Gemini Rue (PC)

Na passada PUSHSTART #44 acabei por escrever sobre mais um jogo de aventura point and click que tinha aqui na minha conta do steam à espera de alguma atenção. Gemini Rue é mais um jogo da Wadget Eye games, os mesmos por detrás  de jogos como a série Blackwell ou o Shivah, embora este jogo em particular não tenha sido desenvolvido por David Gilbert, o que lhe dá uma abordagem um pouco diferente ao seu estilo.

Gemini Rue PCSe gostam de ambientes noir futuristas à lá Blade Runner, este Gemini Rue é uma óptima aposta, com uma excelente história, embora com uns controlos que poderiam ser um nadinha melhores. Sem mais demoras podem consultar a análise na íntegra aqui.

Vários (Sony Playstation)

Quando comecei este blogue, foi meramente com o intuito de documentar a minha colecção, e referi que cada post tanto a poder ter apenas um breve parágrafo, ou uma análise bem detalhada. Já introduzi as “rapidinhas“, análises mais curtas para jogos que não fazem muito o meu género, ou são variações de algum jogo já analisado anteriormente, ou pura e simplesmente não tenham muito que se lhe pegue. Chegou a hora de ir ao nível “blitzkrieg“, com análises de um parágrafo. E isso vai acontecer aqui (embora sejam uma compilação desses breves parágrafos), pois trata-se de uma série de jogos da PS1 com apenas o disco que me foram oferecidos.

Vários - Sony Playstation
Jogos em disco, vá lá que ao menos os guardo numa bolsa oficial Playstation

Como não são jogos que façam muito o meu género e não tenho grandes planos de comprar as versões completas, cá ficam estas breves palavras de cada um. Poderiam-me perguntar “oh Ivo, meu grande morcão, se não gostas dos jogos porque não te vês livres deles”? Precisamente porque me foram oferecidos, como tal não me quero ver livre deles. Ainda há uns 2 jogos deste conteúdo de jogos oferecidos que mesmo tendo apenas o disco, irei escrever mais detalhadamente lá para a frente.

V-Rally - Sony Playstation
Jogo com caixa e manual. Ainda a versão fatela do Best of Infogrames

EDIT: Entretanto num negócio que fiz no OLX comprei um bundle de alguns jogos de PS1. Entre eles estava lá o V-Rally, jogo que é também referido neste artigo. E logo a mesma versão foleira da qual eu já tinha o disco! Foto acima.

Army Men - Air Attack-PSX-PAL
Army Man Air Attack vai buscar muitas das suas influências à série Strike da EA, mas claro num tom mais infantil

Army Men Air Attack é mais um dos jogos dos soldadinhos de plástico que todos tivemos na nossa infância, embora este seja um clone de Desert Strike, mas muito menos sério, afinal são soldadinhos de plástico que andam a lutar uns com os outros. E sendo também um jogo feito a pensar nos mais novos, não é particularmente difícil e inclui um modo de jogo em co-op, o que se pensarmos bem não era algo assim tão comum na altura. É um jogo que até acaba por ser divertido, e com visuais adequados ao look mais “cartoon” que tentam transmitir.

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Colin McRae traz um modo tutorial que poderá ser bastante útil

Colin McRae Rally, um óptimo jogo da Codemasters, reconheço-lhe todo o valor e mérito, mas sempre fui mais fã de jogos de corrida com um feeling mais arcade, embora este esteja mais próximo de um simulador. Aqui podemos jogar uma vários carros e circuitos oficiais do campeonato mundial de rallies de 1998, ao longo de vários modos de jogo, desde uma corrida única, ao time-trials, ou mesmo campeonato. Como tem uma jogabilidade mais exigente, temos também um modo tutorial. De resto era um jogo que para mim era bastante impressionante a nível gráfico devido a todo o detalhe que conseguia apresentar numa Playstation. É um clássico para os amantes de jogos de Rally.

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Colin McRae 2.0 tem uma qualidade impressionante a nível gráfico e de detalhes

Colin McRae Rally 2.0, aqui mais uma vez a Codemasters voltou à carga com um jogo bastante completo, mais uma vez com uma panóplia de carros e circuitos de rally disponíveis. Muitos dos modos de jogo estão mais uma vez incluidos, como o championship, single rally ou single race, time trials, por exemplo. De absolutamente novo têm o Arcade mode que tal como o nome indica aproxima-se mais de uma experiência à la Sega Rally, o que é benvindo. Muitos dos modos de jogo existentes permitem vários tipos de multiplayer. Os audiovisuais continuam excelentes, embora desta vez a draw distance me pareça mais reduzida. Mas também com a quantidade de detalhes que conseguiram meter uma PS1 a mostrar, é natural que isso aconteça.

