Shank 2 (PC)

Já foi há algum tempo atrás que escrevi sobre o Shank, e uma das coisas que disse no final do artigo foi “bem, vou já jogar em seguida o Shank 2”. Well, I lied. Por alguma razão ou outra, deixei este jogo ficar na minha lista de espera até agora. E passado todo este tempo, Shank 2 não me parece ser um jogo assim tão diferente do primeiro. Mas já lá vamos. Este jogo entrou na minha colecção digital do steam já há algum tempo, tendo sido comprado no Humble Indie Bundle 7, por um valor baixo como habitual.

Shank 2

No jogo anterior, Shank revoltou-se contra o seu antigo Cartel, acabando por chacinar todos os bandidos que lhe apareceram à frente, incluindo os líderes. O tal cartel controlava todo aquele país latino-americano, que depois ficou no meio de vários conflitos civis e em luta por poder, poder esse que ficou a cargo de uma qualquer facção militar que passou a governar com mão de ferro, mas também continuou com as actividades ilícitas deixadas na ruína do antigo Cartel. Nisto Shank vê a sua mentora Elena a ser raptada pelas forças armadas, com um motivo misterioso por detrás do rapto. O resto não será nada difícil de adivinhar, com Shank mais uma vez a lutar contra tudo e todos até derrubar mais um regime, da forma mais violenta possível.

screenshot
Os combos variados e sangrentos estão de volta!

Vou ser sincero, já não me recordo tão bem assim de todos os detalhes de jogabilidade do primeiro Shank, portanto não vou conseguir dizer com toda a certeza o que trouxe este jogo de novo. Essencialmente a jogabilidade continua a mesma, este é um jogo 2D que mistura o combate com armas brancas e armas de fogo à lá Devil May Cry, com as habilidades de um ninja ou praticante de Parkour e tudo isto com os visuais de umas comics norte-americanas. E assim sendo Shank possui as suas 2 facas, que se assumem como arma branca principal, uma arma pesada, inicialmente uma machete, e uma arma de longo alcance que mais uma vez são punhais por default. Também temos granadas com munição limitada. Depois à medida em que formos progredindo no jogo iremos desbloquear outras armas pesadas como a tradicional motoserra ou uma marreta gigante, ou armas de fogo que servem de armas de longo alcance. Os explosivos também vão sendo variáveis desta vez, com minas ou cocktails molotov a poderem também ser desbloqueados.

screenshot
Em vez de uma campanha co-operativa, Shank 2 trouxe-nos este modo Survival

Ao longo dos níveis, como se um velhinho Final Fight ou Streets of Rage se tratasse, também podemos apanhar várias armas dos inimigos e usá-las temporariamente, como bastões de baseball, canos metálicos, caixotes, ou outras coisas com um elevado factor “ouchie“. De resto podem também contar com um sistema de combate que permite fazer vários combos e outras habilidades como contra-ataques, agarrar os inimigos e esfaqueá-los ad aeternum. É sempre giro ver um badass saltar sobre um abismo em chamas e mandar-lhe com uns tiros de shotgun e vê-los cair e tornarem-se barbecue, entre outras coisas. Só que tal como no primeiro jogo, os controlos não são os melhores se utilizarmos um rato e teclado. Muitas teclas para coisas que temos de fazer com reflexos rápidos e nisso um gamepad ajusta-se melhor a este tipo de jogo. Outra coisa que não gostei é o facto de a personagem não atacar para a direcção onde está virada, mas sim para a direcção onde está o rato virado. Isto faz sentido se quisermos usar as armas de longo alcance, mas para os combates melee já não faz tanto. Outra coisa que vi que melhoraram foram as indicações no ecrã das teclas a pressionar para fazer uma série de movimentos. Enquanto que no jogo anterior apareciam símbolos que representavam uma acção, aqui já aparecem as teclas por default.

screenshot
O jogo continua com os seus momentos de parkour e platforming, embora agora em menor escala

