Gabriel Knight 3: Blood of the Sacred, Blood of the Damned (PC)

Para fechar a trilogia Gabriel Knight, terminei muito recentemente o terceiro jogo da saga que infelizmente foi o que envelheceu pior do ponto de vista gráfico, mas felizmente a sua narrativa continua excelente e vale bem a pena. Joguei-o no steam, mas também tenho uma versão física que me lembro de a ter comprado há bastantes anos atrás numa loja e creio que na altura cheguei a pagar muito pouco pelo jogo novo, creio que menos de 5€. É uma das edições mais feias e infelizmente não traz a banda desenhada, mas felizmente a versão steam a traz em formato digital.

Jogo com caixa, manual e papelada diversa

Neste terceiro jogo voltamos a jogar com Gabriel e Grace, com o duo a viajar até à França rural para investigar o estranho rapto de um bébé muito especial, filho do príncipe da Escócia que estava exilado em Paris. A Jane Jensen conseguiu uma vez mais escrever um roteiro muito interessante e misturar vampiros, sociedades secretas como os templários ou maçonaria e conspirações milenares! Para além de Gabriel e Grace, o jogo conta também com o regresso do detective Mosely, que nos tinha ajudado no primeiro jogo.

As conversas podem agora ser tomadas através de tópicos identificados por ícones, mas felizmente existem legendas para saber o que corresponde ao quê

No que diz respeito à jogabilidade, esperem pelas mecânicas de jogo habituais num point and click, pois teremos de interagir com objectos, falar com pessoas, resolver puzzles e até fazer alguma análise forense, ao recolher impressões digitais de suspeitos. É também um daqueles jogos que se calhar convém ir usando um guia de vez em quando, pois mesmo sendo um jogo dividido em capítulos e não corremos o risco de avançar com a história sem preencher todos os pré-requisitos, por vezes vamos ter alguns puzzles não muito intuitivos. Afinal alguns dos enigmas que teremos de resolver seriam supostamente centenários, senão milenares! E por vezes temos de vaguear pelo mapa e esperar que passe algum carro ou moto para que os possamos perseguir, o que também não foi assim lá muito intuitivo. A nível de jogabilidade é também um pouco estranho pois apesar deste ser um jogo de aventura na terceira pessoa, podemos controlar a câmara livremente pelos cenários, quase como numa perspectiva de primeira pessoa, mas só depois de clicar num local é que Gabriel ou Grace se deslocam até lá.

Sydney é um sistema informático que teremos de interagir, não só para arquivar e correlacionar as pistas que vamos obtendo, mas também para desvendar algumas localizações chave

Já a nível audiovisual, infelizmente este foi o jogo que envelheceu pior, pelo menos nos gráficos. O primeiro Gabriel Knight possuia gráficos em 2D mas muito bem detalhados, o segundo já foi nas modas do full motion video mas acabou por se tornar bem melhor do que esperava. Já o terceiro é um jogo completamente em 3D poligonal, mas infelizmente os gráficos em 3D da altura estavam ainda longe do nível de detalhe pretendido para um jogo deste calibre. Temos então cenários e personagens com texturas pobres e de baixa resolução, com muito pouco detalhe poligonal, muito quadrados e animações ainda bastante simples e robóticas. Felizmente o voice acting continua bastante competente, sendo de saudar o regresso de Tim Curry para emprestar a sua voz ao Gabriel Knight.

A sequência de eventos para roubar a identidade do Mosely é no mínimo hilariante

Portanto este Gabriel Knight, apesar de ter sido de longe o que pior envelheceu devido aos seus gráficos em 3D poligonal algo primitivos, bem como ter alguns puzzles que não são lá muito intuitivos, ainda assim a sua história agradou-me bastante! É uma pena que a Sierra tenha sofrido um grande revés precisamente após o lançamento deste jogo pois gostaria de jogar um eventual Gabriel Knight 4.

