Cadaver (Commodore Amiga)

Vamos voltar ao Commodore Amiga para um jogo que já há muito me despertava a curiosidade: Cadaver, do estúdio britânico The Bitmap Brothers. Isto porque é um jogo de exploração isométrico e com elementos de RPG, baseado num mundo medieval e com uma estética ligeiramente macabra, o que é sempre um ponto positivo para mim. No entanto, como irei detalhar mais à frente, não envelheceu lá muito bem e beneficiaria de um esquema de controlo melhor. O meu exemplar veio de uma loja britânica algures em Setembro do ano passado por menos de 5 libras.

Jogo com caixa e manual

A história leva-nos a controlar um anão mercenário chamado Karadoc e que estava à procura de novas aventuras para fazer um bom dinheiro. E tal leva-o a explorar um longínquo castelo abandonado, habitado por um poderoso necromancer e toda uma série de estranhas criaturas. O jogo está dividido em 5 níveis e à medida que os vamos explorando e particularmente ler todos os documentos que teremos acesso iremos também entender melhor o que lá se terá passado até ao feiticeiro Dianos ter tomado o poder.

Sempre que nos aproximamos de um objecto, o seu nome aparece no canto inferior direito. À esquerda temos uma série de ícones que representam as acções que podemos ter perante esse mesmo objecto

Este Cadaver é então um jogo de aventura onde teremos de explorar um grande castelo com dezenas de salas e resolver uma série de puzzles para progredir no jogo. Desde tarefas simples como procurar chaves para abrir certas portas ou destrancar baús do tesouro, pressionar alavancas, interruptores ou procurar e utilizar uma série de objectos em diferentes contextos. Muitas salas têm também alguns inimigos que poderemos ou teremos mesmo de derrotar. Os puzzles em si vão ficando cada vez mais complexos, pelo que acabei mesmo por ter de consultar um guia para conseguir finalizar o jogo. Isto porque, por exemplo, para gravar o nosso progresso no jogo somos obrigados a ter uma quantia cada vez maior de dinheiro. E em como muitos jogos de aventura dessa época temos também de ter cuidado com armadilhas e venenos, muitas vezes ao abrir baús de tesouro ou mesmo a manusear certos objectos. É por isso que ao explorar iremos ter acesso a diferentes armas, poções e feitiços que nos podem restaurar vida, dar-nos mais velocidade, força ou a capacidade de saltar mais alto de forma temporária, feitiços de dispel ou curar veneno, entre muitos outros, alguns nocivos para nós.

Com um item em destaque no canto inferior esquerdo, significa que o temos equipado na mão. Ao pressionar o botão de acção, não sendo esse item uma arma, significa que iremos atirar a chave

Toda esta premissa é bastante interessante (excepto a parte de os saves custarem cada vez mais dinheiro), mas o problema está mesmo nos controlos. Tradicionalmente os jogos de acção do Amiga, Atari ST e muitos outros microcomputadores das décadas de 80 e 90 quando jogados num joystick apenas requerem um botão de acção, é por essa razão que muitos jogos obrigam-nos a usar o direccional de cima para saltar, em vez de um botão facial dedicado, como na maioria dos jogos de consolas. O caso deste Cadaver já é um jogo complexo que nos obrigará tanto a usar um joystick em conjunto com o teclado do próprio computador para uma série de acções adicionais. Começando pelo movimento, temos logo um obstáculo. É que o jogo é todo apresentado numa perspectiva isométrica e pressionar o direccional em qualquer uma das direcções faz com que nos movamos nas diagonais do ecrã. Isto porque os botões cima, baixo, direita e esquerda correspondem ao norte, sul, este e oeste respectivamente, que por sua vez correspondem aos cantos superior direito, inferior esquerdo, superior esquerdo e inferior direito. A tecla F4 permite-nos alternar o método de controlo de 8 para 4 direcções, o que também pode ser vantajoso, mas não existe nenhuma tecla para alterar a orientação do movimento em si. Felizmente este não é um jogo com tanto desafio de platforming como um Landstalker, mas ocasionalmente temos de o fazer, bem como teremos de nos posicionar estrategicamente para resolver alguns puzzles, pelo que estes controlos de movimento não são de todos os melhores.