A outra grande novidade é o modo multiplayer, que no primeiro jogo era um modo co-operativo e se a memória não me falha, era sobre uma parte da história que servia de background ao jogo principal. Aqui isso foi substuituido por um modo survival, onde 2 jogadores terão de sobreviver a várias waves de inimigos, com intervalos onde poderemos restabelecer os nossos kits com vários items. De resto, ao longo do jogo normal temos vários segredos para descobrir, bem como achievements internos como “resgatar x civis”, “matar x inimigos com um taco de baseball”, ou similares, que nos desbloqueiam fatos alternativos para as personagens principais ou novas personagens para seleccionar neste modo de survival. Portanto, apesar de a história principal ser relativamente curta, o relativamente existe devido ao grau de dificuldade, o jogo oferece bastantes unlockables para quem realmente gostar do jogo e tiver a paciência necessária para os desbloquear.

Visualmente é um jogo semelhante ao anterior. Os cenários e todas as personagens possuem um design muito característico das comics norte-americanas e o mesmo é bem notório nas várias cutscenes que vamos poder ver. Portanto a nível gráfico não tenho nada de especial a apontar e o mesmo é válido para as músicas e efeitos sonoros no geral. O voice acting é OK, mas as minhas queixas são idênticas às que fiz no jogo anterior. Existe um desfasamento de volumes de som no jogo e nas cutscenes, onde é bem mais baixo. Nesse caso, creio que se tivessem incluido legendas ao menos dava para disfarçar um pouco esse inconveniente.

screenshot
As cutscenes continuam bem animadas, embora se note que estão numa resolução menor.

Posto isto, para quem gostou do Shank original, certamente irá gostar da sua sequela. Mas aconselho vivamente a utilizar-se um gamepad, estou certo que dessa forma o jogo será bem mais agradável de se jogar. Isso ou comprem antes as versões existentes na XBLA ou PSN, mas claro que essas muito raramente chegam a ter os descontos das steam sales ou humble bundles. Da Klei Entertainment tenho também o Mark of the Ninja em fila de espera, mas ao contrário da última vez, agora não faço promessas. Essa análise fica para um dia destes…

NASCAR ’98 (Sega Saturn)

NASCAR 98Vamos voltar às análises rapidinhas, para mais uma entrada no catálogo da Sega Saturn. Isto porque, tal como referi no artigo do Andretti Racing, jogos de simulação desportiva, inclusivamente os de desporto motorizado, não são propriamente jogos que me agradem. E falando no Andretti Racing, esse jogo acaba por ser o predecessor deste NASCAR ’98, que após a EA ter perdido a licença para usar o nome do piloto, descartou por completo a Formula Indy e os seus circuitos variados. Aqui é só mesmo stock cars e as suas pistas ovais. E também tal como o Andretti Racing, comprei este jogo na cash de Alfragide por algo em torno dos 3/4€, estando completo e em bom estado.

NASCAR 98 - Sega Saturn
Jogo com caixa e manual europeu

Existem 2 modos de jogo principais em NASCAR 98: uma única corrida, ou o modo campeonato que nos coloca em 17 circuitos para se completar ao longo de uma temporada. Claro que o objectivo é fazer o máximo de pontos possível em cada circuito. No modo de single race, poderemos jogar sozinhos ou contra um amigo em splitscreen. Jogando com um amigo, somos logo deixados nas corridas – depois claro de ajustarmos o carro escolhido à nossa medida. Nas corridas single player, poderemos também praticar as corridas e fazer uma corrida para qualificação. Sinceramente acho isso desnecessário pois se quisermos simplesmente correr, são coisas a mais. Felizmente não é obrigatório nos qualificarmos, mas se não o fizermos começamos a prova no último lugar. De resto a jogabilidade tem detalhes bem próprios da simlação. Escolher o setup certo para o carro, as paragens no pitstop, ter cuidado com os danos infligidos e por aí fora. De fora ficou o modo tutorial e os carros/circuitos da fórmula indy, o que lhe tirou muita da variedade.

screenshot
Uma das opções que temos é a de reduzir bastante o número de voltas a dar nos circuitos

