Voltando às “rapidinhas”, desta vez para um jogo simples da Sega Master System. Dick Tracy é uma personagem de banda desenhada, cujas raízes remontam aos anos 30, bem no tempo de todas as “gangster wars”, temática principal de Dick Tracy, o intrépido detective norte-americano. Em 1990 foi feito um filme sobre esta personagem, onde até a artista Madonna teve uma participação. E como em todos os filmes de “gabarito”, um videojogo lá acabou por ser desenvolvido para as várias plataformas existentes na altura, entre as quais esta versão para a Master System que aqui trago. A minha cópia foi comprada há pouco mais de um mês na Pressplay Porto, por 4.50€, faltando-lhe o manual.
Este é daqueles jogos que eu desde miúdo, ao ver imagens dele em revistas e catálogos sempre tive curiosidade em jogar, daí tê-lo comprado. Mas como diz o ditado “não se deve julgar um livro pela capa”, o jogo não é lá grande coisa. Basicamente está dividido em 6 áreas diferentes, cada uma com 3 níveis, onde simplesmente temos de matar todos os gangsters que nos apareçam à frente, incluindo um boss para cada área. Há muito pouca diversidade, tanto no grafismo como na jogabilidade, inclusivamente as primeiras 4 áreas são quase clones umas das outras.
O jogo é um sidescroller, onde temos de ir da esquerda para a direita até chegar ao final do nível, com inimigos a surgirem de todos os lados. Se estiverem longe, disparamos com o revólver, se estiverem perto, então distribuímos socos a torto e a direito. O twist é que surgem também inimigos no background. Na versão Mega Drive existe um botão próprio para sacarmos da nossa fiel metralhadora Tommy Gun e limpar o sebo a todos os que estão atrás, surgindo para isso uma mira para nos ajudar. Aqui teremos de deixar pressionado o botão de ataque para isso acontecer e nenhuma mira aparece. Para apontar teremos então de ver o rasto de balas no chão ou paredes e guiar a metralhadora dessa forma. Infelizmente os controlos demoram um pouco a responder, portanto acaba por ser frequente ficarmos encurralados e ver a nossa vida a descer rapidamente. Felizmente ao carregar nos botões 1 e 2 ao mesmo tempo podemos chamar reforços que limpam todos os inimigos no ecrã, embora só o possamos fazer uma vez no nível.
Os níveis tanto podem ser sidescrollers bem simples sem obstáculos, em ruas, dentro de armazéns ou mesmo no esgoto. Existem alguns que são passados em perseguições de carro, onde Dick Tracy tem de matar e esquivar-se das balas dos outros gangsters que também viajam nos seus carros. Existem alguns níveis (uns 2 ou 3) onde não temos armas, todos os inimigos têm de ser derrotados apenas com os nossos punhos e existe um ou outro nível mesmo lá mais para o final onde temos de saltar sobre alguns precipícios. Infelizmente os saltos são terríveis e é bem fácil cair num precipício bem estreito se não saltarmos no pixel certo. No final de cada área temos sempre um combate contra um boss que surge sempre em background, disparando contra nós, e com outros capangas de lado também a meterem-se ao barulho. Pois, não é um jogo fácil. Entre cada área vamos tendo um nível de bónus, onde poderemos ganhar mais continues. É uma galeria de tiro, onde personagens vão surgindo aos pares e o objectivo é atingir o máximo de bandidos possível e não matar nenhum inocente. O botão 1 dispara para a esquerda e o 2 para o boneco da direita.
Graficamente falando, as únicas coisas que valem a pena referir é mesmo as pequenas cutscenes que vemos entre cada área, parecem mesmo retiradas das comics clássicas e até ficaram bonitinhas na Master System. De resto, os inimigos e os próprios níveis são bastante simples, assim como as músicas e efeitos sonoros que não são propriamente memoráves. Gostei no entanto do detalhe de podermos danificar as paredes com a metralhadora. No fim de contas, acho este Dick Tracy um jogo meramente mediano, apenas recomendado a coleccionadores.
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