Tenchu – Stealth Assassins (Sony Playstation)

Tenchu Stealth AssassinsA série Tenchu sempre me despertou alguma curiosidade, mas por variadas razões sempre fui deixando passar os jogos da mesma. Apesar de já ter comprado anteriormente alguns jogos para a PS2, PSP e DS, ainda não lhe tinha pegado pois eu gosto sempre de começar no início. Felizmente no mês passado após uma visita à PressPlay no Porto, encontrei os primeiros 2 jogos, ainda na Playstation original a um bom preço (4.5€) e não os deixei escapar.

Tenchu Stealh Assassins - Sony Playstation
Jogo completo com caixa e manuais

Ao contrário de outros jogos sobre Ninjas que popularizaram a indústria dos videojogos na década de 80 e 90, sendo na sua maioria jogos de porrada ou sidescrollers como Shinobi ou Ninja Gaiden, Tenchu aposta numa abordagem bem mais stealth, pois na realidade era isso que os Ninjas eram, assassinos. E claro está, neste jogo encarnamos num de 2 assassinos ninjas. Rikimaru e Ayame pertencem ao clã ninja de Azuma, liderado pelo poderoso Lord Gohda, que incumbe a dupla em várias missões de assassinato a pessoas poderosas, mas corruptas e desonradas. Lá para meio da coisa vamos também cruzar-nos com ninja demoníaco Onikage e os planos malignos do seu Lord Mei-Oh, pelo que não vamos lutar apenas contra outros ninjas e samurai vulgares, mas também criaturas de outros mundos.

Tal como referi acima, a diferença que Tenchu fazia face aos jogos anteriores sobre esta temática é mesmo o stealth. Todos os níveis são passados à noite ou em locais escuros, o que provoca um mau campo de visão para toda a gente, e teremos de tirar o melhor partido do mesmo. Um dos items que podemos carregar é um gancho que podemos usar para nos colocarmos em telhados, sendo isso mais uma mais-valia para passarmos despercebidos. E de facto convém evitar que os adversários nos descubram, de forma a podermos assassiná-los pelas costas, com golpes duros, mas eficazes. Caso sejamos descobertos, e em especial se jogarmos com a Ayame, que é fisicamente mais fraca, teremos a vida mais complicada e demoramos bem mais tempo a matar algum dos nossos adversários, para além de tambem sofrermos muito mais dano. Tal como em Metal Gear Solid, sem dúvida o grande jogo do género stealth para a consola, temos um indicador “de segurança”, que muda consoante formos descobertos, ou depois de nos escondermos, quanto tempo falta até os inimigos que nos descobriram desistirem de ir atrás de nós.

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Tenchu é um jogo sangrento e ainda bem que assim o é.

O jogo está dividido por níveis ou missões, cada um com um objectivo principal, seja ir do ponto A ao ponto B, ou invariavelmente assassinar um alvo importante. E essas batalhas acabam sempre por ser travadas como boss battles. Antes de cada missão temos uma espécie de ecrã de inventário que nos permite comprar antes uma série de items, desde items regenerativos, outras armas como shurikens, minas, caltrops -que são essencialmente espinhos que deixamos espalhados no chão e que provocam dano aos inimigos, ou granadas de pólvora. No entanto, também no jogo podemos encontrar muitos desses items se nos dermos ao trabalho de explorar os mapas. Para além dos itens normais temos também uma série de itens especiais, como scrolls que nos deixam temporariamente muito rápidos, deitar fogo pela boca e queimar os inimigos vivos, shurikens especiais que disparam em 8 direcções, gás para adormecer inimigos, entre muitos outros.

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Nestas situações que deviam legendar, não o fazem…

A inteligência artificial tem tanto de bom como de mau. O jogo tem um reduzido campo de visão e com os níveis sendo nocturnos tornam a coisa ainda pior. Ainda assim parece-me ser mais fácil um inimigo detectar-nos à distância do que o contrário. Depois quando somos descobertos por um inimigo, muitas vezes ele acaba por ficar preso nalgum local e não consegue descobrir o caminho para nos vir chatear, ou nem sequer chama os seus companheiros para vir ajudar. O mesmo acontece quando um deles descobre um cadáver no chão, ficam suspeitos durante algum tempo, mas depois retomam as suas rotas normais como se nada fosse. Os controlos são simples, porém a câmara estraga um pouco o esquema, pois não nos dá um bom ângulo de visão de tudo o que está à nossa volta, seguindo sempre as costas do jogador, o que causa um ângulo morto brutal. Depois o trade-off entre termos os one-hit kills se formos sneaky o suficiente, ou a quantidade de facadas que temos de dar depois se formos descobertos, não me parece muito balanceada.

