhas que podem ser utilizadas para comprar outros itens, como um item de teletransporte, por exemplo. Mas também ao sofrer dano, os pontos de experiência que formos acumulando com a arma escolhida vão-se perdendo, sendo possível descer a arma de nível.

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É comum mesmo nos primeiros níveis sermos completamente rodeados de inimigos se não tivermos cuidado

Mas à medida em que vamos jogando (e morrendo) desbloqueamos uma série de outras armas e perks que nos podem dar mais chances para sobreviver ao jogo, até que eventualmente lá nos conseguimos safar e chegar ao fim em pouco tempo. Mas é um jogo que nos obriga a estar constantemente em movimento, pois em muitas salas temos turrets a disparar a torto e a direito e verdadeiros enxamos de robots em nossa direcção, para não mencionar também os perigos do cenário, como espinhos, moto-serras, ou mesmo lava no chão. É normal morrermos muitas vezes, é isso que se espera de um roguelike. No entanto o meu backlog é verdadeiramente colossal, pelo que nunca tenho muita paciência para videojogos deste género e ao fim de cerca de 4h de jogo resolvi engavetá-lo e passar para o próximo.

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No final de cada zona temos sempre um boss pela frente

Graficamente é bastante simples, com os cenários e inimigos a terem uns visuais muito cartoonescos, e as músicas também vão sendo variadas e agradáveis. Mas acima de tudo é um jogo com um bom sentido de humor, desde os diálogos que vamos lendo em background à medida em que vamos avançando nas áreas e também as próprias mensagens do jogo nos ecrãs de loading.

É daqueles jogos que mesmo não sendo brilhantes são capazes de nos entreter por umas boas horas, mas visto não ter nada de realmente palpável a nível de narrativa ou mecânicas de jogo, infelizmente não é algo que eu me queira focar hoje em dia.

TekWar (PC)

TekWarO jogo que trago hoje é daqueles que tenho mesmo pena de não o ter jogado na sua altura, pois passado quase 20 anos desde o seu lançamento, consigo ver que é um jogo cheio de ideias inovadoras e muito à frente para o seu tempo, mas por outro lado está tudo tão mal executado que até dói. Mas já lá vamos. Este jogo foi comprado há uns bons meses atrás na Cash Converters de S. Sebastião em Lisboa por menos de 1€. Fez parte de uma colecção distribuida por um jornal, algures durante os anos 90.

TekWar - PC
Jogo com caixa em jewel case

E tal como o nome completo do jogo indica, o mesmo é baseado nas obras de William Shatner de mesmo nome, que pelos vistos durante os anos 90 até foram bem populares, gerando uma série de livros, filmes e uma série televisiva. Confesso que a mim sempre me passou completamente ao lado. O jogo decorre aparentemente no futuro, onde uma nova droga, na forma dos microchips “Tek”, tem-se espalhado por toda uma sociedade decadente. A personagem com que jogamos aparentemente é um ex polícia que foi sentenciado a prisão criogénica, tendo sido descongelado pelo próprio William Shatner que o incumbe de assassinar uma série de traficantes de Tek nas ruas de New Los Angeles.

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Aquelas belas cutscenes em full motion video…

Apesar de o jogo estar dividido em diferentes missões onde em cada uma temos de assassinar um traficante diferente, toda a cidade está disponível para ser explorada, através de um sistema de hub com um metro que nos deixa em diferentes localidades para explorar. Outro aspecto interessante do jogo é a distinção entre civis, criminosos e polícias. Andar com alguma arma à vista na rua ou noutros locais públicos, causa o pânico entre os civis que começam numa gritaria tremenda. Já os polícias, se nos virem armados pedem para guardar a arma, caso contrário começam a disparar contra nós e rapidamente nos vemos envolvidos num tiroteio desnecessário. Os inimigos sim, esse começam logo a disparar sem qualquer aviso e estamos à vontade para os matar. Só que a inteligência artificial, de tão boa que é, é bem capaz de os polícias não fazerem nada quando um bandido nos dispara, mas se nós ripostarmos entornou-se o caldo todo.

