Dead or Alive 3 (Microsoft Xbox)

Pois é, não resisti e comprei ontem uma Xbox Series X, depois de a ver numa promoção bastante apetecível. A minha ideia era comprar também um jogo como o Starfield ou A Plague’s Tale Requiem para me iniciar devidamente na “nova geração”. A promoção incluía a consola e uma cópia física do mais recente Forza Motorsport, cujo a loja em questão não tinha em stock. Não é de todo o meu tipo de jogo preferido, mas como nem a isso tive acesso, aproveitei então para testar alguns dos jogos que tinha aqui na colecção da Xbox original. E dos poucos que eram de facto compatíveis com a Series X, um deles era precisamente este Dead or Alive 3, que ainda rendeu umas boas horas de diversão no fim de semana. O meu exemplar custou-me uns 2€ numa Cash Converters há já uns bons anos atrás.

Jogo com caixa, manual e papelada

Ao contrário dos títulos anteriores, que tiveram as suas origens nas arcades e moveram depois para várias consolas, este terceiro título da saga Dead or Alive foi lançado de forma exclusiva e unilateral para a primeira Xbox, tendo sido inclusive um dos seus jogos de lançamento (e dos primeiros que eu próprio cheguei a jogar em quiosques back in the day). Marca também o início de uma curiosa parceria entre a Team Ninja e a Microsoft, onde ao longo de vários anos, os seus jogos acabaram por sair exclusivamente para as plataformas da gigante norte-americana.

O jogo possui um modo tutorial bastante interessante

No que diz respeito aos controlos, as coisas não são assim tão diferentes nas mecânicas base introduzidas na sua prequela, com botões para socos, pontapés, holds e combinações das várias acções e sim, existem muitos golpes que cada personagem pode executar, assim como vários counters. O facto de as arenas continuarem a ser dinâmicas (e agora podemo-nos mover livremente pelas mesmas) continua a ser um dos pontos fortes da série, pois podemos mandar os oponentes disparados contra algum objecto ou mesmo contra outra secção da mesma arena, recebendo dano adicional por isso. Por exemplo, atirar alguém abaixo de uma montanha, com a acção a transitar imediatamente para o sopé seguinte. No que diz respeito aos modos de jogo, temos o story mode que é uma espécie de modo arcade para 1 jogador e onde iremos enfrentar um número limitado de oponentes e é interessante ver os diálogos que certas personagens vão tendo umas com as outras sempre que se encontram. Para além disso temos também o versus tradicional para dois jogadores, modos tag team, survival e team battle (onde construímos duas equipas que têm de se eliminar uma à outra), assim como um modo de treino. Creio que é practicamente a mesma coisa que o anterior a nível de modos de jogo, portanto!

Esta era uma daquelas arenas de deixar o pessoal boquiaberto pela sua qualidade gráfica. O Jann Lee deve estar com algum frio.

Visualmente este era um jogo impressionante para a época e facilmente mostrava que a Xbox original era um sistema bastante poderoso face à concorrência, com personagens muito bem detalhadas a nível de polígonos e animações (e claro, as personagens femininas com todos os seus atributos bem salientes), assim como as arenas serem maiores, diversificadas e repletas de bastante detalhe. É claro que para os padrões de hoje já está datado, mas isso não demoveu a Microsoft de incluir toda uma série de melhorias no jogo, incluindo claro, o suporte a resoluções de 4K. Eu tenho a Series X ligada num monitor ultrawide 4K e a imagem preencheu todo o ecrã e pareceu-me preservar o aspect ratio. Algumas arenas, como a da floresta, ficaram deslumbrantes mesmo ao fim de todos estes anos. Por curiosidade, testei também uns minutos do Gunvalkyrie e o resultado já não foi tão bom assim. Só mesmo as cutscenes em FMV é que já não escalaram tão bem, mas isso também seria esperado. Mas voltado a 2001, o jogo inclui uma banda sonora que sinceramente me passou um pouco despercebida desta vez, apesar de não a ter achado desagradável. Mas sendo um jogo de lançamento da primeira Xbox e com a Microsoft a querer cativar o público norte-americano a todo o custo, o jogo tem também 3 músicas dos Aerosmith que sinceramente me parecem completamente deslocadas de tudo o resto. Surpreendentemente, essas músicas estão também disponíveis na versão retrocompatível para a Xbox One/Series, o que já não estava à espera.

