Mais uma análise, desta vez a uma sequela a um dos meus videojogos favoritos da Electronic Arts dos velhos tempos. O Desert Strike original é para mim um dos melhores videojogos da geração 16bit e, mesmo eu tendo analisado a versão Master System, essa é também uma das melhores conversões 16 para 8bit de sempre. E como em equipa vencedora não se mexe, apesar deste Jungle Strike ter algumas mudanças, o core da jogabilidade mantém-se inalterado. O jogo entrou na minha colecção há umas semanas atrás, após ter sido comprado na cash converters do Porto por 5€. Já o andava a namoriscar nessa loja há uns bons meses, mas o seu preço anterior de 12€ nunca me cativou.
A história une dois vilões e os seus planos anti-americanos. Um deles é o Kibalba, filho do ditador islâmico que foi “neutralizado” durante o primeiro jogo e procura vingança contra o governo norte-americano. Para isso une-se a Carlos Ortega, um perigoso líder de um cartel de drogas com base algures na américa do sul e juntos fazem uma explosão nuclear de teste algures numa ilha deserta. O próximo alvo serão os Estados Unidos. E mais uma vez nós tomamos o papel de um piloto norte-americano que, em conjunto com um co-piloto a escolher por nós, irão comandar um imponente helicóptero de guerra Comanche (que na realidade nunca passou de protótipo), mas não só.
Isto porque para além do helicóptero também poderemos ocasionalmente conduzir outros veículos, como um hovercraft, uma moto e mesmo um F-117, o avião stealth das forças armadas norte-americanas. Cada um destes veículos tem as suas peculiaridades e diferente armamento, mas sempre com metralhadoras, diferindo nos explosivos, podendo estes serem mísseis, minas terrestres ou aquáticas ou mesmo outras bombas. Mas a maioria do tempo é mesmo passada a conduzir o Comanche, cujos controlos são idênticos aos do Desert Strike e possuimos as mesmas armas: metralhadora, mísseis Hydra, bastante rápidos e os poderosos Hellfire em menor número. Mas os nossos veículos não são invencíveis e os seus recursos podem também esgotar-se, pelo que teremos de explorar os diferentes níveis de uma ponta à outra, de forma a poder restabelecer o combustível, munições ou mesmo a armadura através do pick up de vários power ups. A grande excepção está mesmo no poderoso F-117 que possui combustível e munições infinitas.
De resto cada nível possui diferentes objectivos que, apesar de não serem forçosamente necessários serem cumpridos pela ordem em que nos são apresentados, é recomendado que o sejam para facilitar as coisas um pouco, por vezes. Essas missões mais uma vez consistem na destruição de infrastruturas inimigas, como radares, bases ou centrais de energia, armamento específico, mas também teremos outras missões em que teremos de resgatar prisioneiros de guerra ou outros reféns, bem como aprisionar pessoas chave dentro da organização terrorista. No geral é tudo o que o Desert Strike foi, mais esta variedade extra de veículos, mas também de cenários, que tanto podem ser passados em várias localizações diferentes da selva, neve, e também em pleno solo norte-americano, na sua capital de Washington DC.
Graficamente é um bom videojogo tendo em conta as capacidades da Mega Drive. Tal como Desert Strike, é assumida uma perspectiva isometrica que se adequa bem aos controlos escolhidos, bem como ao simular um ambiente tridimensional. Como referi no parágrafo anterior, os cenários vão sendo bem variados, com um bom nível de detalhe. Para mim o pior é mesmo a missão nocturna em que está tudo escuro como breu. No geral a apresentação continua muito boa, com cutscenes a decorrer eventualmente que nos vão dando mais detalhes da história e todo o sistema computorizado do mapa, descrição dos objectivos, inimigos e por aí fora continuam muito bons na minha opinião. As músicas e efeitos sonoros são bons, com a maioria das músicas a terem uma onda mais rock como eu gosto. Mas as mesmas apenas tocam nos interlúdios entre cada nível, as missões em si são mais silenciosas.
Para quem gostou do Desert Strike, irá certamente adorar este jogo. Eu pessoalmente prefiro o primeiro por razões meramente nostálgicas, mas admito que esta sequela é um jogo melhor. E com o sucesso que teve existem vários outros ports para outras consolas e computadores, com versões para PC e Amiga a sairem mais tarde, mas também com outro nível de gráficos e som. Ainda assim a versão Mega Drive porta-se muito bem e no factor divertimento não deve nada às outras. Um jogo essencial na biblioteca da 16bit da Sega.