Blade Runner (PC)

Blade RunnerVamos continuar com análises de jogos de PC pois estou com preguiça de terminar o Resistance 3 para a PS3. Blade Runner, o filme, é um autêntico clássico do cinema. Lançado em 1982 e com Harrison Ford no papel principal, coloca-nos num futuro distópico onde a tecnologia avançou de tal forma que passou a ser possível criar androides humanos visualmente indestinguíveis de humanos reais, os chamados Replicants. Os Replicants foram banidos do planeta Terra, sendo usados principalmente em trabalhos forçados em colónias terrestres fora do planeta, mas quando algum tentava voltar à Terra, era o trabalho dos Blade Runners, polícias especiais para o efeito, de os interceptar e “retirá-los de circulação”. Ora e após um jogo lançado também durante os anos 80 para a Commodore 64 nunca mais se pegou na série até que a saudosa Westwood decidiu fazer um jogo de aventura point and click em 1997. E que belo jogo esse! A minha cópia foi comprada algures durante este ano na feira da Ladra em Lisboa, custando-me algo em torno dos 2 ou 3€, está completa e em excelente estado.

Blade Runner - PC
Jogo completo com caixa, jewelcase, 4 discos, manual e papelada diversa

Em vez de ser uma simples adaptação do filme original, este Blade Runner opta antes por contar uma história que decorre em paralelo com os acontecimentos do filme, com várias personagens do filme a acabarem por entrar no jogo, inclusivamente com as vozes dos actores originais. Também o jogo decorre em Los Angeles no ano de 2019 e nós encarnamos no Blade Runner Ray McCoy, começando por investigar um misterioso assassinato de animais verdadeiros numa loja (sim, porque neste contexto, muitos animais se extinguiram devido a acções humanas e assassinar animais verdadeiros é um crime tão grave como o assassínio humano) e com as suspeitas a recairem num grupo de Replicants. Ao longo do jogo vão acontecendo outros assassinatos e cabe-nos a nós ter o trabalho de detective e investigar quem são os culpados e quais as suas motivações.

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Esta é a jovem Lucy, uma personagem importante para a história que pode impactar por completo o final do jogo.

Como devem adivinhar, a jogabilidade não vai recair tanto em puzzles tradicionais de jogos deste género mas sim recolher e analisar pistas de cenas de crimes e entrevistar vários suspeitos e outras pessoas para irmos construindo as nossas teorias. E nessas entrevistas e conversas que vamos tendo, podemos decidir ser o “polícia bom” ou o “polícia mau” o que acaba por influenciar a maneira como depois a história vai decorrendo. E isto eu não me apercebi, porque sinceramente só joguei este Blade Runner uma vez, mas já li em vários sítios que este jogo tem a peculiaridade de para além de ser não linear, ou seja, temos muita liberdade de escolha do que fazer e como o fazer, e isto é óbvio, o que não foi tão óbvio para mim é que os outros NPCs também vão progredindo no jogo de forma independente, o que também acaba por introduzir ainda mais não-linearidade na aventura.

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Grande parte do jogo consiste em investigar cenas de crime e outros locais suspeitos em busca de pistas

Uma das coisas que achei interessante são as fotos que podemos analisar. Aqui dispomos do computador de “tecnologia de ponta” que é bem melhor que qualquer programa informático do CSI, pois consegue ampliar e rodar fotografias em 3D para que consigamos ver a cara de alguém que esteja de costas, ou algum objecto mais escondido. Outra coisa interessante e fora do comum que podemos fazer são os testes de Voight-Kampff a vários suspeitos. Aqui são feitas várias perguntas hipotéticas e consoante as respostas que vamos recebendo conseguimos determinar se a pessoa em questão é um replicant ou um humano autêntico. Mas também temos outros segmentos com mais acção, onde temos de perseguir ou fugir de alguns indivíduos e podemos inclusivamente sacar da nossa arma e ao estilo de point and click disparar para os NPCs em questão.