No que diz respeito aos audiovisuais, também tal como o Andretti Racing, este jogo ficou muito aquém da versão da Playstation, apesar de mesmo assim me ter parecido melhor que o Andretti Racing. No entanto a diferença ficou considerável e por 1997 já muitos estúdios third party conseguiam tirar bom partido das capacidades 3D da máquina da Sega. Todos os jogos da EA Sports da série 98 ficaram horríveis na versão Saturn, foram sempre conversões muito preguiçosas, o que é pena. Em relação ao som e música, nada a apontar.

screenshot
Olhem-me para os carros à distância…

No fim de contas, este é um jogo que não recomendaria propriamente a ninguém, nem aos fãs de NASCAR da Sega Saturn, por uma razão muito simples. No geral, Andretti Racing faz tudo o que este jogo faz e muito mais.

 

Tenchu 2: Birth of the Stealth Assassins (Sony Playstation)

Tenchu 2 - Sony PlaystationHá uns tempos atrás escrevi sobre o Tenchu para a Playstation e referi que era um dos primeiros jogos a retratar mais realisticamente os ninjas, que desde a década de 80 que eram retratados nos filmes de Hollywood e consequentemente nos videojogos como uma espécie de “Rambos” com armas brancas. No Tenchu a palavra de ordem era realmente o stealth, e atravessarmos os níveis sem sermos descobertos ou assassinar os nossos alvos pelas costas eram elementos de jogabilidade altamente encorajados. No entanto o jogo ainda tinha algumas arestas a limar, que na minha opinião foram corrigidas neste lançamento. E tal como o primeiro Tenchu, este jogo foi comprado na Pressplay do Porto na mesma altura, tendo-me custado algo em torno dos 4€, estando também completo e em bom estado.

Tenchu 2 Birth of the Stealth Assassins - Sony Playstation
Jogo completo com caixa, manual e papelada

Apesar de ter um 2 no nome, este Tenchu é na realidade uma prequela do primeiro jogo, onde podemos jogar mais uma vez com Rikimaru ou Ayame, mais novinhos, mas também com o seu colega Tatsumaru, um ninja aparentemente ainda mais talentoso. Aqui começamos o jogo no nosso “dia de graduação”, onde após nos submeterem a uma árdua prova, herdamos com mérito o título de Ninjas de Azuma. A nossa primeira missão oficial é ir ao castelo do Lord Gohda e defendê-lo, bem como os seus habitantes, de um golpe de estado envolvendo o Lord rival Toda e um misterioso grupo de ninjas. Depois as coisas lá vão escalando para outras proporções ainda mais graves que prefiro não dizer. Podemos jogar com cada um dos 3 ninjas e desta vez vale mesmo a pena jogar com os 3, pois o seu percurso vai sendo relativamente diferente, e as suas histórias complementam-se entre si.

screnshot
Mortes violentas e com muitas jugulares cortadas continuam no prato do dia

A jogabilidade é algo semelhante à do jogo anterior, embora agora com o suporte aos analógicos. No entanto ainda continuamos com os característicos tank controls, pelo que as coisas neste campo não se tornaram assim tão diferentes do jogo anterior. Nomeadamente se formos atacados pelas costas, ainda demoramos um tempinho considerável a conseguir ripostar. Outras coisas como o stealth, o estado alerta ou mais relaxado dos inimigos, os items que podemos utilizar (kunais, granadas de fogo, gás soporífero, entre outros) continuam no jogo. Uma das novas habilidades é o facto de podermos esconder os corpos que assassinamos para que os restantes inimigos não fiquem alerta quando os virem. Infelizmente isto não resulta assim tão bem pela mesma razão do jogo anterior: a fraca inteligência artificial, mas também o facto de apenas podermos pegar nos corpos se estivermos numa superfície plana. Mas em relação à IA, os inimigos continuam algo burrinhos, pois se andarmos devidamente agachados conseguimos passar despercebidos em muitas situações. E mesmo caso sejamos descobertos, por vezes basta andar uns passos para uma superfície desnivelada, manternos agachados e eles não nos encontram e ao fim de algum tempo lá voltarão às suas patrulhas normais.

screenshot
Em algumas missões teremos de ter cuidado para não atacar inocentes.