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EA a ser EA e lançar mais um jogo completamente banal…

Superbike 2000 é mais um jogo do catálogo da EA Sports, que acabou por não ter mais nenhum lançamento, pelo menos que me lembre. Ao contrário do Supercross 2000, este é um jogo sobre o campeonato mundial de Moto GP, licenciado pela SBK. E como todos os jogos da EA Sports, é um jogo bastante genérico. Temos o modo campeonato, single-race, multiplayer para 2 jogadores e um modo de treino, por exemplo. A jogabilidade não é grande coisa e graficamente também não é dos melhores jogos que a PS1 já recebeu.

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Já não gostei muito da jogabilidade deste V-Rally, mas ainda assim não deixa de ser um jogo bem completo

V-Rally: antes de Colin McRae ter saído, o V-Rally era o jogo de referência do género para a Playstation. Lançado pela Infogrames, o jogo contém os modos de jogo Arcade, Time Trials e Championship, mas sinceramente não gostei muito da jogabilidade deste jogo pois ao mínimo toque o carro derrapava. No entanto graficamente era também um jogo muito bom e a banda sonora rockeira também me agradou bastante. Apesar de não ter tido tanto sucesso quanto o Colin McRae, garantiu sucesso suficiente para serem lançadas umas quantas sequelas, entre as quais o…

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Como habitual, poderemos customizar alguns parâmetros da performance do nosso carro.

V-Rally 2. Também para a Playstation, desta vez já com a concorrência do Colin McRae da Codemasters. Aqui temos os mesmos modos de jogo da sua prequela, incluindo o felizmente “tradicional” modo arcade que eu bem mais aprecio. Para além disso, e de uma boa selecção de carros e circuitos temos também um editor de pistas que sinceramente nunca cheguei a perder muito tempo. Tal como os outros jogos de Rally que aqui falei hoje, é mais um jogo muito bonito graficamente, com os carros com muitos detalhes e bons efeitos de luz, e o mesmo pode ser dito dos circuitos embora ainda se note algum pop-in – o que é normal como já referi antes.

Munin (PC)

Recentemente tive a oportunidade de escrever para a PUSHSTART uma análise ao jogo Munin, uma obra que mistura conceitos de jogos de plataformas e puzzle, tendo também por detrás uma ligação à mitologia nórdica, tendo sido lançado pela Daedalic, editora/desenvolvedora mais conhecida pelos seus point and clicks. E pela minha surpresa, quando li pela primeira vez a press release de introdução ao jogo fiquei bastante surpreendido por ser um videojogo português, produzido pelos Gojira.

Munin-pc-coverSem mais demoras, poderão ler a análise na íntegra aqui.

Darwinia / Multiwinia (PC)

Vamos agora para duas rapidinhas em uma, escrevendo sobre dois jogos muito peculiares da Introversion Software, que por si só só tem lançado jogos incomuns. Darwinia e a sua vertente multiplayer Multiwinia são jogos de estratégia com uma temática muito peculiar, onde somos levados para um mundo informático para ajudar os Darwinians, seres digitais com inteligência artificial que desenvolveram por eles mesmos uma civilização virtual. Ambos os jogos foram comprados numa das Humble Weekly Bundles apenas com jogos da Introversion, tendo ficado muito baratos, como habitual.

Darwinia PCComeçamos o jogo ao visitar inadvertidamente o estranho mundo dos Darwininans, criaturas digitais com um elevado nível de inteligência artificial criadas pelo Dr. Sepulveda. Pelos vistos ocorreu um incidente e o servidor onde toda esta civilização vivia viu-se invadido por um vírus informático que dizimou toda a sua população. Para além de monstros digitais que invadiram aquele mundo, o vírus também infectou os próprios Darwinians, formando os “evil Darwinians” que também atacavam os pobres coitados. No meio desse caos, o Dr. Sepulveda pede-nos a nossa ajuda para combater esse vírus, ao comandarmos tropas de elite e posteriormente os próprios Darwinians para restabelecer a civilização de Darwinia à normalidade.