Ring outs? Nah, o combate continua do outro lado!

Em suma, este Dead or Alive 3 é um jogo de luta em 3D bastante agradável de se jogar e que a meu ver resistiu bem ao teste do tempo, seja nos seus visuais (agora melhorados na Series X), seja pela sua jogabilidade fluída e dinâmica. Por fim, deixo só uma curiosidade final: a Xbox sai ainda em 2001 nos Estados Unidos, com o sistema a sair apenas nos meses de Feveiro e Março nos mercados japonês e europeu. Uma vez mais acabamos por beneficiar em ter o jogo mais tardiamente, pois a versão PAL (e nipónica) incluem algum conteúdo adicional, nomeadamente mais golpes para as personagens e vestimentas alternativas, que por sua vez estão todas desbloqueadas de início nesta versão Series X.

Rygar (Nintendo Entertainment System)

O Rygar começou como um jogo de acção producizo pela Tecmo e lançado originalmente nas arcades em 1986. Múltiplas conversões para sistemas distintos se seguiram, incluindo um lançamento exclusivo japonês para a Master System que um dia até gostaria de arranjar. Mas é de longe a versão NES a mais bem reconhecida e nessa plataforma a Tecmo decidiu lançar um jogo diferente, melhor adaptado para a realidade dos videojogos caseiros em consolas. O meu exemplar foi comprado a um amigo meu algures no passado mês de Fevereiro tendo-me custado uns 7€.

Cartucho solto

O jogo coloca-nos no papel de Rygar, um guerreiro armado com uma arma não muito convencional (um disco com lâminas que mais parece um yo-yo quando o usamos) e que vê o seu mundo de Argool invadido por uma série de criaturas estranhas. Naturalmente que teremos de salvar a situação. E enquanto o original arcade era um jogo de acção linear e dividido por vários níveis, esta adaptação para a NES é algo inteiramente diferente: aqui não há níveis, todo o mundo pode ser explorado livremente e, apesar de a nossa arma ser sempre a mesma ao longo de todo o jogo, poderemos coleccionar alguns itens que nos darão acesso a áreas diferentes. É mais um protometroidvania da década de 80, até porque o jogo possui também alguns elementos ligeiros de RPG.

Apesar das suas semelhanças iniciais com a versão arcade, rapidamente nos apercebemos que estamos perante uma aventura diferente

Os controlos são simples, com um botão para saltar e outro para atacar com o yo-yo. No entanto se decidirmos pausar o jogo vemos muita mais informação. O quadro da esquerda apresenta-nos alguns stats da nossa personagem que, apesar dos seus nomes estranhos, correspondem ao nosso ataque (tone) e defesa (last). A secção mind vai-se enchendo (até um limite de 7) à medida que vamos apanhando alguns itens próprios. A ideia é podermos gastar esses mind points ao usar diferentes magias, nas categorias ilustradas no quadro à direita (power up, attack & assail, recover) que correspondem a tornar-nos mais fortes por tempo limitado, lançar um ataque mágico ou recuperar toda a nossa barra de vida). Em baixo temos espaço para alguns diferentes itens e equipamento que poderemos descobrir à medida que vamos jogando.

Pena que os NPCs sejam todos iguais. Não sei é o que estes representam, sendo assim tão grandes.