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O hospital é uma das zonas que podemos e devemos explorar

No entanto esta é toda uma falsa liberdade, pois o único castigo que temos ao matar tudo o que mexa é uma repreensãozinha do William Shatner do género “que isto não se repita, senão vais para o congelador outra vez” e siga a marinha para a missão seguinte. E se por um lado temos toda a cidade aos nossos pés para a explorar, por outro não fazemos a mínima ideia por onde sequer começar, acabando muitas vezes por explorar todos os recantos até finalmente encontrar o traficante alvo. E depois destes 7 níveis iniciais temos o “The Matrix”, onde somos levados a uma cena tipo Tron, toda “realidade virtual” e repleta de cores psicadélicas. Estes labirintos são um horror para navegar e mais uma vez nem sabemos muito bem o que estamos ali a fazer.

Graficamente este é um jogo que utiliza o mesmo motor gráfico de jogos como Duke Nukem 3D, Blood ou Shadow Warrior, tendo no entanto saído muito mais cedo que esses jogos, no ano de 1995. E se por um lado o level design até me parece interessante com as diferentes localidades que podemos explorar, por outro as texturas são pobrezinhas e os NPCs (digitalizados a partir de actores reais como em Mortal Kombat) são muito mauzinhos, com péssimas animações. A música tem sempre uma toada algo electrónica e futurista que até me agradou, já as cutscenes em full motion video do próprio William Shatner antes e depois de cada missão são brilhantes pelo mau acting, mas não era nada que já não estaríamos habituados nessa época.

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A Matrix é um nível labiríntico bem grande que calhou ali sem ninguém entender muito bem.

É por todas estas razões que acho o Tekwar um jogo com óptimas ideias para o seu tempo, mas com uma péssima execução e repleto de bugs que acabam por estragar a experiência. É uma pena mesmo! Mas não se fiem em mim e experimentem-no, acho que este TekWar merece no mínimo isso. Se o virem baratinho por aí como eu, dêm-lhe uma oportunidade.

Medal of Honor Heroes (Sony Playstation Portable)

MoH HeroesVoltando à segunda guerra mundial e à portátil da Sony para mais um jogo da série Medal of Honor que eu tanto gosto. Este Medal of Honor Heroes é um jogo relativamente simplificado, até porque é para uma portátil, mas com uma boa jogabilidade, tendo em conta a falta de um segundo analógico na consola. Creio que me custou uns 3.50€ algures no mês passado na Cash de Benfica, em Lisboa, estando completo e em óptimo estado.

 

Medal of Honor Heroes - Sony Playstation 2
Jogo completo com caixa, manual e papelada

Neste jogo vamos jogando com 3 diferentes personagens que já conhecemos de outros Medal of Honor, daí o nome de Heroes. Temos então Jimmy Patterson do MoH original e do Frontline, John Baker do Allied Assault e por fim William Holt, do MoH Vanguard, ao longo de 3 diferentes campanhas, em Itália, na Holanda e por fim na Bélgica. A jogabilidade é simples e a falta de um segundo analógico é compensada com o uso dos botões faciais triângulo, quadrado e companhia, para servirem para mover a câmara e ao fim de alguns minutos já nos habituamos bem. O gatilho direito serve para disparar, já o esquerdo serve para activar o aiming down the sights ou simplesmente dar pancadas com a arma. As outras funções básicas como agachar,recarregar ou mudar de arma são efectuadas com os botões direccionais.

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Na primeira missão temos de fazer um assalto a um aeródromo nazi, destruir umas coisinhas e fugir

Infelizmente o jogo é demasiado simples. Poucas são as missões de sabotagem que sempre foram parte integral desta série, aqui a maioria das missões acabam por ter objectivos de captura e defesa de pontos fulcrais no mapa, defender-se contra waves de inimigos, ou eliminar x soldados nazis. O facto de termos apenas 3 campanhas com 5 missões cada, tornam este jogo também bastante curtinho. Por um lado entende-se, pois estamos a falar de uma portátil e convém as missões serem simples e curtas, mas por outro lado poderiam haver mais coisas para fazer. Temos sempre os objectivos secundários para completar (sempre marcados na bússola, assim como os primários), mas acaba por saber a pouco.

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O modo skirmish é essencialmente um deathmatch local contra bots

De resto outra coisa que me desagradou é o facto de os inimigos estarem sempre a fazer respawn e apesar de termos um esquadrão a nos acompanhar, os mesmos são algo burros e inúteis. De resto temos também a vertente multiplayer que sinceramente não cheguei a testar, embora exista o modo skirmish que nos deixa jogar contra bots. Desses modos de jogo temos claro as variantes habituais do deathmatch e capture the flag (infiltration), o demolition que é uma espécie de Counter Strike e por fim outros modos de jogo baseados em objectivos de captura e defesa.