Temos um inventário algo generoso, mas rapidamente começa também a ficar cheio de tralha

Para além do movimento, a complexidade deste jogo continua nos restantes controlos. Sempre que nos aproximamos de um item que pode ser interagido surge, no canto inferior do ecrã, um menuzinho com ícones que correspondem às variadas acções que poderemos fazer em relação a esse objecto. Acções como examinar, guardar, largar, ler, equipar, são apenas algumas das opções disponíveis. Se o objecto for uma poção mágica ou comida temos também a opção de beber ou comer, caso seja uma alavanca ou um interruptor surge também um ícone próprio para interagir, caso seja um baú podemos também abrir ou fechar, entre outras acções. As teclas enter e espaço servem para interagir com o inventário e de resto, o botão de acção do joystick pode servir tanto para saltar, como para atacar ou simplesmente atirar algum objecto que tenhamos na mão. Como assim, um botão dá para tantas coisas? Vamos por partes. Se não tivermos nenhum item equipado nas mãos, o botão de acção do joystick serve para saltar. Dependendo do item que tivermos equipado nas mãos, iremos usá-lo para ataque ou simplesmente atirá-lo. No que diz respeito ao ataque, não temos a hipótese de equipar uma arma propriamente dita, mas sim toda uma série de objectos “atiráveis” como pedras ou shurikens, pergaminhos com feitiços mágicos ou varinhas mágicas “descartáveis” que disparam projécteis mágicos, tudo isto com um número de utilizações limitado. No entanto, se tivermos um item que não uma arma ou feitiço na mão e pressionarmos o botão de acção, o item será atirado, podendo inclusivamente partir itens preciosos como poções. Felizmente há uma tecla de atalho (H) para activar/desactivar o objecto que esteja actualmente equipado e assim permitir-nos saltar em segurança. Outras teclas como as S e L servem para gravar/carregar o progresso no jogo, F1 para abrir/fechar o mapa, F2 e F3 servem para alterar a forma como surge no ecrã a informação dos itens e as acções disponíveis para sua interacção.

Pressionar F1 dá-nos acesso a um mapa, mas que não é lá tão útil quanto isso.

No que diz respeito aos audiovisuais confesso que esperava algo um pouco melhor. Isto porque músicas só no início do jogo, na sua introdução e ecrã título. Toda a restante aventura é acompanhada com efeitos sonoros e ocasionalmente algum pequeno jingle sempre que façamos alguma coisa relevante. A nível visual as coisas já são mais interessantes pois este é um jogo bem colorido e detalhado, ocasionalmente com alguns cenários algo macabros, como eu muito gosto. E foi precisamente os seus gráficos o maior chamariz que me levou a experimentar este jogo! Mas sim, ainda haveria ali muita margem para melhorar!

Portanto este Cadaver é um jogo interessante, mas bastante complexo e frustrante com os seus controlos. O facto de nos pedirem cada vez mais dinheiro à medida que tentarmos gravar o progresso no jogo também piora as coisas, pois os maus controlos vão-nos levar a falhar muitas vezes. E tendo em conta que os puzzles são cada vez mais complexos e os níveis mais labirínticos, dava mesmo jeito poder gravar o progresso várias vezes (e em slots distintos) caso façamos asneira. Para além desta versão Amiga, o Cadaver foi também lançado para Atari ST e DOS, que tudo indicam terem mecânicas de jogo similares. Aparentemente chegou a ser planeada uma versão para a Mega Drive que nunca se concretizou o que é pena, pois seguramente teriam de modificar algumas mecânicas dos controlos, o que potencialmente o deixaria um jogo melhor. Só o facto de haver um botão para saltar, outro para interagir com objectos e potencialmente outro para atacar já seria uma grande ajuda!

Xenon 2 Megablast (Sega Mega Drive)

Tempo de voltarmos às rapidinhas na Mega Drive para mais uma das várias conversões que o Xenon 2 recebeu para consolas. Já cá trouxe no passado a versão Master System que sinceramente achei francamente má, não só a nível de performance (o que de certa forma até é compreensível), mas também por todo o conteúdo cortado da versão original de Amiga. Esta versão Mega Drive apesar de ainda não ter todo o conteúdo da original, é bastante superior em todos os aspectos à coitada versão de Master System!