Ocasionalmente até poderemos falar com alguns NPCs, que ou nos recompensam com algum item, ou nos dão alguma dica para progredir na aventura. Pena no entanto que sejam todos iguais! De resto poderemos também encontrar itens que nos aumentam a barra de vida e o objectivo é mesmo a exploração daquele mundo. Os itens que iremos encontrar vão-nos permitir alcançar zonas previamente inatingíveis, como a habilidade de usar a corrente da nossa arma como corda e subir/descer abismos, ou mesmo usá-la como slide entre plataformas. Pena que no entanto não exista nenhuma maneira de gravar o nosso progresso, nem mesmo com passwords.

Como não poderia deixar de ser teremos também alguns bosses para enfrentar

A nível audiovisual é ainda um jogo simples, até porque é um lançamento de 1987 e nessa altura ainda não se tinha explorado bem todas as potencialidades da máquina de 8bit da Nintendo. Ainda assim, o jogo até que tem alguma variedade nos seus cenários, quanto mais não seja por termos zonas em sidescroller 2D e outras com uma perspectiva vista de cima (à lá Zelda). Mas lá está, não contem ainda com visuais muito bem detalhados como um todo. Por exemplo, do mesmo ano acho de longe o Castlevania como um título mais apelativo! Por outro lado, as músicas até que são bem agradáveis e cativantes, particularmente as das primeiras zonas.

Portanto este Rygar é um jogo muito interessante. Certas empresas começaram a aperceber-se cedo que o mercado doméstico é diferente do arcade e em casa, não havendo a necessidade de se colocar sempre mais uma moedinha na consola, o público também começava a apreciar jogos mais extensos e com uma maior componente de aventura. Foi precisamente isso que a Tecmo fez ao adaptar este Rygar para a Famicom/NES e o resultado, ainda longe de estar perfeito, não deixa de ser de ser bastante interessante!

Dead or Alive (Sega Saturn)

Tempo de trazer mais uma conversão arcade, desta vez o primeiríssimo lançamento da série de jogos de luta da Tecmo em consolas domésticas. Dead Or Alive foi desenvolvido originalmente para o sistema arcade Sega Model 2, o mesmo onde corre Virtua Fighter 2. Em 1997 a Tecmo decidiu converter o jogo para a Sega Saturn, e sinceramente o resultado acabou por ser muito bom. Mais tarde a Tecmo lançou também uma conversão para a Playstation onde para além de aprimorarem a jogabilidade, refizeram também o motor gráfico e incluiram novas personagens. O meu exemplar foi comprado em Dezembro na loja Mr. Zombie, tendo-me custado uns 13€.

Jogo com caixa, manual e spine card.

A nível de controlos temos um botão para socos, outro para pontapés e um outro para agarrar o adversário. Este último, se usado no timing certo, pode servir para quebrar combos e deixar o adversário aberto a um contra ataque nosso. A jogabilidade é fluída e a IA é desafiante o suficiente, pelo que convém irmos practicando. Tal como noutros fighters, temos um modo de jogo precisamente para isso, onde seleccionamos uma personagem e practicamos os golpes contra um oponente inerte. De resto, ainda nos combates, este jogo possui também as danger zones nas arenas,  que são geralmente as áreas mais exteriores de cada arena. Estas são zonas “armadilhadas”, onde se formos atirados para o chão (ou se o fizermos ao nosso oponente), sofremos dano adicional.

Apesar de a jogabilidade não ser tão aprimorada quanto o upgrade lançado depois para a PS1, não deixa de ser um óptimo jogo de luta

De resto, os outros modos de jogo resumem-se aos habituais arcade e versus para 2 jogadores, bem como temos também o Time Attack ou Survival. O primeiro, tal como o nome indica, é uma corrida contra o relógio e o Survival também não é estranho nos jogos de luta, onde o objectivo é precisamente o de ir enfrentando oponentes de forma consecutiva, sem grande regeneração de vida entre rounds, até finalmente perdermos um combate. Por fim temos o modo kumite, onde podemos optar por combater 30, 50 ou mesmo 100 oponentes seguidos. Aparentemente este é o modo de jogo que mais nos recompensa para desbloquear as roupas extra de cada personagem (são 6 roupas por personagem, um número bastante elevado para a altura!). Ainda no que diz respeito a desbloqueáveis, poderemos também desbloquear Raidou, o principal antagonista do jogo. Aumentando para 9 o leque de personagens jogáveis nesta primeira versão, onde se incluem Kasumi, uma das protagonistas principais e Ryu Hayabusa, da série Ninja Gaiden.