De resto o jogo continua violento como sempre, em especial nas 1-hit kills que conseguimos se formos suficientemente sneakies e assassinar os inimigos sem eles contarem connosco. Infelizmente a versão europeia foi censurada, e as decapitações ficaram de fora. Ainda assim não deixa de ser um frenesim de sangue. De resto, tal como no jogo anterior mais uma vez, se nos deixarmos ser descobertos pelos inimigos, depois para os derrotar num combate 1 a 1 será bem mais desafiador. Claro que teremos também uma série de bosses para derrotar, e com esses não teremos outra hipótese a não ser partir para o combate puro e duro. Felizmente podemos também utilizar os vários items que vamos angariando, seja ao longo dos níveis em si, seja entre níveis onde poderemos “comprar” uma série deles.

Uma outra característica muito interessante deste jogo é possuir um editor de níveis chamado Mission Editor. Aqui podemos criar um nível de acordo com os assets já existentes, colocando também uma série de inimigos em acção e definir inclusivamente qual o objectivo a alcançar. Os níveis ficam depois alojados num cartão de memória e daria para partilhar com os amigos, o que fica muito aquém do que já se podia fazer com os PCs, ou com as consolas com internet hoje em dia. Mas claro que isso já era bem bom!

screenshot
Este jogo traz um editor de níveis, algo que nada habitual neste subgénero

Graficamente o jogo está melhor que o seu antecessor. Os ninjas estão mais bem detalhados, o mesmo se pode dizer dos cenários que são também mais variados, que nos vão levando para cavernas e castelos/cidades do período feudal japonês, e vários cenários naturais em vários pontos dos dia. Outra coisa que também mudou para melhor foi a draw distance que melhorou bastante e já não é habitual acontecerem situações em que os inimigos nos vejam antes de os vermos a eles. Outra coisa que mudou foram as músicas, que neste jogo apenas aparecem durante as batalhas de bosses (que eu especialmente gosto dessa música em especial), nos ecrãs título, créditos e durante as cutscenes. Durante os níveis deixaram-nos com ruídos ambientes que vão sendo repetidos à exaustão, sejam corujas nas florestas, ou outros animais, por exemplo. De resto as cutscenes tanto podem ser com o próprio motor gráfico do jogo, ou em menor número, cutscenes inteiramente em CGI. Outra coisa que devo referir são as vozes que sinceramente não são grande coisa. Mas a verdade é que naquela altura o voice acting nunca foi um ponto muito forte em videojogos.

screenshot
Como seria de esperar, o design dos inimigos está muito interessante, tendo em conta que estamos a falar de uma PS1

Posto isto, devo dizer que este Tenchu 2 é uma boa evolução do anterior. É certo que ainda existem alguns problemas com os controlos (e também com a câmara que não referi anteriormente), mas tudo o resto me pareceu uma boa evolução, tanto no aspecto gráfico, como nas missões ou o próprio story telling que está muito mais coeso agora. Resta-me agora entrar na geração seguinte dos jogos Tenchu e ver a sua evolução, o que acontecerá em breve, com o Tenchu Wrath of Heaven.

Fractal: Make Blooms Not War (PC)

Voltando aos jogos puzzle indie, com este Fractal que é um excelente desafio para todos os fãs de jogos de puzzle, em especial os que gostam de coisinhas do género Candy Crush Saga, mas que puxem bem mais pelo intelecto. Mas como infelizmente o meu tempo para jogar tem sido muito reduzido, também confesso que não tive a paciência necessária para  estar de volta deste jogo e concluí-lo a 100%, pelo que não esperem por um artigo muito extenso. Fractal é um jogo da Cipher Prime, estúdio indie responsável por vários outros jogos com a temática puzzle, mas também musical. Este jogo se não estou em erro entrou na minha colecção digital do Steampor uma ninharia, em mais um dos Humble Bundle.