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Quando viajamos no nosso carro de polícia todo hi-tech, podemos escolher o destino a seguir neste mapa

Visualmente era um jogo muito surpreendente para os padrões de 1997, até porque a Westwood utilizou umas técnicas de programação fora do comum, utilizando voxels, o que permitia representar gráficos em 3D com boa qualidade sem ser necessário o uso de alguma placa gráfica, que nessa altura já começavam a ficar em voga. No entanto, isso requeria bastante capacidade de processamento para a época, o que acabou por se ressentir no framerate. De qualquer das formas, o design é completamente cyberpunk, apresentando-nos uma cidade desoladora, consumida pela poluição e zonas dos subúrbios completamente miseráveis, onde inclusivamente muitos dos edifícios e locais do filme acabaram por ser aqui representados também. Todo aquele “high-tech” característico dos filmes de ficção científica dos anos 70 e 80, onde viamos ecrãs de TV dissimulados e muitas botões com luzinhas em todo o lado também marcam aqui a sua presença. Em relação ao voice acting também não tenho nada a declarar, pois o mesmo está bem competente.

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Nas instalações da LAPD, podemos participar numa galeria de tiro para treinar os nossos reflexos.

Se gostaram do filme Blade Runner e também apreciam videojogos do género de aventura point and click, então recomendo por completo que dêm uma vista de olhos a este jogo. Infelizmente, e possivelmente por questões de copyright e pelo facto de a EA ter destruído a Westwood, não existe nenhuma versão oficialmente optimizada para correr em sistemas operativos modernos, quer no GOG, Steam, Origin ou outros. No entanto, basta usar o google para se encontrarem instaladores e patches que o corrigem para que o mesmo corra em sistemas operativos de 64bit como o Windows 7 e 8.

Anodyne (PC)

Vamos continuar pelos indies, para mais um lançamento altamente inspirado numa série clássica muito conhecida. Anodyne foi desenvolvido pela Analgesic Productions que na verdade consistia numa dupla composta por Sean Hogan e Jonathan Kittaka. Este é um jogo de acção/aventura bem no estilo dos primeiros The Legend of Zelda em 2D, na medida em que temos um overworld grandinho para explorar, bem como várias dungeons com os seus puzzles característicos e bosses no final. Tal como o Ittle Dew, que por acaso é do mesmo género, este jogo também entrou para a minha conta steam após o ter ganho num sorteio.

Anodyne - PCApesar de ter uma jogabilidade muito familiar, Anodyne é um jogo bastante bizarro. A sua história nunca é muito clara, aqui encarnamos no jovem Young (passe a redundância) que visita um mundo nos seus sonhos e o seu objectivo aparentemente é apenas para derrotar alguém chamado Briar. Mas ao longo do jogo, ao falar com os vários NPCs que se vão atravessando no caminho, iremos ler muitas mensagens mais introspectivas, abordando temas como a solidão, medo de ser rejeitado e outras questões mais sociais. Portanto tudo indica que esta é uma jornada algo introspectiva, onde vamos tentar ultrapassar os nossos medos e receios, mas isso nunca é muito claro. Ah, e o jogo tem também o seu sentido de humor, o que também contrasta um pouco com aquela abordagem mais depressiva, a começar pela nossa arma que não é nada mais nada menos que uma vassoura.

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Tanto no overworld como nas dungeons, se activarmos estas telas com um C, as mesmas passam a servir de checkpoint.

Somos então largados para descobrir esse mundo, e apesar de existirem algumas áreas que são temporariamente inacesíveis, existe alguma não-linearidade nessa exploração, pois podemos seguir algumas das dungeons pela ordem que bem entedermos. No entanto, para chegar ao boss final, temos de coleccionar umas 36 cartas espalhadas pelo mundo, tanto no overworld, como nessas dungeons. E como existem 37 cartas no total (desconsiderando o conteúdo extra acessível após finalizarmos o jogo), isso vai-nos obrigar a explorar ao detalhe todos os ecrãs existentes. À medida que vamos progredindo no jogo, vamos encontrar alguns upgrades para a nossa vassoura ou mesmo uns sapatos especiais que nos deixam saltar. Algumas das zonas apenas podem ser acedíveis depois de termos os sapatos, pois caso contrário não se conseguiria saltar uns pequenos buracos que nos aparecem à frente. E também tal como nos Zeldas clássicos, também há umas fadas que nos restabelecem a vida, mas também nos adicionam mais um slot de vida, como se um heart container se tratasse. Mas ainda assim vamos ver algumas zonas que não podemos aceder pois têm uma rocha ou um arbusto a impedir o nosso caminho.