Jogo com caixa e manual

Portanto este é na mesma um shmup vertical onde iremos enfrentar toda uma série de estranhas criaturas. Ao longo dos seus 4 níveis (que desta vez sim, são completamente distintos entre si ao contrário da versão MS) iremos coleccionar toda uma série de itens largados pelos inimigos que vamos destruindo. A maior parte são créditos, ocasionalmente lá poderemos encontrar alguns corações que nos regeneram a barra de vida, itens que nos melhoram a velocidade da nave (must haves!) ou se tivermos muita sorte lá nos sai um power up a sério. Cada um dos 4 níveis terá dois bosses para enfrentar e sempre que destruímos um somos levados a uma loja onde poderemos comprar e vender power ups que tenhamos encontrado/comprado noutros níveis. Muitos destes itens são cumulativos, ou seja poderemos ter vários equipados em simultâneo, enquanto outros não o são e o jogo infelizmente não nos avisa disso até ser tarde demais.

A referência aos autores da banda sonora está bem evidente mesmo antes de o jogo começar. Pena no entanto que não tenha mais músicas.

Um outro detalhe interessante deste Xenon 2 é que se levarmos a nossa nave para o fundo do ecrã o mesmo começa a fazer scrolling para baixo, embora de uma forma mais lenta. Visto que alguns níveis terão bifurcações nos caminhos e algumas nos levam a becos sem saída, esta habilidade será necessária. Por outro lado continua a ser um jogo bastante difícil pelos inimigos numerosos, com padrões de movimento agressivos e nem sempre lá muito fáceis de prever. Felizmente que perder vidas não faz com que percamos todos os power ups amealhados, aparentemente apenas os de velocidade são perdidos, embora esses sejam bastante importantes porque por defeito a nossa nave move-se muito lentamente.

Esta versão Mega Drive é visualmente bem melhor trabalhada e mais próxima ao original de Amiga

No que diz respeito aos audiovisuais esta versão está muito mais próxima do original de Amiga e aqui sim, ao contrário da versão Master System temos uma variedade bem maior nos inimigos e os cenários estão com bastante mais detalhe, embora não sejam nada de absolutamente incrível. E sim, com tanto projéctil no ecrã por vezes pode tornar as coisas um pouco confusas. Felizmente que esta versão possui todos os bosses e mini bosses ao contrário da versão Master Sytem… excepto no quinto nível que continua ausente por algum motivo. Suspeito que para o jogo caber num cartucho de menor capacidade. Os efeitos sonoros não são nada de especial, já a música é bastante agradável. O problema é que temos apenas uma música para ouvir ao longo de todo o jogo e apesar de a mesma ser boa (uma adaptação de uma banda supostamente famosa no Reino Unido no final da década de 80), ao fim de algum tempo também acaba por aborrecer um pouco.

Portanto este Xenon 2 continua a ser um jogo, a meu ver, ainda muito longe da qualidade de títulos que várias empresas nipónicas nos traziam, embora possua alguns conceitos interessantes como todo o sistema de power ups. Se quiserem mesmo jogar uma versão deste jogo, presumo que o original de Amiga continue a ser a melhor versão, mas este da Mega Drive também não é nada mau.

Xenon 2: Megablast (Sega Master System)

Vamos voltar à Master System e às rapidinhas para esta adaptação do Xenon 2, um jogo produzido originalmente pela saudosa Bitmap Brothers e que havia sido lançado para computadores como o Commodore Amiga ou Atari ST. Nessas versões é um shmup frenético e com uma banda sonora bem conhecida! Versões para outros sistemas foram também desenvolvidas, incluindo as consolas da Sega através da Virgin. O meu exemplar veio directamente do UK, tendo sido lá comprado numa CeX por um familiar de um amigo meu, que teve a gentileza de mo trazer quando voltou a Portugal na altura do Natal e ano novo. Custou 6libras.

Jogo com caixa e manual

As mecânicas são simples, tanto o botão 1 como 2 servem para disparar e este é um daqueles jogos que não tem fim. Aqui temos 6 níveis únicos (ao contrário dos 7 das versões originais) e uma vez terminados esses 6 níveis somos convidados a jogar um novo ciclo, isto até perdermos todas as nossas vidas. Um detalhe interessante a mencionar é que, apesar deste ser um shmup vertical com scrolling automático, se encostarmos a nave no fundo do ecrã o ecrã volta lentamente para baixo, o que é importante pois alguns níveis possuem corredores que nos poderiam deixar num beco sem saída caso escolhêssemos o errado.