Fractal Make Blooms Not War - PC

A jogabilidade de Fractal é algo difícil de explicar, de jogar e muito mais de se masterizar. Pensem numa série de jogos como os Bejeweled e afins, onde temos de juntar uma série de peças da mesma cor para ganhar pontos e fazê-las desaparecer, podendo com isso desencadear uma série de “explosões” em cadeia, ganhando assim imensos pontos. A diferença é que o tabuleiro é estático, não há pecinhas a cair, temos todo o tempo do mundo antes de tomar uma decisão e… as pecinhas que manipulamos são hexágonos, e para os fazer desaparecer, teremos de os agrupar em clusters de sete hexágonos. Com cada cluster que fazemos desaparecer, surgem no “tabuleiro” outras peças que me parecem ser aleatórias e com isso poderemos desencadear os tais combos.

screenshot
A ideia é colocar novos hexágonos nas arestas dos hexágonos que estejam livres, empurrando-os e formando clusters

Mas isto é apenas metade da explicação. O grande desafio no jogo está em conseguir saber onde colocar o hexágono seguinte. Para tal, teremos de clicar nas bordas de um ou mais hexágonos que tenham um espaço live, sendo colocado nessas bordas um ou mais novos hexágonos que irão empurrar os seus vizinhos um espaço para a frente, afectando todos os hexágonos que estejam em fila com esses. Escrever pode ser fácil, ou não, mas fazê-lo no “duro” é algo que é realmente desafiante. Inicialmente dispomos apenas de hexágonos com uma cor, mas mais lá para a frente começamos a brincar com puzzles com 2 cores, e a construção dos clusters acaba por ficar mais difícil. De resto vamos também sendo introduzidos a uma série de blocos especiais, como blocos que mudam de cor e com efeitos explosivos, outros com efeitos “eléctricos” que destróem uma série de hexágonos que não fazem parte dos clusters, mas também lhes podem estar adjacentes. Outros ainda ao serem destruídos vão-nos dar mais tentativas. Isto porque no modo Campanha com 30 níveis temos um limite de movimentos e garanto-vos que não é preciso ir muito longe até as coisas começarem a complicar.

screenshot
Muitas vezes quando despoletamos explosões em cadeia temos direito a uns bonitos efeitos

Para além do modo campanha, dispomos também do modo arcade, onde o objectivo é sobreviver o máximo de tempo possível, obtendo também a melhor pontuação que consigamos. E como se o modo campanha não bastasse, temos ainda um modo ainda mais desafiante – o Puzzle. Aqui temos 50 níveis, divididos entre várias temáticas, dispomos de um número limitadíssimo de movimentos para alcançar um objectivo.

Como todos os jogos da Cipher Prime, pelo menos todos os que eu conheço, Fractal tem um look bastante “clean” e polido, e o mesmo pode ser dito das músicas que acompanham o jogo que são sempre bastante calmas e com um cheirinho a música electrónica. Uma coisa que gostei foi a atenção dada ao detalh no som. Sempre que interagimos com os hexágonos, e em especial quando conseguimos fazer um cluster, os efeitos sonoros são também notas músicais que, sendo síncopas entre si e a música, acabam por soar sempre bem ao ouvido. Gosto bastante desse género de atenção aos detalhes que não se ficam por aí. No modo campanha por exemplo, no início de cada nível a música começa bastante tímida, apenas com algum ritmo de fundo. À medida que vamos ganhando pontos, os restantes instrumentos começam-se a ouvir e a música fica cada vez mais animada. Por outro lado, quando começamos a esgotar o número de movimentos disponíveis, a música vai abrandando e ficando mais uma vez mais tímida, o que acaba por provocar também alguma tensão no jogador.

screenshot
Os blocos especiais devem ser utilizados inteligentemente

No fim de contas este é um jogo de puzzle bastante desafiante, o que para mim não é nenhuma má notícia, eu é que já não tenho a disponibilidade que tinha antes para jogar este tipo de jogos com mais alguma paciência. Se são fãs de jogos de puzzle com blocos, então este Fractal: Make Blooms Not War é uma excelente alternativa para vocês.