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Cada missão tem os seus próprios objectivos, dados logo no início

No entanto, tirando o facto do reduzido campo de visão, os níveis vão sendo grandinhos, sendo por vezes necessário um mapa para consultar de vez em quando a nossa posição. Graficamente é um jogo competente, no entanto a PS1 é capaz de fazer gráficos 3D com melhores texturas e modelos poligonais com mais detalhe. Ainda assim, a variedade de inimigos, armas e afins, são um ponto positivo para os visuais, assim como o detalhe dado nos cenários tipicamente japoneses feudais. Mas claro que não poderia deixar de referir o óbvio: o gore. Não há nada mais bonito que degolar a garganta de um bandido “indefeso” e ver o sangue a jorrar uns bons metros. OK, é desta que me internam num hospício… Mas a verdade é que este Tenchu é um jogo bem sangrento e na minha opinião faz todo o sentido que assim o seja, senão que piada teria andarmos a ter sempre o máximo de cuidado para não sermos descobertos pelos inimigos? Eye candies deste género são bem bons.

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Gosto bastante dos cenários deste jogo, boa atenção ao detalhe.

Os efeitos sonoros são competentes, mas infelizmente o voice acting deixa algo a desejar, o que ainda era uma coisa comum nos videojogos de então. Visto que existem legendas nas cutscenes (excepto nas introduções em cada nível), era preferível deixarem o voice acting original e colocar legendas em inglês. De outra forma tira a mística “nipónica” que deveriam manter ao máximo. Já as músicas são boas, misturando temas electrónicos habituais nos videojogos, com melodias e instrumentos japoneses. Creio que ficou uma boa mistura.

No fim de contas, este Tenchu é um jogo com boas ideias, mas acho que ainda teria muita margem para progredir. A opinião geral é que a sequela acaba por melhorar bastante muitos destes aspectos menos bons, e será isso que irei tirar a limpo brevemente.

Sniper Elite (PC)

Sniper EliteVoltando às análises mais extensas, desta vez para um jogo de PC desenvolvido pela Rebellion cuja sequela acabou por ter um bom sucesso, o Sniper Elite V2.  Este Sniper Elite, tal como o nome indica é um shooter táctico em que encarnamos no papel de um sniper em cenário de guerra, mais uma vez na segunda guerra mundial, algo que em 2005 ainda estava bem na moda. O jogo entrou na minha colecção há poucos meses atrás, após ter sido comprado na feira da Ladra em Lisboa por 1€, faltando-lhe apenas o manual. Na altura não me lembrei que poderia necessitar de uma CDkey para instalar o jogo, mas felizmente não foi necessário. Infelizmente isso deveu-se ao uso do DRM terrível que é o Star-Force, mas mais lá para a frente falarei melhor disso.

Sniper Elite - PC
Jogo com caixa

O jogo coloca-nos então no papel de Karl Fairburne, um agente norte-americano da OSS na batalha de Berlim em 1945, mesmo nos tempos antes de a nação alemã capitular após ter sido invadida pelo exército vermelho. O objectivo de Karl é obter os segredos nucleares dos alemães nazis antes que os soviéticos lhes deitem a mão, então iremos enfrentar ambos os exércitos ao longo de várias missões espalhadas pela cidade alemã, embora Karl esteja uniformizado de Nazi, de forma a que os Soviéticos não desconfiem do seu real propósito.

Desde cedo vemos que este é um jogo bem mais táctico que muitos outros shooters da segunda guerra mundial, como Call of Duty ou Medal of Honor. Em primeiro lugar, este é um jogo com uma vertente bem maior de stealth, com as suas armas silenciosas, a possibilidade de esconder os corpos dos inimigos e o indicador de camuflagem à semelhança do que foi visto no Metal Gear Solid 3. E se formos descobertos pelo inimigo, em muitas situações isso poderá ser fatal, até porque muitos dos mapas estão também repletos de outros snipers, pelo que avançar com o maior cuidado possível é sempre boa política. A outra grande diferença deste Sniper Elite face aos demais é a sua balística mais realista, com as balas a ganharem peso e serem afectadas pelo vento ou mesmo pela respiração de Karl. Detalhes interessantes como rebentar granadas ou tanques através de disparos certeiros nos seus depósitos de combustível foram adições muito benvindas, ao invés de andarmos sempre à procura de uma Panzerfaust ou Bazooka.