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Este é o mapa do mundo de Darwinia onde podemos escolher a missão a jogar. Em baixo temos o Dr. Sepulveda a contar algo sobre a história

O jogo diferencia-se dos outros jogos de estratégia na medida em que não temos recursos limitados para “criar” tropas ou armamento, na medida em que os podemos criar e destruir sem nenhuma penalização. A única limitação é dada pela própria capacidade de processamento ou RAM do suposto computador onde estamos, daí apenas poderemos ter um certo número de unidades especiais em campo ao mesmo tempo. Essas unidades especiais resumem-se a pequenos esquadrões armados para combater inimigos, ou engineers que podem reparar edifícios chave ou recolher as “almas” deixadas pelos vírus mortos por nós para as reconverterem em Darwinians. Com o decorrer do jogo vamos encontrando várias peças de “research” que nos vão melhorando a performance das nossas unidades, seja em número como capacidade ofensiva, ou outras armas e equipamento. Quando pudermos controlar os Darwinians, esses também poderão ser comandados para lutar contra os vírus, embora sejam mais frágeis. Os objectivos consistem na sua maioria derrotar os vírus existentes no campo de batalha e restaurar os edifícios construídos pelos Darwinians, como centrais eléctricas, por exemplo.

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Os visuais são muito peculiares, fazendo-nos pensar que estamos mesmo num mundo virtual

De resto o jogo traz um poderoso editor de níveis que nos dá muitas liberdades para modificar os níveis existentes ou criar outros. Depois nos audiovisuais os gráficos são certamente o aspecto que chama logo à atenção pela sua peculiaridade. Como vivemos num mundo inteiramente virtual, os gráficos usam um 3D poligonal completamente minimalista, com poucos polígonos, inimigos bastante simples e os Darwinians são pequenas sprites em 2D. Tudo isto é propositado e faz todo o sentido no contexto do jogo. A música passa muitas vezes despercebida, até por só tocar em alguns momentos do jogo. Tanto temos algumas músicas mais ambientais e calminhas, como outras com uma sonoridade bem mais chiptune que me agradam muito mais.

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Em Multiwinia a jogabilidade foi mais simplificada, tornando as partidas bem mais rápidas

Por fim, falemos do Multiwinia que é uma sequela mais voltada para o multiplayer, embora possamos também jogar sozinhos. Aqui as mecânicas são semelhantes ao jogo original, embora os controlos sejam um pouco mais simplicados e cada jogador poderá gerir o seu “exército” de Darwinians de forma a aniquilar o adversário. Temos então seis modos de jogo que poderão ser jogados ao longo de 50 mapas. O Domination é uma variante do deathmatch que nos recompensa por destruir todos os inimigos. Temos também modos de jogo como o King of the Hill ou o Blitzkrieg, que nos obrigam a controlar uma série de pontos chave no mapa. Uma variante do Capture the Flag – aqui chamada de Capture the Statue, para os fãs de Counter Strike temos o Assault, onde um exército tem por fim plantar uma bomba e o outro terá de infiltrar a fortaleza e desactivá-la a todo o custo e por fim temos o Rocket Riot, onde cada equipa terá de batalhar para controlar alguns painéis solares que alimentam o seu foguetão. A primeira equipa a conseguir lançar o foguetão ganha.

Sendo jogos de estratégia em tempo real, embora tenham as suas peculiaridades, não são jogos que me agradem particularmente, mas é indiscutível que tenham a sua qualidade e originalidade, pelo que quem for fã deste género de jogos e não quiser esperar pelo novo Total War, ou quiser algo mais ligeiro e diferente, estas são óptimas opções.

Soul Calibur (Sega Dreamcast)

Soul Calibur DreamcastContinuando com artigos sobre jogos de luta vamos agora para o lançamento da Sega Dreamcast, que recebeu um enorme mimo por parte da Namco, que confesso que me surpreendeu bastante na altura. A Namco desde o lançamento da Playstation que se focou quase exclusivamente nessa plataforma, tendo lançado muito pontualmente jogos para outros sistemas, como o Ridge Racer 64 na consola da Nintendo. De resto todo o catálogo de luxo da Namco ficou exclusivo da Playstation, razão essa que me deixou bastante surpreendido a Dreamcast ter recebido uma remasterização de luxo deste Soul Calibur que já existia nas arcades. Este jogo entrou na minha colecção após ter sido comprado a um particular por 6€, há alguns meses atrás.