Andretti Racing (Sega Saturn)

Andretti RacingEu não sou um grande fã de jogos desportivos, o mesmo posso dizer dos desportos motorizados. Apesar de ter vários jogos de corrida na minha colecção, aqueles que gosto mesmo geralmente preenchem pelo menos um de dois requisitos: são jogos arcade, como Sega Rally ou Daytona USA, ou jogos futuristas, como F-Zero ou Wipeout. Andretti Racing é um jogo que já tenta passar uma imagem maior de simulação, pelo que já não faz muito o meu género. Para dizer a verdade, foi uma espécie de “impulse buy”, numa altura em que visitei a Cash de Alfragide no ano passado e vi lá uma série de jogos Saturn a bons preços. Acabei por levar este por arrasto também, ficou-me por 3€ se não estou enganado. Sendo assim esta será mais uma rapidinha.

Andretti Racing - Sega Saturn
Jogo completo com caixa e manuais

Essencialmente Andretti Racing é um jogo de corrida com o endorsement do famoso piloto norte-americano, oferecendo assim 2 modalidades distintas para jogar: Os stock-cars à la NASCAR e a Formula Indy, naturalmente cada modalidade com diferentes jogabilidades. E dentro de cada uma, temos diversos modos de jogo – o Exhibition Race, para quem como eu apenas quer jogar uma ou duas partidas sem grandes preocupações, e o Career Mode, modos de jogo naturalmente mais longos, feitos a pensar no campeonato anual. Para além desses temos o Racing School, um tutorial feito a pensar nos fãs de simulação e que se querem dar bem no Career mode. Mas mesmo no Exhibition Mode, que deveria ser algo mais divertido, temos de correr uma Qualifying Race e podemos escolher as modificações a vários aspectos do carro, como é habitual. Coisas como mudanças, pneus, ailerons, têm diversos parâmetros que podem e devem ser customizados para cada circuito. Claro que hoje em dia os simuladores são bem mais exigentes nesse aspecto.

screenshot
O jogo tem também os seus replays em diversos ângulos

O Exhibition Mode é ainda o único modo de jogo que nos permite jogar em multiplayer com mais um amigo. O modo de carreira é naturalmente muito mais extenso, onde no decorrer de várias temporadas podemos evoluir, de uma equipa menor, para a própria equipa de Andretti. Claro que não me dei a esse trabalho… até porque o espaço necessário para save nesse modo é enorme e eu ainda não tinha um cartão de memória da Saturn. De resto a jogabilidade é naturalmente bem mais exigente e só pelo facto de os carros sofrerem dano já teremos de ter uma condução mais cuidada. Isso e os pitstops e todas as customizações que podemos fazer.

Ainda assim, a versão Saturn deste jogo foi uma conversão directa da PS1, e como bem sabemos as arquitecturas das duas consolas eram muito diferentes, com a máquina da Sega a ser muito mais complexa. O resultado foi uma conversão que a nível gráfico ficou notoriamente atrás da versão para a máquina da Sony, com as pistas e carros a apresentarem menos detalhe e uma draw distance reduzida, com bastante pop-in. Mas isso faz parte do charme da época, na minha opinião, e jogar Daytona USA sem a pista a ser “construída uns 10 metros à nossa frente não seria a mesma coisa. As músicas são OK, geralmente mais rockeiras, tal como outros jogos da EA nos habituaram na altura, como o Road Rash e o primeiro Need for Speed.

screenshot
O jogo perde algum detalhe quando comparado com a versão Playstation

Por fim, para os fãs de jogos de corrida com essa vertente de simulação, calculo que este Andretti Racing, para além de ser das poucas alternativas na Sega Saturn deste género, ao contrário da sua rival Playstation, parece-me de facto ser a melhor. Para quem como eu apenas quiser um jogo de corrida para se divertir, Daytona USA ou Sega Rally são alternativas muito melhores.