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Destroços, destroços e destroços de partes não tão desertas assim da cidade. Vamos ver isso muitas vezes.

O jogo possui mapas gigantescos comparativamente com outros jogos similares da época e se tivermos o cuidado de ser o mais stealth possível, essas missões acabarão por demorar muito tempo a serem completadas. Mas como as missões vão tendo objectivos pouco distintos entre si, seja assassinar oficiais nazis importantes, recuperar documentos secretos, resgatar soldados aliados ou outras personalidades importantes, esse cuidado todo que temos de ter acaba por se tornar algo aborrecido, o que é pena, pois o jogo faz um bom trabalho com toda a atmosfera de tensão que nos envolve, sem sabermos se haverá um sniper escondido numa janela de um edifício no fundo da rua e que nos pode limpar o sebo num ápice. Muitas vezes teremos de ter uma abordagem de tentativa-erro ao encarar diversas situações, como descobrir qual o melhor caminho a tomar de forma a ter vantagem sobre os inimigos, ou mesmo adivinhar de onde eles vêm.

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Nem todas as missões são jogadas durante o dia.

A inteligência artificial está bem implementada. Se um grupo de inimigos descobre a nossa posição, eles procuram abrigo e vão-nos atacando de forma cuidada, bem como outros grupos nos começam a flanquear de forma a tentar apanhar-nos de surpresa. Mas outras coisas também podem ser utilizadas a nosso favor, como ferir não mortalmente um inimigo e ele ficar a contorcer-se com dores no chão, chamando os seus companheiros para o virem ajudar, deixando-nos assim com mais um alvo a abater. De resto, para além das sniper rifles existem uma variedade de armas que podemos recolher, convém ter sempre umas metralhadorazinhas preparadas para encontros próximos.

Na maior parte do tempo vamos jogar numa perspectiva de terceira pessoa, mudando apenas para a primeira pessoa quando utilizarmos a . Uma outra coisa que não gostei foi a maneira como a Rebellion implementou os controlos standard do jogo nesta versão PC, que estão na minha opinião desnecessariamente complicados, como a velocidade de movimento, por exemplo, ou a interacção com o nosso inventário de items. Para além de granadas, binóculos, bombas e afins, um item interessante que podemos utilizar é uma simples pedra, ideal para distrair os inimigos temporariamente.

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Como seria de esperar, a interface de disparo no modo sniping está cheia de informação

Para além da longa e competente campanha singleplayer, temos também uma vertente online, não fosse este um shooter para PC. Infelizmente, não existe assim uma grande variedade de modos de jogo, com os mesmos a assentar essencialmente em variantes dos já conhecidos deathmatchs. Sobra então o modo Assassination, onde as equipas são divididas entre soviéticos e nazis, com os soviéticos incumbidos com a missão de assassinar um determinado alvo alemão e estes terão de o proteger a todo o custo.

De resto, graficamente é um jogo competente para os padrões de 2005. Tal como referi há pouco os níveis vão sendo bastante grandes, com áreas abertas enormes, mas infelizmente não há uma grande variedade de cenários. Tirando um ou outro caso, vamos andar sempre a vaguear pelas ruas de Berlim, com todos os seus destroços de guerra. O que me impressionou, e ficou certamente uma imagem de marca na série, foram as kill cams para headshots estilosos, onde vemos em câmara lenta a bala a sair do cano da nossa arma e ir direitinha à cabeça do pobre soldado em questão. Naturalmente que na sequela este mimo foi bem melhorado. O som é misto. As músicas quando existem vão sendo épicas como manda a lei, os efeitos sonoros são competentes e realistas, porém o voice acting na minha opinião é fraquinho, assim como toda a história no geral, com muitas missões a serem algo anti-climáticas. No entanto, os efeitos sonoros são bons como eu já disse, e o barulho das explosões de artilharia que vamos ouvindo em background pode ser aproveitado para mascarar o barulho dos nossos disparos, mais um detalhe interessante.