Gabriel Knight 2: The Beast Within (PC)

Fiquei bastante surpreendido quando joguei o primeiro Gabriel Knight. A sua narrativa mais madura, bem escrita, um voice acting excelente e óptimos visuais em 2D, resultaram numa experiência muito positiva. Naturalmente que as expectativas para a sua sequela eram altas, mesmo já sabendo de antemão que seria um jogo em full motion video, um pouco à semelhança dos Phantasmagoria e o primeiro Phantasmagoria não me deixou lá muito convencido. Joguei a versão digital no Steam que tinha comprado num grande bundle de jogos da Sierra algures no ano passado por um preço muito reduzido, mas este por acaso também já o tinha em formato físico, tendo-o comprado algures numa feira de velharias, certamente por meros trocos.

Jogo com manual e os seus 6 CDs. Não sei o que mais poderia trazer a big box!

A história decorre algum tempo após os eventos do primeiro jogo, onde Gabriel é finalmente um autor de sucesso, tendo publicado um livro que narrou os mesmos assassinatos voodoo que experienciamos na sua primeira aventura. E este The Beast Within decorre inteiramente na Alemanha, pois Gabriel Knight é também o último dos Ritters, uma família de schattenjägers, caçadores de demónios, vampiros e outras criaturas sobrenaturais. E a população vizinha acaba por lhe pedir para investigar um novo caso, pois várias pessoas têm sido encontradas mutiladas e parcialmetne devoradas, o que suspeitam ser um ataque de lobisomens logo, trabalho para um schattenjäger. E lá teremos de nos deslocar para Munique, explorar locais do crime, falar com testemunhas, suspeitos e as forças policiais para resolver mais um mistério.

Durante os diálogos vamos poder escolher vários tópicos para falar e assim recolher as pistas que necessitamos

A nível de estrutura o jogo até que tem as suas parecenças com o anterior, a começar por ser uma aventura gráfica point and click, claro. Mas também está dividido em vários capítulos, sendo que só avançamos para o capítulo seguinte quando todos os prérequisitos forem cumpridos. É certo que nem todos os puzzles são intuitivos, há um bastante inteligente logo no início onde temos de usar uma gravação áudio para formular uma frase com a voz do entrevistado, mas ao menos não corremos o risco de chegar a um cenário sem solução ou escape por nos termos esquecido de fazer algo há horas atrás. De resto contem com as mecânicas habituais neste tipo de jogos, onde o ponteiro do rato vai mudando de forma consoante o contexto, representando acções diferentes como caminhar, ou interagir com alguém ou alguma coisa. Consultar o inventário e usar os seus itens são também acções permitidas. Outra das diferenças perante o anterior, é que ao longo dos seis capítulos vamos alternando entre jogar com o próprio Gabriel Knight ou a sua assistente Grace Nakamura, que vão tendo diferentes locais e linhas de investigação para explorar, acabando por se encontrar apenas nos actos finais.

Os cenários são fotos estáticas, com a sprite de Gabriel ou Grace a mover-se de forma minimamente animada pelos mesmos

Visualmente este jogo usa também tecnologia de full motion video, daí o seu lançamento físico vir com tantos CDs. Todos os diálogos e interacções, mesmo que sejam coisas simples como abrir gavetas ou escrever cartas, são acompanhados de pequenos vídeos com actores reais. Já navegar pelos cenários, estes são tipicamente fotografias estáticas, com as “sprites” digitalizadas de Gabriel ou Grace a passearem-se pelos mesmos. E ao contrário do primeiro Phantasmagoria, que na altura fiquei bastante desapontado pela prestação dos seus actores, aqui apesar de não serem propriamente prestações dignas de óscares, até que nem desgostei de todo. Mas isso também tem muito a ver com a forma em que a narrativa foi construída, mais uma vez pela autoria de Jane Jensen. Mas, para me contradizer um pouco, não deixo de ter ficado um pouco desiludido com as personagens do Gabriel e Grace neste segundo jogo. Ambos são interpretados por actores diferentes e Gabriel, para além de ter perdido a voz e sotaque muito característicos do primeiro jogo, aparece muitas vezes com cara algo de parvo nas cutscenes… já a Grace Nakamura, que no primeiro jogo tinha uma personalidade muito sarcástica, mas também que demonstrava afecto e preocupação por Gabriel, aqui tem uma personalidade bem mais histérica, principalmente na primeira metade do jogo, a sua hostilidade perante Gerda está muito exagerada, na minha opinião. De resto, e sendo um jogo inteiramente passado na Alemanha existe muito diálogo em alemão e que não tem qualquer tradução para inglês, o que é feito de forma propositada. Mas nada que nos impeça de entender a história!