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Sage é um dos nossos mentores ao longo da aventura. Esta dimensão é o hub com os vários portais que activamos.

Pois bem, apenas no final do jogo, quando recebemos o update da vassoura com a funcionalidade de “swap” é que conseguimos remover esses obstáculos do caminho, tendo assim algumas áreas extra e dungeons para explorar, com mais cartas para descobrir. De resto, como o jogo tem uma transição de ecrãs como nos Zeldas em 2D, por vezes temos de optar  por diferentes passagens para chegar àquele baú escondido, o que por vezes torna as coisas algo labirínticas. Isto é especialmente crítico numa dungeon com uma temática muito 8bit. Ainda assim, para facilitar um pouco as coisas, existem vários locais que nos deixam fazer checkpoint e caso morramos, renascemos nesse ponto com a vida toda. Para além disso, temos também um sistema de portais em hub que nos permitem viajar de uma zona para a outra mais rapidamente, o que a meu ver dá bastante jeito. De resto contem com dungeons mais voltadas para o combate e puzzle solving, envolvendo conceitos habituais de carregar em botões, saltos bastante precisos, derrotar todos os inimigos numa sala para avançar, ou mesmo arrumar lixo com a nossa vassoura.

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Nem todas as criaturas são perigosas. Estes aqui são completamente inofensivos

Graficamente é um jogo com um look retro, como se pode depreender pelos screenshots. Há é uma grande variedade nos cenários, onde tanto temos zonas mais naturais como praias, montanhas ou florestas, ou outras coisas mais urbanas como cidades, hotéis entre outras coisas bem bizarras como um mundo todo avermelhado que sinceramente espero que não represente aquilo que eu fiquei a pensar que representava. As músicas também são algo díspares entre si. Tanto temos melodias bem agradáveis e viciantes, como outras faixas mais contidas ou mais invulgares. A da dungeon retro é um óptimo exemplo disso, onde primeiro se estranha, mas depois lá acaba por entranhar e sinceramente é a única que acabou por me ficar mesmo na cabeça.

É impossível para mim não traçar um paralelismo entre este Anodyne e Ittle Dew e apesar de no geral o Ittle Dew ter acabado por me entusiasmar mais, não posso dizer que não me diverti com o Anodyne. Quem gostar dos Zeldas clássicos de NES/SNES e Gameboys terá aqui mais uma boa proposta pela frente.

Gone Home (PC)

Recentemente escrevi para a PUSHSTART uma review a mais um jogo indie muito interessante, o Gone Home. Se gostaram da experiência que foi o Dear Esther, este jogo segue-lhe algumas pisadas, na medida em que é também passado na primeira pessoa e somos largados num local sem saber muito bem o que aconteceu. O jogo entrou na minha colecção steam após ter sido ganho num sorteio num fórum de videojogos.

Gone Home PCPara ler a análise na íntegra, sigam este link.

Wipeout Pure (Sony Playstation Portable)

Wipeout PureDe todos os jogos do lançamento da PSP nos mercados ocidentais, aquele que para mim melhor se destacou foi este Wipeout Pure. Com Fusion a ser até então o único jogo da conhecida série futurista a ter um lançamento na PS2, vi com algum agrado o anúncio deste Pure, mas também com algum receio que na transição das consolas de mesa para uma portátil se perdesse muito. Felizmente os meus receios não se confirmaram. E este meu jogo foi comprado algures em 2011 ou 2012, salvo erro na Game do Maiashopping. Sei que me custou 5€, pois ainda tinha um autocolante com o preço na traseira da caixa e que mo esqueci de retirar.

Wipeout Pure - Sony Playstation Portable
Jogo com caixa e manual

O Wipeout Fusion da PS2, talvez por ter sido desenvolvido pela Bam! Entertainment acabou por se desviar um pouco da fórmula tradicional da série, com as mudanças nas armas e no design nos circuitos, embora essa última tenha sido do meu agrado. Mas tal não agradou à maioria dos fãs de Wipeout e desta vez a Psyg… SCE Liverpool decidiu retornar à “pureza” dos primeiros lançamentos, daí o sobnome de “Pure” e o facto de o jogo decorrer 100 anos depois dos eventos de Wipeout 2097 não é também uma coincidência.