Graficamente é um jogo simples, as texturas e modelos utilizados não são assim nada de especial, pouco melhores que os originais da PS1 são. Mas também é um jogo portátil e com o pouco conteúdo não esperaria nada de extravagante. A parte audio é boa como é habitual nesta série e como sempre temos algumas cutscenes com filmagens a preto e branco da época que são sempre agradáveis de se ver, pelo menos para mim que sempre tive um fascínio com este nosso período da História. Para quem gostar, podemos também desbloquear muitos uniformes adicionais para serem utilizados no modo multiplayer, mediante a nossa performance em cada nível no modo campanha.

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A vertente online parecia-me bem completa para um jogo de PSP, com direito a rankings e tudo.

No geral achei um jogo razoável, a nível de jogabilidade acho que realmente não há muito onde melhorar numa PSP e rapidamente me habituei aos controlos. Mas as missões deveriam ser mais diversificadas e acima de tudo, deveriam haver mais e eventualmente outras campanhas a explorar. Segue-se o Medal of Honor Heroes 2, que irá em breve entrar na minha PSP também. A ver o que melhoraram!

Cheese Cat-Astrophe (Sega Master System)

CheeseCatastrophe-SMS-PT-mediumMais uma rapidinha, pois ainda ando a arrotar a rabanadas do Natal. O jogo que trago cá hoje é um jogo da plataformas de mais uma personagem dos Warner Bros, nada mais nada menos que o rato mexicano Speedy Gonzales. E esta é também mais uma edição dos Portuguese Purple, jogos que tiveram um relançamento apenas em solo nacional com esta capa em tons púrpura, cortesia da nossa Ecofilmes. Este exemplar até foi uma oferta de um utilizador do fórum Collector’s Corner, a quem muito agradeço. Só me falta o Sonic Spinball para fechar o set!

Cheese Cat-Astrophe - Sega Master System
Jogo com caixa

Mas sem mais demoras, a história por detrás deste jogo é simples. O gato Sylvester, como sempre, tenta apanhar o pequeno rato, mas como não consegue, decide raptar a sua namorada que agora me falha o nome, e uma série de outros ratos amigos de Speedy, tudo para o atrair e tentar apanhar de uma vez por todas. Então somos largados numa série de níveis de platforming, onde para além de nos esquivarmos de obstáculos e outros bichos como aranhas ou escorpiões gigantes, temos também de encontrar uma pequena chave escondida em cada nível. Ao encontrar essa chave somos levados a uma salinha onde um amigo de Speedy está preso, e simplesmente temos de o libertar. De resto os controlos são simples, com um botão para saltar (e podemos saltar em cima dos inimigos para os derrotar) e um outro botão para atirar chapéus, que podem também servir de arma e coleccionáveis em cada nível.

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Nunca percebi muito bem o que são estes bichinhos escuros, pelo que vou chamá-los de aranhas

Eventualmente, de nível para nível, teremos mais algumas funções extra, como apanhar barras de dinamite e atirá-las para o Sylvester, ou lançar uma corda para subir a outras plataformas às quais não conseguimos saltar directamente. No entanto, apesar de ser simples não achei um jogo tão fácil assim, pois levar dano dos inimigos (principalmente se quisermos conservar os chapéus) é fácil e os saltos não são tão precisos como em outros jogos de plataforma. Mas nem todos os níveis são de platforming puro e duro, temos também os tradicionais níveis em água, que tanto controlamos Speedy numa bóia a descer aparentemente um rio, mas a fugir de vários obstáculos, ou um outro em sidescroller onde nadamos no fundo de uma lagoa.

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Podemos apanhar vários chapéus espalhados nos vários níveis

Nos audiovisuais sinceramente achei um jogo fraquinho. Se por um lado as sprites são coloridas e bem detalhadas tendo em conta que estamos a falar de um jogo de 8bits, por outro lado nos cenários tanto temos níveis com backgrounds bem detalhados, como outroas absolutamente horríveis. O nível em que nadamos debaixo de água é na minha opinião o maior culpado! As músicas sinceramente também achei bastante desinspiradas e simples demais.

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Um dos vários amigos de Speedy que temos de resgatar antes de poder avançar para o nível seguinte

No fim de contas acho este Cheese Cat-Astrophe um jogo de plataformas algo medíocre, que se não fosse por ter este lançamento em Portuguese Purple, pouco me iria preocupar em andar à procura dele.