A nível gráfico é um dos melhores que a Saturn apresentou com 3D poligonal

No que diz respeito aos audiovisuais, o Dead or Alive original da arcade foi um marco no seu lançamento, apresentando personagens muitíssimo bem detalhadas, em particular nos detalhes dos cabelos e roupas abanarem com o vento. A conversão para a Sega Saturn está excelente, apesar de naturalmente terem sido feitos alguns sacrifícios tendo em conta as diferenças de hardware. As arenas já não são tão detalhadas quanto a versão arcade, com os cenários de fundo a possuir no entanto interessantes efeitos de paralaxe que lhe dão na mesma a sensação de profundidade. Os polígonos dos lutadores apesar de não serem tão detalhados quanto no original, não ficam muito atrás. No geral os gráficos são muito bons para uma Sega Saturn e o jogo corre a uns belíssimos 60fps, que lhe dá uma excelente fluídez. Claro que as meninas possuem boobie physics exageradas, mas isso já faz parte da identidade desta série. No que diz respeito às músicas, bom este jogo parece ter sido produzido pela Sega, pois as músicas possuem o mesmo feeling que muitas das suas conversões arcade na segunda metade dos anos 90. Músicas com uma toada mais rock, portanto!

É uma pena que esta versão não tenha saído no ocidente. Aparentemente haviam planos pela Acclaim a trazer cá em 1997, mas o declínio da consola no ocidente acabou por os dissuadir. Na minha opinião, acho que a própria Sega deveria ter intervido e publicado eles mesmos esta versão no ocidente. Mesmo a versão Saturn está quase toda em inglês, com alguns detalhes como os atributos de cada personagem a ficarem em japonês. Era só traduzir essa parte, fazer um manual meio amanhado como de costume e estava feito. Dead or Alive é um excelente jogo de luta na Saturn e um lançamento ocidental teria sido muito benvindo.

Shadow Warriors (Nintendo Entertainment System)

A censura nunca é algo bom, mas por vezes é absolutamente atroz. A violência nos videojogos sempre foi um tema quente, e durante os anos 80 e parte dos 90, alguns países Europeus possuiam regras bem apertadas. Uma delas era a palavra “ninja” e tudo o que lhe estivesse associado. Ora a série Ninja Gaiden é uma excelente série de acção da Tecmo, e para que o jogo saísse na Europa sem levantar muitas ondas, decidiram-lhe mudar o nome para Shadow Warriors. Felizmente o nome foi a única coisa que mudaram e o jogo não foi tão lobotomizado quanto o Contra/Probotector. O meu exemplar veio da Cash Converters no Porto há uns meses atrás. Custou-me 19€.

Apenas cartucho

A série teve as suas origens nas arcadas, como um jogo de acção curto, mas visualmente muito interessante. Ao trazerem a série para as consolas, a Tecmo decidiu não optar por uma conversão directa, mas sim fazerem um jogo novo de raiz, mais direccionado para o público das consolas domésticas, ao apresentar uma aventura mais longa e com mais conteúdo. Ainda bem que o fizeram! E mesmo não estando no mesmo patamar gráfico do original, a primeira coisa que reparamos ao iniciar o jogo são as suas belíssimas cutscenes em anime (pelo menos para uma NES).

Ryu é um ninja muito ágil. Wall jumps? Sim senhor!