Quer com Grace ou Gabriel, vamos poder explorar locais diferentes. O botão hint serve para salientar quais os locais onde ainda temos acções para desempenhar antes de o jogo avançar para o capítulo seguinte

Portanto devo dizer que gostei deste segundo Gabriel Knight, apesar de continuar a preferir o primeiro. O facto de ter sido um jogo inteiramente passado na Alemanha, e exploramos os seus castelos, as florestas densas ou povoações com edifícios antigos e com aquela arquitectura típica germânica, agradou-me bastante. E mesmo sendo um jogo uma vez mais com uma narrativa bem escrita, com prestações de actores reais bem melhores do que eu estava inicialmente à espera, devo dizer que continuo a preferir o primeiro Gabriel Knight, pois acho que as personagens de Gabriel e Grace estão melhor representadas, e sinceramente porque prefiro o pixel art bem detalhado dessa aventura. Mas hey, de todos os jogos baseados em FMV que joguei até agora, este foi o que gostei mais, se bem que o Harvester continua a marcar pontos por ser extremamente bizarro.

Gabriel Knight: Sins of the Fathers (PC)

Vou dar uma folga aos King’s Quest pois o oitavo título (que aparentemente é muito diferente dos seus predecessores) não veio incluído no bundle gigante de jogos da Sierra que comprei no ano passado a um preço muito convidativo. E antes de me virar para os Quest for Glory, que também me parecem ser bastante interessantes, vou primeiro jogar os Gabriel Knight, que também há já muito tempo que os queria experimentar. E este primeiro jogo da trilogia foi desenvolvido ainda com o SCI clássico, que lhe permite gráficos em VGA com um pixel heart muito bem definido e voice acting que uma vez mais é muito competente.

Neste Sins of the Fathers é-nos introduzida a personagem do Gabriel Knight, um autor de Nova Orleães cujos livros ainda não tiveram nenhum sucesso. E com uma onda de assassinatos, aparentemente ligados a um culto voodoo, Gabriel aproveita-se do facto de conhecer um detective na polícia lá do sítio que lhe vai passando informações desses crimes para um novo livro. Para além disso, o próprio Gabriel Knight tem vindo a ter o mesmo pesadelo todas as noites, que envolve uma pessoa a ser queimada viva para em seguida transformar-se num animal, culminando com uma imagem do próprio Gabriel enforcado. Sonhos premonitórios, certamente! Só falta mesmo referir a personalidade muito própria do protagonista, Gabriel é um mulherengo e aparentemente não gosta muito de trabalhar.

O progresso do jogo está dividido ao longo de diferentes dias e a história só avança quando todos os prérequisitos forem cumpridos

E esta é então uma aventura gráfica com um interface point and click, onde poderemos alternar por diferentes cursores do rato para executar diferentes acções, como mover, observar, falar, interagir ou usar itens que tenhamos previamente seleccionado do inventário. Uma curiosidade em relação a este Gabriel Knight perante os restantes jogos de aventura da Sierra é o facto de a narrativa estar dividida em vários dias e só avançamos para o dia seguinte quando tivermos cumprido todas as acções necessárias a cumprir naquele dia. É verdade que podemos andar um pouco perdidos sem saber o que fazer (até porque alguns puzzles não são muito intuitivos a menos que usemos um guia), mas prefiro esta mecânica de jogo, pois de certa forma garante que não avançamos na história sem ter feito algo importante umas horas antes, podendo-nos colocar em cenários onde não conseguiremos avançar mais. Ao longo do jogo vamos então fazendo o típico papel de detective, mesmo que Gabriel não trabalhe para a polícia. Vamos investigar as zonas do crime, falar com pessoas que possam estar ligadas aos mesmos ou que tenham mais informação, e acima de tudo vamos aprender imenso sobre a cultura voodoo, ao falar com uma série de especialistas.