O jogo possui um sistema de power ups interessante, mas com tanto poder de fogo a consola não acompanha a acção

No fim de cada nível temos um boss e logo a seguir visitamos uma loja onde poderemos comprar toda uma série de itens e power ups, com dinheiro amealhado ao destruir inimigos. Itens como autofire, melhorar o nosso poder de fogo, a agilidade da nossa nave ou recuperar a barra de vida são alguns dos exemplos, embora muitos destes possam também serem encontrados ao longo dos níveis. Outros itens como armas secundárias ou satélites que disparam ao nosso lado podem também ser comprados e muitas dessas armas adicionais até podem ser equipadas em conjunto, o que aumenta drasticamente o nosso poder de fogo. Qual o problema? Esta versão da Master System é bastante lenta, a consola não aguenta com tanto projéctil e/ou inimigo no ecrã em simultâneo. O que poderia ajudar num jogo deste tipo, mas neste caso a lentidão é mesmo constante e quando há muita coisa a acontecer no ecrã poderemos deixar de ver alguns dos nossos projécteis ou mesmo inimigos!

Os bosses são interessantes, pena que muitos tenham sido cortados desta versão

Visualmente é um jogo algo simples e não muito variado nos seus níveis e inimigos, para além do problema da sua performance que já mencionei acima. Para além de terem cortado um nível da versão original, vários dos bosses também foram cortados nesta versão, o que é uma pena pois os dois bosses que existem até possuem um design bem interessante (muito melhor que o dos inimigos normais, na minha opinião). A música é bastante agradável, sendo uma adaptação do tema Megablast (Hiphop on Precinct 13) dos britânicos Bomb the Bass, que por sua vez é inspirada num filme dos anos 70 chamado Assault on Precint 13. Naturalmente a versão Master System desta música é mais fraca, mas o problema é que é a única música que iremos ouvir ao longo de todo o jogo. Apesar de ter algumas melodias orelhudas, acaba então por cansar.

Entre níveis podemos visitar uma loja que nos permite comprar uma série de power ups!

Portanto esta versão do Xenon 2 acaba por ser muito, muito abaixo da versão original, não só pelos seus graves problemas de performance mas também pelo facto de cortarem muito do conteúdo da versão original. Curioso em ver como a versão Mega Drive se safa!

Speedball II: Brutal Deluxe (Sega Mega Drive)

Ora vamos voltar às rapidinhas para mais um jogo desportivo na Mega Drive, com a conversão do Speedball II, um jogo de desporto futurista e violento que teve as suas origens em computadores como Commodore Amiga, mas acabou por receber muitas conversões para outros sistemas também. Este Speedball 2 já cá o trouxe para a Master System, e apesar desta ser uma versão com melhores gráficos e também mais fluída, é essencialmente o mesmo jogo, pelo que recomendo a leitura desse mesmo artigo para mais detalhes. O meu exemplar veio através de uma troca que fiz com um amigo meu no passado mês de Janeiro.

Ora como referi acima este é essencialmente o mesmo jogo que na sua versão Master System, com os mesmos modos de jogo principais, Knock-Out, League e Cup, onde iremos também encontrar as mesmas moedas que podem ser usadas posteriormente para melhorar os stats da nossa equipa, bem como os power ups que dão efeitos imediatos e temporários assim que os apanhemos. O objectivo continua a ser o de pontuar mais do que a equipa adversária, o que podemos fazer ao marcar golos, mas também ao distribuir pancada e marcar pontos ao interagir com alguns pontos específicos nas arenas. Nas arenas também temos aqueles locais que nos permitem activar multiplicadores de pontos, bem como superfícies onde podemos atirar a bola para que ela faça ricochete e venha carregada de energia, podendo também ser usada como arma de arremesso para tirar jogadores adversários da jogada (incluindo o guarda-redes!).

Espalhados pela arena vão estar umas quantas moedas e outros power ups

E sim, esta versão Mega Drive possui gráficos mais bem detalhados e uma jogabilidade mais fluída que a versão Master System, sendo bem mais agradável de jogar por esse motivo! A nível de som, continuamos a ter apenas uma música no ecrã título e algumas curtas melodias entre cada partida, que sinceramente não achei nada de especial. Os efeitos sonoros também não são nada do outro mundo, ouvimos os grunhidos dos jogadores à pancada uns com os outros, o barulho da bola a circular e pouco mais.

The Chaos Engine (Sega Mega Drive)

Voltando à Mega Drive, vamos ficar com mais uma adaptação de um jogo europeu com as suas origens no Commodore Amiga. Desenvolvido pela The Bitmap Brothers, este Chaos Engine é um divertido run ‘n gun com grande foco no multiplayer cooperativo, até porque mesmo se jogarmos sozinhos, o CPU controla outra personagem. O meu exemplar foi comprado a um amigo meu no passado mês de Agosto por 5€.