Basicamente este Ninja Gaiden conta a história de Ryu Hayabusa, um ninja em busca de vingança pela morte do seu pai, que é assassinado após um duelo com outro ninja desconhecido. A sua missão leva-o de viagem para os Estados Unidos, em busca do arqueólogo Walter Smith, que lhe teria mais informações para lhe dar sobre o que tinha acontecido. Pelo meio somos baleados e raptados por uma misteriosa mulher, que antes de nos libertar nos entrega uma estatueta demoníaca para mostrar ao tal arqueólogo. Pelo meio lá vamos sendo envolvidos numa conspiração de um grupo secreto de ninjas que tenta ressuscitar um demónio antigo e claro, somos nós que os iremos enfrentar.

O jogo tem fama de ser bastante difícil e é fácil entender o porquê. Basta sermos tocados por um inimigo que potencialmente caímos num abismo sem fundo.

Acima de tudo, Ninja Gaiden é um excelente jogo de acção que de certa forma me faz lembrar os jogos clássicos da série Castlevania. Isto porque temos sempre duas barras de energia presentes no ecrã, uma do herói, outra do boss que iremos efrentar eventualmente no final do nível. Para além da arma principal (uma katana), vamos poder destruir vários objectos luninosos espalhados pelos níveis e que nos escondem alguns power ups como armas secundárias e as suas munições. Mas ao contrário de Castlevania, aqui controlamos um ninja que se mostra muito mais ágil do que qualquer Belmont. Até podemos saltar de parede em parede! De resto, o jogo é também muito conhecido pela sua dificuldade bem acima da média. Principalmente naqueles segmentos com algum platforming mais apertado e inimigos a surgirem constantemente de todos os lados, o que nos dificulta imenso os saltos. Isto porque a cada vez que sofremos dano, Ryu ressalta um pouco para trás, e nessas alturas é muito normal caírmos em abismos sem fundo. O truque está mesmo em ir com calma e usar os power ups certos na hora certa. Mas claro, nos últimos níveis onde temos de defrontar vários bosses de uma assentada nada nos adianta tentar planear as coisas pois vamos morrer. E muito.

As cutscenes são muito bem detalhadas e narradas, para um sistema 8bit.

A nível técnico, este jogo é realmente muito bom. Os gráficos vão sendo variados, levando-nos por àreas urbanas que me fazem lembrar o jogo arcade, bem como montanhas, florestas e ruínas. Mas é mesmo nas já faladas cutscenes que o jogo brilha no campo audiovisual. Para um sistema 8bit bastante limitado como é a NES, devo dizer que estas estão mesmo muito boas, bem detalhadas e muito bem animadas. As músicas são também excelentes, o que também ajuda a tornar este jogo num clássico.

De resto, para além da série ter sido renomeada para Shadow Warriors aqui na Europa, a sua distribuição dos jogos da NES deixou muito a desejar. Isto porque, apesar deste jogo ter sido lançado originalmente no Japão no final de 1988, apenas chegou cá em 1991. O segundo jogo, lançado no Japão e Estados Unidos em 1990, só chegou cá ao velho continente já em 1994, já bastante tarde no seu ciclo de vida. Devido a esses enormes atrasos, o terceiro título já não chegou a ver as luz do dia por cá, só mesmo através da Nintendo Virtual Console. A colectânea para a Super Nintendo que incluía um remake dos 3 clássicos também nunca chegou cá, infelizmente.

Solomon’s Key (Nintendo Entertainment System)

Continuando pelas rapidinhas, mas agora na NES, o Solomon’s Key é um jogo muito interessante, desenvolvido originalmente pela Tecmo para as arcades. Mistura de uma forma excelente plataformas com puzzle-solving e uma dificuldade diabólica mesmo pensada para nos sugar todas as moedinhas. É também dos jogos da NES pela qual eu sinto uma maior nostalgia, não propriamente por o ter jogado, mas por ser dos primeiros jogos que me lembro de ver em revistas e catálogos e a sua capa me deixar algo fascinado. O meu exemplar veio em duas partes. O cartucho foi comprado na Cash Converters do Porto por 15€, algures durante Fevereiro. A caixa, que é original e está imaculada, foi-me oferecida por um colega de trabalho algures no Dezembro passado.

