Tinha de acabar o ano de 2013, ou começar o ano de 2014 – depende da hora em que lerem isto – com um jogo excelente. Super Probotector: Alien Rebels, mais conhecido lá fora como Contra III: The Alien Wars, é uma das coqueluches da Super Nintendo que felizmente tive a sorte de arranjar a um preço muito bom a um colega de trabalho. E porque raio isto não se chama Contra por cá? Bom, temos de agradecer aos nossos amigos alemães que, por alturas em que o primeiro Contra saiu, as suas políticas de censura fizeram com que a Konami alterasse um pouco o jogo, de forma a substituir os humanos por Robots. Essa mudança trouxe também o nome “Probotector”, que se foi mantendo por cá até ter saído o Contra: Legacy of War para a Playstation. A minha versão do jogo está completa, embora a caixa não esteja no melhor estado.
As únicas diferenças entre este jogo e a versão Americana estão mesmo na substituição do título e dos heróis humanos (Jimbo e Sully) por 2 robots: RD008 e RC011. Essa substituição é feita no jogo e nos vários ecrãs com artwork. Como a maioria dos inimigos na versão normal já eram robots, essa mudança não foi necessária na versão europeia. De resto, pareceu-me idêntico, mas como sempre me habituei à versão americana por emulação, confesso que algumas outras diferenças me poderão passar ao lado. E no restante artigo irei chamar a este jogo Contra III, porque sim.
A história é a de uns Aliens que já tinham invadido a Terra em alguns jogos anteriores, voltaram à carga algures no século XXVII e desta vez a coisa parece ser ainda mais catastrófica, a avaliar pelos cenários que vamos atravessando. O resto da história não é difícil de imaginar, na Terra só há 2 heróis capazes de derrotar toda esta ameaça, Jimbo e Sully na versão Americana, e os robots manhosos nesta nossa versão.
A jogabilidade é, na sua maioria, a de um sidescroller. Com o lançamento das consolas de 16bit, os jogos deste género ganharam bastante com essa evolução tecnológica e Contra III não é uma excepção. O jogo para além de ser visualmente bem mais colorido e detalhado, a jogabilidade é bem mais frenética, embora não esteja ao nível de um Contra Hardcorps (falta o blast processing!). A versão japonesa deste jogo é mais fácil, existindo cheat codes que permitem obter 30 vidas e tem também um número ilimitado de continues. As versões ocidentais têm um número fixo de vidas e continues, mediante o grau de dificuldade escolhido. Tendo em conta que para se obter o melhor final é necessário terminar o jogo em hard, estejam à espera de um bom desafio na mesma. Como é habitual na série, o jogo possui vários power-ups e diferentes armas que podemos utilizar, para além de que neste jogo podemos guardar 2 tipos de armas ao mesmo tempo e alternar entre eles sempre que desejarmos. Também podemos recolher uns mísseis especiais e utilizá-los em momentos oportunos, matando todos os inimigos presentes no ecrã. Existem também algumas habilidades novas, como carregar no botão L ou R para “pregar” os heróis ao chão, permitindo disparar com maior precisão, ou carrregar em ambos simultâneamente para que dêm um salto mortal, disparando projécteis em todas as direcções.
Infelizmente o jogo apesar de ser intenso, é um pouco curto, tendo só 6 níveis. Dois desses níveis jogam-se com uma perspectiva aérea, onde temos de destruir uns quantos “monster generators“. Os controlos são diferentes, aqui a personagem está estática no ecrã, onde utilizamos os botões L e R para rodar o cenário, fazendo uso das capacidade Mode 7 da SNES. E dos sidescrollers, há um nível particularmente intenso em que conduzimos a alta velocidade numa moto por uma auto estrada, disparando em tudo o que mexa, culminando numa batalha aérea contra um boss gigante, saltando de míssil em míssil. Um momento Contra bastante memorável. Também não podia deixar de referir o modo para 2 jogadores, que nestes níveis em top-down view se joga com um split-screen horizontal.
Graficamente era um jogo muito bom para a altura e plataforma em que foi lançado. Os gráficos são bastante detalhados e coloridos, bons efeitos como explosões e bosses gigantes e ameaçadores. As músicas são também boas, embora eu preferisse uma banda sonora mais rockeira, mas penso que a SNES não é a plataforma indicada para essas sonoridades. As músicas têm todas uma toada electrónica e acompanham bem a acção de todo o jogo, mas sinceramente não acho que seja uma banda sonora tão boa como alguns fãs possam dizer o contrário.

Os níveis em top-down-view no modo 2 jogadores são jogados em splitscreen, com duas variantes distintas.
Este jogo ainda teve algumas conversões, nomeadamente uma versão naturalmente capada para a Gameboy original, e uma nova versão Contra Advance: The Alien Wars EX para a Gameboy Advance. Pelo que me recordo, há diferenças notórias entre esta versão e a conversão GBA são a substituição dos 2 níveis com câmara aérea por 2 níveis do Contra Hard Corps da Mega Drive, mais algumas alterações à jogabilidade, como sacrificar o poder carregar com 2 armas e as super bombas por um esquema de lock on nos inimigos. Eu diria que alteraram demasiado o clássico, no entanto, esse jogo foi lançado na Europa com o nome Contra e os heróis humanos, pelo que poderá ser uma mais valia para alguns. As versões existentes na Virtual Console em território Europeu continuam com o nome Probotector, infelizmente. Por essas razões, as versões SNES, apesar de geralmente serem caras, continuam a ser uma opção de respeito. E claro, o jogo é excelente. Bom ano de 2014 a todos os leitores!
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