Soul Calibur - Sega Dreamcast
Jogo com caixa e manual

A história de Soul Calibur decorre poucos anos após o primeiro jogo, Soul Blade, colocando mais uma vez uma série de lutadores de locais e backgrounds completamente distintos em batalhas pela Soul Edge, quer seja para a possuir, quer seja para a destruir. Soul Edge é uma espada mística bastante poderosa e maligna, que está actualmente com Sigfried, cavaleiro germânico que não resistiu à sua tentação, tornando-se agora em Nightmare. A troca de nome deveu-se também a introdução de uma espada antagónica à Soul Edge, a Soul Calibur que é igualmente poderosa mas benigna, sendo também solicitada por muitas das personagens em jogo ao longo da série.

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Ivy é sem dúvida a mais famosa adição à série

A jogabilidade de Soul Calibur introduziu uma maior liberdade de movimentos dentro das arenas, com o “8 way run” que nos permitia mover em 8 direcções. De resto a jogabilidade é extremamente fluída e com button mashings ou não, é um prazer de o jogar e para ultrapassar alguns desafios teremos mesmo de saber o que fazer. As armas são variadas, assim como os próprios lutadores, e essencialmente temos botões para bloquear, dar um pontapé e atacar horizontalmente ou verticalmente com as armas. Naturalmente que existem imensas combinações e golpes especiais para desencadear. De resto, para além do tradicional modo arcade e versus que estes jogos trazem sempre, a edição Dreamcast traz muito mais conteúdo. Aqui podemos encontrar outros modos de jogo que já nos eram familiares em outros jogos de luta, como o Team Battle, onde poderemos escolher um elenco de lutadores para a nossa equipa e defrontar toda a equipa adversária, o Time Attack onde temos de defrontar uma série de inimigos no menor tempo possível, ou mesmo o Survival Mode que consiste em sobrevivermos o máximo de combates possível sem perder nenhum round, sendo que a nossa vida recupera alguns pontos entre cada combate.

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Muito do conteúdo adicional que vamos desbloqueando pode ser visto nesta categoria Museum

Mas o que lhe deu mesmo um factor de replayability muito elevado foi o Mission Mode, que nos coloca numa espécie de aventura ao longo do mundo, onde teremos de derrotar imensos oponentes em desafios com objectivos diferentes: derrotar por ring-out, derrotar o inimigo com imenso vento, derrotar 3 inimigos de uma só vez e por aí fora. Aqui o objectivo é fazermos o máximo de pontos possível para podermos comprar com esses pontos imensas diferentes imagens de artwork do jogo, cuja compra muitas vezes acaba por desbloquear mais conteúdo bónus, como novas vestimentas para os lutadores, ou a possibilidade de os ver no seu Exhibition Mode – um modo de “jogo” onde podemos ver os lutadores com o seu equipamento à escolha a fazerem um exercício de kata. Outros desbloqueáveis no geral consistem claro está em novas personagens e arenas. Ainda temos mais um “Battle Theater” onde poderemos ver 2 lutadores à nossa escolha andarem à porrada entre si, bem como o “Practice Mode” que como o nome indica é um modo de jogo onde poderemos treinar os movimentos de qualquer lutador que tenhamos acesso. Conforme se pode ver, conteúdo é o que não falta neste jogo, e ainda bem, pois por norma a maioria das conversões arcade -> casa deixavam sempre a desejar em conteúdo novo que aumentasse o factor de replayabillity.

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Os efeitos especiais estão também muito bons

Graficamente era um jogo francamente impressionante para os padrões de 1999. Embora a expressão “nextgen” não fosse usada tão regularmente como hoje em dia, este era daqueles jogos que realmente faziam a diferença entre as consolas anteriores e a novíssima Sega Dreamcast. O jogo original saiu nas arcades no sistema Namco System 12, que ainda era baseado na Playstation original, embora já fosse mais poderoso. Para além de os lutadores estarem mais detalhados nesta versão, os backgrounds de cada arena são inteiramente renderizados em 3D, e não imagens estáticas de fundo como existe na versão arcade. Os lutadores são bem diferentes entre si e muitos deles possuem um carisma próprio, e personagens como a Ivy ainda não estão demasiado sexualizadas como tem vindo a acontecer a cada nova iteração da série. As músicas são bastante épicas com várias orquestrações, como aliás tem vindo a ser habitual em toda a série e aqui não é excepção.

É fácil perceber o porquê de Soul Calibur para a Dreamcast ter sido tão aclamado na altura e ter despoletado definitivamente o sucesso da série nos anos seguintes. Para além de uns visuais de luxo, tinha uma jogabilidade bastante fluída e acima de tudo, oferecia imenso conteúdo extra com que nos entretermos. Se estas não são razões suficientes para o quererem ter na vossa colecção, então não sei o que mais vos poderá convencer.