Jogo com caixa

E em que consiste este Solomon’s Key? Bom, esse é o nome que foi dado a um livro que selou todos os demónios do mundo, e quando finalmente alguém descobre o livro, acidentalmente soltou os demónios novamente por todo o lado. O nosso personagem é o feiticeiro Dana, que com as suas modestas habilidades, terá de percorrer as mais de 50 salas do templo infestado de demónios e selá-los todos novamente na Solomon’s Key. Cada sala consiste numa série de blocos, e vários demónios a percorrer a sala, em diversos padrões. Algumas salas possuem inclusivamente alguns demónios sempre a serem regenerados, o que pode chatear um pouco. As habilidades de Dana consistem em usar a sua vara mágica para criar blocos quadrados tanto em baixo, como à esquerda, ou direita, ou destruí-los. Blocos que estejam acima podem também ser destruídos com 2 cabeçadas. A vara mágica possui também a possibilidade de disparar bolas de fogo (mas com “munições” extremamente reduzidas, pelo que deve ser usado com muito cuidado. O objectivo em cada sala é o de procurar uma chave e depois encaminhar para a porta agoora aberta, que nos leva para o nível seguinte.

Os blocos amarelados são aqueles que podemos construir e destruir à vontade

O conceito parece simples mas rapidamente vemos que temos de planear bem os nossos passos. Isto porque os inimigos vão seguindo os blocos no seu caminho e ao estar a criar ou destruir blocos poderemos construir uma armadilha para nós próprios, seja trazendo os inimigos até nós, ou mesmo deixando-nos numa posição onde não conseguimos sair do sítio. Muitas vezes a chave está escondida dentro de blocos que devem ser destruídos, assim como vários outros itens que podem ser descobertos da mesma forma. E depois temos um contador de tempo que não nos dá muita margem de manobra para errar. Ah, e não há qualquer tipo de save game ou password, pelo que até podemos estar no último nível, se perdermos todas as vidas que conseguimos amealhar, é voltar à estaca zero. Os itens que podemos apanhar podem ser apenas objectos que nos aumentam a pontuação, ampulhetas que nos dão mais tempo para terminar o nível, sinos que geram o spawn de fadas perto da porta de saída, e a cada 10 fadas que apanhemos temos direito a uma vida extra. Podemos também apanhar “munições” para as nossas bolas de fogo e inclusivamente aumentar o número de bolas de fogo que conseguimos carregar.

Cada inimigo possui padrões de movimento diferentes e muitos deles podem destruir os blocos que apareçam à sua frente

Para além de termos muito cuidado com as nossas acções, é também encorajado que se explore o máximo possível de cada nível, até porque poderemos desbloquear vários níveis secretos, onde é muito mais fácil obter algumas vidas e pontos extra. São também necessários para atingirmos o melhor final do jogo, totalizando-o em 64 níveis distintos. Graficamente é um jogo muito simples, com sprites pequenas e não muito detalhadas. Apenas temos umas 3 ou 4 músicas ao longo de todo o jogo, sendo que em cada nível “normal” a música é sempre a mesma. E connosco a ouvir a mesma melodia vezes sem conta, é bom que seja uma música agradável. E felizmente até que é bastante viciante!

Resumindo, este Solomon’s Key, apesar de ser um jogo bastante simples do ponto de vista audiovisual, as suas mecânicas de jogo, aliadas à dificuldade que nos obriga a tomar riscos, explorar o mais possível e mesmo assim possuir restrições de tempo bem consideráveis, tornam este Solomon’s Key num clássico da velha guarda das arcadas, com esta versão NES a ser bastante divertida também.