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As kill cams são sem dúvida uma mais valia para desanuviar um pouco

No entanto, no fim de contas apenas posso recomendar que comprem a versão steam deste jogo. Ou caso encontrem a versão retail deste jogo bem baratinha como eu, tentem acabar por comprar mais tarde a versão steam. Isto porque o jogo vem incluido com o Star-Force, um sistema de protecção antipirataria vindo dos infernos, que já na altura em que foi desenvolvido trazia problemas a vários PCs, nos PCs modernos ainda traz mais. É possível jogar isto sem o Star-Force, mas depois terão problemas a desinstalar o jogo, como me aconteceu a mim e tive de recorrer a uma daquelas aplicações manhosas para desinstalar programas, que me deixou o Windows um pouco lixado. A versão steam que eu saiba já não traz essas dores de cabeça.

Tiny Hawk (Playstation Portable Minis)

De volta para as rapidinhas porque o tempo realmente não dá para mais e esta será curtinha assim como o próprio jogo. Tiny Hawk (quaisquer semelhanças com Tony Hawk são mera coincidência, ou não) é um joguinho indie desenvolvido pela Polygon Toys e que acabou por ser lançado para a PSN na forma de um Playstation Minis, formato inicialmente pensado para a PSP. Foi uma das ofertas que a Sony fez neste último Natal, creio eu.

title_screen_without_menuEssencialmente este é um jogo de plataformas em que temos de ir do ponto A ao ponto B num nível, demorando o mínimo de tempo possível e apanhando o máximo de latinhas de refrigerantes que conseguirmos. O problema é que o jogo tem apenas 32 níveis e não são assim tão difíceis de chegar até ao fim e o pouco tempo que nos leva a terminar o jogo também não nos entusiasma em pegar nele novamente, nem que seja para melhorar o tempo ou garantir que apanhemos todos os itens espalhados em cada nível. O que é pena pois a jogabilidade até que é boa. Podemos saltar, “grinding” em corrimões e saltar de parede em parede à lá Ninja Gaiden, temos de evitar cair em poças de água e por aí fora. Joga-se bem.

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A bandeirinha axadrezada é o ponto final que devemos atingir em cada nível

Os gráficos são bastante simplistas assim como a música que apesar de não ser variada acaba por cumprir bem o seu papel. Os gráficos retro não me incomodam minimamente e para ser sincero até gostei dos mesmos, mas que adianta ser um jogo bonitinho e com uma boa jogabilidade se podemos chegar ao fim do mesmo em 30 minutos? Talvez resulte em jogos mais artísticos como Shelter ou Proteus, mas num jogo de plataformas não é o caso. E assim sendo não é um jogo que recomende, a menos que tal como eu o tenham obtido gratuitamente por cortesia da Sony.

Fighters Megamix (Sega Saturn)

Foi na passada revista PUSHSTART #42 que tive a oportunidade de falar sobre o Fighters Megamix, o mítico jogo de luta da Saturn que pegava nos lutadores de Virtua Fighter 2, Fighting Vipers e mais uns quantos extras para um roster de luxo. Pena que a Sega não tenha voltado a pegar na fórmula, o seu catálogo de eventuais participantes é bem recheado. A minha cópia do jogo entrou na minha colecção ha uns anos atrás por 2€ se não estou em erro. Infelizmente não vinha com manual, mas um particular cedeu-me o manual PT dele.

Fighters Megamix - Sega Saturn
Jogo com caixa e manual PT

Poderão ler sobre o artigo na íntegra aqui.

Dragon Ball Z: Buyuu Retsuden (Sega Mega Drive)

Dragon Ball Z

A série Dragon Ball fez um sucesso estrondoso em Portugal durante os anos 90. Tanto nas crianças, como nos pais e professores, não faltava gente a ver as aventuras de Son Goku e companhia. Com as consolas da Nintendo (Famicom e Super Famicom) a ter um sucesso tremendo no Japão, muitos foram os jogos lançados para essas plataformas sobre a série de animação de Akira Toryiama. Infelizmente a Mega Drive não partilhava do mesmo sucesso em terras nipónicas, com este Buyuu Retsuden a ser o único jogo da série com um lançamento para a consola 16bit da Sega, que inclusivamente apenas acabou por receber uma versão em Francês mais tarde. Mas como em Portugal o sucesso do anime era tanto, a Ecofilmes, distribuidor da Sega em Portugal, quiseram capitalizar nesse sucesso e não esperaram que a versão europeia ficasse pronta. Assim sendo, inicialmente foi lançado cá o jogo na sua versão japonesa, porém com capa e manual em português, bem como o adaptador Mega Key para que as nossas Mega Drives pudessem correr o jogo. Posteriormente acabou por sair cá a versão francesa também, sendo que essa já não necessita do conversor. A minha cópia do jogo foi-me vendida por um particular, custando-me 5€ e, mesmo não tendo o manual nem o conversor, achei um bom negócio.