Visualmente é um jogo com gráficos com pixel art muito bem conseguido

A nível audiovisual acho este jogo excelente. É um jogo de 1994, mas ainda não tem aqueles gráficos mais realistas quer com gráficos pré-renderizados e/ou full motion video, mas sim tudo está representado num pixel art excelente, e com imenso detalhe. Mas melhor que os visuais é mesmo a narrativa! Uma vez mais a Sierra investiu com voice acting em todos os diálogos, incluindo o da narradora. É um voice acting bastante competente, onde devo destacar precisamente as vozes do Gabriel Knight e da narradora que estão fantásticas, com um sotaque estranho que certamente será de New Orleans, mas sem dúvida que são vozes cheias de personalidade! Aliás, a narrativa como um todo está muito bem conseguida, este é certamente um jogo muito bem escrito. Até pequenos detalhes como os interrogatórios que podemos fazer e o pseudo lip-syncing dos protagonistas enquanto falam!

Para além dos diálogos normais, podemos também entrar em interrogatórios mais complexos com uma série de personagens

Portanto devo dizer que este primeiro Gabriel Knight agradou-me bastante, tanto pela sua narrativa bem escrita, como pelo voice acting competente e visuais 2D mas repletos de detalhe. O segundo jogo já é completamente em FMV tal como os Phantasmagoria, também da Sierra, mas se tiverem uma escrita com tanta qualidade quanto o primeiro jogo, será certamente uma experiência interessante. A ver em breve!

King’s Quest VI (PC)

Mais uma rapidinha a um King’s Quest, agora para o sexto título desta longa série de jogos de aventura gráfica da Sierra. Tal como os outros títulos da série que cá trouxe até agora, este jogo veio parar à minha biblioteca do Steam através de um bundle que comprei algures no ano passado e trazia dezenas de clássicos da Sierra a um preço muito acessível. Mas também o tenho em formato físico numa compilação dedicada à Roberta Williams, juntamente com outros jogos da sua autoria, e planeio trazer essa compilação cá ao blogue mais tarde, quanto mais não seja para analisar os restantes jogos que a mesma inclui.

Este sexto capítulo passa-se uma vez mais longe do reino de Daventry e após os acontecimentos narrados no jogo anterior, onde Graham salvou não só o seu castelo e a sua família, mas também uma princesa de um reino longínquo e que havia sido feita prisioneira do vilão desse mesmo jogo. Ora o príncipe Alexander apaixonou-se pela princesa e decide visitá-la ao seu reino longínquo das Ilhas Verdes. Mas o navio onde viajava naufragou e para além disso, os guardas do castelo não lhe deixam visitar a princesa, por ordens do vizir que aparentemente reinava desde o falecimento misterioso do rei e rainha. Ah, o vizir é sempre culpado de alguma coisa! E lá teremos então de resolver esse mistério e visitar as diferentes ilhas daquele reinado, todas muito particulares e repletas de perigos também.

Graficamente estamos perante um jogo muito bem conseguido, com cenários cheios de pequenos detalhes e muito variados entre si

No que diz respeito a mecânicas de jogo, esta é também uma aventura gráfica, já com um interface verdadeiramente point and click onde, através de diferentes cursores, podemos usar o rato e ao clicar em locais, objectos ou personagens poderemos nos deslocar, interagir ou falar com o que nos rodeia. Há aqui imensos itens para coleccionar, puzzles para resolver e que nem sempre a sua solução é propriamente a mais lógica. Tal como noutros jogos da série, por vezes teremos mesmo de consultar o manual para algumas dicas, o que pode também ser encarado como uma forma de protecção anti-cópia, pois sem essas dicas há certos pontos onde não conseguiremos mesmo avançar. Também tal como nos primeiros King’s Quest, este jogo oferece, por vezes diferentes soluções para o mesmo problema, o que pode inclusivamente levar a finais diferentes. Interessante a Sierra ter implementado este tipo de não linearidade ainda maior nesta sequela. Mas ainda assim temos de ter cuidado não só com as habituais armadilhas, bem como a possibilidade de nos vermos numa situação onde não temos qualquer escape devido a não termos apanhado algum item anteriormente.