Jogo com caixa e manual

A história leva-nos algures a inglaterra durante a época victoriana, onde um cientista constrói a tal “The Chaos Engine”, um computador primitivo que se tornou autoconsciente e começa a causar o pânico, ao tornar os animais agressivos e criar máquinas que atacam os humanos. Ao iniciar o jogo, teremos a hipótese de escolher um entre 6 mercenários com diferentes armas e características. Caso joguemos sozinhos, teremos também de escolher qual o mercenário para ser controlado pelo CPU, pois tal como referi acima, este é um jogo muito focado no multiplayer cooperativo.

Estes postes energéticos são os que temos de activar para desbloquear a saída do nível

E depois lá somos largados num nível na floresta, onde teremos de atirar sobre inimigos que nos atacam e descobrir a saída do nível. Para a desbloquear, teremos primeiro de descobrir e activar uma série de torres de energia que estarão espalhadas pelos níveis, que por sua vez terão tipicamente um design algo labiríntico. Para além de inúmeros inimigos que por sua vez deixarão cair moedas depois de derrotados, teremos também vários itens para coleccionar. As chaves abrem-nos automaticamente novos caminhos assim que as recolhemos. Os símbolos de Yin-Yang servem de checkpoints caso morramos, outros power ups melhoram o nosso poder de fogo, enquanto outros regeneram parcialmente a barra de vida, ou mesmo atribuir vidas extra. A cada dois níveis somos também levados para um ecrã de gestão das nossas personagens, onde poderemos gastar as moedas que amealhamos ao comprar upgrades que melhorem permanentemente os stats dos mercenários escolhidos, vidas extra ou mesmo novas special weapons. Isto porque cada mercenário para além de ter diferentes atributos e armas primárias equipadas (sempre com munição infinita), também vão tendo special weapons diferentes entre si, mas à medida que as personagens vão evoluindo, vão poder usar também outras armas especiais. Habilidades como usar bombas, sticks de dinamite, cocktails molotov, todos eles com diferentes alcances e splash damage. Ou mesmo a habilidade de regenerar alguma da nossa barra de vida, ou simplesmente a de poder consultar um mapa se estivermos perdidos. Vão havendo então bastantes diferenças entre as personagens e as habilidades que cada um terá acesso, o que será também bom para a longevidade do jogo.

A cada dois níveis somos levados para uma loja onde podemos gastar o dinheiro que amealhamos para melhorar ambas as personagens, seja nos seus atributos ou ao comprar mais equipamento

A nível audiovisual sinceramente acho o jogo bem consistente. A estética vitoriana está bem lá presente, tanto no design das personagens jogáveis, ou até na estética do logotipo do jogo, menus e afins. Os cenários que vamos explorando vão sendo algo variados entre si, embora em número algo reduzido, pois temos 4 cenários distintos a explorar, com outros 4 níveis cada. São níveis grandinhos, de natureza algo labiríntica e que nos obrigarão a explorar bem cada recanto e disparar sobre tudo o que mexa, mas de certa forma se calhar preferia níveis mais curtos, mas com maior variedade nos cenários. De resto, acho os gráficos agradáveis para um título de 16bit e a banda sonora também não é nada má, nada má mesmo. Ainda no som, também devo destacar a quantidade (e qualidade) de samples de voz, seja ao apanhar power ups, activar as tais torres de energia, ou ao desbloquear as saídas dos níveis.

Cada personagem possui diferentes habilidades, pelo que o jogo até tem uma longevidade considerável se as quisermos explorar a fundo

Portanto devo dizer que fiquei agradavelmente surprendido por este The Chaos Engine. É um shooter bastante sólido, que nos apresenta uma interessante variedade de personagens jogáveis e com diferentes caminhos de evolução para cada. O seu foco no multiplayer cooperativo também me pareceu interessante, mas acabei por o ter de jogar sozinho e o personagem controlado pelo CPU nem sempre era muito inteligente. Mas nesse caso também podemos evoluir a sua inteligência no tal ecrã de customização, o que é outro detalhe interessante. A sua sequela The Chaos Engine continuou a apostar no multiplayer mas desta vez no competitivo e, apesar de existir algures um protótipo de uma conversão para a Mega Drive, essa versão nunca se chegou a materializar, o que é pena.