Jogo com caixa e manual

A jogabilidade deste jogo é semelhante aos DBZ Super Butoden da SNES, na medida em que os combates têm lugar em grandes arenas, com os ecrãs a ficarem em split screen vertical se os lutadores se afastarem entre si. Para além disso, é possível lutar em dois planos distintos, tanto no chão como no ar. Assim sendo este tipo de jogos eram bem diferentes dos habituais Street Fighter II clones que se via muito nessa época. O jogo tem 11 lutadores, que compreendem o período entre os confrontos em Namek e até ao Perfect Cell, com os habituais sayajins Goku, Gohan, Vegeta e Trunks, com outras personagens como Piccolo, Krillin ou do lado dos maus da fita temos a C-18 (sim ela depois muda de “partido”), Cell, Freezer e 2 dos seus soldados de elite. Ao jogar no modo história, o percurso é diferente de personagem para personagem, que luta apenas contra 8 dos outros lutadores disponíveis. O jogo tenta adaptar estes cenários à história do anime, mas acabamos sempre por ter alguns combates impossíveis como Trunks contra Ginyuh em Namek.

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Sempre achei piada a estes amiguinhos do Freezer

Para além do modo história temos também o versus em que podemos configurar para ser um jogador contra o outro, um jogador contra o CPU, ou deixar tudo com o CPU e simplesmente ficar a apreciar as lutas sentados no sofá. De resto os controlos são simples, embora para masterizar o jogo acabem por ser mais complexos. Botão direccional para mover para a esquerda ou direita e saltar, um botão facial para socos, outro para pontapés e um outro para voar/aterrar. Para além disso cada lutador tem a sua série de diferentes combinações para combos e ataques de energia. Podemos ver logo que existem 2 barras, uma de vida e uma de “power” ou “ki”. Cada ataque de energia descarrega parte desta barra e se baixarmos um pouco abaixo do nível vermelho ao realizar um destes ataques, ficamos depois tontos durante uns segundos até restabelecer esse nível de energia perdida, ficando assim vulnerável aos ataques do adversário. Para encher essa barra de energia basta carregar no A e B ao mesmo tempo, e vemos a nossa personagem envolta numa aura amarela, mesmo como no anime. Alguns destes ataques mais fortes, como o Kamehameha, precisam de muita energia e que ambos os lutadores estejam suficientemente distanciados entre si. Mas mesmo esses golpes mais poderosos podem ser defendidos, ou até mandados de volta para quem os lançou, daí ser perigoso lançar um ataque desses se não tivermos energia “ki” suficiente e fiquemos temporariamente tontos.

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Para carregar a barra de power temos de fazer o mesmo que o Vegeta está a fazer

Tecnicamente falando é um jogo que tem algumas nuances impressionantes para a Mega Drive, nomeadamente a rotação do split screen em alguns momentos, algo que a Mega Drive não faz nativamente por hardware. As personagens estão também bem detalhadas, mas infelizmente não posso dizer o mesmo das arenas que tirando uma em Namek que gosto bastante, as restantes não são lá muito inspiradas. Mas tendo em conta o tamanho das mesmas (até existe um radar na parte superior do ecrã para nos localizarmos), e os feitos que fizeram com estes split screens dinâmicos – verticais, horizontais ou diagonais com rotação, all is forgiven. Outras pequenas coisas que sempre me irritaram como o Kamehameha ser amarelo ao invés de branco/azulado como no anime, ou mesmo a pouca variedade de ataques do mesmo género também são algumas imperfeições. A música e efeitos sonoros cumprem bem o seu papel e as vozes parecem-me mesmo assemelhar-se às vozes do anime original em japonês, mas já vai muito tempo desde que o vi.

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O split screen dinâmico foi das melhores coisas que a Bandai meteu neste jogo

Se são fãs de Dragon Ball, têm uma Mega Drive e são portugueses, então muito provavelmente já terão este jogo. Para os restantes é um jogo que recomendo, embora as suas mecânicas de jogo sejam muito diferentes de outros jogos de luta da época. Confesso que depois do Dragon Ball Final Bout para a PS1 eu desliguei-me um pouco dos jogos da série, sei que hoje em dia temos jogos bem melhores, mas guardo este e o da Saturn num lugar especial do meu coração.