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As pistas são mais fiéis às clássicas no seu design

Ora nós dispomos de vários modos de jogo, entre os quais o Single Race que dispensa quaisquer apresentações, o Time Trial onde competimos para obter os melhores tempos em cada circuito, ou o Tournament, onde podemos competir em vários “campeonatos” em que terminamos cada corrida com pontos respectivos à nossa classificação. Como sempre tanto neste modo como no single, existem várias classes de corridas, bem ilustrativas do grau de dificuldade das mesmas. Temos ainda o modo Zone, uma das poucas coisas herdadas do Wipeout Fusion. Este é uma espécie de “survival” onde sozinhos somos largados a alta velocidade num circuito, com os escudos em baixa e com a nossa nave a ganhar velocidade de forma constante. O objectivo é sobreviver o máximo de tempo possível. Por fim, temos ainda o Free Play, que pode ser tido como um training mode.

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Blue sky in gaming! Mesmo no lusco-fusco

Com as capacidades Wi-Fi oferecidas pela PSP, este Wipeout Pure acaba por tirar partido de toda essa estrutura. Por um lado temos várias adaptações dos modos de jogo existentes para o multiplayer, nomeadamente o single race, time trial e tournament. Existia até o “Game Sharing”, onde se conseguia partilhar a demo do jogo com os nossos amigos e jogar contra eles nos circuitos existentes nessa mesma demo. Para além disso, este Wipeout Pure teve ainda alguns DLCs, mas felizmente foram gratuítos (pelo menos os que tenho conhecimento), consistindo principalmente em novos circuitos e naves para pilotar. De resto, tudo se mantém fiel à fórmula dos Wipeout mais tradicionais, principalmente a nível dos controlos e do design dos circuitos. As armas também continuam a marcar a sua presença, mas as mesmas podem ser absorvidas para regenerar um pouco da armadura da nave. Isso é necessário pois aquelas áreas de “pit stop” onde se regeneravam esses escudos desapareceram.

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Graficamente o jogo está muito interessante, com bons efeitos de luz e partículas

Passando para os visuais, devo dizer que este é provavelmente o Wipeout mais “blue sky” de sempre. Muitos dos circuitos são completamente solarengos e com um céu tão azul que as corridas parecem decorrer em pleno pico do verão. Mas claro que também teremos outras na neve ou chuva, ou em outras alturas do dia e em cenários mais metrópoles ou industriais. Mas apesar de os circuitos já não serem tão “diferentes” e repletos de outros obstáculos como o que foi visto no Wipeout Fusion, aqui seguem a fórmula mais tradicional, estando repletos de curvas inclinadas e alguns saltos mais perigosos. Mas graficamente falando tudo tem um aspecto extremamente limpo e é sem dúvida o mais bonito dos jogos de lançamento da consola, pelo menos na minha opinião. As músicas essas continuam a ser bastante techno/electronica como aliás não poderiam deixar de ser, mas desta vez parecem-me um pouco mais contidas e calmas que o habitual.

No fim de contas, gostei bastante deste Wipeout Pure, acho que é um lançamento de peso para a PSP e a poderosa consola portátil da Sony conseguiu dar bem conta do recado. Aliás, até deu bem demais, pois a sua sequela, o Wipeout Pulse, também saiu originalmente para esta consola, se bem que depois lá acabou por sair de forma exclusiva na Europa para a PS2. Mas será também a versão da PSP que cá trarei em breve.

Battletoads (Nintendo Entertainment System)

BattletoadsSe costumam seguir os vídeos do Angry Videogame Nerd, certamente já terão visto o vídeo em que ele fala do Battletoads, mostrando o quão difícil e frustrante o jogo é. E sim, Battletoads é um desafio colossal à nossa paciência, mas no entanto também o acho de certa forma um jogo cheio de estilo e boas ideias por parte da Rare. E sim, sou sincero, apenas consegui chegar ao fim disto na raça do save state em emulador. Não me crucifiquem! Este jogo foi comprado ha coisa de um ou 2 meses atrás na cash converters de Alfragide por 5€, tendo a caixa.