Como é habitual nestes jogos da Sierra existem inúmeras maneiras de morrer, pelo que iremos ver esta cena algo frequentemente

A nível audiovisual, tal como o seu predecessor é um jogo graficamente muito mais detalhado em virtude de usar o motor gráfico mais avançado bem como tirar partido de sistemas VGA ou mesmo SVGA, que permitem resoluções ainda maiores, bem como representar cenários ricos em detalhe. A ilha central, onde está o palácio da princesa, tem notoriamente uma temática árabe, já as outras ilhas apresentam-nos cenários bem mais fantasioso. Até o mundo dos mortos iremos visitar! Já o King’s Quest V tinha também introduzido voice acting completo, tanto das personagens, bem como um narrador que está muito presente em todas as acções que executamos. E isso foi uma vez mais trazido cá e os diálogos, apesar de estarem bem escritos, possuem interpretações muito variadas. Personagens mais nobres falam sempre de forma mais eloquente, mas também há algum voice acting um pouco mais parvinho. De resto contem na mesma com algumas boas animações, boa música e até um filme em CGI na introdução do jogo! É um filme algo primitivo sim, mas num jogo de 1992 não deixou de ser impressionante. Curioso para ver como a Sierra se safou com o King’s Quest VII, o último da velha guarda!

King’s Quest V (PC)

O quinto King’s Quest foi o primeiro jogo da Sierra já com uma nova versão do seu motor gráfico SCI. Para além de suportar sistemas VGA, o que resultou num grafismo com muito mais detalhe, possui também, pela primeira vez na série, um interface verdadeiramente point and click, ou seja, já não precisamos de escrever quais os comandos a executar! O meu exemplar, tal como os outros veio cá parar após ter comprado um bundle com dezenas de clássicos da Sierra a um preço muito reduzido, algures no ano passado.

Neste jogo voltamos a controlar o rei Graham, agora já mais velhote, e que, a certo dia depois de dar um passeio, vê o seu castelo (com toda a sua família) a desaparecer! Tal feito só pode ser obra de um poderoso feiticeiro, sem dúvida! Pelo menos é o que nos diz Cedric, uma coruja falante com uma voz super irritante e que nos irá acompanhar ao longo da aventura, onde viajamos até ao reino de Serenia para tentar recuperar a família de Graham e o seu castelo.

Às vezes o jogo avisa-nos que vamos enfrentar situações de perigo. Bom, pelo menos o Cedric sim.

A nível de jogabilidade, tal como referi acima este é finalmente um jogo de aventura gráfica verdadeiramente point and click, ou seja, com cursores que representam diferentes acções, como mover, falar ou interagir e apenas temos de escolher a acção que queremos, apontar e clicar. Já não precisamos de escrever as acções numa linha de comandos! De resto contem com os habituais perigos da série King’s Quest (excepto escadas traiçoeiras) pelo que convém fazer uma boa gestão de saves. Mas se calhar o melhor é mesmo seguirem um guia, pois tal como em muitos outros jogos de aventura da época é perfeitamente possível alcançar cenários onde não conseguimos ganhar, seja por não termos apanhado algum item anteriormente, ou por o ter usado onde não deveríamos, desperdiçando assim várias horas do nosso tempo. E claro, alguns puzzles não são lá muito lógicos (adivinhem lá como é que temos de derrotar o Yeti?).

A variedade de cenários está muito bem conseguida nesta aventura!

A nível audiovisual, este é de facto um grande avanço perante os títulos anteriores. O facto de o jogo suportar o sistema VGA permite pela primeira vez à série apresentar cenários muitíssimo bem detalhados e repletos de cor. E iremos visitar ambientes muito distintos entre si, desde desertos, florestas assombradas, montanhas geladas ou mesmo outras cidades, todos eles muito bem representados graficamente. A acompanhar este novo detalhe gráfico está também, pelo menos na versão CD-ROM que felizmente é a que vem na compilação onde o joguei, voice acting! Infelizmente o voice acting não é o melhor de todos, especialmente na voz incrivelmente irritante da coruja Cedric. Mas não deixa de ser um avanço tecnológico muito bom para um jogo de 1990. As músicas são também de muito maior qualidade que qualquer outro jogo da série que tinha sido lançado até então.

Portanto considero este King’s Quest V um óptimo jogo de aventura gráfica, embora ainda tenha alguns elementos mais frustrantes, como uns labirintos confusos e a possibilidade de arruinar o progresso do jogo ao esquecermo-nos de apanhar algum item que venha a ser importante lá mais perto do final do mesmo. Portanto, a menos que queiram jogar isto como se fosse 1990, recomendo vivamente que usem um guia!