Battletoads - Nintendo Entertainment System
Jogo com caixa e sleeve de plástico

Enquanto umas certas tartarugas ninja ganhavam popularidade na TV, a Rare decidiu criar os seus próprios bichos mutantes. Em vez de 4 tartarugas, temos 3 sapos bombadões e musculados e em vez de uma ratazana como seu mestre, temos um pássaro qualquer. E enquanto os outros viviam no esgoto, estes battletoads são mercenários intergalácticos! A história neste jogo é simples, a princesa Angelica e o seu companheiro battletoad Pimple foram raptados pela sexy vilã Dark Queen. Caberá então aos outros 2 sapos, Rash e Zitz, percorrer uma série de obstáculos para os salvar, derrotando a Dark Queen pelo caminho.

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Possivelmente o rappel mais perigoso de sempre

Este jogo pode ser dividido em uns 2 ou 3 subgéneros distintos, começando por ser um beat ‘em up à moda de um Double Dragon ou Streets of Rage, passando por níveis em sidescrolling, tanto de plataforma, como de corrida. As coisas começam relativamente simples, com os sapos a serem largados na superfície de um planeta e começarem a distribuir pancada por vários inimigos que lhes atravessam à frente. Esta vertente de beat ‘em up resulta bastante bem, sendo possível fazer alguns combos e com os golpes a serem até um pouco cómicos, bem como também é possível pegar em itens do chão (nomeadamente bastões) e usá-los como arma, para uma maior brutalidade. Depois entra um boss bastante original. Um enorme robô/mecha e a perspectiva passa para os “olhos” do próprio piloto. Aqui vemos a mira a mover-se pelo ecrã e quando se fixa nalgum ponto, vemos os canhões a disparar. Depois apenas temos de pegar numa rocha e atirar de volta para o mecha, repetindo o processo até finalmente vermos o seu vidro a rachar-se. Muito original, na minha opinião!

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O terceiro nível é uma das maiores frustrações de todo o jogo.

Depois, para variar completamente, no nível seguinte estamos presos por um cabo a descer um enorme precipício, onde nos vamos ter de ir balanceando e atacar os inimigos que nos rodeiam, ou evitar outros obstáculos. No terceiro nível já temos um infame percurso de moto, onde vamos correr a alta velocidade por uma bem longa pista de obstáculos, com pequenas paredes, muros e rampas a surgirem cada vez mais rápido. Basta bater em uma para se ir uma das nossas vidas. Felizmente vamos tendo alguns checkpoints mas ainda assim é uma secção bem longa e percebe-se perfeitamente o porquê deste jogo ser considerado tão difícil. Cada nível tem um desafio diferente, com níveis de estrito platforming, outro em que vamos ter de nos agarrar a uma série de cobras gigantes enquanto as mesmas vão atravessando uma enorme sala, outros níveis subaquáticos onde estamos rodeados de rochas com espinhos e como devem de adivinhar, basta embarrar num que lá se vai logo uma vida. Mas repito, cada nível é um caso, e mesmo as outras secções de “corrida” não são iguais entre si.

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O jogo está repleto de expressões cómicas, como esta sempre que enfrentamos um boss portentoso

Graficamente este Battletoads é um jogo excelente, tendo em conta que estamos a jogar num hardware de 1983, 8 anos antes deste jogo ter sido lançado. As sprites são muito bem detalhadas, em especial a dos próprios Battletoads e as suas animações também são bastante cartoonescas e cómicas. Os cenários vão sendo também detalhados, embora não tanto coloridos. Ainda assim, aqui e ali, em especial nesses níveis de “corrida” nota-se um efeito de paralaxe muito interessante, ou mesmo o da torre rotativa está muito bem conseguido para uma NES. Ah, e está repleto de cutscenes com óptimas animações, em especial as de início e fim do jogo. As músicas… bom, tanto tem algumas músicas excelentes como a faixa título, cheia de groove e com uma óptima batida, como outras a meu ver não tão boas. É uma questão de gostos, se calhar.

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Entre os níveis vamos vendo o desenrolar da história com estes diálogos

Em suma, Battletoads pode ter um pouco de má fama devido à sua enorme dificuldade e quanto a isso sinceramente não há como dar a volta, o jogo é bem durinho. Mas tudo o resto é excelente e a Rare para mim está de completos parabéns por ter incluido tanta variedade num só jogo. E as coisas até que são bem feitas, se conseguirmos ver para além do óbvio grau de dificuldade. Acho que merece sem dúvida alguma uma oportunidade. Ou então joguem antes a versão Mega Drive que é igualmente difícil, mas com uns looks 16bit.